Dissertações - Ensino e Processos Formativos - FCAV

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    Histórias cruzadas: proposta de jogo digital, com abordagem na interseccionalidade entre raça, classe e gênero.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-09-09) Oliveira, Letícia de Cássia [UNESP]; Oliveira, Rosemary Rodrigues de; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Brasil tem uma marca histórica derivada de processos coloniais ímpares com a escravidão, que deu origem a uma realidade pautada na discriminação e no racismo estruturado, caracterizados pela exclusão da população negra dos espaços sociais, bem como pelo apagamento no meio político. Dentre as mulheres, a marcação social é ainda mais perceptível, visto que apresentam dois estigmas discriminatórios importantes: raça e gênero, que perpassam por toda a vida as colocando, muitas vezes, em condições desumanas. Além desses marcadores sociais a classe social é também importante campo de discussão uma vez que, em sua grande maioria é composta por mulheres negras, as colocam em mais uma ótima de vulnerabilidade. Com base nisso, é importante que a educação esteja alinhada a pautas antirracistas e ao combate da desigualdade social. Na busca pela representatividade e na construção de uma sociedade inclusiva, diversas ações afirmativas foram criadas, dentre elas, a lei 10.639/2003, que institui a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira nos currículos. Entendendo a pertinência de trabalhar a intersecção entre raça, classe e gênero nas escolas como forma de inclusão e rompimento com a discriminação, apontamos a necessidade de desenvolver uma pesquisa que contribua para a temática. A presente pesquisa tem por objetivo, avaliar uma proposta de jogo digital, desenvolvida ao longo da pesquisa de mestrado, após constatar, em uma pesquisa prévia do documento oficial Currículo Paulista, que existem silenciamentos nos currículos atuais no que tange a abordagem das relações étnico-raciais (RER). Elaborei um produto educacional do tipo jogo digital, que conta a história de 3 mulheres negras de distintas classes sociais e que enfrentam, ao longo do percurso, diversas situações do cotidiano, de maneira que suas vidas acabam por se conectar. Posteriormente, joguei com uma turma de licenciandos em Ciências Biológicas que, após a atividade, avaliaram o produto através de um questionário organizado nas seguintes classes de análise: (a)Atração, (b) compreensão, (c) Envolvimento (d) Aceitação, (e) Mudança de Ação e (f) Adequabilidade. Os dados foram analisados utilizando a metodologia de Análise Textual Discursiva (ATD). Constatei que o jogo se apresentou atraente aos estudantes, no entanto, foi relatado pelos participantes da pesquisa dificuldade, devido a extensão dos textos. Além disso, percebi certa dificuldade entre os estudantes em reconhecer que as questões raciais envolvem qualquer indivíduo, independente da raça. Acredito que o jogo se configure não apenas em uma possibilidade para o trabalho com as relações étnico-raciais na escola de educação básica, mas também na universidade, atendendo Lei 10.639/03 que instituiu a obrigatoriedade do ensino das RER no sistema de educação escolar brasileiro em todos os níveis de ensino.
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    Sexualidade e gênero na EJA: Um olhar sobre materiais didáticos do município de Ribeirão Preto
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-03) Souza, Letícia Franco de; Brancaleoni, Ana Paula Leivar [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O processo de escolarização formal é elemento fundamental quando se trata da possibilidade de vivência da cidadania, o que inclui o acesso aos direitos. Contudo, nem todas as pessoas têm condições de permanência na escola para conclusão de seus estudos na idade escolar regular. Dados da PNAD de 2019, mostram que ainda existem mais de 11 milhões de analfabetos no país. Assim, destaca-se a importância de se dedicar atenção à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Salienta-se que essa modalidade de educação abrange uma multiplicidade de alunos/as, uma variedade de cultura e povos que são ali acolhidos após experiências de evasão e/ou defasagem escolar. Tendo como base a educação sexual emancipatória, é importante questionarmos como os temas sobre sexualidade e gênero estão representados e tratados em materiais didáticos disponibilizados aos alunos da EJA. Diante disso, tem se por objetivo elaborar compreensões a respeito das concepções de sexualidade e gênero presentes em materiais didáticos, de Língua Portuguesa, direcionado a alunos e alunas da EJA anos finais do Ensino Fundamental- do município de Ribeirão Preto. Para tanto, utiliza-se de abordagem qualitativa, tendo como principal instrumento de coleta de dados a análise documental dos materiais didáticos de Língua Portuguesa. Como método de análise, utiliza-se a análise textual discursiva. Para análise dos dados, foram realizadas etapas de unitarização, categorização e a produção de metatextos em articulação com a teoria. A partir da organização e análise dos dados, constata-se que: de forma nomeada a sexualidade e o gênero não comparecem no material. Contudo, os textos e, principalmente, as imagens utilizadas trazem representações sobre a mulher, o homem, seus comportamentos e os espaços atribuídos a cada um deles. As categorias elencadas foram: Retratos da Heteronormatividade, A essência da Mulher: estereotipia do feminino, Mulher Cuidadora Relapsa: causa da infância e juventudes perdidas, Para a mulher: a casa e o lar, para o homem: a rua e o bar. As imagens e textos apresentados no material, são conteúdos sugestivos de diálogos que coloquem em foco as temáticas de sexualidade e gênero, mas estão dispostos sem que haja questionamento ou problematizações sobre suas representações. Entende-se que, nesse sentido, é necessário fomentar abordagem crítica da sexualidade e gênero no material didático em questão. Vislumbra-se a necessidade de promoção de momentos formativos com os docentes a fim de que eles possam aproveitar os materiais já elaborados para implementar diálogos que possam inserir, em uma esfera mais ampla, aspectos socioculturais que, além de envolverem a língua, colaborem para a leitura de mundo. Além disso, espera-se colaborar para reflexões que possibilitem a elaboração de materiais didáticos atentos ao combate do sexismo, da heteronormatividade, da binaridade de gênero.
