Teses - Geociências e Meio Ambiente - IGCE
URI Permanente para esta coleçãohttps://hdl.handle.net/11449/77095
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ItemTese de doutorado Contribuição do espalhamento Compton na geração de mapas radiométricos(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-29) Barbosa, Eder Queiroz ; Bonotto, Daniel Marcos ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Medidas de espectrometria de raios gama realizadas “in situ”, são de ampla utilidade, além de ser um poderoso método que pode ser empregado em ambos os casos para identificar e quantificar radionuclídeos sem a necessidade do preparo e pré-tratamento físico-químico de amostras e, também, por ser um método não-destrutivo (preservando a integridade da amostra durante a medição). A proposta deste trabalho foi de aprimorar a calibração dos detectores gamaespectrométricos, calcular a incerteza combinada e potenciais efeitos sistemáticos gerados pela interação da radiação gama com a matéria, bem como de fatores que afetam a resposta de diferentes detectores comerciais, como é o caso da resolução em energia, linearidade, eficiência de detecção, o tempo de resposta (LT) e o número total de contagens nas janelas espectrais. A calibração e definição da interferência Compton foi realizada em dois distintos detectores de radiação gama, sendo o primeiro, de NaI(Tl) pertencente ao LABIDRO e outro de NaI(Tl) (portátil) pertencente ao UnesPetro, ambos situados na Unesp de Rio Claro (SP). Por fim foram analisados os dados de amostras provenientes do Projeto Rio Preto (GO) (2002), e da Formação Irati (2021), para a determinação de fatores de interferência da radiação gama nas janelas espectrais dos radionuclídeos naturais de interesse em análises gamaespectrométricas – K, eU, eTh - bem como a confecção de mapas de isolinhas, com base no modelo geoestatístico da “mínima curvatura”, para análise comparativa dos dados com a remoção do efeito Compton nas janelas espectrais de interesse. A quantificação por espectrometria gama possibilitou a mensuração dos radionuclídeos 40K, 214Bi e 208Tl, para um universo de amostras (n = 288) proveniente dos dados do Projeto Rio Preto, e (n = 111) das rochas da Formação Irati, bem como o uso de modelos geoestatísticos que demonstram a distribuição destes radioelementos na área estudada.ItemTese de doutorado Paleontologia da passagem Ediacarano-Cambriano na Formação Tagatiya Guazú, Grupo Itapucumi (Gondwana Ocidental), NE do Paraguai(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-28) Inglez, Lucas ; Warren, Lucas Veríssimo ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Os estágios terminais do Período Ediacarano (565-538 Ma) foram palco de profunda reestruturação ecossistêmica, associada a irradiação de organismos multicelulares e o aparecimento de animais bilatérios no registro fóssil. Dentre as importantes novidades evolutivas ocorridas durante a transição Ediacarano-Cambriano, tem-se o aparecimento de táxons bentônicos esqueletizados e o aumento na abundância e disparidade morfológica (denotando maior complexidade ecológica e comportamental) das estruturas de bioturbação. Neste contexto, e com idade mínima de 536 Ma, a Formação Tagatiya Guazú (FTG) (Grupo Itapucumi) no nordeste do Paraguai, contém abundante conteúdo fóssil esqueletal, bem como inédita assembleia de icnofósseis. Deste modo, esta tese tem por objetivos principais: 1) caracterizar a diversidade taxonômica da assembleia fóssil; 2) posicionar estratigraficamente as associações fossilíferas, caracterizando sua distribuição em distintas fácies e estilos preservacionais; 3) caracterizar as estruturas de bioturbação em termos de sua icnodiversidade e 4) discutir as implicações paleoecológicas e bioestratigráficas da assembleia. O detalhamento taxonômico permitiu o reconhecimento de C. hartmannae, C. cf. carinata, Cloudina sp., cf. Zuunia chimidtsereni, Sinotubulites sp. Corumbella werneri, cf. Namacalathus hermanastes, além de thalli de vendotaeniáceas e outros restos de macroalgas de afinidade incerta. Os fósseis ocorrem preferencialmente em fácies lagunares microbialíticas (depositadas em ambientes de inframaré rasa a inter- e supramaré) e, sua caracterização tafonômica qualitativa sugere preservação controlada por eventos de rápido soterramento, e precoce cimentação carbonática. Ambos os processos são indicados como essenciais para a alta qualidade de preservação de carapaças predominantemente orgânicas e delicadas, e de organismos de corpo mole como compressões carbonificadas. Em sentido ao topo do intervalo analisado foi notada expressiva diminuição na abundância e diversidade de táxons esqueletais, associada a mudança abrupta nos padrões de bioturbação. Enquanto na base, apenas estruturas suspeitas, irregulares e morfologicamente simples foram observadas, no topo são registrados níveis com abundantes icnofósseis (1-9% de índices de bioturbação nos planos de acamamento), com considerável icnodisparidade. Estes incluem icnotáxons atribuíveis a Bergaueria hemisphaerica., Skolithos isp., Planolites isp., cf. Torrowangea isp., Treptichnus isp., Phycodes palmatus, abundantes treptinideos e estruturas helicoidais (tipo-Streptichnus) além de raras pistas bilobadas rusophyciformes. Esta diversidade de planos arquiteturais sugere padrões de bioturbação mais típicos de ecossistemas terranovianos, do que aqueles reportados para o Ediacarano terminal. Assim, considerando 1) a ausência de hiatos estratigráficos expressivos na sucessão avaliada, 2) sua idade mínima de ~536 Ma, 3) a proximidade vertical de intervalos bioturbados e com abundantes fósseis tipicamente Ediacaranos, é reforçado o caráter proeminentemente gradacional das transformações faunísticas que marcaram a transição Ediacarano-Cambriano.ItemTese de doutorado Petrologia e metalogenia da Suíte Intrusiva São Lourenço-Caripunas na região do distrito mineiro São Lourenço-Macisa, Rondônia(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-24) Silva, Marly Aparecida da ; Luvizotto, George Luiz ; Leite Júnior, Washington Barbosa ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A Suíte Intrusiva São Lourenço-Caripunas (1,32 – 1,30 Ga) na região do distrito mineiro São Lourenço-Macisa aflora na porção NW da província estanífera de Rondônia e inclui granitos rapakivi e rochas associadas, as quais são reunidas em quatro unidades ígneas mapeadas na escala 1:25.000. A unidade A é composta por viborgitos e piterlitos com hornblenda e biotita, a unidade B por granitos pórfiros com hornblenda e/ou biotita, a unidade C por gabros, microgabros, hornblenda quartzo-monzonitos e granitos pórfiros e a unidade D por biotita granitos seriados e equigranulares e granitos pórfiros II. Os litotipos das unidades A, B e C são interpretados como intrusões precoces, enquanto aqueles da unidade D como intrusões tardias e relacionadas espacialmente com os depósitos primários de estanho e metais associados. As intrusões precoces são dominantemente metaluminosas (SiO2 = 69,33 – 71,80 % e A/CNK= 0,90 e 0,96), têm assinatura dos granitos ferroanos, são álcali-cálcicos, tipo-A e do subgrupo A2. Apresentam enriquecimento dos ETRL sobre os ETRP ([La/Yb] = 3,9 a 8,2) e anomalia negativa de európio de grau médio ([Eu/Eu*] = 0,55 a 0,34). Biotita sienogranitos equigranulares, seriados e porfiríticos são as principais fácies intrusivas tardias da Suíte no distrito e afloram nos plutons Pascana, no setor Macisa, e Saubinha, no setor São Lourenço. Apresentam características petrográficas semelhantes aos biotita rapakivi