Detecção e mapeamento ambiental de fungos patogênicos dimórficos em transecto geográfico oeste-leste que inclui o semiárido brasileiro

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Data

2024-05-29

Orientador

Bagagli, Eduardo

Coorientador

Pós-graduação

Biologia Geral e Aplicada - IBB

Curso de graduação

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Os fungos dimórficos da ordem Onygenales são patógenos primários de micoses sistêmicas de importância reconhecida. Estes fungos têm uma distribuição endêmica, com alta prevalência no Brasil, onde prevalecem algumas micoses como o Paracoccidioidomicose (PCM), Coccidioidomicose (CDM) e Histoplasmose (HPL). A região Nordeste é especialmente interessante por apresentar a convergência das três micoses. A PCM, que mostra ocorrência em todo o país, apresenta baixa prevalência nesta região, enquanto a CDM mostra endemicidade apenas nas áreas do semiárido nordestino. Neste trabalho, analisamos a distribuição das espécies do gênero Paracoccidioides, Coccidioides e Histoplama nas amostras de solo de toca de tatu no Nordeste brasileiro, para mapear e delimitar o limite de distribuição dos agentes dimórficos. Ainda, realizamos as análises de fatores ambientais, para determinar fatores influentes na prevalência dos agentes. Foram coletadas 279 amostras de solo das tocas de tatus, num transecto ao longo dos estados do Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará, os quais foram analisados através do método de Nested PCR de agentes específicos. O Nested PCR para detecção de Histoplama apresentou amplificações inespecíficas e foram desconsiderados nas análises. A detecção molecular apresentou maior positividade para Paracoccidioides sp. (31,18% das amostras testadas), quando comparado com o Coccidioides sp. (15,77%). Os fungos do gênero Coccidioides, apresentaram uma distribuição compatível com os casos de CDM descritos na literatura. Entretanto, os agentes de PCM demonstraram uma ampla distribuição na região do semiárido nordestino, sugerindo uma possível subnotificação dos casos de PCM na região ou eventual prevalência de variantes com menor virulência. Analisando os fatores ambientais, observamos solos neutros a ácidos (pH variando de 7.0 a 3.8), com altas concentrações de Cálcio, Magnésio e micronutrientes, como Manganês e Ferro. A prevalência de Paracoccidioide spp. foi influenciada por fatores edáficos como Alumínio (Al3), Potássio (K), Ferro (Fe), Cobre (Cu) e Manganês (Mn) (p<0.05), enquanto o Coccidioides apresentou influência de Areia e Boro na sua prevalência. Nossos achados trazem insights da distribuição dos agentes dimórficos na região Nordeste e reforçam a necessidade de estudos das micoses endêmicas focados nesta região, historicamente negligenciada.

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Português

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