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    A tematização da prática na formação continuada de professores de ciências de uma escola pública de ensino integral
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-07-08) Gaiarin, Miriam Dal Bello Barbosa; Augusto, Thais Gimenez da Silva [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A formação continuada é um direito dos profissionais da educação, inserido à cultura escolar com objetivo de assegurar a qualidade de ensino e de aprendizagem. Para apoiar este processo, o Programa de Ensino Integral (PEI), da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, considera desde 2012, a formação continuada como uma das suas cinco premissas. As escolas pertencentes a este programa possuem diversos lugares e tempos para realização da formação continuada: o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), o Horário de Trabalho Pedagógico por Área (HTPCA) e o Horário de Estudo (HE). Para isso, conta com a atuação do Professor Coordenador Geral (PCG) e dos Professores Coordenadores de Área (PCA). Outro diferencial relevante são as orientações sobre o desenvolvimento da formação das equipes do PEI, que sugere algumas estratégias formativas, tal qual a Tematização da Prática Pedagógica. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a Tematização da Prática Pedagógica como estratégia de formação continuada e verificar seus efeitos na prática pedagógica dos professores de Ciências de uma escola estadual de ensino integral. A pesquisa adotou caráter qualitativo, se caracterizou como uma pesquisa de natureza interventiva, à medida que a pesquisadora foi a investigadora e a própria formadora. Para isso, a primeira etapa do estudo considerou a participação dos professores no questionário diagnóstico e entrevista com o PCA da área de Ciências da Natureza, com intuito de diagnosticar as dificuldades e necessidades formativas dos professores de Ciências. Posteriormente, foi implementada a intervenção Tematização da Prática Pedagógica que teve como escopo confirmar as necessidades formativas dos professores participantes e identificar as possibilidades e limites da estratégia formativa. Para a execução da Tematização da Prática Pedagógica foi realizada a observação de aulas e registros escritos em protocolo próprio e filmagem. Também foi praticada a discussão em grupo para que os participantes pudessem refletir com os pares e ampliar seus conhecimentos a respeito da prática pedagógica. Na terceira etapa, a partir do questionário final, foram coletadas as impressões dos professores sobre os efeitos da Tematização da Prática Pedagógica. Para analisar os dados, adotamos a descrição da participação dos professores na ação de formação continuada, escrutinando, sintetizando e interpretando os relatos com base nos referenciais teóricos. Na interface das três etapas foi possível constatar que a Tematização da Prática Pedagógica, a partir da reflexão da própria prática, possibilita compreender e aprimorar a prática pedagógica, isto é, ponderar o que aconteceu durante as aulas, constatando acertos/erros e intervindo de forma a melhorar o ensino e a aprendizagem. Em relação aos limites dessa estratégia formativa, o resultado permite afirmar que a ampliação de tempo de permanência dos professores na escola proposto pelo Programa Ensino Integral, ainda, não é suficiente para realização e apropriação da formação continuada pelos profissionais, visto que as atividades da sua função são muitas e novas demandas emergiram com o ensino remoto.
