Efeitos do contato com a natureza sobre indicadores de estresse, ansiedade e depressão: o grau de naturalidade importa?

Abstract

Vários estudos têm mostrado os efeitos positivos do contato com a natureza na saúde pública. No entanto, a maioria das pesquisas tem sido realizada no exterior, o que limita a generalização dos resultados, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Para preencher essa lacuna, foi realizado um estudo no Brasil para investigar o impacto do grau de naturalidade no bem-estar mental. Uma pesquisa foi conduzida com 2136 participantes, avaliando seu contato com a natureza e níveis de depressão, ansiedade e estresse. Os resultados revelaram que indivíduos que interagiam ativamente com a natureza tinham melhores resultados de saúde mental em comparação com aqueles que não o faziam. Além disso, os benefícios foram mais significativos quando os indivíduos eram expostos a ambientes com maior grau de naturalidade. Os achados mostraram que a exposição a ambientes mais naturais teve um efeito maior na redução da depressão em comparação com espaços verdes antropizados. O impacto na ansiedade foi mais pronunciado quando os indivíduos se envolviam com ambientes com maior grau de naturalidade. Os efeitos sobre o estresse também variaram com base no grau de naturalidade, com um impacto mais substancial observado ao comparar indivíduos que não tiveram contato com a natureza com aqueles que interagiram com ambientes mais naturais. No geral, o estudo destacou a importância da interação com a natureza para promover o bem- estar mental. Aumentar a exposição a ambientes naturais teve um efeito positivo e estabilizador nos resultados de saúde mental. Esses achados contribuem para a compreensão da relação entre ambientes naturais e promoção da saúde em ambientes urbanos e enfatizam a necessidade de mais pesquisas em países em desenvolvimento.

Numerous studies have shown the positive effects of contact with nature on public health. However, most of the research has been conducted abroad, limiting the generalizability of the findings, especially in developing countries like Brazil. To address this gap, a study was conducted in Brazil to investigate the impact of the degree of naturalness on mental well-being. A survey was conducted with 2136 participants, assessing their contact with nature and levels of depression, anxiety, and stress. The results revealed that individuals who actively interacted with nature had better mental health outcomes compared to those who did not. Moreover, the benefits were more significant when individuals were exposed to wilder environments. The findings showed that exposure to wild natural environments had a larger effect on reducing depression compared to designed green spaces. The impact on anxiety was more pronounced when individuals engaged with wild natural environments. The effects on stress also varied based on the degree of naturalness, with a more substantial impact observed when comparing individuals who had no nature interaction to those who interacted with wild natural environments. Overall, the study highlighted the importance of nature interaction for promoting mental well-being. Increasing exposure to naturalenvironments, especially wilder ones, had a positive and stabilizing effect on mental health outcomes. These findings contribute to the understanding of the relationship between natural environments and health promotion in urban settings and emphasize the need for further research in developing countries.