granitos evoluídos do sul da Finlândia e as fácies com topázio na moda indicam uma filiação com os granitos a metais raros. Os depósitos primários de estanho e metais base ocorrem como sistemas de veios e vênulas de greisen e de quartzo subparalelos ou em stockwork nos endo e exocontatos desses plutons. Dois tipos petrográficos de greisen e de veios e vênulas de quartzo são reconhecidos no distrito. A cassiterita ocorre principalmente nos greisens e nos veios e vênulas de quartzo com topázio e Li-mica, enquanto os sulfetos (esfalerita, calcopirita, galena, pirita e arsenopirita) nos veios e vênulas de quartzo com carbonato, clorita e fluorita e nas zonas cloritizadas. No geral, uma sequência de processos hidrotermais pós-magmáticos pode ser assim definida para o distrito: greisenização I / silicificação I → cloritização / silicificação II → greisenização II / silicificação III (?). Geoquimicamente, exibem elevados teores de SiO2 (77,92 - 75,02%), mostram assinatura dos granitos ferroanos, são ácali-cálcicos a cálcio-alcalinos e variam de metaluminosas a peraluminosas (A/CNK = 0,91 a 1,19). São classificadas como granitos intraplaca, tipo-A reduzidos e do subgrupo A2. De modo geral, mostram enriquecimento relativo dos ETRL sobre os ETRP ([La/Yb] = 2,45 a 6,97), com leve enriquecimento de ETRP sobre os ETRM nos biotita sienogranitos com topázio e anomalia negativa de európio de grau médio a alto ([Eu/Eu*] = 0,36 a 0,06). As rochas da unidade C têm teores de TiO2, Fe2O3, MgO, CaO e K2O que sinalizam certo alinhamento com os teores de SiO2 entre os litotipos. Os gabros e microgabros apresentam baixos valores de SiO2 (46,35 – 48,92) e o hornblenda quartzo-monzonito ocupa uma posição intermediária em relação aos teores do mesmo elemento (SiO2 = 60,95%) e é interpretado juntamente com as feições petrográficas como o produto da interação dos magmas. Os dados geoquímicos mostram também que essas rochas são alcalinas e caracterizadas como basaltos intraplaca. Além disso, apresentam enriquecimento relativo dos ETRL sobre os ETRP nos gabros e microgabros ([La/Yb] = 7,33 a 8,29), granitos pórfiros I ([La/Yb] = 3,97 a 8,29) e no hornblenda quartzo-monzonito ([La/Yb] = 10,65) e mostram ainda leve anomalia positiva e negativa de európio nos gabros e microgabros ([Eu/Eu*] = 1,10 a 1,18) e hornblenda quartzo-monzonito ([Eu/Eu*] = 0,83), respectivamente, e anomalia de grau médio nos granitos pórfiros I ([Eu/Eu*] = 0,34 a 0,44). Os dados isotópicos de ɛNd(t) (-2,91 – 2,12) indicam misturas de componentes de origem mantélica e crustal em proporções variadas na origem dos magmas, com maior participação de materiais crustais na formação dos magmas das fácies graníticas precoces e predominância de materiais mantélicos nas fácies graníticas tardias.ItemTese de doutorado Análise temporal da composição do biogás em aterro sanitário de porte médio(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-06-06) Boarati, Sandra Rodrigues Sarro ; Castro, Marcus César Avezum Alves de ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Por apresentar um alto potencial energético, o biogás gerado em aterros sanitários sendo uma fonte renovável, pode ser utilizado para gerar calor ou eletricidade, evitando a emissão de gases de efeito estuda, com benefícios econômicos aliado também ao saneamento ambiental. O objetivo deste trabalho foi analisar a composição do biogás gerado, relacionando-a com o tempo de aterramento dos resíduos sólidos dispostos no aterro sanitário de Rio Claro – SP, bem como a realização de análise comparativa para um período de 18 meses, da temperatura, da influência da precipitação pluviométrica na vazão e na concentração de metano (CH4) e de dióxido de carbono (CO2) do biogás. Através dos dados obtidos no aterro sanitário de Rio Claro/SP pode-se concluir que dos drenos estudados, a concentração média de metano do biogás variou de forma decrescente com a idade da disposição dos resíduos sólidos, bem como a redução da temperatura. A produção de biogás foi menor em áreas mais antigas. Os valores crescentes de vazão de biogás sinalizam para o aumento da atividade biológica anaeróbia. A influência da precipitação na geração de biogás foi mais acentuada em células nas áreas com resíduos com menor tempo de disposição no aterro, ou seja, com maior disponibilidade de substrato. Períodos de maior precipitação aumenta a umidade na massa dos resíduos aumentando a vazão do biogás.ItemTese de doutorado Imageamento superficial e subsuperficial para a caracterização hidrodinâmica de áreas úmidas isoladas da Depressão Periférica Paulista(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-13) Furlan, Lucas Moreira ; Rosolen, Vania Silvia ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Áreas úmidas geograficamente isoladas (AUGI; Geographically Isolated Wetlands na bibliografia internacional) são feições geomorfológicas caracterizadas por depressões fechadas e representam formas de relevo onde as encostas circundam a área de acúmulo de água superficial. Grande número de AUGI’s estão distribuídas por toda a Depressão Periférica Paulista (Estado de São Paulo, Brasil) e são geralmente localizadas em colinas suaves, facilmente reconhecidas na paisagem por suas características geomorfológicas típicas. Devido a falta de legislações específicas e de estudos científicos que justifiquem a proteção das AUGI’s, é necessário integrar o monitoramento de longo prazo combinado a um conjunto de dados qualitativos e quantitativos em múltiplas escalas espaciais e temporais. Este estudo investigou a hidrodinâmica superficial e subsuperficial de AUGI's na Bacia do Rio Corumbataí, por meio de técnicas de imageamento não invasivas. Dados de sensoriamento remoto de múltiplas fontes, como satélites e dados de alta resolução espacial de veículo aéreo não tripulados, foram usados para estudar a superfície, enquanto o método geofísico da Eletrorresistividade e a condutividade hidráulica in situ foram utilizadas para acessar a subsuperfície rasa e profunda. Posteriormente, as análises foram validadas com dados climatológicos de precipitação e evapotranspiração. Foram identificados AUGI’s com diferentes hidroperíodos na localidade, sazonais e perene. No centro das AUGI’s ocorre o acúmulo de água superficial e sua interação com a água de solo, que pode posteriormente infiltrar de forma lenta para porções mais profundas (aquíferos). As AUGI’s são altamente sensíveis ao uso e ocupação do solo, pois estão localizadas em regiões de agricultura consolidada, portanto, é essencial conduzir e aplicar monitoramentos históricos e sazonais de alta resolução espaço temporal. Sobre a gênese dos ecossistemas, foi observada uma forte correlação entre o contexto geológico, hidrogeológico e características estruturais. Dois complexos de áreas úmidas foram identificados: o primeiro, com gênese e evolução controladas principalmente por fatores geomórficos, e o segundo principalmente controlado por características estruturais. A contribuição quantitativa e qualitativa das AUGI’s com o ciclo hidrogeológico reitera a necessidade de estudos sistemáticos de identificação, caracterização, classificação, monitoramento e gestão sustentável.ItemTese de doutorado The occurrence, impacts and dynamics of debris flows in Brazil(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-17) Cabral, Victor Carvalho ; Reis, Fábio Augusto Gomes Vieira ; Zarfl, Christiane ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Among the landslide types, debris flows represent a greater hazard to society due to their high destruction