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    Performatividade e constituição da identidade no filme "Mulher-Maravilha"
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-05-28) Souza, Carla Araujo de; Oliveira, Rosemary Rodrigues de; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O conceito de identidade vem sendo amplamente debatido visto que, com a advento da pós- modernidade, as velhas identidades, consideradas anteriormente como imutáveis, se encontram em declínio. Construir identidades supõe demarcar fronteiras e travar disputas quanto a forma de representá-las nas instâncias sociais. Na medida em que a construção da identidade personifica um processo de normalização, unificador e assimilacionista, traz uma relação de poder. A identidade não é apenas questão pessoal, é histórica e política. Assim, a linguagem é um dos lugares onde as identidades e, a partir de agora marcaremos em nosso discurso a identidade de gênero, vivem, expressam-se, produzem-se e são produzidas, também é o lugar onde se educa. Filmes, músicas, propagandas, livros, revistas, imagens são locais pedagógicos que estão a nos dizer que não percebemos como somos capturados e produzidos pelo que lá se diz. Entendemos que os padrões de gênero e sexualidade sofrem manutenção a partir da repetição performática de atos, gestos e signos no âmbito cultural. Assim a presente investigação tem como cerne a seguinte questão de pesquisa: Como o feminino é representado na narrativa do filme “Mulher-Maravilha”? A escolha do filme “Mulher-Maravilha” se deu pois é a primeira narrativa fílmica a trazer uma super-heroína como protagonista solo, e pela criação da personagem nas histórias em quadrinhos e suas transformações de personalidade de acordo com as mudanças socioculturais, perpassando pela Segunda Guerra Mundial, e também pelos impactos sociais das sucessivas ondas do feminismo. Na tentativa de responder à pergunta de pesquisa, delineamos o seguinte objetivo: analisar a representação do feminino no longa metragem “Mulher-Maravilha”. A análise se dá à luz de teóricas e teóricos pós-estruturalistas, como Judith Butler e Stuart Hall, utilizando como metodologia para análise do corpus fílmico, a Análise Textual Discursiva, que se configura como um processo que visa à emersão de compreensões sobre o material em análise por meio de uma sequência recursiva. A película fora fragmentada em 137 cenas, das quais 28 foram selecionadas e distribuídas em três categorias, sendo elas: comportamentos e estereótipos; contexto histórico e sujeitos masculinos. As cenas foram analisadas a partir da conceituação de performatividade de gênero e também da construção identitária a partir das representações. A partir dos resultados da análise fílmica, foi construído um metatexto de ressignificação da narrativa a partir das análises das cenas onde foi possível elencar uma compreensão crítica voltada para a representação da mulher, os estereótipos que ali são reforçados, por vezes de forma sutil, desvelando como essas representações auxiliam na manutenção do status quo em uma sociedade patriarcal, machista e violenta. Por fim, considera-se então que o filme “Mulher-Maravilha” é uma obra rica em detalhes e aspectos relativos à identidade de gênero e que pode ser utilizado em sala de aula com o intuito de suscitar um debate das construções sociais do gênero com alunos do ensino fundamental (anos finais) e ensino médio.
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    Licenças abertas para publicação de REA: análise dos efeitos de uma proposta de ensino para futuros professores
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-02-23) Santo, Felipe do Espírito; Oliveira, Rosemary Rodrigues de; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs) exercem papel importante no ensino e nos processos formativos e, nos últimos anos, a utilização dessas tecnologias revolucionou as formas de compartilhar conteúdo. Atrelado às TDIC surgiram novas formas de publicar os materiais desenvolvidos e novos tipos de licenças e de direitos autorais para publicação de conteúdo que facilitam o compartilhamento e a construção de recursos educacionais de forma aberta, colaborativa e de maneira simples. A presente pesquisa procurou responder quais os efeitos de uma proposta de ensino sobre a utilização de licenças e plataformas abertas para publicação de conteúdo na formação inicial de professores e se organizou em quatro etapas principais. Na primeira etapa, foi realizado levantamento bibliográfico sobre os recursos educacionais abertos, licenças abertas e plataformas de publicação para conteúdo aberto, além de questões relacionadas à utilização das TDICs na formação de professores. Essas leituras subsidiaram a segunda etapa, a saber, a elaboração de questionário para Levantamento de Conhecimentos Prévios (LCP), que teve a intenção de identificar o conhecimento dos sujeitos sobre o tema da pesquisa, bem como a elaboração de materiais para o desenvolvimento da proposta didática. Após a realização do processo educacional com os participantes e o acompanhamento dos mesmos durante um semestre letivo, terceira etapa da pesquisa, com a intenção de avaliar o processo e os efeitos da sequência didática, foram realizadas entrevistas e analisados os trabalhos finais entregues na disciplina. A pesquisa é de caráter qualitativo, foram utilizados como instrumentos de coleta questionários, entrevistas gravadas em áudio, documentos produzidos pelos estudantes e diário de campo. A organização e a análise dos dados seguiram o preconizado pela análise textual discursiva (ATD). Observou-se, através da análise dos dados, que a proposta de ensino com relação às plataformas e licenças abertas possibilitou evolução conceitual dos sujeitos, na medida em que proporcionou aos futuros professores reflexões sobre o tema e os levou de um estágio de desconhecimento total ou baixo conhecimento sobre os Recursos Educacionais Abertos (REAs), como apontado no LCP, a um estágio onde os participantes conseguiram descrever um REA, suas licenças e potencialidades. A pesquisa evidencia que a questão dos REAs e das licenças deve ser abordada ao longo de todo o processo formativo do licenciando, não apenas em oportunidades isoladas, além de contar com atividades em diferentes formatos, proporcionando situações nas quais os futuros professores possam apropriar-se gradativamente do tema, sentindo-se confortáveis não apenas como usuários, mas também como divulgadores de material devidamente licenciado produzidos por eles.
