Exposição a poluentes do ar e da água durante a gestação e risco de desfechos adversos perinatais no Estado de São Paulo

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-03-01

Orientador

Abbade, Joelcio Francisco

Coorientador

Moterani, Vinícius César

Pós-graduação

Tocoginecologia (Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia) - FMB 33004064077P2

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: O feto é altamente suscetível à influência de elementos extrauterinos em sua formação. A exposição a agentes poluentes do ar e da água pode afetar seu desenvolvimento, acarretando potencial morbidade e mortalidade. Como a exposição a esses elementos é potencialmente modificável por intervenções governamentais, é necessário aprofundar o conhecimento sobre o impacto da poluição nos desfechos perinatais. Objetivo: Verificar a possível correlação entre níveis de exposição a poluentes do ar e da água e desfechos perinatais adversos (prematuridade, pequenos para a idade gestacional, anomalias congênitas e mortalidade perinatal) no Estado de São Paulo, entre 2015 e 2020. Método: Estudo de coorte retrospectiva com base populacional. Avaliamos se há diferença nas taxas de parto prematuro, pequeno para idade gestacional, presença de anomalias congênitas e fetos natimortos de acordo com a exposição gestacional a poluentes do ar (material particulado, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e ozônio) e da água (cádmio, cobre, chumbo, mercúrio, níquel, zinco, manganês, ferro, alumínio, nitrato e fósforo). Resultados: Foram estudados 2.349.161 de partos que ocorreram no Estado de São Paulo entre 2015 e 2020. Não encontramos relação entre os poluentes do ar e da água com os desfechos prematuridade, pequeno para idade gestacional e natimorto. Para o desfecho anomalia congênita, os principais resultados foram ozônio como fator de risco para anomalias de órgãos genitais com RR de 2,17 (IC 95% 1,72 – 2,73, p <0,01) e fósforo como fator de risco para anomalias do sistema urinário com RR de 2,15 (IC 95% 1,77 – 2,60, p <0,01). A frequência de gestantes da coorte expostas a concentrações maiores que a máxima estabelecida pelos órgãos regulatórios no Estado de São Paulo entre 2015 e 2020 foi 87,8% para ozônio e 75,9% para fósforo. Conclusão: Dentre os resultados obtidos, destaca-se a relação positiva entre a exposição ao ozônio e anomalias congênitas dos órgãos genitais e a exposição ao fósforo e as anomalias urinárias. Nossos resultados podem guiar pesquisas futuras e políticas públicas no que diz respeito ao controle de poluição ambiental e combate a desfechos perinatais adversos. Palavras-chave: poluição do ar, poluição da água, desfechos adversos do nascimento, anomalia congênita

Resumo (inglês)

ABSTRACT Introduction: The fetus is highly susceptible to the influence of extra-uterine elements in its formation. Exposure to air and water polluting agents can affect its development, leading to potential morbidity and mortality. Since exposure to these elements can be modified through governmental interventions, it is essential to deepen our understanding of pollution's impact on perinatal outcomes. Objective: To verify the possible correlation between exposure levels to air and water pollutants during pregnancy and adverse perinatal outcomes (preterm delivery, small for gestational age, birth defects, and stillbirth) in the State of São Paulo between 2015 and 2020. Method: This study was designed as a retrospective population-based cohort study. We assessed differences in the rates of preterm delivery, small for gestational age, presence of congenital anomalies and stillbirths according to gestational exposure to air pollutants (particulate matter, nitrogen dioxide, sulfur dioxide, ozone) and water pollutants (cadmium, copper, lead, mercury, nickel, zinc, manganese, iron, aluminum, nitrate and phosphorus). Results: We studied 2,349,161 deliveries that occurred in the state of São Paulo between 2015 and 2020. No relationship was found between air and water pollutants and the outcomes of prematurity, small for gestational age and stillbirth. For congenital anomalies, ozone was identified as a risk factor for genital organ anomalies with an RR of 2.17 (95% CI: 1.72 – 2.73, p <0.01) and phosphorus was identified as a risk factor for urinary system anomalies with an RR of 2.15 (95% CI: 1.77 – 2.60, p <0.01). The frequency of pregnant women in the cohort exposed to concentrations higher than the maximum established by regulatory agencies in the state of São Paulo between 2015 and 2020 was 87.8% for ozone and 75.9% for phosphorus. Conclusion: The study highlights a positive relationship between ozone exposure and congenital anomalies of the genital organs, as well as between phosphorus exposure and urinary anomalies. These findings may guide future research and public policies regarding environmental pollution control and the prevention of adverse perinatal outcomes. Keywords: Air Pollution, Water Pollution, Pregnancy Complications, Congenital Abnormalities

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Itens relacionados