Dissertações - História - FCLAS

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    Pela pena de Toussaint: a escravidão na cidade do Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX pelos relatos de Adèle Toussaint-Samson.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-28) Lopes, Camila de Souza; Rodrigues, André Figueiredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Na pesquisa se propende debater a escravidão negra no cotidiano da cidade do Rio de Janeiro, da segunda metade do século XIX, a partir dos escritos em diário de Adèle Toussaint-Samson (1826–1911), publicado sob o título de Uma parisiense no Brasil. Em seu escrito é possível visualizar anotações sobre as práticas escravistas citadinas e a forma com as quais as punições eram aplicadas. Apesar de relatos da escravidão ali presentes, de observações ficadas nos doze anos vividos na capital do Império do Brasil, é possível indagar sobre as relações de gênero e da vida cotidiana ali comentadas e visualizadas, uma vez que na primeira edição em língua francesa, ocorrida em 1883, em anexo, constam fotografias originais de época, ainda não descritas e analisadas pela historiografia.
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    A falácia da higienização racial: uma análise dos cartazes antissemitas Nazistas sob a perspectiva arendtiana (1939-1944)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-02) Oliveira, Thaynara Tanganelli de; Bortolotti, Ricardo Gião; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente trabalho tem como enfoque o estudo do impacto social causado pelo Nazismo na Alemanha durante o período da Segunda Guerra Mundial, buscando verificar na propaganda do Regime espaços de vazão do Mal Radical, conceito apresentado por Immanuel Kant e trabalhado por Hannah Arendt na obra Origens do Totalitarismo (2012). Através da análise de sete cartazes antissemitas Nazistas publicados na Alemanha e em países ocupados por ela – a saber, Polônia, França, Sérvia e Itália –, buscamos debater a aderência que o Mal Radical encontrou no seio da grande massa alemã durante a vigência do Terceiro Reich, tomando por objetivo primordial a compreensão do modus operandi dos mecanismos levados a cabo para o processo de Radicalização do Mal, e em que medida atuaram os cartazes, que impunham uma imagem deturpada e negativa da comunidade judaica. Com efeito, discutiremos as temáticas do uso de imagens através da concepção de Mal Radical, norteados pelo seguinte questionamento: a construção de uma visão deturpada da comunidade judaica durante o Regime Nazista, dando suporte as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich, é um fenômeno cultural natural ou pode ser explicado através de mecanismos inseridos no âmbito da propaganda, sobretudo no uso de cartazes?
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    Memória da prostituição: lembranças da "Casa da Antonieta"
    (1995-01-01) Simili, Ivana Guilherme; Rabelo, Elizabeth Darwiche; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O trabalho é uma reflexão sobre memória, feita através de lembranças de uma casa de prostituição, a da "Antonieta", que existiu em Assis entre 1.940 e 1.978. O objetivo foi revelar aspectos da história da prostituição, que foi marcada pela existência das casas de prostituição nas paisagens das cidades brasileiras, com vistas à compreensão da memória e do imaginário que se constituíram em tomo desses lugares, cujos reflexos estão na maneira como são lembrados e esquecidos
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    De Optimo Imperatore: a construção da imagem militar de Trajano (97-117)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-04) Belletini, André Luís; Rossi, Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O governo de Trajano foi marcado por um momento de estabilidade sociopolítica e prosperidade econômica, por uma política de conciliação entre o imperador e o Senado romano e por guerras de conquista que levaram o império à sua extensão máxima. Tais características valeram-lhe ainda em vida o título de Optimus Princeps (“o melhor dos governantes”) e sua forma de governo foi tratado pelas fontes contemporâneas e posteriores como modelo a ser seguido. Sua imagem como governante ideal permaneceu quase inalterada através dos séculos chegando mesmo aos tempos atuais. Alguns dos aspectos mais destacados de sua persona foi sua disposição para os assuntos militares e a vitoriosa condução de suas campanhas contra antigos inimigos de Roma. Esta pesquisa visa observar o processo de construção da imagem militar de Trajano enquanto um líder militar ideal dentro dos objetivos discursivos do Panegírico de Plínio, o Jovem e da Coluna de Trajano, ambas fontes produzidas durante o governo de Trajano, visando estabelecer um diálogo entre elas para identificar possíveis rupturas e continuidades nesse processo.