potential. In Brazil, debris-flow studies are still incipient when compared to other hydrogeomorphic processes and a good understanding of their dynamics is fundamental to supporting hazard and risk assessment studies. In particular, determining the spatialization of events and the extent of the impacts that the phenomenon represents in the country is crucial to supporting targeted and more in-depth studies. In this context, the main objectives of this thesis are to assess the societal impact of debris flows in Brazil and to propose a methodology that aims at reducing the potential damage that future events can cause in susceptible regions. A detailed post-event characterization of a debris-flow event is also conducted, as it is a fundamental step to understanding the phenomenon’s dynamics and can further support the proposal of the hazard assessment methodology. To determine the societal impact of debris flows, a catalogue of events that have caused fatalities and/or economic losses between 1920 and 2021 was created, which supported the debris-flow Mortality Rate (MR) calculation and the application of the so-called F-N Curves (Frequency of events vs. Number of Fatalities). In total, 45 debris-flow events were documented in the considered period, having caused more than 5,773 fatalities and 5.4 billion USD in economic losses. The city of Cubatão (state of São Paulo) shows the highest number of recorded events in the considered period (9), consolidating the status as the most debris-flow prone region in the country. A multi-step hazard assessment is, then, proposed using Cubatão as the test-site, based on the combination of Logistic Regression (LR) analysis, numerical simulation and rainfall back-analysis. The LR results highlight that rainfall is the main influencing factor in debris-flow initiation in the region and indicate the catchments more susceptible to the phenomenon. The simulation results, performed in the catchments indicated by the LR, show that the average runout distance in the region is 470 m, with an average peak flow height of 5 m and a peak velocity of 23 m s-1, according to the calibration based on two past debris-flow events. These results are comparable to the debris-flow event of February 2017 that occurred in the Pedra Branca catchment (Guaratuba, state of Paraná), in which a detailed post-event geomorphological characterization was conducted to estimate the event’s magnitude. The Guaratuba event was of a large-sized stony debris flow, with a total magnitude of 120,195 m3, a peak flow heigh of 7 m and a peak velocity of 26.5 m s-1. Debris-flow events both in Cubatão and Guaratuba are generally triggered by short duration (<48 h), high-intensity (>200 mm) precipitation, with return periods that vary from 3 to 15 years. Five levels of hazard (very low to very high) are, then, proposed in our hazard assessment method, based mainly on the 48-h accumulated rainfall, flow properties (height, velocity) and the spatial analysis of the elements (infrastructures, houses, etc.) at hazard. In Cubatão, industrial and residential areas in the projected debris-flow route generally exhibit the highest overall hazard levels, as many were developed in the depositional area of the phenomenon and near fluvial courses, where associated floods and flash floods may occur. As pointed out by recent studies, an increase in the frequency of extreme precipitation events is projected in the Serra do Mar region and when the general short return period of the debris-flow triggering rainfall is considered (< 20 years), large magnitude (>105 m3) events are likely to occur in the next decade in the portions of the mountain range located in the states of São Paulo and Paraná. This thesis, therefore, is a contribution to better understanding the dynamics of debris flows in Brazil and is a step towards the prevention of future disasters.ItemTese de doutorado Isótopos estáveis da água (δ18O-δ2H) em intra-eventos: decifrando a história da chuva na porção central do estado de São Paulo(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-15) Santos, Vinicius dos ; Gastmans, Didier ; Durán-Quesada, Ana María ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Isótopos estáveis da molécula de água, hidrogênio (1H/2H) e oxigênio (16O/17O/18O), constituem excelentes traçadores da movimentação da água no ciclo hidrológico. Devido a necessidade de entender como o ciclo da água tem respondido às mudanças climáticas, este estudo buscou compreender a formação e evolução isotópica dos tipos de chuva, principalmente convectivas e estratiformes, que tem sido tema de interesse na comunidade de isotopia. Foram analisadas 312 amostras de isótopos em 18 intra-eventos (coletados a cada 5-10-30 minutos) entre setembro/2019 e fevereiro/2021. Com um Micro Radar de Chuva, imagens do satélite GOES-16 e uma estação meteorológica compacta, estes eventos foram classificados em chuvas convectivas, estratiformes, mistas e não-classificadas. Estes tipos de chuva foram formados pela interação entre umidade (proveniente do Oceano Atlântico, com 3 caminhos distintos até chegar no estado de São Paulo, o próprio Oceano Atlântico, Sul do Brasil e floresta Amazônica) e sistemas atmosféricos variados (Frentes frias, Zona de convergência do Atlântico Sul e Instabilidades termais). Os 3 caminhos da umidade geraram um vapor que caracteriza a história pretérita das chuvas (influência regional), perdendo isótopos pesados ao longo do caminho. Por diferentes mecanismos, este esgotamento foi ampliado ou modificado localmente durante a formação das chuvas. Assim, chuvas convectivas revelaram as diferenças diurnas da atividade convectiva, produzindo valores de δ18O mais negativos (menos negativos) durante o dia (noite), enquanto as chuvas estratiformes refletiram o ciclo de vida, de fases de desenvolvimento (com δ18O enriquecidos), fase madura (δ18O moderados) e de dissipação (δ18O mais negativos). Em chuvas convectivas e estratiformes, estes valores mais empobrecidos de δ18O (-8 ~ -16‰) representam esgotamento máximo de isótopos pesados (destilação Rayleigh), amplificando os processos regionais, que foram modificados por processos evaporativos locais, durante a queda das gotas de chuva, produzindo δ18O enriquecido (>-7 ~ 3‰) e menores valores de d-excess (<10‰). Tal interpretação foi confirmada com bons (r > 0,50) e significativos (p < 0,05) modelos de regressão lineares. Os resultados apresentados geraram dados observacionais finos que podem ser utilizados em modelos climáticos e preenchem uma lacuna na discussão dos controles climáticos sobre a composição isotópica no interior continental de áreas tropicais.ItemTese de doutorado Interação das águas subterrâneas/superficiais: um paradigma na gestão dos recursos hídricos – Sistema Aquífero Bauru no Triângulo Mineiro - MG(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-27) Campos, José Cláudio Viégas ; Gastmans, Didier ; Santarosa, Lucas Vituri ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A crise hídrica que afetou o sudeste do Brasil em 2014, a região mais rica e populosa do país, mostrou, novamente, a necessidade de um maior entendimento dos processos hidrológicos para um uso mais eficaz dos recursos hídricos. Tradicionalmente, os estudos hidrológicos se concentram na avaliação dos recursos hídricos superficiais, fazendo com que o conhecimento hidrogeológico fique em segundo plano. O Sistema Aquífero Bauru (SAB) é um importante aquífero, predominantemente livre, com abrangência nas regiões sul, sudeste e centro oeste do