Botucatu - FMB - Faculdade de Medicina

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  • ItemTese de doutorado
    Para além da crise: mapeamento do impacto da pandemia de Covid-19 na saúde indígena do Brasil, uma revisão de escopo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-07) Perroni, Rafael Augusto Forti ; Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco ; Rugolo, Juliana Machado [UNESP}
    Introdução e objetivo: A pandemia de covid-19 exacerbou desigualdades e vulnerabilidades, especialmente entre populações marginalizadas como os povos indígenas. Durante a pandemia de covid-19, essas comunidades enfrentaram um impacto desproporcional, devido a fatores como vulnerabilidade demográfica, acesso precário à saúde e saneamento, e condições socioeconômicas. Este estudo busca mapear as referências de estudos originais que abordaram os impactos da covid-19 na saúde indígena, de modo a apoiar a formulação e implementação e políticas que gerem intervenções positivas e eficazes direcionadas à saúde indígena. Método: Este estudo consistiu em uma revisão de escopo sobre o impacto da pandemia de covid-19 na saúde da população indígena brasileira. A pergunta central foi formulada com base no acrônimo PCC - População, Conceito e Contexto, e os critérios de elegibilidade incluíram diversos desenhos de estudo. Uma busca ampla na literatura foi realizada em várias bases de dados, com processo de seleção em duas fases. Os dados foram extraídos por dois revisores independentes e incluíram informações como autor, tipo de estudo e população indígena estudada. A análise dos dados envolveu uma síntese narrativa e estatística descritiva, quando apropriado. Resultado: Foram identificadas 1199 referências, das quais 84 foram analisadas em texto completo, resultando em 26 estudos incluídos. Os tipos de estudo que utilizaram dados secundários e fizeram análises quantitativas predominaram. Os resultados dos estudos destacaram uma série de preocupações, dentre elas a lacuna de coleta de dados, onde foi apontada a disparidade de incidência de covid-19 136% maior em populações indígenas do que não indígenas e mortalidade 110% maior quando comparadas com a média nacional, destacando a possível quantidade de informações irrecuperavelmente perdidas sobre as vidas indígenas perdidas. Discussão e conclusão: Dos 83 trabalhos analisados integralmente, apenas 31% eram estudos originais, evidenciando uma lacuna na literatura acadêmica sobre o impacto da covid-19 na saúde das populações indígenas brasileiras. A maioria dos estudos incluídos abordou a população indígena da Amazônia, com pouca representação de outras regiões. Mulheres e crianças indígenas foram pouco investigadas, apesar de enfrentarem desafios significativos durante a pandemia. A diminuição da publicação de artigos originais ao longo do tempo sugere uma lacuna crescente no conhecimento sobre essa temática. A revisão destaca a importância da falta de financiamento para pesquisas nessa área e a necessidade de políticas públicas sensíveis à cultura e baseadas em evidências para proteger as comunidades indígenas no Brasil.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito dos exercícios aeróbio e de força sobre a remodelação cardíaca induzida por dieta rica em açúcar e gordura
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06-21) Gregolin, Cristina Schmitt ; Camacho, Camila Renata Corrêa ; Cicogna, Antonio Carlos
    Introdução: Dieta rica em açúcar e gordura, aliada ao sedentarismo, aumenta o risco para doenças cardiovasculares (DCVs), as quais estão entre as principais causas de morte no mundo. A remodelação cardíaca (RC) é uma resposta adaptativa às agressões ao coração, observada nas doenças que atingem o coração, exigindo compreensão de possíveis estratégias terapêuticas. Apesar do efeito benéfico do exercício físico nas DCVs, estudos são necessários para entender como os tipos de exercício podem influenciar a RC. Objetivo: Avaliar os efeitos dos exercícios aeróbio e de força sobre os parâmetros ecocardiográficos de ratos com remodelação cardíaca induzida por dieta. Material e métodos: Ratos Wistars (n=60, 30/grupo) receberam dieta controle (C) ou dieta rica em açúcar e gordura (HSF) por 20 semanas. Após a confirmação da RC por análise ecocardiográfica, os ratos foram redistribuídos em: não treinados (C e HSF) e treinados (C + exercício de força [C+EF]; C + exercício aeróbio [C+EA]; HSF + exercício de força [HSF+EF]; HSF + exercício aeróbio [HSF+EA]). Exercício aeróbio (EA): corrida em esteira (1h/dia) alternando 8 min a 80% e 2 min a 20% da capacidade máxima (CM). Exercício de força (EF): subidas em escada com cargas crescentes, 50%, 75%, 90% e 100% da CM, 1 min de descanso