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    Por um peronismo “sin peros”: propaganda política em Mundo Peronista (1951-1955)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-24) Lanzoni, Raquel Fernandes; Beired, José Luis Bendicho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A presente dissertação teve com objetivo analisar a revista Mundo Peronista como objeto histórico para o estudo do peronismo. Publicado entre julho de 1951 e setembro de 1955 em Buenos Aires, o periódico se configurou como o órgão de difusão oficial da Escola Superior Peronista, centro de formação para simpatizantes do governo. De periodicidade quinzenal, a revista tinha o intuito de inculcar a doutrina às massas e inseriu-se no contexto de aprofundamento da crise econômica e do controle dos meios de comunicação pelo Estado. Este trabalho surgiu da necessidade de aprofundar o estudo sobre Mundo Peronista e de compreendê-la como veiculadora de discursos e representações. Para isso, escolheram-se temas frequentemente publicados, como o papel da mulher, os usos do passado e as transformações econômicas. No marco da peronização da sociedade argentina, tais conteúdos eram utilizados para legitimar do governo de Juan Domingo Perón, uma vez que abordavam discussões relevantes para a época. A partir desses pontos, portanto, foi analisado o discurso norteador de Mundo Peronista durante os seus anos de publicação.
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    Propagandas na Revista do Rádio (RJ, 1948-1959)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-02) Trescentti, João Lucas Poiani; Luca, Tania Regina de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Em 1922, surgiu uma novidade no Brasil: o rádio. O novo veículo de comunicação despertou a curiosidade, sobretudo, de indivíduos que se interessaram em expandir as ondas radiofônicas pelo país, caso do médico e professor Edgar Roquette-Pinto (1884-1954). O rádio tornou-se um ícone da modernidade, somando-se a outros artefatos que marcaram a transição do século XIX para o XX – cinema, máquinas fotográficas portáteis, gramofones, máquinas de escrever. Porém, foi somente a partir da década de 1930 que o veículo se difundiu de fato, época em que as propagandas começaram, mais intensamente, a fornecer os meios de financiamento para a programação. Naquele momento, o aparelho deixou de ser concebido como veículo para a difusão da educação e tornou-se um meio de diversão, destinado ao público amplo, o que favorecia o surgimento de publicações impressas, a exemplo da Revista do Rádio. Entre 1948 e 1959, o periódico carioca apresentou quantidade expressiva de anunciantes. O principal deles foi a Revista do Rádio Editora Ltda., responsável pela edição da própria revista e a única empresa do ramo de impressos periódicos entre os anunciantes do rol principal. Do mesmo modo, os demais patrocinadores da Revista do Rádio foram agrupados conforme a natureza dos produtos que ofertavam. Na sequência da rubrica impressos, constatou-se, em função da quantidade de anúncios, a maior oferta de itens de, respectivamente: higiene pessoal, beleza e limpeza e eletrodomésticos. O estudo analisou esse conjunto de peças publicitárias e procurou verificar a natureza dos anunciantes, as características dos itens ofertados e as mensagens publicitárias - aqui entendidas enquanto transmissoras de estímulo visual a partir de textos e imagens. Articular esses três elementos de um anúncio permitiu lançar luz sobre o processo histórico do comércio nacional, em particular o do Rio de Janeiro, e melhor se aproximar do público consumidor, tanto da Revista do Rádio quanto dos demais itens ofertados pelas outras empresas.
