Influência da temperatura e estilo de vida no metabolismo e superfície branquial de peixes da bacia do Rio Preto Itanhaém/SP
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Data
2024-12-10
Autores
Orientador
Duarte, Rafael Mendonça
Coorientador
Pós-graduação
Curso de graduação
São Vicente - IBCLP - Ciências Biológicas
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
A Bacia do Rio Itanhaém, localizada no litoral sul de São Paulo, uma das maiores do estado, é caracterizada pela diversidade e endemismo de sua ictiofauna, especialmente nos rios e riachos de águas pretas, que possuem altas concentrações de carbono orgânico dissolvido (COD) e uma temperatura média anual de 24°C. Estudos vem demonstrando que espécies de peixes bentônicos da região, como Scleromystax macropterus, apresentam maior vulnerabilidade térmica quando comparadas com espécies pelágicas, como Mimagoniates lateralis e Phalloceros reisi. O aumento da temperatura pode afetar negativamente as populações de peixes, especialmente as bentônicas, que são mais suscetíveis às variações térmicas em comparação com as pelágicas. Dessa forma este trabalho focou nas espécies Pseudotothyris obtusa, cascudinho (demersal), Phalloceros reisi, barrigudinho (bento pelágica) e Hyphessobrycon bifasciatus, lambari-limão (pelágica), avaliando a taxa metabólica de rotina (RMR) e os parâmetros morfométricos das brânquias dessas espécies aclimatadas a três temperaturas diferentes (20°C, 25°C e 30°C). O objetivo foi investigar se as diferenças de tolerância térmica entre as espécies podem ser explicadas pela limitação do oxigênio branquial (GOLT) e o estilo de vida. Os resultados mostraram um aumento significativo na taxa metabólica de rotina (MO2) de H. bifasciatus a 25 e 30°C, enquanto P. obtusa e P. reisi apresentaram aumento na MO2 apenas em 30°C, indicando maior demanda de oxigênio. A morfologia das brânquias também foi influenciada pela temperatura, com aumento no comprimento lamelar (CL) de P. obtusa a 30°C e de H. bifasciatus em todas as temperaturas. A largura lamelar (LL) aumentou em P. obtusa a 25°C e em H. bifasciatus a 30°C, enquanto a massa celular entre as lamelas (ILCM) variou com a temperatura, mostrando mudanças em P. obtusa entre 20-25°C, mas sem alterações a 30°C. Já P. reisi não apresentou mudanças significativas na morfologia branquial em função do aumento da temperatura de aclimatação. Esses resultados indicam que as adaptações metabólicas e morfológicas das brânquias diferemde acordo com o estilo de vida das espécies, influenciando sua capacidade de lidar com variações térmicas. Isso é especialmente relevante no contexto das mudanças climáticas, que
podem impactar a biodiversidade ictiológica. As espécies pelágicas, como H. bifasciatus, demonstraram maior capacidade de adaptação, enquanto as espécies bentônicas, como P. obtusa, apresentaram dificuldades em ajustar sua morfologia branquial.
Resumo (inglês)
The Itanhaém River Basin, located on the southern coast of São Paulo, is one of the largest in the state and is characterized by the diversity and endemism of its ichthyofauna, especially in the blackwater rivers and streams, which have high concentrations of dissolved organic carbon (DOC) and an average annual temperature of 24°C. Studies have shown that benthic fish species in the region, such as Scleromystax macropterus, are more vulnerable to thermal conditions when compared to pelagic species, such as Mimagoniates lateralis and Phalloceros reisi. Rising temperatures can negatively affect fish populations, especially benthic fish, which are more susceptible to thermal variations compared to pelagic fish. Thus, this study focused on the species Pseudotothyris obtusa, cascudinho (demersal), Phalloceros reisi, barrigudinho (benthopelagic) and Hyphessobrycon bifasciatus, lambari-limão (pelagic), evaluating the routine metabolic rate (RMR) and the morphometric parameters of the gills of these species acclimated to three different temperatures (20°C, 25°C and 30°C). The objective was to investigate whether the differences in thermal tolerance between the species can be explained by gill oxygen limitation (GOLT) and lifestyle. The results showed a significant increase in the routine metabolic rate (MO2) of H. bifasciatus at 25 and 30°C, while P. obtusa and P. reisi presented an increase in MO2 only at 30°C, indicating greater oxygen demand. Gill morphology was also influenced by temperature, with an increase in lamellar length (CL) in P. obtusa at 30°C and in H. bifasciatus at all temperatures. Lamellar width (LL) increased in P. obtusa at 25°C and in H. bifasciatus at 30°C, while interlamellar cell mass (ILCM) varied with temperature, showing changes in P. obtusa between 20-25°C, but no changes at 30°C. P. reisi did not show significant changes in gill morphology as a function of increasing acclimatization temperature. These results indicate that metabolic and morphological adaptations of gills differ according to the lifestyle of the species, influencing their ability to cope with thermal variations. This is especially relevant in the context of climate change, which may impact ichthyological biodiversity. Pelagic species, such as H.bifasciatus, demonstrated greater adaptability, while benthic species, such as P.obtusa, had difficulty adjusting their gill morphology.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
Vicente, Yan Rodrigues Negreiros. Influência da temperatura e estilo de vida no metabolismo e superfície branquial de peixes da bacia do Rio Preto Itanhaém/SP. 2024. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas com habilitação em Biologia Marinha) – Instituto de Biociências do Campus do Litoral Paulista, Universidade Estadual Paulista, São Vicente, 2024.