Análise da participação feminina em engenharia no Brasil

Abstract

A busca pela equidade de gênero é uma prioridade global, evidenciada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Este estudo focaliza a participação feminina nos cursos de Engenharia no Brasil, usando dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2004 a 2019. Por meio de análises estatísticas descritivas, investigou-se a evolução ao longo do tempo, observando os anos de 2005, 2008, 2011, 2014, 2017 e 2019. Os resultados revelaram um aumento gradual de 10 pontos percentuais na representatividade feminina em 15 anos, evidenciando persistência nas disparidades de gênero no campo da Engenharia. Enquanto a engenharia química tem 56% de mulheres, áreas como engenharia elétrica e computação têm apenas cerca de 10% de adesão feminina. A região Sudeste lidera em presença de estudantes de engenharia, com o Norte apresentando a menor representatividade, embora o Acre se destaque com 41% de mulheres na engenharia. Desigualdades raciais também foram destacadas, com mulheres brancas mais representadas e negras significativamente sub- representadas, com apenas 5% de média. Além disso, foram explorados aspectos sociais, demográficos e de percepção de gênero nos diversos cursos de Engenharia. Os questionários do projeto Elas na Iniciação Científica, em colaboração com o British Council e a Fundação Carlos Chagas, visam incentivar a participação feminina nas áreas STEM. Esse objetivo está alinhado à missão da Pró-reitoria de Extensão Universitária e Cultura (PROEC) da UNESP, que coordena atividades de extensão e cultural para promover o engajamento da universidade com as necessidades sociais e culturais. Os resultados dessa iniciativa forneceram informações relevantes para compreender a experiência das mulheres nessas áreas e contribuíram para o desenvolvimento de estratégias eficazes de inclusão e apoio. Complementando a pesquisa, foi elaborada uma análise bibliométrica utilizando os artigos mais citados indexados na plataforma Scopus de 2015 a 2023. Essa análise permitiu identificar tendências e sugerir medidas para enfrentar a lacuna de gênero em STEM. Este estudo contribui para uma compreensão mais aprofundada do cenário atual e fornece subsídios relevantes para políticas e ações destinadas a promover a igualdade de gênero e o avanço das mulheres em áreas historicamente dominadas por homens.

The pursuit of gender equality is a global priority, as evidenced by the United Nations Sustainable Development Goals. This study focuses on female participation in Engineering courses in Brazil, using data from the National Student Performance Examination (Enade) from 2004 to 2019. Through descriptive statistical analyses, the evolution over time was investigated, observing the years 2005, 2008, 2011, 2014, 2017, and 2019. The results revealed a gradual increase of 10 percentage points in female representation over 15 years, highlighting persistent gender disparities in the field of Engineering. While Chemical Engineering has 56% female enrollment, areas like Electrical Engineering and Computer Science have only about 10% female participation. The Southeast region leads in engineering student presence, with the North showing the lowest representation, although Acre stands out with 41% female enrollment in engineering. Racial inequalities were also highlighted, with white women being more represented and black women significantly underrepresented, averaging only 5%. Additionally, social, demographic, and gender perception aspects were explored across various Engineering courses. The questionnaires from the "Girls in Scientific Initiation" project, in collaboration with the British Council and the Carlos Chagas Foundation, aim to encourage female participation in STEM areas. This objective aligns with the mission of the Pro-Rectorate of University Extension and Culture (PROEC) at UNESP, which coordinates extension and cultural activities to promote university engagement with social and cultural needs. The results of this initiative provided relevant information to understand women's experiences in these areas and contributed to the development of effective inclusion and support strategies. In addition to the research, a bibliometric analysis was conducted using the most cited articles indexed in the Scopus platform from 2015 to 2023. This analysis allowed for the identification of trends and suggested measures to address the gender gap in STEM. This study contributes to a deeper understanding of the current landscape and provides relevant insights for policies and actions aimed at promoting gender equality and advancing women in areas historically dominated by men.