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    Gratia Dei: legitimidade e poder no IV Concílio de Toledo na Hispania Visigoda (Século VII)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-05) Proença, Vinicius da Silva [UNESP]; Rossi, Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Povo belicoso e com uma trajetória marcada por usurpações seguidas de assassinatos, os visigodos se estabeleceram em Hispania no século V, enfrentando ainda no século VII instabilidades políticas advindas do choque de interesses entre os grupos nobiliárquicos, os quais disputavam o posto real. Buscando lançar o olhar sobre essas relações, a proposta de pesquisa analisa a interação entre Igreja e Monarquia na sociedade visigoda, haja vista que a instituição religiosa se tornou o pilar da realeza a partir da conversão oficial ao catolicismo em 589, tendo adquirido também funções políticas. Nesse sentido, o cerne da investigação reside em se aproximar do contexto em que, contando com o apoio da instituição religiosa sob a liderança de Isidoro de Sevilha, Sisenando (631-636) tomou o poder destronando Suintila (621-631). Por meio da Análise do Discurso, buscou-se lançar luz sobre as atas do IV Concílio de Toledo em 633, reunião na qual Sisenando foi legitimado ao mesmo tempo em que se difamou o destronado. Assim, a metodologia utilizada ajudou a compreender os mecanismos adotados pela Igreja para validar a insurreição, além de analisar as discrepâncias no discurso isidoriano acerca do destituído Suintila. Ao fim, verificou-se em reinados posteriores ao concílio toledano a efetividade da caracterização do soberano como o “ungido do Senhor”, associação essa que tinha como propósito cessar sublevações futuras entre os godos.
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    A revista cultural La Quinta Rueda (1972-1973): políticas culturais e engajamento intelectual no Chile da Unidade Popular
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-07) Soares, Amanda Beatriz Riedlinger; Barbosa, Carlos Alberto Sampaio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Salvador Allende venceu as eleições presidenciais do Chile em 1970 sustentado pela Unidade Popular (UP), e durante seu governo, foi inaugurada uma nova dinâmica nas relações entre o campo da política e da cultura. A partir do aporte teórico-metodológico da história intelectual, da história dos intelectuais, dos estudos sobre a imprensa, e da nova história política, esta pesquisa investiga e discute as relações bilaterais estabelecidas entre o governo de Allende e parte significativa do campo da cultura. Por um lado, busca compreender as políticas culturais propostas e efetivadas pela UP, ao considerar a importância da ação do Estado para a manutenção e o desenvolvimento da cultura. Por outro, propõe analisar o engajamento de intelectuais e artistas que se identificaram com o governo e auxiliaram o processo revolucionário desde a criação artístico-literária. Devido à extensão que compreende o campo da cultura, a pesquisa priorizou um eixo cultural específico para a análise: o campo editorial-literário, representado pela editora nacional Quimantú, adquirida pelo governo em 1971, e pelo engajamento de escritores intelectuais comprometidos com as transformações revolucionárias. Esta eleição, no entanto, não impediu a análise de outras políticas culturais do governo. A discussão foi conduzida pela revista cultural La Quinta Rueda, fonte e objeto da pesquisa. Publicada mensalmente no Chile entre outubro de 1972 e agosto de 1973, pela editora Quimantú, a revista se constituiu um fórum para relevantes discussões inseridas no debate cultural e intelectual e trouxe, em suas páginas, artigos, matérias, entrevistas e comentários que se referem à ação (mas também à inação) do governo para auxiliar e desenvolver a cultura nacional. Assim, o próprio nome da revista determinou sua postura crítica. Na metáfora proposta, a “quinta rueda” se refere à cultura, como se esta fosse um estepe, a “quinta roda” de um carro para o governo: algo que sobra, talvez inútil e, portanto, indigno de atenção. Diante desta posição, cabe questionar: a cultura foi, de fato, a “quinta rueda” para o governo de Allende? Qual foi a posição assumida por intelectuais e artistas vinculados ao espaço da revista frente ao novo governo, sobretudo no que se refere à sua ação político-cultural? Parte-se daí para novos e instigantes questionamentos. Em um contexto de transformações radicais, também a cultura foi proposta a partir de novos princípios.