entre as subidas. Os protocolos foram realizados 5x/sem. durante 8 semanas. Na 28ª semana, os grupos foram reavaliados por análise ecocardiográfica. Estatística: MANOVA e Bonferroni (p<0,05). Resultados: Na 20ª semana os grupos HSF apresentaram remodelação cardíaca concêntrica, e disfunção diastólica e sistólica, bem como aumento da pressão arterial sistólica (PAS), hiperglicemia e hipertrigliceridemia. Após os protocolos foi observado melhora da capacidade física avaliada pelo teste de esforço aeróbio ou de força nos grupos treinados. Com relação aos parâmetros metabólicos os EA e EF preveniram o ganho de peso ao longo do tempo e reduziram a PAS. Na análise ecocardiográfica, os EA e EF reduziram a ERVE e ainda que o EF normalizou o tamanho do átrio esquerdo (AE) e a relação AE/aorta. Em relação a função sistólica, ambos os exercícios aumentaram o volume sistólico ejetado, mantiveram a fração de ejeção e a % de encurtamento endo e mesocárdico, bem como reverteram o decréscimo da VEPP nos animais HSF. Quanto à função diastólica, apenas o EF normalizou os tempos de relaxamento isovolumétrico e desaceleração da onda E, e relação E’/A’ nos animais HSF, divergindo do EA. O índice de performance miocárdica manteve-se alterado apenas em HSF+EA. Conclusão: Ambos os exercícios melhoraram os parâmetros ecocardiográficos associados a estrutura e função sistólica de ratos com RC induzida por dieta HSF de forma semelhante, entretanto a modulação dos parâmetros de função diastólica é distinta.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação do efeito da suplementação de ferro e vitamina D na infecção experimental murina pelo Mycobacterium leprae
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-09-29) Martins, Bruna Letícia ; Latini, Ana Carla Pereira
    A interferência de fatores nutricionais sobre o sistema imunológico apresenta grande relevância para o controle ou progressão de doenças infecciosas. Sabe-se que o ferro é essencial para a sobrevivência e multiplicação de patógenos e que a vitamina D possui papéis que vão além de sua função clássica e tem sido apontada como um potente estimulador de mecanismos associados com a eliminação de patógenos. Na hanseníase existem muitos mecanismos fisiopatológicos parcialmente compreendidos, como o impacto de nutrientes sobre a progressão da doença. Para avaliar a influência do status do ferro e vitamina D sobre a infecção pelo M. leprae em camundongos BALB/c, animais infectados receberam dietas deficientes ou suplementadas de ferro ou vitamina D e ração padrão. Após 100 dias de infecção, os coxins plantares foram processados e analisados quanto ao índice baciloscópico, expressão proteica e gênica de mediadores do metabolismo do ferro (hepcidina/HAMP1, ferroportina/SLC40A1 e lipocalina-2/LCN2) e da vitamina D (catelicidina/CAMP, beclina-1/BECN1 e interferon-γ/IFNG). Os efeitos da suplementação e restrição dietética de ferro e vitamina D também foram avaliados in vitro pela quantificação da secreção de citocinas pelas células peritoneais totais e esplenócitos obtidos de camundongos BALB/c não infectados que receberam as diferentes dietas aqui avaliadas. A suplementação de ferro no grupo infectado não aumentou os níveis séricos desse elemento como nos animais não infectados que receberam a mesma dieta. Os resultados de baciloscopia mostraram menor multiplicação do M. leprae nos animais que receberam a dieta restritiva de ferro. As análises moleculares revelaram que a deficiência de vitamina D favoreceu significativamente as expressões dos genes SLC40A1, CAMP e BECN1, enquanto que in situ apenas a expressão da catelicidina foi mais induzida nas condições de restrição de vitamina D e de suplementação de ferro. Foram observadas ainda uma correlação negativa entre a multiplicação bacilar e a expressão do gene SLC40A1 na condição nutricional padrão, bem como uma correlação positiva entre a expressão proteica de catelicidina e a multiplicação bacilar sob condição de suplementação de ferro. Os resultados in vitro mostram que nas células peritoneais a suplementação de vitamina D e a restrição de ferro diminuíram a produção de IL-6 e TNF em resposta ao M. leprae, enquanto os esplenócitos apresentaram redução na produção de TNF nessas mesmas condições. Níveis mais baixos de IFN-γ foram observados tanto nos esplenócitos suplementados quanto deficientes de ferro. Além disso, suplementação com ferro também diminuiu as produções das interleucinas 6 e 10. Nossos resultados apontam para um interferência do status desses nutrientes na interação entre o hospedeiro e o M. leprae, com potencial para interferir na progressão da hanseníase, doença que está significativamente associada a condições sociais desfavoráveis.