Brasil. Embora pouco estudado no Triângulo Mineiro, o SAB é uma importante fonte hídrica no abastecimento parcial ou total a algumas cidades da região, além de contribuir significativamente na manutenção da vazão dos rios locais. Neste contexto, a avaliação da reserva hídrica subterrânea renovável e o entendimento do papel das águas subterrâneas na contribuição das vazões anuais dos rios locais são elementos importantes para uma melhoria da gestão dos recursos hídricos do Triângulo Mineiro. Para tanto, foram avaliadas as taxas de recarga do SAB utilizando-se 4 métodos: Variação de Nível d’Água (VNA) em 23 piezômetros; Balanço Hídrico Climático (BHC) através de dados de sensoriamento remoto de precipitação e evapotranspiração; decomposição de hidrograma em 11 bacias hidrográficas e utilização da variável Groundwater Storage – GWS (armazenamento de água subterrânea) do sistema de satélites Gravity Recovery and Climate Experiment (GRACE). Foram ainda determinados os índices de fluxo de base nas mesmas 11 bacias hidrográficas e avaliada a variabilidade das suas vazões ao longo do tempo. A recarga média anual com dados do GRACE, para o período de 2010 a 2019, foi de 473 mm, para o método VNA foi de 457 mm e por decomposição de hidrograma foi de 337 mm o que indica uma convergência dos valores de recarga para os métodos utilizados. De modo geral, os valores médios anuais de Índice de Fluxo de Base (IFB) para as 11 bacias avaliadas no SAB do Triângulo Mineiro foi de 0,78, para o período de 2000 a 2019. Destaque para a bacia do rio Uberaba, zona de ocorrência da Formação Uberaba, que apresentou os menores valores de IFB e valores crescentes de coeficiente de variação de vazão, Q5/Q95, Q5 e decréscimo nas vazões Q95 indicando uma maior vulnerabilidade às mudanças no regime pluviométrico e uso do solo que vem ocorrendo na região.ItemTese de doutorado Avaliação do potencial gerador de hidrocarbonetos na Bacia de Punta del Este (Offshore do Uruguai)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-16) Novo, Rodrigo ; Perinotto, José Alexandre de Jesus ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A Bacia de Punta del Este, localizada no offshore do Uruguai, é caracterizada como um aulacógeno resultante do processo de rifteamento do supercontinente Gondwana, desenvolvido no período que abrange do final do Jurássico até meados do início do Cretáceo. Historicamente, os estudos realizados na bacia têm se concentrado principalmente na evolução tectônica e estratigráfica, bem como na análise da existência de potenciais sistemas petrolíferos. Este estudo tem como objetivo geral contribuir para o conhecimento da evolução geológica da Bacia de Punta del Este, visando avaliar o potencial gerador de hidrocarbonetos. Com base na interpretação sismoestratigráfica, na modelagem do fluxo térmico e na evolução geológica e tectônica da bacia, foi possível investigar a sua história térmica e identificar quatro potenciais pods de geração de hidrocarbonetos para uma rocha geradora de idade Barremiano-Aptiano. Para avaliar o potencial de geração dos pods identificados, devido à ausência de dados de poços, foram propostos dois cenários hipotéticos em relação à porcentagem de COT: um primeiro cenário, com %COT=0,6 e um segundo cenário, com %COT=2. Os resultados obtidos sugerem que ambos os cenários apresentam condições favoráveis à geração de hidrocarbonetos, sem diferenças significativas quanto aos períodos de geração de óleo e de gás. No entanto, foram encontradas diferenças relacionadas ao período de expulsão e tipo de hidrocarboneto gerado. Os tipos de fluidos que, potencialmente, teriam sido gerados foram: no primeiro cenário, principalmente black oil para os pods localizados na zona proximal e no centro da bacia, enquanto que nos pods mais distais sobressai-se a geração de gás, além de óleo volátil; e no segundo cenário, principalmente a geração de black oil para todos os pods, sobressaindo-se, no pod mais distal, a geração de gás condensado, além de óleo volátil. A expulsão de hidrocarbonetos teria sido alcançada 20 Ma mais cedo em medía no segundo cenário, e em ambos os cenários a expulsão teria começado primeiro na zona mais distal da bacia, no final do Eocretáceo e começo do Neocretáceo, continuando progressivamente em direção à zona proximal da bacia, no Turoniano-Eoceno. O volume potencial de geração de hidrocarbonetos da Bacia de Punta del Este para uma rocha geradora do Barremiano-Aptiano é de 24.800 milhões de barris de óleo equivalente no primeiro cenário, e de 60.500 milhões de barris de óleo equivalente no segundo cenário. Com base nestes dados, foram propostos dois sistemas petrolíferos especulativos: 1) Barremiano/Aptiano-Neocretáceo (?), que apresenta o timing apropriado para a acumulação de hidrocarbonetos em reservatórios siliciclásticos desenvolvidos, principalmente, no setor central e distal da bacia; 2) Barremiano/Aptiano-Oligoceno/Mioceno (?), que apresenta timing moderado para acumulação de hidrocarbonetos nos reservatórios siliciclásticos desenvolvidos no setor meridional da bacia.ItemTese de doutorado Estudo da recarga subterrânea de sistemas aquíferos em diferentes escalas: aplicações de modelagem hidrogeológica(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-03) Gonçalves, Roger Dias ; Kiang, Chang Hung ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A recarga subterrânea é um fluxo vital, visto que os recursos hídricos subterrâneos compreendem significativa parcela das reservas de água potável, além do abastecimento de água depender dos aquíferos, e estes sofrerem com crescentes depleções e contaminações. Há diversos fatores que precisam ser considerados na estimativa de recarga, e hoje temos diferentes técnicas que empregam distintos parâmetros nos cálculos. Ademais, as escalas de tempo e de espaço são cruciais dado que diferentes objetivos requerem estimativas de recarga em diferentes escalas de análise. O objetivo principal recai sobre compreender o comportamento do fluxo de recarga em aquíferos em diferentes escalas de análise, avaliando os métodos mais utilizados e propondo melhorias e/ou novos métodos, a partir de três estudos de caso: Aquífero Rio Claro, Sistema Aquífero Urucuia (SAU) e Sistema Aquífero Guarani (SAG). Para aquíferos locais, porosos e livres que apresentam grandes flutuações do NA, efeitos de trapeamento de ar não são negligenciáveis, assim recomenda-se o uso da porosidade preenchível no método WTF, descontando a fração volumétrica de ar trapeado, e modelagem numérica de fluxo com a discretização de uma camada quasi-saturada para estimativa de recarga. Para aquíferos livres de grande escala, com complexo e intenso uso e ocupação, é sugerido o uso de balanço hídrico e sensores remotos com foco na variação do armazenamento em detrimento da recarga apenas. Foram validados o GRACE e análises de tendências com Mann-Kendall e Sen’s slope. Em aquíferos de grande porte, parcialmente confinados, o emprego do WTF nas porções livres pode estimar a recarga total na área de afloramento, enquanto o fluxo de base estima a descarga local, valores que podem ser usados no balanço hídrico local. Já a recarga profunda é mais bem calculada, integralmente, com o emprego de simulação numérica tridimensional de fluxo acoplada a datações de águas subterrâneas, sendo validada em regime estacionário com o uso de particle tracking.ItemTese de doutorado Análise geofísica e hidrogeológica de área úmida na depressão periférica paulista (município de Araras-SP)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-22) Rosa, Fernanda