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    "Ó do Brasil! Alerta!": Cipriano Barata e o Sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco (1823)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-01) Breda, Leonardo Lima; Rodrigues, André Figueiredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Durante as primeiras décadas do século XIX, o projeto institucional que daria vida ao nascente império do Brasil veria a formação de uma conjuntura histórica de intensos debates entre as diferentes vertentes jornalísticas da imprensa periódica, pelas mãos de seus editores, intelectuais membros das elites da América portuguesa e engajados com as discussões políticas de seu tempo. Deste cenário ideológico efervescente, criador de culturas políticas únicas, o sujeito histórico do homem “letrado” ergue-se como figura combativa, incendiária e mobilizadora da opinião pública de seus leitores, no que os métodos de análise da argumentação retórica, conjuntamente com os estudos léxico-linguísticos, puderam desvelar a natureza deste personagem. E em um primeiro momento de investigação histórica, a análise do periódico “Sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco”, publicado durante o ano 1823, por Cipriano José Barata de Almeida, mostra-se como uma luz experimental para um projeto de tipificação ulterior. Em meio a diversos brados de “Alerta!”, Cipriano Barata construiu a sua guarita em Pernambuco, onde se portou como “sentinela” do liberalismo brasileiro.
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    Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: a presença feminina na Faculdade de Ciências e Letras de Assis (2005-2018)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-24) Amarante, Cíntia Verza; Martinez, Paulo Henrique [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A pesquisa tem como horizonte ideal os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para compreender a presença feminina na Faculdade de Ciências e Letras de Assis (FCL). A Agenda, elaborada pelos países-membros das Nações Unidas e ratificada pelo governo brasileiro, reúne 17 objetivos e 169 metas para alcançar o desenvolvimento sustentável até 2030. A articulação entre as esferas política, econômica, social, ambiental e cultural orientam as diretrizes do documento, cujo objetivo principal é a erradicação da pobreza e a superação das desigualdades sociais. Ao longo dos anos, emergiram extensos debates sobre a inserção do conceito de gênero como uma categoria analítica no desenvolvimento sustentável e esta preocupação ganha espaço na Agenda com a definição da Igualdade de Gênero como um objetivo específico. Em suas metas são apontadas a definição de ações, nos âmbitos públicos e privados, para garantir os direitos e o bem-estar de mulheres e meninas e expandir sua participação social. Entre as estratégias, estão presentes o acesso à educação e ao mercado de trabalho. Esta relação alinha as propostas da educação para o desenvolvimento sustentável, dando centralidade às instituições de ensino para a construção de valores, individuais e coletivos, pautados na sustentabilidade e na expansão das liberdades de mulheres e meninas. A Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), coordenada pela UNESCO, inicia o recorte temporal desta pesquisa na medida em que considera as instituições de ensino superior como estratégicas para alcançar a Igualdade de Gênero no contexto do desenvolvimento sustentável. Tendo como metodologia de pesquisa o desenvolvimento de capacidades, analisamos o potencial da FCL de Assis como uma instituição promotora do ODS quatro (Educação de Qualidade) e cinco (Igualdade de Gênero) por meio da oferta de formação profissional em nível superior e de empregos formais para a população feminina. Concluímos que a intensa presença de mulheres na instituição e a formação de professoras para a educação básica confirmam a hipótese apresentada. Contudo, os resultados não são consequência de uma política da instituição em compromisso com a Agenda 2030, visto que poucas são as ações existentes voltadas para o alcance dos ODS.
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    O discurso do Além à luz das homilias de Agostinho de Hipona
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-05) Cracco Junior, José Walter; Rocha, Ivan Esperança [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho teve como fonte Sobre a vida feliz e as Homilias de Agostinho de Hipona. Por meio destes escritos, buscamos compreender as estratégias discursivas utilizadas pelo bispo de Hipona para elaborar novas e/ou (re)significadas leituras de mundo para a sociedade norte-africana entre o século IV e V d.C. No decorrer do nosso estudo, levantamos a hipótese de que o discurso persuasivo de Agostinho, firmado em representações punitivas e do tormento no Além, foram basilares para essa reorientação. Todavia, analisamos que as continuidades religiosas e cívicas dos sujeitos atreladas ao contexto de disputas também religiosas em território africano pressionou Agostinho a formular teorias e conceitos (a exemplo do Pecado original) para respaldar o catolicismo. Entre suas alternativas, se encontra a tentativa de manipulação das incertezas das pessoas acerca do pós vida. Assim, o Além foi pensado como um espaço tripartido (paraíso, purgatório e inferno). À vista disso, iremos evidenciar a coerência lógica sugerida pelo bispo para que as representações desse lugar não pudessem ser ignoradas em seu tempo e nos tempos vindouros. Como pressupostos teóricos e metodológicos, recorremos à História do Imaginário e à Análise Crítica de Discurso.
