Síndrome do risco cognitivo motor em idosos brasileiros: prevalência e associação com o período reprodutivo

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Data

2024-03-26

Orientador

Vidal, Edison Iglesias de Oliveira

Coorientador

Pós-graduação

Saúde Coletiva - FMB 33004064078P9

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

A Síndrome do Risco Cognitivo Motor (SRCM) é um estado pré-demencial constituído pela presença de lentidão de marcha e queixa cognitiva em indivíduos sem diagnóstico prévio de demência e sem incapacidade para as atividades básicas de vida diária. No Brasil, ainda são poucos os estudos sobre essa síndrome e na literatura internacional há uma carência de estudos que avaliaram a raça enquanto um potencial modificador do efeito dos fatores de risco para a SRCM. Adicionalmente, nos últimos anos diversos estudos internacionais têm se debruçado sobre a associação entre a ocorrência de demências na população feminina e variáveis relacionadas ao período reprodutivo, tendo encontrado resultados por vezes contraditórios. Merece destaque o fato de a associação entre a exposição endógena a estrógenos ao longo da vida e a ocorrência de SRCM ainda não ter sido estudada. Portanto, este trabalho teve como objetivos estimar a prevalência da SRCM para pessoas idosas no Brasil, avaliar sua associação com um conjunto de variáveis clínicas, sociodemográficas, de estilo de vida e relacionadas ao período reprodutivo feminino, bem como investigar a raça como potencial modificadora de efeito dessas associações. Trata-se de um estudo transversal cujas amostras foram extraídas da primeira onda do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) coletados entre os anos de 2015 e 2016. O diagnóstico da SRCM seguiu o padrão recomendado pelo estudo original que a descreveu. A regressão de Poisson foi utilizada para avaliar as associações entre as exposições de interesse com a SRCM e para testar interação daquelas variáveis com a raça. Os resultados desse estudo geraram dois artigos científicos, aqui apresentados. O primeiro artigo envolveu uma amostra de 4.677 pessoas idosas de ambos os sexos e encontrou uma prevalência de SRCM de 4,34% (IC95% 3,2 – 5,48). Maiores níveis de escolaridade e atividade física apresentaram associação protetora com a SRCM, enquanto que depressão e acidente vascular cerebral demonstraram associações de risco. Foi observada uma interação cruzada significativa entre raça e depressão em relação à SRCM, de tal modo que a associação da depressão com a SRCM era cerca de três vezes maior entre brancos que entre negros. No segundo artigo, foi analisada uma amostra de 2.540 mulheres com 60 anos ou mais, dentre as quais 105 (4,13%) apresentaram critérios para a SRCM. Períodos reprodutivos com duração inferiores a 29 anos se associaram há cerca do dobro da prevalência de SRCM, (Razão de Prevalência: 2,09; IC95% 1,04 - 4,20), quando comparados com mulheres com períodos reprodutivos entre 34 e 36 anos. O padrão da associação entre a duração do período reprodutivo e a ocorrência da SRCM não foi linear e foi modificado pela raça das participantes. Em conclusão, os resultados encontrados levaram ao questionamento de estimativas prévias da prevalência da SRCM na América Latina, identificaram fatores de risco e proteção para a SRCM na população brasileira e aportaram dados novos sinalizando a complexidade da interação entre a raça das pessoas e alguns fatores de risco para a ocorrência desta síndrome.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

Martins, João Paulo. Síndrome do risco cognitivo motor em idosos brasileiros : prevalência e associação com o período reprodutivo. Botucatu, 2024. Tese [Doutorado em Saúde Coletiva] - Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2024.

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