Teles Gomes ; Moreira, César Augusto ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Áreas úmidas isoladas são ecossistemas permanentemente ou periodicamente inundados, de relevância ecológica e para a conservação dos recursos hídricos devido à sua conectividade com aquíferos (recarga) e drenagens (descarga). Para compreender a função destas áreas no ciclo hidrológico e avaliar a dinâmica de fluxo da água em área úmida com grande influência antrópica, foram utilizados os métodos indiretos de geofísica como a gamaespectrometria e tomografia elétrica, além de medidas diretas do parâmetro de condutividade hidráulica e realização de posterior análise da distribuição e tipo de cobertura vegetal em uma área úmida no município de Araras-SP. Este trabalho teve por objetivo a análise do comportamento hidrogeológico desta área úmida, com fins de determinar na superfície os principais pontos de infiltração e a correlação com o comportamento hidrogeológico em subsuperfície, suportados por aquisições diretas de condutividade hidráulica no solo, dados da presença de radioelementos como 238U, 232Th e 40K. Foi realizado em conjunto, a análise comparativa entre os dados de tomografia elétrica adquiridos por meio dos arranjos Schlumberger, Wenner e dipolo-dipolo relativos a leituras de resistividade elétrica, para desta forma avaliar o arranjo que melhor representa a realidade em termos de solo, rocha e a dinâmica de fluxo entre os mesmos. Os resultados apontam a existência de uma estrutura de acesso e recarga direta ao aquífero regional (Sistema Aquífero Tubarão), que apresenta baixos valores de resistividade >100 Ω.m no solo e saprolito em subsuperfície caracterizada como um caminho preferencial localizado no centro da área úmida, que torna evidente o arraste geoquímico de urânio e tório neste caminho. Os resultados em análise integrada permitiam determinar os caminhos preferenciais de recarga do aquífero e proporcionaram a criação de um modelo hidrogeológico estimado para os períodos de chuvas e estiagem, com evidência de funcionalidade da área úmida como área de recarga d’água e a distribuição de radioelementos. A comparação entre os arranjos de tomografia elétrica destaca a disposição de eletrodos na configuração Schlumberger possibilitou a melhor correlação, possivelmente pelo predomínio de fluxo de campo potencial elétrico horizontalizados, ótima relação sinal/ruído e capacidade de discriminação de estruturas de fluxo verticais.ItemTese de doutorado Contribuição de processos endógenos e exógenos para a denudação cenozoica e a evolução do relevo na porção oeste do Domo de Angola: aplicação da termocronologia multimétodo(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-07) Silva, Bruno Venancio da ; Luvizotto, George Luiz ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Para entender a origem de parte do relevo relacionado ao Domo de Angola, África, as histórias de denudação de long-term da Escarpa de Chela (porção sudoeste do Domo) e do Planalto Antigo (porção noroeste do Domo) foram obtidas através dos métodos por traços de fissão e (U-Th-Sm)/He em apatita. Uma possível contribuição do manto terrestre para a evolução de long-term da paisagem foi testada a partir da datação de kimberlitos, localizados na região da cabeceira do rio Longa (porção noroeste do Domo), utilizando-se o método por traços de fissão em zircão via microssonda eletrônica. Os resultados sugerem que a maior parte do relevo de ambas as regiões tem se desenvolvido durante a segunda metade do Cenozoico, assim como processos no manto profundo parecem ter impulsionado os eventos de soerguimento e denudação continentais associados à formação da Zona Costeira, do Great Escarpment e do Planalto Antigo em Angola, feições estas também típicas da paisagem da África meridional.ItemTese de doutorado Estudo geoquímico das águas do Complexo Termal de Caldas Novas (GO), Brasil(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-27) Lunardi, Marina ; Bonotto, Daniel Marcos ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O circuito das águas quentes no sudeste de Goiás está entre os destinos turísticos mais procurados do Brasil. As cidades de Caldas Novas e Rio Quente reúnem o maior complexo de águas termais do planeta sem vínculo com magmatismo. Mesmo tendo sido descobertas ainda no século XVIII, as águas deste complexo nunca tiveram estudos químicos direcionados para o campo da radioatividade. Nessas circunstâncias, abre-se um espaço muito grande para estudos de isótopos instáveis que possam revelar padrões sobre essas águas. Esta tese tem como objetivo compreender os processos que levaram à composição atual das águas do Complexo Termal de Caldas Novas através de análises químicas e radioativas, dada a importância da associação entre estudos geoquímicos e isotópicos para compreender as variáveis envolvidas no ciclo hidrológico. A elaboração deste estudo contou com revisões bibliográficas sobre o tema abordado e atividades de campo para coletar amostras de água e rochas. As amostras de água foram submetidas a análises de radônio, urânio, elementos traço, elementos químicos principais e parâmetros físico-químicos. As amostras de rocha foram descritas microscopicamente e foram a análises de Espectrometria de Fluorescência de Raios-X e Difração de Raios-X. Essas investigações são importantes pois certos isótopos acompanham a água no ciclo hidrológico desde o momento de sua precipitação até a chegada nos aquíferos. Assim, como as águas subterrâneas preservam as características isotópicas das águas de recarga, alguns dos resultados esperados incluem a identificação de mecanismos de fluxo, interações com águas superficiais, origens de certos compostos químicos e evolução geoquímica. Devemos levar em consideração que as atividades turísticas na região do Complexo Termal de Caldas Novas possuem grande importância histórica e são, até hoje, responsáveis por boa parte da arrecadação de impostos e da manutenção de empregos em seus municípios. Portanto, é de interesse geral a realização de estudos que permitam conhecer mais sobre estes aquíferos termais, não só para prolongar a vida útil da economia local, mas para protegê-los.ItemTese de doutorado Estudo integrado de geofísica e geologia estrutural na identificação de drenagem ácida em mina de urânio(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-22) Camarero, Pedro Lemos ; Moreira, César Augusto ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Localizado na região sul do Estado de Minas Gerais (Brasil), o Maciço Alcalino de Poços de Caldas apresenta diversas ocorrências de minerais de urânio e tório. A mais importante está localizada na Mina Osamu Utsumi, um complexo mineiro industrial pertencente as Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Durante seus 13 anos de operação não contínua, iniciada em 1982, a Mina Osamu Utsumi gerou graves impactos ambientais, especialmente aqueles relacionados a grandes quantidades de resíduos de processamento químico, resíduos rochosos e poluição da água - Drenagem Ácida de Mina (DAM). Atualmente, este complexo mineiro está em fase de descomissionamento e enfrenta um grande desafio na resolução de passivos ambientais. O entendimento e diagnóstico das zonas preferenciais de geração e fluxo de DAM são fundamentais para estabelecer medidas de mitigação para sustentabilidade ambiental de longo prazo, em qualquer empreendimento mineiro em fase de descomissionamento. Assim, esse estudo fornece uma análise dos principais mecanismos de geração de drenagem ácida e onde eles