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    Com Deus e a revolução: cristianos por el socialismo e o Chile de Allende (1970 – 1973)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-29) Dianna, Eduardo Matheus de Souza; Beired, José Luis Bendicho [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Este trabalho trata das relações entre religião e política no Chile no contexto do governo de Salvador Allende (1970 – 1973). O objeto desta pesquisa é o movimento sacerdotal e social do Cristianos por el Socialismo (CpS), cuja atuação oficial pode ser delimitada entre abril de 1971 e setembro de 1973. O CpS, enquanto um grupo que reuniu sacerdotes, teólogos, intelectuais e laicos, combinou a prática da “evangelização libertadora” com a militância política anticapitalista, atitudes que culminaram em um evidente compromisso político, em críticas diretas à DC e embates com a hierarquia católica. Consideramos o CpS como um significativo agente político católico no período e produto final de um processo de politização do catolicismo chileno que ganhou força no início da década de 1960 em virtude da conjuntura política no país, sobretudo pelo surgimento, participação e representação dos agentes católicos no espaço público. Em virtude da sua amplitude e influência nos meios da esquerda católica chilena, nossa hipótese é a de que o CpS representa o mais claro e avançado elemento de diálogo e conversação entre cristãos e marxistas na América do Sul na primeira metade dos anos 1970. O objetivo dessa pesquisa é o de analisar a trajetória do CpS no Chile, bem como compreender os desdobramentos da influência exercida pelo movimento naquele período.
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    Um capítulo da história da estética marxista no Brasil: debate sobre Franz Kafka (1960-1980)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-24) Silva, Edson Roberto de Oliveira da; Cardoso Júnior, Hélio Rebello [UNESP]; Vedda, Miguel Angel; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta pesquisa tem como objetivo tratar do debate nacional sobre a literatura kafkiana entre o período de 1960-1980. Esse debate figurou um capítulo da história da estética marxista no Brasil, pois trouxe novas categorias para se pensar a arte e a literatura como um produto humano servindo para o conhecimento da realidade histórico-social. Com os acontecimentos culturais e políticos da década de 1960 a popularização da literatura kafkiana ficou marcada por trazer conteúdos históricos-estéticos que colaboravam para pensar e esclarecer os fenômenos da alienação e reificação da realidade brasileira. Sua literatura chamou atenção de filósofos e críticos literários marxistas. Roberto Schwarz, foi o primeiro marxista a tratar e publicar um ensaio sobre a literatura kafkiana. Debatendo com o filósofo Günther Anders, defendeu a literatura de Kafka como um “conto de fadas de sinal trocado” e, seu caminho técnico criativo, como ponto de partida “anti-realista”. Leandro Konder, mostrando a ligação da vida cotidiana e realidade histórica de Kafka com sua produção literária, utilizou a obras de Kafka para dar substancialidade estética para o fenômeno da alienação; e entrou em debate com György Lukács defendendo Kafka como um escritor realista que figurou, de maneira artística, o mundo reificado do imperialismo-monopolista. Carlos Nelson Coutinho buscou defender a literatura kafkiana como realismo fantástico, tratando Kafka como um novelista e, em debate com Lukács, também defendeu Kafka como um escritor realista, crítico do mundo reificado. Os debates, travados por Schwarz, Konder e Coutinho sobre a literatura kafkiana, contribuíram para formar um capítulo da história estética marxista no Brasil.