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    Histórias em quadrinhos e ensino: Poder e resistência por meio da HQ Persépolis
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-03-05) Pereira, Bruno Freire; Brancaleoni, Ana Paula Leivar [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir da temática do poder, a obra autobiográfica em quadrinhos Persépolis (2008), da quadrinista iraniana Marjane Satrapi, que apresenta a história da vida da autora, da sua infância à maturidade, em meio ao processo da Revolução Iraniana. A investigação sobre História em Quadrinhos também envolveu: investigar a noção de poder por meio da ótica de Hannah Arendt (1906-1975) e Michel Foucault (1926-1975); o desenvolvimento histórico das HQs; questões de gênero e étnico-raciais; enfrentamentos e censuras; sua inclusão como linguagem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem no cenário educacional brasileiro; e possibilidades para o trabalho com histórias em quadrinhos em sala de aula. A abordagem qualitativa foi adotada como método de investigação da pesquisa, e a Análise Temática como técnica de interpretação das informações reunidas. A coleta de dados se deu por meio de análise bibliográfica e documental, que consistiu no levantamento de referências teóricas, por meio de livros, HQs, dissertações, artigos científicos, websites, e fontes documentais relacionadas à legislação do sistema educacional brasileiro. Os quadrinhos estão permeados pela ação dos discursos de poder, mas, como apresentado na HQ Persépolis, também podem ser apropriados como pontos de resistência para a desconstrução de estereótipos e preconceitos.
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    O uso das TICs na avaliação: uma proposta de formação inicial de professores de ciências.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-03-01) Pinto, Giuliano Scombatti; Augusto, Thaís Gimenez da Silva [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Na sociedade contemporânea, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) proporcionam novas possibilidades de interação, estudo e trabalho. Na dimensão educacional, os docentes podem utilizar tais recursos para elaborar aulas mais integradas e direcionadas a realidade dos discentes, além do fato das TICs permitirem um gerenciamento mais eficiente das atividades desenvolvidas em uma sala de aula no decorrer do semestre. No entanto, muitos professores da contemporaneidade não utilizam as TICs de modo efetivo em suas aulas, bem como estudos demonstram que esta temática ainda não é abordada de uma forma suficiente nos cursos de formação. Desse modo, é importante que existam processos formativos que proporcionem aos docentes, reflexões e aprofundamentos sobre recursos tecnológicos recentes direcionados a prática educativa. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar uma análise dos efeitos de uma proposta de formação inicial de professores de Ciências sobre o uso das TICs no processo de avaliação da aprendizagem. Inicialmente, efetuou-se uma pesquisa bibliográfica em trabalhos científicos relacionados ao tema para o desenvolvimento de todo o arcabouço teórico necessário. Em seguida, realizou-se um planejamento para todo o processo formativo e atividades relacionadas. Os dados foram coletados na disciplina “Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Ciências”, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública do interior do estado de São Paulo. Para tanto, a pesquisa de caráter qualitativo foi dividida em cinco etapas e envolveu o uso de questionários, gravações em vídeo, observações, diário de campo e análise de documentos. Na primeira etapa, efetuou-se um levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes por intermédio de um questionário, que teve como objetivo, investigar as concepções dos mesmos sobre a avaliação da aprendizagem e o uso das TICs. Na segunda etapa, realizou-se o processo de formação inicial com os envolvidos, que foi direcionada ao ato avaliativo e ao uso das tecnologias da informação e comunicação na prática docente. A ferramenta Google Sala de Aula foi apresentada como um recurso que facilita as atividades de ensino, aprendizagem e avaliação. Na terceira etapa, foram realizados acompanhamentos e observações dos alunos no decorrer da disciplina, uma vez que as TICs foram amplamente utilizadas na mesma e durante os estágios. Portanto, os dados dos relatórios de observação nas instituições, planos de regência e relatórios finais entregues pelos discentes durante o estágio foram considerados. Na quarta etapa, um novo questionário foi respondido pelos participantes do estudo no final do processo de formação, para que os possíveis efeitos da proposta fossem analisados de modo a identificar se houve mudança nas concepções dos participantes no que se refere a avaliação e ao uso das TICs. Na última fase, efetuou-se a análise dos dados com base na análise de conteúdo. Os dados apontaram que os participantes tinham um conhecimento prévio diferenciado em relação aos temas abordados, posto que muitos evidenciaram a utilização de diversas estratégias avaliativas e conheciam recursos tecnológicos direcionados a educação, como é o caso do Google Sala de Aula. No processo formativo, constatou-se a relevância que a avaliação tem para promover a aprendizagem e fornecer todos os subsídios necessários para o docente refletir sobre a própria prática e adequá-la aos alunos, bem como as TICs podem contribuir nesse processo, principalmente por meio da gestão das atividades avaliativas no que concerne a organização, compartilhamento, interação, entrega, correção e devolutiva. Com base nas análises gerais dos resultados, concluiu-se que há evidências de que o processo formativo contribuiu para aprendizagem dos estudantes, posto que muitos utilizaram diversas estratégias avaliativas durante os estágios, bem como usaram amplamente as TICs para subsidiar tal processo.
