Alterações químicas do solo após consórcios forrageiros para a produção de silagem

Abstract

A prática da ensilagem na agricultura tropical vem sendo extremamente usual, visto períodos de escassez hídrica, o qual pode afetar a disponibilidade de alimento para animais. Um dos problemas relacionados a essa prática é a exportação de quase todo o material vegetal, o que pode acarretar diminuição dos teores de matéria orgânica no solo, essencial para países tropicais com solos altamente intemperizados. O consórcio de plantas de cobertura, pode ser uma alternativa viável para incrementar o volume de material para ensilagem, com reflexo na exploração do solo pelas raízes, além de que, algumas plantas do consórcio tem a capacidade de rebrotar e garantir aumento do volume de palhada. Partindo desse pressuposto, o objetivo desse estudo foi avaliar a resposta de diferentes biomassas agindo na fertilidade do solo sob influência do consórcio de plantas após a ensilagem. O estudo foi conduzido em delineamento em blocos ao acaso, em esquema fatorial 7x2, onde se avaliou 7 consórcios com combinação de Sorghum bicolor e diferentes forrageiras, em 2 espaçamentos para o sorgo granífero (0,45 m e 0,90 m). O estudo foi conduzido em campo, em um LATOSSOLO VERMELHO Distrófico de textura argilosa (50% argila), sob condução em Sistema Plantio direto por 12 anos, em área de sequeiro. Três meses após a retirada das plantas para ensilagem, nos dois ciclos dos consórcios (2020/21 e 2021/22), foi avaliada a produção de matéria seca referente a rebrota, e realizadas coletas de solo para avaliação da sua fertilidade. Foi constatado que o consórcio de plantas, mesmo após ensilagem, foi capaz de contribuir para melhoria nos teores de P, Ca, Mg, MO e valores de CTC, SB e V%. O consórcio de Sorghum bicolor, Urochloa brizantha, Fagopyrum esculentum e Crotalaria ochroleuca, foi capaz de produzir maior quantidade de biomassa na rebrota e contribuir com a melhoria geral dos atributos da fertilidade do solo, mesmo com dois anos de colheita para ensilagem.

The practice of silage in tropical agriculture has become extremely common, especially during periods of water deficit, which can affect the availability of feed for animals. One of the issues related to this practice is the exportation of all plant material, which can lead to a decrease in organic matter levels in the soil, essential for tropical countries with highly weathered soils. The intercropping of cover crops can be a viable alternative to increase silage volume and soil exploitation by roots, as intercropped plants have the ability to regrow and ensure a good volume of straw. Based on this premise, the objective of this study is to evaluate the response of different organic biomasses on soil chemical properties influenced by the intercropping of plants after silage. The study was conducted using a randomized block design in a 7x2 factorial scheme, where 7 intercroppings combining Sorghum bicolor and different forage species were evaluated at 2 spacings for Sorghum bicolor (0.45 m and 0.90 m). The study was conducted in the field on a dystrophic OXISOL with clay texture (50 % clay), managed under a no-tillage system for 12 years in a rainfed area. Three months after the plants were removed for silage, dry matter from regrowth was assessed, and soil samples were collected to evaluate soil fertility. It was found that the intercropping of plants, even after silage, was able to contribute to improvements in the levels of P, Ca, Mg, MO and CTC, SB, and V% valors. The treatment with Sorghum bicolor, Urochloa brizantha, Fagopyrum esculentum, and Crotalaria ochroleuca produced a greater amount of biomass in regrowth and contributed to the overall improvement of soil fertility parameters.