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    Embates e resistências no ultramar português: missão civilizadora e trabalho forçado em angola (1878-1914)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-15) Paes, Leonardo de Oliveira; Gonçalves, Paulo Cesar [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O processo colonial português teve como princípios orientadores a retórica civilizacional, fundamentada pela missão civilizadora de conduzir os nativos africanos a níveis superiores de civilização, tirando-os de seu estado de barbárie e selvageria que impedia sua evolução. Determinada retórica, expressamente difundida através dos projetos coloniais de Oitocentos e Novecentos tornou a colonização portuguesa como necessária e condutora dos princípios humanitários ocidentais, o que consagrou o caráter de benevolência do imperialismo português. Os discursos civilizacionais acabaram por justificar e legitimar a totalidade das ações colonialistas portuguesas no ultramar e serviram de base para a construção de regulamentos e decretos que visavam o recrutamento massivo de mão de obra indígena através do trabalho obrigatório e, portanto, forçado. O trabalho nativo foi utilizado como instrumento essencial da missão civilizadora portuguesa por ser o meio mais eficaz de incutir os hábitos ocidentais responsáveis por desenraizar os usos e costumes bárbaros e selvagens nativos. Com base nestes preceitos, formularam-se legislações entre os séculos XIX e XX que tornaram o trabalho obrigatório como instrumento moral e legal, passível de ser aplicado nas populações africanas. Os métodos de coerção e manipulação utilizados acabaram por gerar denúncias externas e internas a respeito das reais condições as quais os nativos estavam inseridos, o que acarretou também resistências africanas contra o domínio português em seus territórios. Os impérios coloniais são, portanto, espaços de disputas, gerados por uma governação com base na diferença, em que os projetos imperiais e suas respectivas estratégias administrativas podem sofrer oscilações de acordo com as conjunturas políticas internacionais e manifestações e revoltas internas, geradas justamente pelas fronteiras criadas pelos processos de diferenciação nas políticas coloniais. A análise da totalidade do processo colonialista português, utilizando-se das fontes discursivas e regulamentos legislativos, auxilia na compreensão de que a dinâmica colonial não é um processo estático, mas sim móvel e passível de oscilações e alterações vindas externamente ou internamente. Para tanto, a presente dissertação tem como objetivos compreender a dinâmica da oscilação e seus elementos constitutivos, entender o papel da Missão Civilizadora utilizada como justificativa para a elaboração do aparato legislativo, investigar o tema do trabalho forçado na legislação colonial portuguesa produzida no século XIX e início do XX, a fim de captar os mecanismos utilizados pelos colonizadores com o objetivo de exercer um controle sobre a mão de obra africana e, por fim, refletir acerca dos embates e resistências dentro do sistema colonial português para compreender suas consequências no âmbito do campo legislativo e até que ponto essas pressões ocasionaram abalos no domínio português referente à exploração do trabalho africano em Angola.
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    Domingos Olímpio e Os Anais: trajetória intelectual de um homem de imprensa no início do século XX (1904-1906)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-01-19) Silva, Vinicius Carlos da; Bortolotti, Ricardo Gião [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O início do século XX, no Brasil, foi um período decisivo para a imprensa nacional. Além de ter sido um momento de acaloradas discussões intelectuais e políticas, foi também de suma importância para a consolidação da imprensa nacional. Jornais, revistas e afins se tornaram importantes espaços de exposição de ideias, disputados Com afinco pela intelligentsia nacional. O presente trabalho abordará um destes periódicos, Os Anais - Semanário de literatura, arte, ciência e indústria que circulou semanalmente na cidade do Rio de Janeiro de 08 de outubro de 1904 a 11 de outubro de 1906. Seu idealizador, Domingos Olímpio Braga Cavalcanti, propunha, na edição de abertura, criar um espaço aberto a autores que se sentissem excluídos pela grande imprensa da época, no entanto, na realidade, foram outros os motivos e os interesses que permearam a criação do hebdomadário. Ao todo foram 102 exemplares, que continham escritos tanto de autores renomados como de nomes pouco conhecidos do grande público, em artigos que abarcaram os mais variados assuntos. Dessa forma, pretende-se analisar o periódico em si, com enfoque especial para a realização de sua proposta inicial, que, na verdade, não pode ser desvinculada da trajetória de seu idealizador e de seu núcleo de pessoas próximas, em especial de seu cunhado, Dionísio Cerqueira, Ministro das Relações Exteriores à época. Além disso, pretende-se aqui compreender suas especificidades enquanto periódico e seu papel perante a imprensa da época.