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    Comparação entre as provas do Enade dos anos de 2005 e 2017: Aspectos dos conteúdos, competências e teoria-prática
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020-06-25) Getaruck, Marcel; Oliveira, Rosemary Rodrigues de; Oliveira, Rosemary; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) busca avaliar o conhecimento dos alunos de graduação em relação aos conteúdos curriculares construídos ao longo de seu curso. Além disso, busca aferir competências e habilidades esperadas dos egressos dos mais variados cursos de graduação em Instituições de Ensino Superior. Este exame, como parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) está centrado na trajetória dos discentes dos cursos superiores. Para o curso superior em Ciências Biológicas, os conteúdos programáticos, saberes, competências e habilidades são descritas nas Diretrizes para Cursos em Ciências Biológicas (DCbio) (2001), em particular para uma formação em bacharelado em Ciências Biológicas. Por sua vez, para a formação em licenciatura são consideradas também as Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores (DCN) (2002), as quais contemplam conteúdos, habilidades e saberes voltados à atuação de professores para o ensino fundamental e médio. Para cada ano de realização do Enade são publicadas portarias que orientam a realização das provas. Nas portarias são encontrados os conteúdos a serem avaliados, bem como as competências e habilidades esperadas dos estudantes nas resoluções das questões. O presente trabalho buscou analisar os conteúdos, competências e a relação teoria-prática das provas do Enade (ciclos avaliativos 2005-2017), aplicadas ao curso de Ciências Biológicas, modalidade licenciatura, correlacionado com as diretrizes encontradas nos Documentos Curriculares que embasam o curso. Verificando assim a abordagem dada aos conteúdos as competências, habilidades e relação teoria-prática esperada do egresso em licenciatura do curso de ciências biológicas. Além disso, foi dada ênfase também ao tema de Evolução, pois é tema integrador de todo conhecimento biológico, sendo essencial sua compreensão e entendimento para futuros biólogos. A partir de análise documental das Portarias e provas do Enade, procedeu-se a uma abordagem analítica de cunho qualitativo, adotando-se a metodologia da Análise de Conteúdo, a qual auxiliou na identificação das categorias de análise. O presente trabalho teve por objetivo analisar o conteúdo das provas do Enade aplicadas do curso de Ciências Biológicas, modalidade licenciatura, nos ciclos avaliativos 2005 e 2017. Buscou-se identificar o tipo de questões elaboradas, relacionando-as aos documentos curriculares que embasam esse curso estabelecendo, desse modo, as competências que têm sido privilegiadas na formação de professores de Ciências Biológicas no que tange à Evolução. Foram criadas categorias a posteriori para os conteúdos (5 categorias) e para as competências e habilidades (6 categorias), visando classificação e análise das questões de acordo com a Dcbio e as portarias dos Enades. O formato da prova se inicia com questões de conhecimento geral e posteriormente adentram aos conteúdos específicos de biologia. A prova de 2005 apresentou 6 questões divididas em 4 categorias de análise, com temas de genética, filogenia e história da ciência, tendo evolução como eixo central nas questões. Para as competências, em 2005, 5 questões sobre formas de reconhecer discriminação por raça, gênero e afins, e 2 questões dissertativas como competência de portar-se como educador. Em 2017, 5 questões em 4 categorias com temas como epigenética e evo-devo. Para 2017 há uma melhor distribuição das competências delineadas pelas categorias, priorizando portar-se como educador com 12 questões. Ambas as portarias não consideram a relação teoria-prática para as provas, sendo assim ainda falta estratégias aos exames para avaliar tais itens. Em comparação, a prova de 2017 mostram os avanços em áreas das Ciências Biológicas, além de contar com portaria específica para as questões de cunho pedagógico, porém a prova de 2005 articula melhor os conteúdos biológicos e pedagógicos. Desse modo, a DCbio apenas descreve quais conteúdos e competências devem estar em cursos de Ciências Biológicas, tais fatores refletem nas provas do Enade, pois os documentos norteadores carecem de informações mais detalhadas, portando priorizam o domínio dos conhecimentos e competências específicas da biologia por memorização. Em relação a indissociabilidade da relação teoria prática, não há qualquer menção nas portarias do Enade como avaliar tais aspectos da formação de professores, portanto à de se pensar como adequar as provas para avaliar esse processo, bem como superar apenas a memorização de conteúdos.