ocorrem na região da antiga cava da Mina Osamu Utsumi, área afetada pelo passivo. Uma investigação geofísica foi realizada ao longo de cada frente da mina com o emprego da técnica de tomografia elétrica, a partir dos arranjos Dipolo-dipolo e Schlumberger. O espaçamento entre eletrodos adotado foi de 10m. Para uma melhor compreensão do sistema de aquífero fraturado local, um mapeamento estrutural da área a céu aberto foi necessário. Foram utilizados, também dados hidroquímicos de poços de monitoramento ao longo da cava para agregar na interpretação dos dados geofísicos. A compilação de resultados de campo e dados geoquímicos de poços de monitoramento proporcionou condições para distinguir áreas onde a água flui por fraturas no maciço e áreas com maior contribuição de águas ácidas, com valores de resistividade elétrica inferiores a 15 Ohm.m. Foram identificadas contribuições de drenagem ácida em todas as frentes de exploração da cava, associada a zonas mineralizadas remanescentes. O método geofísico da Eletrorresistividade se mostrou adequado a proposta do estudo. A partir desses resultados, são citadas propostas medidas de mitigação do passivo como tratamento de maciço rochoso.ItemTese de doutorado Geologia da Formação Água Clara e rochas ígneas associadas no Estado de São Paulo(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-21) Vieira, Otávio Augusto Ruiz Paccola ; Godoy, Antonio Misson ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A área de estudo se situa no extremo sul do estado de São Paulo e está inserida na porção central da Província Mantiqueira, na faixa centro-sul do Cinturão Ribeira e se relaciona a evolução neoproterozoica do Terreno Apiaí. Está localizada nos municípios de Ribeirão Branco, Guapiara e Capão Bonito e norte do distrito Araçaíba e faz parte do conjunto intrusivo meridional do Complexo Granítico Três Córregos. A configuração das unidades litológicas e das feições estruturais superimpostas de idade neoproterozoica seguem um padrão estrutural regional, cujo principal trend se associa à orientação regional NE-SW, delimitando a área por grandes zonas de cisalhamento que são denominadas, ao norte, de Itapirapuã, em contato tectônico com o Grupo Itaiacoca, e ao sul, de Quarenta Oitava, em contato tectônico com o Grupo Lajeado. Estas rochas ígneas estão inseridas em rochas da Formação Água Clara, a qual pertence ao Supergrupo Açungui, de idade mesoproterozoica e metamorfizadas e deformadas no Neoproterozoico. O embasamento, correspondente a Formação Água Clara, é dividido em duas unidades (xistosa e carbonática) e constituído por xisto, filito, quartzito, rochas calciossilicatadas, mármore, metabásicas e metaultrabásicas. O Complexo Granítico Três Córregos inclui vários corpos granitoides sin-colisionais de idade neoproterozoica (Barra do Chapéu, Saival e Capote), com contato intrusivo e tectônico com os metassedimentos e contato tectônico com rochas graníticas pós- a tardi- colisionais dos Granitos Correas, Capão Bonito e Sguario. Os granitoides sin-colisionais são hornblenda-biotita granodiorito e quartzo monzonito, biotita monzogranito e sienogranito com hornblenda. São leucocráticos, inequigranulares, porfiríticos, com fenocristais de microclínio branco a rosa (4 cm). Ambos têm granulação fina a grossa e coloração cinza ou rósea. É isotrópica a sub-orientada com discreta foliação milonítica e/ou cataclástica. Geoquimicamente, são classificados como cálcio-alcalino peraluminoso, sin colisional a arco vulcânico, da série de alto potássio a shoshonítica, magnesiano, com assinatura de granito do tipo I cordilheirano gerado pela fusão da crosta inferior e associado à evolução de arco magmático. Os granitos tardi a pós-colisionais são biotita sienogranito e álcali feldspato granito, holo a leucocráticos, equi- a inequigranulares, porfiríticos, com fenocristais de microclínio rosa (3 cm). A granulação da matriz é média a grossa, coloração rósea avermelhada e isotrópica. Encontram-se parcialmente encobertos, nos seus limites, por rochas sedimentares cambrianas da Bacia do Samambaia, no centro, e rochas sedimentares da bacia do Paraná na região norte. Intrusivas básicas mesozoicas associadas ao Magmatismo Serra Geral e correlacionadas ao Arco de Ponta Grossa são relativamente frequentes na área. O quadro estrutural-metamórfico é determinado dominantemente pelo arranjo tectônico do final do Neoproterozoico, em rochas epimetamórficas por uma evolução estrutural polifásica. As estruturas primárias ocorrem de forma escassa, com predominância do acamamento gradacional reliquiar S0 nas áreas menos deformadas, devido aos intensos processos de transposição e deformação milonítica. São reconhecidas três fases deformacionais. A fase D1 é registrada por uma foliação S1, que é uma clivagem ardosiana e xistosidade de atitude preferencial N47E/38SW, subparalela ao bandamento tectônico S0. A fase D2 compreende dobras isoclinais com foliação plano axial S2 marcada por um bandamento tectônico de atitude preferencial N20E/56NW. O ápice do metamorfismo regional progressivo, em D2 e fácies anfibolito médio, com valores de temperatura e pressão calculados em rochas metabásicas e metaultrabásicas, de 611°C a 621°C de temperatura e 6,5 kbar e 7,3 kbar (±0,6) de pressão. A granitogênese sin- colisional associa-se a esta fase, com a colocação das rochas do Complexo Granítico Três Córregos, com orientação dos minerais máficos (biotita e hornblenda) e geração de porfiroblastos de granada e actinolita/tremolita no xisto e rochas calciossilicatadas nas aureolas de metamorfismo de contato. A fase D3 é caracterizada por dobras abertas e suaves e foliação plano axial S3 de atitude preferencial N84E/82SE. Granitoides tardi a pós- colisionais (Capão Bonito, Sguario e Correas) ocorrem durante a fase D3, associados a zonas de cisalhamento. Essas rochas granitoides revelam uma estrutura fracamente milonítica e/ou cataclástica nas bordas do corpo.ItemTese de doutorado Evolução tectono-sedimentar da fase rifte da Bacia do Araripe, nordeste do Brasil(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-28) Rosa, Milena Cristina ; Morales, Norberto ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A Bacia do Araripe, localizada no interior do Nordeste do Brasil, evoluiu em contexto intraplaca durante os estágios de fragmentação do Gondwana. Ela faz parte de um conjunto de pequenas bacias sedimentares interiores que apresentam importantes registros tectônicos e registros estratigráficos completos, que são reflexos da porção continental aos eventos que atuaram na abertura das margens Leste e Equatorial do Oceano Atlântico Sul. Essa bacia ilustra uma complexa geometria tridimensional associada a um sistema rifte com controle exercido pela estruturação herdada do embasamento pré-cambriano, e pela tectônica direcional com a reativação das zonas de cisalhamento, sendo a principal delas a Zona de Cisalhamento de Patos (PASZ). A presente tese teve como objetivo compreender e reconhecer as inter-relações entre a tectônica e a sedimentação que atuaram durante a fase rifte na Bacia do Araripe, buscando um melhor conhecimento da história tectônica e das correlações com eventos regionais registrados em outras bacias fanerozoicas em contexto intraplaca no interior do Nordeste do Brasil. Os métodos utilizados foram as análises estrutural e estratigráfica, baseadas em uma coleta sistemática de dados de campo, a análise de lineamentos morfoestruturais e a análise e interpretação de seções sísmicas. É reconhecida a influência de tectônica direcional durante