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    A relação entre história e filosofia em Nietzsche: lutar e escrever contra o seu próprio tempo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-11-26) Oliveira, Ana Carolina; Cardoso Júnior, Hélio Rebello [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A relação entre história e filosofia em Nietzsche: lutar e escrever contra o seu próprio tempo está inserida no âmbito da discussão da história da filosofia, da teoria e filosofia da história. No início da pesquisa, foi pontuado uma discussão e uma definição sobre o que é teoria e filosofia da história com o objetivo de introduzir o leitor ao tema. Em seguida, para poder expor o debate sobre a filosofia e a concepção de história nietzschiana, foi utilizada a história das ideias, ou seja, procuramos entender o pensamento de Nietzsche em seu contexto histórico. Por meio dele e das influências intelectuais que o filósofo teve em seu pensamento, suas obras foram divididas em três períodos de produção: o primeiro corresponde ao período do jovem Nietzsche, o segundo, é o intermediário e o último, é aquele em que Nietzsche apresenta sua filosofia de forma mais madura. Apesar da exposição das fases de produção de Nietzsche, o principal foco deste estudo concentra-se na sua primeira fase de escrita, uma vez que, nesse período, o jovem Nietzsche elaborou e publicou sua Segunda Consideração Intempestiva. Nela, o autor critica a história de seu tempo, ou seja, aquela produzida pela filosofia da história hegeliana e por alguns historiadores do paradigma historicista. Ao estabelecer as suas críticas, o filósofo aponta a importância de saber utilizar a história em função da vida e, para isso, são elaboradas críticas contra o excesso de história em seu tempo, que estaria depreciando a vida e causando a febre histórica. Para esses males causados pelo mal uso da história, o filósofo propôs como solução três concepções de história: a monumental, a antiquária e a crítica, ou seja, para cada tipo de problema que a história causasse, o indivíduo deveria usar, de forma equilibrada, uma determinada concepção de história a fim de conseguir tornar a história útil para vida. Por fim, este trabalho tem como objetivo estabelecer um elo entre história e filosofia pelo viés das análises nietzschianas sobre a história, suas críticas contra o historicismo e a filosofia da história hegeliana para, através delas, pensar em uma possível contribuição para os historiadores.
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    Do global ao local: a Agenda 21 e as políticas públicas ambientais na cidade de Piraju - SP (1992-2015)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-29) Alves, Marcela dos Santos; Martinez, Paulo Henrique [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    A Agenda 21, documento criado pela ONU a partir de demandas na busca pelo desenvolvimento sustentável, lançou aos países que assinaram acordos ambientais o desafio de repensarem e criarem novas políticas públicas no que diz respeito ao meio ambiente, baseados na realidade da finitude das matérias primas. A base para as mudanças estaria na participação ativa da sociedade civil e do mercado, a cooperação e o desenvolvimento de capacidades. A partir dessa necessidade internacional, o Brasil criou inúmeras ferramentas com base nessas premissas, resultando na criação de uma política nacional do meio ambiente e nos seus desdobramentos nos níveis estadual e municipal. A cidade de Piraju, interior de São Paulo, se insere nesta realidade de construção de políticas públicas ambientais, já que tem um histórico íntimo de luta pela proteção do rio Paranapanema – onde suas últimas corredeiras naturais ainda resistem -, pela luta contra a criação de Usinas Hidrelétricas e pela utilização dos recursos naturais para o turismo. A intenção deste trabalho é compreender de que forma as diretrizes internacionais se materializam no espaço urbano e permitem o desenvolvimento da cooperação e da participação da sociedade.
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    O povo Igbo não conhecia reis: estudo sobre a produção intelectual de Chinua Achebe e o combate ao imperialismo Britânico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-18) Paes, Elvis Rogerio; Silva, Lúcia Helena Oliveira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Esta dissertação de mestrado possui como objetivo de análise, investigar as representações da colonização imperialista e da hibridação cultural presentes na produção intelectual do escritor nigeriano Chinua Achebe (1930 – 2013). A partir dos traços de seu itinerário, o estudo percorrerá averiguando os vestígios de suas redes sociais, o seu posicionamento político-cultural e a ideologia característica de um africano igbo, que foi educado em uma cultura com valores binários. A pesquisa elege como objeto central de estudo o seu clássico romance histórico: A Flecha de Deus, que em articulação com a sua obra A educação de uma criança sob o Protetorado Britânico, esculpem o pano de fundo para se estudar e compreender as reações e apropriações dos chefes africanos igbos, em relação ao jogo político que foi difundido pelo europeu britânico no período colonial da Nigéria, ocorrido entre os anos de 1880 até 1960. Desta maneira, esta pesquisa realiza um exame da produção literária de Chinua Achebe, que revelam as dinâmicas estabelecidas entre o povo igbo e o colonizador britânico, em meio as diversas linhas de forças que convergiram para esse “encontro”.