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    A paleontologia no ensino de ciências: uma proposta de formação continuada para professores
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020-03-05) Sampaio, Willian Franklin; Augusto, Thaís Gimenez da Silva [UNESP]; Morales, Adriana Coletto [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Ensino de Paleontologia desde o Ensino Fundamental é de extrema importância na formação do aluno. Ele é base para a compreensão de conteúdos biológicos como a Teoria Evolutiva e para o entendimento da cultura científica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam que é necessário não apenas conhecer os fósseis, mas que haja uma aprendizagem conceitual, cultural e crítica sobre o assunto. Contudo, temas paleontológicos ainda estão longe de fazer parte da rotina das salas de aula. Pesquisas apontam que as maiores dificuldades estão nos materiais didáticos utilizados, ou na falta deles, e na formação dos professores que acabam por apresentar dificuldades em abordar esses temas. Dessa maneira, cursos de formação continuada são uma possibilidade do professor adquirir os conteúdos específicos e didáticos necessários para que haja mudanças em sua prática pedagógica. Uma estratégia de ensino que pode colaborar para a abordagem do tema em aula é a História da Ciência: utilizar trechos ou textos originais e episódios históricos que fizeram parte da construção dessa área da Ciência, ajudam o aluno a compreender como um conhecimento foi construído, seu contexto de produção, as várias interpretações dadas a ele e a entender melhor o próprio conteúdo estudado. A História da Paleontologia nos permite reconhecer os vários sentidos atribuídos aos fósseis ao longo do tempo, além de mostrar como cientistas, por exemplo Darwin, os utilizaram na fundamentação de suas teorias. Desta forma, a presente pesquisa tem como objetivo analisar como um curso breve de formação continuada em História da Paleontologia, partindo das necessidades educacionais dos professores do Estado de São Paulo, pode contribuir para o ensino desta área. O presente estudo, de caráter qualitativo, abrange análise documental, questionários e diagnóstico da formação. A primeira etapa do estudo, compreendeu revisão bibliográfica e análise dos materiais que os professores da rede pública estadual paulista possuem como referência (Currículo Estadual, Caderno do Aluno e do Professor, Matriz de Avaliação Processual e o Guia de Habilidades do SARESP). Os dados obtidos serviram de base para a construção dos questionários e para preparação de um encontro de Formação Continuada, tendo como tema a História da Paleontologia. Nesta segunda etapa, os professores responderam a questionários e participaram de atividades que foram filmadas e transcritas em sua totalidade, para serem analisadas posteriormente. Todos os dados foram analisados com base nas técnicas de análise de conteúdo. A análise documental nos permitiu perceber que o currículo estadual apresenta um avanço ao dedicar uma situação de aprendizagem aos fósseis e sua relação com a Evolução. Além disso, as habilidades e os descritores de avaliação contemplam em seus textos, conteúdo dessa área. Contudo, a maneira como eles são abordados no material didático vinculado ao currículo estadual ainda está longe da ideal. Como o mesmo não fornece recursos de apoio como textos e imagens, exige do professor grande domínio do tema e auxílio de materiais didáticos adicionais. As referidas habilidades e descritores poderiam ser abordados através da História da Paleontologia e de atividades didáticas que utilizem trechos de textos originais. A análise dos questionários apontou uma formação superficial na área de Paleontologia, muitos professores não tiveram este conteúdo na formação inicial e os que tiveram não sentem que estão preparados para lecionar esse tema. Os docentes apontaram que os recursos mais utilizados para abordar o assunto são aqueles disponíveis na escola com livros, textos, filmes entre outros. Os professores reconhecem a importância desse campo da Ciência para o entendimento da Evolução. Durante as atividades de formação, constatou-se a importância de debater o currículo com os professores. A discussão das habilidades e do material didático permitiu a troca de informações entre os pares e o compartilhamento de informações entre eles e o formador. A História da Paleontologia mostrou-se ser um recurso válido para tratar o assunto. Atividades como a linha do tempo, leitura de textos com episódios históricos e excertos de textos originais, permitiram discussões de como estes recursos podem ser levados para a sala de aula, apesar dos professores apresentarem como fatores limitantes a linguagem, os conhecimentos prévios dos alunos e a organização da escola e do currículo. De acordo com os dados coletados, verifica-se que a formação continuada em História da Paleontologia oferecida pode contribuir para que os professores de Ciências ampliassem seus conhecimentos sobre os fósseis, a evolução e debatessem como as estratégias didáticas apresentadas durante o curso podem ser adaptadas em sua prática pedagógica.
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    A reforma do ensino médio (lei 13.415/17): o que pensam alunos e professores?