a evolução da fase rifte da Bacia do Araripe, caracterizada por três conjuntos principais de falhas que, associados a deformações sin-sedimentares e padrões deposicionais específicos, indicam três estágios tectônicos distintos, sendo dois períodos de subsidência e um de leve inversão. O primeiro deles foi controlado pela reativação da Zona de Cisalhamento de Patos de modo sinistral com falhas direcionais E-W e falhas normais e oblíquas NE-SW configurando um sistema em “rabo de cavalo” distensivo com horstes e grabens alternados. Esse arranjo atuou na deposição, na preservação e no controle das ocorrências das três sequências deposicionais (SD1, SD2 e SD3) contidas nas formações Brejo Santo, Missão Velha e Abaiara formando uma bacia alongada controlada por falhas NE-SW. Essas falhas são interpretadas como resultado de esforços 1 NE-SW/suborizontal, 2 vertical e 3 NW-SE/suborizontal que representam um regime tectônico sinistral transtrativo. Esse estágio tectônico se iniciou no Neojurássico (Tithoniano?) e foi ativo até pelo menos o Eocretáceo (Neo-Hauteriviano?) regido pelos reflexos intraplaca dos esforços que estavam atuando na abertura da Margem Leste Brasileira. O segundo estágio registra leve inversão na bacia, interpretado como um evento compressivo com 1 suborizontal e na direção NW-SE. Durante o segundo estágio foram reativadas falhas normais e formadas falhas inversas NW-SE, levando à erosão e/ou não deposição de sedimentos no intervalo do Eo-Hauteriviano até o fim do Barremiano. Ele é o reflexo intraplaca dos esforços iniciais de abertura da Margem Equatorial e marca a mudança no sentido de reativação da PASZ, que a partir desse evento passou a ser dextral. O terceiro estágio marca a instalação definitiva do sistema de tensão transcorrente dextral responsável pela abertura da Margem Equatorial, que se propaga para ambiente intraplaca como transtrativo dextral a partir da reativação também dextral da PASZ, com desenvolvimento de falhas normais WNW-ESE controladoras da sedimentação da Formação Barbalha e modificadoras do sistema rifte NE-SW. Nesse evento 1 é novamente suborizontal agora na direção NW-SE e 3 também suborizontal na direção NE-SW. Os novos dados e interpretações possibilitaram elaborar um novo modelo evolutivo e a entender os estágios contidos na evolução tectono-sedimentar durante a fase rifte da Bacia do Araripe. A partir desse novo modelo foi possível mostrar a relação da sedimentação com os eventos tectônicos e esforços que atuaram nas bordas continentais para a abertura das margens Leste e Equatorial e sua propagação para o interior do continente, durante a ruptura do supercontinente Gondwana.ItemTese de doutorado Planície fluvial e campo de dunas eólicas do médio rio São Francisco: cronologia de depósitos e sucessão de eventos geológicos no Quaternário do Brasil(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-10) Mescolotti, Patricia Colombo ; Assine, Mario Luis ; Pupim, Fabiano do Nascimento ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Grandes rios, como o São Francisco, são sistemas dinâmicos cuja evolução depende de forçantes internos e externos, particularmente tectônica, nível do mar e clima. O São Francisco é o maior rio da porção mais oriental da América do Sul, com seu curso superior em ambientes semiúmidos, mas com sua bacia hidrográfica principalmente em condições semiáridas. Como sua bacia está em áreas tectonicamente estáveis e controlada pelo nível de base local, os depósitos do São Francisco são excelentes registros sedimentares fluvial para entender como grandes sistemas de rios tropicais responderam às mudanças climáticas do passado. Associado diretamente ao rio São Francisco, o sistema eólico Xique-Xique é o maior campo de dunas do interior do Quaternário no Brasil (~ 8.000 km²). Objetivando estabelecer a cronologia dos depósitos e a evolução dos eventos geológicos quaternários para o campo de dunas de Xique-Xique e para os depósitos aluviais do rio São Francisco, investigamos um trecho de 200 km do médio curso do São Francisco, na Bahia, Nordeste do Brasil. Para isso, utilizamos abordagem multi-métodos, usando sensoriamento remoto e levantamentos de campo para análises geomorfológicas e sedimentológicas combinadas com datação por luminescência opticamente estimulada (OSL). Dez zonas geomorfológicas fluviais e eólicas foram caracterizadas, mapeadas e datadas. Duas zonas fluviais compreendem terraços degradados, e três zonas abrangem a planície agradacional confinada ativa. Reconhecemos pelo menos quatro fases de agradação fluvial (> 90 ka; 65 a 39 ka; 18 a 9,5 ka e 380 anos a recente) e três fases de incisão (I1 - 85 a 65 ka; I2 - 39 a 18 ka e I3 - 9,5 a 1,0 ka). O desenvolvimento inicial do campo eólico de Xique-Xique se deu em pelo menos ~ 250 ka e compreende dunas parabólicas estabilizadas (simples e compostas), lençol de areia e dunas parabólicas ativas. Reconhecemos dois eventos principais de atividade eólica (~ 23 a 18 ka e ~ 15 a 10 ka) e duas fases de estabilização de dunas (~ 18 a 15 ka e desde 5 ka). Interpretamos que os dois grandes sistemas aqui estudados (fluvial e eólico) interagem entre si e respondem de forma diferente aos gatilhos climático, em especial a precipitação e o vento. Os eventos de incisão ocorreram devido ao aumento da descarga fluvial produzida pela intensificação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que tem grande influência na precipitação sobre o alto curso do rio. Assim, concluímos que os ciclos de agradação-incisão do rio São Francisco durante os últimos 100 ka são prováveis produtos da variação milenar da precipitação. Já para a dinâmica eólica, as mudanças de precipitação na área influenciaram principalmente o processo de estabilização das dunas por vegetação, em especial no úmido HS1 (evento Heinrich 1). Contudo, os momentos de atividade das dunas aqui reconhecidos foram mais condicionados pelas mudanças de disponibilidade de sedimentos fluviais. Assim, os eventos eólicos estão intimamente relacionados com os eventos de incisão/deposição fluvial na área, conferindo um excepcional caso de interação flúvio-eólica no Quaternário do Brasil. O amplo sistema eólico interior de Xique-Xique resulta da conjugação da grande disponibilidade de sedimentos fornecidos principalmente pelo rio, as altas velocidades dos ventos de leste e a desaceleração significativa do vento causada pela serra de quartzito na borda oeste do campo de dunasItemTese de doutorado Petrochronology of high-pressure amphibolite to granulite facies rocks from the Southern Brasília Orogen: examples from the Carrancas and Araxá Groups(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-09) Fumes, Regiane Andrade ; Luvizotto, George Luiz ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O Orógeno Brasília Meridional registra ambientes tectônicos de subdução e colisão asso- ciados à colagem do Gondwana Oeste, como resultado de um limite convergente entre as Placas do Sãofranciscana Paranapanema. Nessa colisão continental foram formados diversos sistemas de nappes Ediacaranas-Cambrianas com vergência para o leste. Duas nappes, dentre esses sistemas, foram estudadas neste trabalho: a Nappe de Luminárias e a Nappe de Passos. A Nappe de Luminárias é composta por quartzitos da Unidade São Tomé das Letras, metapelitos da Unidade Carrancas e de metagrauvacas da Unidade Santo Antônio. As rochas metamórficas da Nappe de Luminárias registram um gradiente metamórfico variando de fácies anfibolito inferior de alta pressão na porção norte (580 ± 4 ˚C e ≥0.9 GPa - 644 ˚C/GPa); de