  • ItemDissertação de mestrado
    Museu da Companhia Paulista: políticas públicas à luz do histórico do acervo documental
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-07) Gomes, Andreza Vellasco; Oliveira, Eduardo Romero de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O patrimônio ferroviário no Brasil, e todas as questões que estão a ele relacionadas, é um tema emergente. Vemos essa dimensão principalmente nas últimas décadas, não só pela obsolescência tecnológica, mas também devido ao processo de privatização das empresas estatais do setor. As vertentes desse tipo de patrimônio vêm permitindo o debate envolvendo inúmeros agentes de preservação como museus, arquivos, bibliotecas e agentes federais, estaduais e municipais. No campo acadêmico verifica-se um reduzido número de trabalhos que investigam as particularidades, práticas, métodos e até mesmo resultados relacionados às políticas públicas que atuam nesses espaços de preservação da memória ferroviária. É diante desse contexto que este trabalho busca caracterizar as práticas das políticas públicas de preservação do patrimônio, mais especificamente na situação do Patrimônio Ferroviário de São Paulo. O objetivo é compreender os processos enfrentados pelos remanescentes ferroviários após a liquidação das empresas, tendo como objeto central o Acervo da Biblioteca do Museu da Companhia Paulista, a fim de contribuir para sua valoração e organização como patrimônio documental e ferroviário. A biblioteca se localiza no Complexo de Oficinas FEPASA, em Jundiaí, que atualmente é um patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Reunimos dados a respeito deste e de outros acervos relacionados ao patrimônio ferroviário e protegidos posteriormente ao ano de 1991 a fim de compreender os processos de preservação do patrimônio num período decisivo das malhas ferroviárias. A respeito de metodologias, recorreu-se às visitas técnicas ao acervo, entrevistas com agentes preservacionistas e análise de processos de tombamento, tanto do IPHAN, na esfera federal, quanto do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), na esfera estadual e legislações.
  • ItemDissertação de mestrado
    Entre a insurreição e o poder: a construção da imagem pública de Fidel Castro Ruz (1952-1959)
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-07-26) Alves, Hélio Augusto de Souza; Barbosa, Carlos Alberto Sampaio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente trabalho visa discutir a construção da imagem pública de Fidel Castro entre 1952 e 1959, com ênfase no papel e na importância da imprensa no contexto da revolução cubana, demonstrando seus usos e manobras por parte do líder rebelde e futuro líder político do país. Nos debruçamos especialmente sobre órgãos como a revista Bohemia e o periódico Revolución, embora não deixemos de considerar outras fontes e materiais únicos que puderam ser obtidos através de pesquisas em arquivos e bibliotecas em Cuba e nos Estados Unidos e que sustentam nossa abordagem a respeito da significância que teve, para além da guerra de guerrilhas, também a guerra de informações. Nesse sentido, aproveitamos para debater também a relevância das imagens naquela época, sobretudo as fotográficas, bem como a carga informativa e a estratégia de seu uso em favor dos rebeldes, que a utilizaram para construir uma narrativa favorável à revolução e a Fidel Castro, conquistando a opinião pública e projetando a imagem do líder como herdeiro político do legado independentista e, ao mesmo tempo, como figura messiânica, num claro apelo à devoção popular. Sobremaneira, nosso trabalho demonstra, ainda, a pertinência em se debater os discursos e os embates políticos que encontraram lugar na imprensa, apresentando a linha tênue entre a luta armada e a disputa de narrativas no seio da Cuba revolucionária