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2019-03-12) Andrade, Nayara Lança de [UNESP]; Souza, Tatiana Noronha de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O ensino médio no Brasil foi constituído como um componente obrigatório no país apenas no ano de 2013, porém vêm passando por uma série de propostas de reformas desde a década de 1930. Desde então mantem-se um caráter dual nessa modalidade de ensino, com o objetivo de fornecer educação voltada para o ingresso no mercado de trabalho para as camadas menos favorecidas da população, ao mesmo tempo que se configura, para os mais favorecidos, enquanto ponte para o acesso ao ensino superior. No ano de 2016 o Governo Federal iniciou mais uma proposta de reforma para o ensino médio, com foco no currículo, consolidando-se, como lei no ano de 2017. O presente estudo tem por objetivo uma análise crítica das concepções de alunos e profissionais de ensino que atuam no ensino médio em escolas públicas e privada, acerca das necessidades de mudanças para a construção de um ensino de qualidade, confortando-as com as propostas da Lei nº 13.415/17. Parte-se do pressuposto da importância, dentro dos princípios da Constituição Nacional de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de que seja praticada uma educação democrática, na qual os cidadãos com formação crítica possam opinar e apresentar suas experiências dentro do sistema de ensino, para que assim possamos construir um ensino médio que se atente às reais necessidades da sociedade, e que não menos importante, seja um reflexo dessa. Para a realização da pesquisa foram entregues questionários com perguntas fechadas e abertas para 64 alunos e 12 professores. Os questionários foram entregues em três escolas (uma pública de ensino regular, uma pública de ensino técnico e uma privada), em três municípios do interior do estado de São Paulo. Os questionamentos trataram da participação na elaboração da lei, no conhecimento das propostas da lei, assim como seu nível de conformidade com estas incluiu-se, ainda, por qual canal de comunicação se deu tal conhecimento sobre a lei. Os participantes foram ainda questionados sobre quais mudanças seriam as mais adequadas para o ensino médio e, além disso, os professores responderam sobre a possibilidade de profissionais com notório saber darem aulas. Foi possível observar que, nenhum participante da pesquisa participou de consultas públicas, por qualquer meio que seja, para auxiliar na construção das propostas da lei. Apesar da reforma ser de conhecimento parcial da maioria dos alunos e professores, devido a intensa e massiva propaganda na televisão, rádio e internet, ainda assim existem discordância entre as propostas e a opinião dos entrevistados. A reforma possui foco em alterações curriculares, que não dialogam com as melhorias em infraestrutura, valorização docente e formação integral, preocupações de alunos e professores. Nenhum dos entrevistados foi consultado para elaboração, construção das propostas da lei. Em relação a profissionais com notório saber darem aulas, nenhum professor participante da pesquisa se mostrou plenamente a favor, os poucos que concordam defendem a necessidade de cursos de capacitação. A maioria dos participantes acredita que há, de fato, a necessidade de mudanças na estrutura do ensino médio atual, porém, ao descreverem quais modificações são mais importantes valorizam a formação crítica, com a integralidade das áreas do conhecimento, além da valorização docente e melhorias em infraestrutura. A maneira como a reforma foi imposta em nossa sociedade capitalista, acena para a intensa valorização da formação das classes menos favorecidas enquanto mão de obra barata, afasta os jovens da escola pública de uma formação integral, que dê acesso ao conhecimento historicamente acumulado de diferentes áreas do conhecimento, aumenta o distanciamento entre a qualidade do ensino médio público e privado, prejudicando fortemente um projeto de qualidade da educação da escola pública. Trata-se de uma reforma que não democratiza o acesso ao conhecimento aos jovens da escola pública, e diminui as possibilidades de mobilidade social.
  • ItemDissertação de mestrado
    A prática pedagógica em Ciências de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2019-02-28) Abreu, Leiriani; Augusto, Thaís Gimenez da Silva [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Desde a década de 1970, o ensino de Ciências passou a ser obrigatório em todos os anos do ensino fundamental. Aprender Ciências desde o início da escolaridade é um direito da criança e torna-se fundamental quando se pensa na formação para a cidadania num mundo em que os conhecimentos científicos e tecnológicos estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas. Ademais, o ensino de Ciências permite às crianças desenvolverem habilidades como observar, elaborar hipóteses, investigar, comparar resultados e compreender o mundo natural através de uma lógica científica. A literatura aponta que os professores polivalentes que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, muitas vezes, apresentam dificuldades para ensinar as diferentes disciplinas devido à falta de formação específica nas diversas áreas. O presente estudo tem como objetivo investigar a prática pedagógica em Ciências de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental e a formação que possuem para ensinar essa disciplina. