O terrorismo de extrema-direita como ameaça na agenda de segurança Ocidental no século XXI: articulação ideológica, estrutura transnacional e representações estatais do inimigo

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Data

2023-07-19

Orientador

Saint-Pierre, Héctor Luis

Coorientador

Pós-graduação

Relações Internacionais (UNESP - UNICAMP - PUC-SP) - IPPRI

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O terrorismo de extrema-direita é um fenômeno que tem se destacado desde a década de 2010 pela sua ocorrência virulenta nas democracias ocidentais e por sua crescente transnacionalização. Em particular, países como Noruega, Estados Unidos e Nova Zelândia foram palcos de grandes atentados terroristas de tal inspiração ideológica. Ao contrário de grupos e campanhas terroristas vistas no passado, a extrema-direita organiza-se de maneira difusa e desconcentrada, sem uma cadeia de subordinação clara. Na ponta do processo de fabricação da violência por este campo político, encontram-se os “lobos solitários”, indivíduos radicalizados por ideologias de extrema-direita tais como o fascismo, o nazismo, a supremacia branca e o ultranacionalismo. Apesar das ações terroristas acontecerem localmente, a extrema-direita possui uma intensa dinâmica transnacional manifestada pelo fluxo de informações e conteúdo ideológico no âmbito digital. O terrorismo enquanto um fenômeno psicológico e político demanda a compreensão da dialética de sua ocorrência objetiva com as representações discursivas subjetivas do Estado que efetivamente o enquadra como uma ameaça a ser combatida. Em nível internacional, essas representações importam para a construção de agendas de cooperação contra uma ameaça compartilhada. As características inerentes à organização e atuação da extrema-direita e o comportamento estatal frente ao fenômeno terrorista induzem a investigação deste fenômeno à luz não só da produção de violência objetiva, mas do que os Estados fazem dela. Assim, a agenda de segurança ocidental e global ainda não se voltou completamente para a questão. A implantação de normas e dispositivos contraterroristas internacionais frente a grupos de extrema-direita se mostra muito incipiente. Dessa forma, faz-se necessário a pesquisa das razões dessa não-evolução de agenda a partir da análise de discurso aplicada aos casos dos três países supracitados.

Resumo (inglês)

Right-wing terrorism is a phenomenon that has stood out since the 2010s due to its virulent occurrence in Western democracies and its increasing transnationalization. In particular, countries such as Norway, the United States, and New Zealand have been the stage for large terrorist attacks of such ideological inspiration. Unlike terrorist groups and campaigns seen in the past, the far-right organizes itself in a diffuse and decentralized manner, without a clear chain of subordination. At the end of the process of manufacturing violence by this political field, we find the "lone wolves", individuals radicalized by far-right ideologies such as fascism, Nazism, white supremacy, and ultranationalism. Although terrorist actions occur locally, the far-right has intense transnational dynamics manifested by the flow of information and ideological content in the digital sphere. Terrorism as a psychological and political phenomenon demands an understanding of the dialectic of its objective occurrence with the subjective discursive representations of the State that effectively frames it as a threat to be fought. At the international level, these representations matter for the construction of cooperation agendas against a shared threat. The inherent characteristics of the organization and operation of the far-right, and the state behavior regarding the terrorist phenomenon, induce the investigation of this phenomenon not only in terms of the production of objective violence but also what States do about it. Thus, the Western and global security agenda has not yet fully turned to the issue. The implementation of international counterterrorism norms and actions against far-right groups remains very incipient. Therefore, it is necessary to research the reasons for this lack of evolution in the agenda based on discourse analysis applied to the cases of the three aforementioned countries.

Resumo (espanhol)

El terrorismo de extrema derecha es un fenómeno que se ha destacado desde la década de 2010 por su virulenta aparición en las democracias occidentales y su creciente transnacionalización. En particular, países como Noruega, Estados Unidos y Nueva Zelanda han sido escenario de grandes atentados terroristas de tal inspiración ideológica. A diferencia de los grupos y campañas terroristas vistas en el pasado, la extrema derecha se organiza de manera difusa y descentralizada, sin una clara cadena de subordinación. En la punta del proceso de fabricación de la violencia por este campo político, se encuentran los "lobos solitarios", individuos radicalizados por ideologías de extrema derecha tales como el fascismo, el nazismo, la supremacía blanca y el ultranacionalismo. A pesar de que las acciones terroristas ocurren a nivel local, la extrema derecha tiene una intensa dinámica transnacional manifestada por el flujo de información y contenido ideológico en el ámbito digital. El terrorismo como fenómeno psicológico y político exige la comprensión de la dialéctica de su ocurrencia objetiva con las representaciones discursivas subjetivas del Estado que efectivamente lo encuadran como una amenaza a ser combatida. A nivel internacional, estas representaciones importan para la construcción de agendas de cooperación contra una amenaza compartida. Las características inherentes a la organización y actuación de la extrema derecha, y el comportamiento estatal frente al fenómeno terrorista, inducen a la investigación de este fenómeno a la luz no solo de la producción de violencia objetiva, sino de lo que los Estados hacen de ella. Por lo tanto, la agenda de seguridad occidental y global aún no se ha enfocado completamente en la cuestión. La implementación de normas y dispositivos contraterroristas internacionales frente a grupos de extrema derecha se muestra muy incipiente. Por lo tanto, es necesario investigar las razones de esta falta de evolución de la agenda a partir del análisis del discurso aplicado a los casos de los tres países mencionados anteriormente.

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Português

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