anfibolito de alta pressão (600 ± 15 ˚C e 1.1 ± 0.3 GPa - Unidade Carrancas e ≥630 ˚C - 545 ˚C/GPa e ≥0.9 Gpa - Unidade Santo Antônio) na porção central em 615 ± 6 Ma; e de fácies eclogito (630 ± 13 ˚C e 1.4 ± 0.6 GPa - 450 ˚C/GPa) na porção sul em 632 ± 4 Ma. Trajetórias P–T–t horárias são observadas nas rochas da Nappe de Luminárias. Dados de Zr-no-rutilo no quartzito da nappe indicam que os teores de Zr em rutilo detrítico devem se reequilibrar em condições mínimas de 630 ± 30 ˚C em condições de pressão de 1.4 ± 0.6 GPa. Na Nappe de Passos é observado um gradiente metamórfico invertido variando de fácies xisto verde na base a fácies granulito no topo. Em tais rochas granulíticas, que ocorrem no topo da Nappe de Passos, é registrada trajetória metamórfica P–T–t horária com condições de pico de 830 ˚C e 1.2 GPa em 630 Ma e condições retrometamórficas de ≥600 ˚C e 0.9 GPa em 590 Ma. Esses dados de petrocronologia indicam taxas de resfriamento lentas para o granulito. Essas rochas granulíticas da Nappe de Passos provavelmente se correlacionam com o granulito do sistema de Nappes Andrelândia (sul da Nappe de Passos). Baseado nas condições de pico metamórfico da Nappe de Luminárias e da Nappe de Passos é possível correlacionar com um ambiente tectônico de colisão entre continente-continente durante o fim do neoproterozóico associado a formação do Gondwana.ItemTese de doutorado Aplicação da técnica de difusão em filmes finos por gradiente de concentração (DGT) em poço de monitoramento de água subterrânea(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-05-11) Santos, Cristiane Aily ; Menegário, Amauri Antonio ; Chang, Hung Kiang ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A amostragem passiva é entendida como o procedimento para coleta de amostra de água em determinado intervalo do aquífero sem realização de purga no poço. A técnica Diffusion Gradients in Thin films – DGT – utiliza-se de um amostrador passivo simples que permite avaliar in situ a concentração de metais e outros elementos nos sistemas aquáticos, bem como a especiação desses elementos em diferentes tipos de amostras. A DGT tem sido aplicada com sucesso em águas com intensa agitação, tais como rios, córregos, alguns lagos e mares. No entanto, para sistemas onde há baixa vazão (águas não turbulentas), observa-se a influência de uma camada limite difusiva (Diffusive Boundary Layer - DBL) que se forma no dispositivo e que, devido a sua espessura, afeta as concentrações medidas com o uso da DGT. Por este motivo, a DGT tem sido pouco aplicada em sistemas não turbulentos, como em poços de monitoramento de água subterrânea. O presente trabalho visou determinar a espessura da DBL e verificar a aplicabilidade da DGT em poços de monitoramento de água subterrânea. Para isso foram realizados testes laboratoriais e aplicada a DGT em um poço instalado para monitoramento em um Posto Revendedor de Combustíveis. Dentre as vantagens de se utilizar a DGT para medidas das concentrações de metais em água tem-se que esta tem uma excelente sensibilidade devido à pré-concentração, possibilitando que baixíssimos limites de detecção sejam alcançados. É ideal para monitoramento ambiental, uma vez que é possível se obter a concentração média em relação ao tempo, não gera volume de água de purga, e não altera a dinâmica de fluxo subterrâneo natural, além de simplificar as operações durante a amostragem. Os resultados dos experimentos realizados em laboratório simulando um poço de monitoramento com baixo fluxo mostraram que a DBL está presente no sistema e que deve ser considerada na correção das concentrações obtidas pela técnica DGT. Uma DBL única, calculada a partir do coeficiente angular da reta para cada elemento, é proposta para ser utilizada nos cálculos das concentrações. As amostras pontuais coletadas in situ com bailer antes e após a retirada dos dispositivos mostraram grande variação nas concentrações. As concentrações calculadas para os dispositivos com uma DBL média foram maiores do que as das amostras pontuais ou foram consideravelmente menores. Dentre as interferências ocorridas in situ pode-se considerar a baixa força iônica na água local, a presença de coloides impedindo a difusão através do filtro, a complexa especiação dos elementos e, provavelmente, a questão relacionada à adequação do coeficiente de difusão clássico em ambiente de água subterrânea. A proposta de calcular uma única DBL a partir dos coeficientes angulares mostrou-se aplicável. A DGT aplicada in situ, até o momento pode ser considerada como uma boa técnica de screening para a água subterrânea.ItemTese de doutorado Gênese e caracterização geoquímica e mineralógica para a prospecção de argilas altamente aluminosas (Formação Marília)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-04-22) Coelho, Carla Vanessa de Sousa ; Rosolen, Vania Silvia ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O estudo objetivou a prospecção e caracterização geoquímica e mineralógica das argilas altamente aluminosas na região de Uberaba, formadas sobre a Formação Marília. O trabalho foi compartimentado em três escalas de estudo com aplicações de métodos e técnicas complementares: (1) métodos cartográficos e sensoriamento remoto aéreo com o uso de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado); (2) descrições de campo e coletas de amostras para análises químicas e mineralógicas; e (3) ensaios geofísicos. A partir dos resultados cartográficos e do uso VANT, duas áreas foram selecionadas, a primeira uma área úmida situada no topo do platô e a segunda uma área com ligação direta com o sistema de drenagem situada na borda do platô, onde são encontrados os Latossolos e Gleissolos. Para validar o modelo da gênese das argilas altamente aluminosas, que propõe que estes materiais são formados a partir do desmantelamento de couraças ferruginosas em conseqüência ao aumento da umidade, os ensaios geoquímicos e mineralógicos foram aplicados para sete perfis de solo, duas amostras de couraça e uma de arenito, além de dois perfis previamente estudados. Os resultados mostram que a mineralogia dos materiais é composta pela associação de caulinita, gibbsita, hematita, goethita e quartzo independente do nível de hidromorfia, e que os materiais passam por processo de dessilicificação com aumento na concentração de Al. Com os resultados da tomografia de resistividade elétrica foram confeccionados modelos 2D e 3D para as duas áreas que mostrou os padrões de distribuição dos horizontes saturados em água, a elevação do nível freático acima da superfície topográfica no período de chuva cria as condições ideais para a redução do Fe que é facilmente transportado para as partes mais baixas do platô. Além dos horizontes com água, foi delimitada a superfície da couraça, reforçando a hipótese de que a formação dos materiais altamente aluminosos está associada à presença de níveis ferruginosos encouraçados. O modelado plano da chapada, sob condições climáticas adequadas e prolongadas, favoreceu a formação de cobertura encouraçada ferruginosa. Após o término da deposição sedimentar, a superfície foi truncada por longos períodos de erosão que aplainaram o relevo. Atualmente, o clima é tropical com forte sazonalidade e aumento da umidade. Esta nova condição hídrica, de saturação, somada às condições de estabilidade tectônica e vegetação exerce influência na lixiviação e na perda ferro, proporcionando a formação dos horizontes com argilas altamente aluminosas e os resultados geoquímicos, mineralógicos e geofísicos demonstram essa relação.