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa. Seis professoras que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental de uma mesma escola pública de um município de pequeno porte do interior de São Paulo foram os sujeitos da pesquisa. Os instrumentos de coleta de dados foram: questionário para caracterização pessoal das participantes; observação das aulas com registro no diário de campo; análise do material didático utilizado pelas docentes; e entrevista semiestruturada com o objetivo de conhecer a formação em Ciências que tiveram, fontes de aquisição de conhecimentos, como preparam e executam as aulas e o acesso à formação continuada das professoras investigadas. Os dados coletados mostram que todas as docentes possuem formação em Magistério e Pedagogia. Durante o curso de Magistério ou Pedagogia, não se lembram se tiveram alguma disciplina voltada para Ciências ou afirmaram que na Pedagogia com certeza não tiveram. As professoras manifestam uma experiência afetivamente positiva com a disciplina de Ciências durante sua formação na educação básica. Sobre a formação continuada em Ciências relataram ter feito um curso oferecido pelo governo federal denominado Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e outro curso vinculado ao material didático que utilizaram anteriormente. Quase todas as docentes realizaram cursos de especialização (lato sensu) em áreas diversas, mas nenhuma o fez voltado para o ensino de Ciências. Reconhecem a importância e a necessidade de uma formação continuada que contemple o ensino de Ciências. Em relação a prática pedagógica em Ciências, foi observado o uso do material didático (apostila) adotado pelo município; a utilização da internet como um recurso para pesquisa de professoras e alunos; e que a estratégia de ensino mais utilizada foi a aula expositiva-dialogada, seguida pela realização de atividades práticas demonstrativas. O material didático utilizado não oferece uma abordagem interdisciplinar e as docentes afirmam desenvolver a interdisciplinaridade apenas em datas comemorativas ou fazendo a aproximação de alguns conteúdos. Contudo, não é uma prática sistemática. De modo geral, foi constatado que, como aponta a literatura, o ensino de Ciências é pouco valorizado frente a alfabetização e o ensino de Matemática, como fica evidenciado pelo pouco tempo disponível para ensinar Ciências e a formação deficiente das professoras nessa área. O ensino apostilado parece ser o principal fator que dificulta a autonomia docente, uma abordagem mais integrada dos conteúdos e a inovação curricular e metodológica.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise dos efeitos de uma proposta de ensino a respeito da contribuição das mulheres para a Ciência
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2019-02-18) Basilio, Leticia Vieira; Augusto, Thaís Gimenez da Silva [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    As discriminações presentes em nossa sociedade, como os estereótipos de gênero, representam um grande obstáculo à democratização, uma vez que definem os papéis que devem ser exercidos por homens e mulheres, limitando a participação das mulheres em áreas científicas e em nossa civilização como um todo. A ausência de referências femininas na Ciência pode acabar por reforçar a ideia estereotipada a respeito dos cientistas, que geralmente são imaginados pelos estudantes como homens. Discussões relativas a temática são fundamentais para a construção de uma sociedade mais igualitária. Para isso, a utilização da História da Ciência no ensino pode ser considerada uma aliada por possibilitar a compreensão da Ciência como algo não neutro, determinada por interesses da sociedade vigente e influenciada por aspectos sociais, políticos e econômicos, dando aos estudantes subsídios para que possam refletir acerca do meio em que vivem. Assim, a presente pesquisa possui caráter qualitativo e tem como objetivo analisar os efeitos de uma proposta de ensino acerca da contribuição das mulheres para a Ciência nas noções de alunos e alunas do 9º ano do Ensino Fundamental. Para isso, a primeira etapa do estudo consistiu na realização de entrevista individual com os participantes, com o objetivo de investigar suas ideias a respeito do fazer científico, de cientistas e quais características atribuem a eles. Posteriormente, foi desenvolvida uma sequência didática de intervenção, com o intuito de evidenciar a influência dos aspectos históricos-sociais na construção da Ciência, discutir sobre as contribuições das mulheres para a Ciência e as possíveis causas de sua menor participação em relação aos homens. Na terceira etapa, a partir de questionários individuais, foram coletadas as percepções dos estudantes no que se refere aos efeitos da proposta didática desenvolvida. Também foi realizado um grupo focal, para que os participantes pudessem refletir coletivamente e ampliar suas ideias a respeito da temática. Foi realizada ainda, uma análise dos documentos oficiais mais recentes em relação a presença da temática mulheres na Ciência. A última etapa refere-se a análise dos dados, que se deu por meio da Análise de Conteúdo. A partir dos resultados da pesquisa, foi possível constatar que os estudantes não possuíam referência de cientistas mulheres, uma vez que apenas uma aluna entre os 23 participantes soube mencionar o nome de uma cientista, sendo ela Marie Curie. Os demais estudantes citaram apenas cientistas homens (Albert Einstein, Newton, Galileu, Darwin, Wallace e Freud) ou afirmaram não se lembrar de nenhum nome. No que se refere às entrevistas, foi possível constatar que os participantes possuem uma noção rasa de Ciência e algumas vezes confundem a Ciência com a disciplina Ciências, mencionando os seus professores responsáveis por essa matéria como cientistas. Durante o desenvolvimento da sequência didática, ficou evidente a participação predominante dos alunos em relação às alunas dessa turma, fato que pode estar relacionado com a maior segurança que eles sentem em expor suas opiniões sem medo de estarem errados, por serem incentivados desde cedo a serem ativos, reflexivos e autônomos, enquanto as meninas são educadas para serem obedientes, passivas e heterônomas. Ainda, os participantes parecem estar num momento de transição de pensamentos em relação as questões de gênero, demonstrando-se desconstruídos sobre certos assuntos e deixando transparecer em algumas situações preconceitos talvez ainda não reconhecidos. Com base nos dados coletados durante o desenvolvimento da sequência didática, no grupo focal e nos questionários, depreendemos que o desenvolvimento da sequência didática foi positivo, por proporcionar reflexões críticas acerca do fazer científico. Os(as) alunos(as) demonstraram ter ampliado a quantidade de referências de cientistas mulheres, assim como as ideias relativas ao local de atuação de cientistas. Além de terem apresentado modificações nas ideias icônicas sobre pessoas que trabalham em áreas científicas.