  • ItemTese de doutorado
    A dinâmica temporal da pandemia de COVID-19 no estado de São Paulo, Brasil: um estudo de séries temporais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-10) Pronunciate, Micheli ; Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco
    O primeiro caso de COVID-19 identificado no Brasil, foi na capital do estado de São Paulo, se espalhando dentro e para fora do estado através das rotas de transporte rodoviário. Internamente, a dispersão seguiu a hierarquia territorial, alcançando municípios de maior influência econômica e densidade, seguindo para os que lhe são adjacentes ou dependentes. Devido a isso, a divisão do estado em Diretorias Regionais de Saúde, pode ser falho na representação das interações entre as cidades, dificultando a distribuição dos serviços de saúde de modo equitativo. Assim, objetivamos caracterizar a dinâmica da dispersão da infecção por SARS-CoV-2 no estado de São Paulo, seguindo a hierarquia territorial. Realizamos um estudo ecológico, observando o número de casos, internações e óbitos em cada município do estado de São Paulo entre os anos de 2020-2022 e o total acumulado no período de prevalência de cada variante. Submetemos os dados a análises de série temporal interrompida e JoinPont Regression, bem como análise de risco relativo. Nossos dados revelaram que, comparativamente, a Região Metropolitana do estado esteve sob menor risco exceto no primeiro ano da pandemia. Após esse período, a infecção predominou os municípios do interior do estado, mantendo taxas de incidência mais elevadas em municípios de maior classificação. Enquanto isso, as maiores taxas de mortalidade se moviam para municípios de classificações mais baixas com o passar do tempo. A inserção de novas variantes influenciou a curva de notificações de forma semelhante em todo estado. Entretanto, as mudanças de tendências identificadas, aconteceram de forma sucessiva entre as categorias e acompanharam a hierarquia das categorias municipais. Dados da literatura apontam as medidas de mitigação adotadas pelo governo estadual, a vacinação e o cenário político no país, como fatores que afetaram positiva ou negativamente a dinâmica da pandemia no estado de São Paulo. Assim, a hierarquia territorial, demonstra ser um fator importante e que não deve ser negligenciado quer seja no manejo de doenças infecciosas como a COVID-19, ou na distribuição de serviços de saúde.
  • ItemTese de doutorado
    Biomarcadores na infecção por sars-cov-2: uma análise da frequência alélica dos genes e sua associação com a gravidade da covid-19.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-05-10) Almeida, Lauana Fogaça ; Grotto, Rejane Maria Tommasini ; Moraes, Leonardo Nazário de ; Faculdade de Medicina de Botucatu
    O vírus SARS-CoV-2, responsável pela síndrome respiratória aguda grave, é altamente contagioso e surgiu pela primeira vez em dezembro de 2019. Durante a pandemia, nossa compreensão desse vírus se expandiu, mas ainda existem aspectos importantes, especialmente moleculares, que precisam ser explorados. Neste estudo, investigamos a possível relação entre a frequência alélica diferencial de genes e a gravidade da infecção por SARS-CoV-2, em busca de possíveis biomarcadores genéticos. Noventa e duas amostras foram selecionadas. A genotipagem com microarray foi conduzida utilizando parâmetros de acordo com o manual do fabricante. O gene IGSF10, associado à superfamília de imunoglobulinas, destaca-se como potencial participante na resposta imune contra o SARS-CoV-2. No entanto, enfatizamos a necessidade de mais pesquisas para validar e compreender totalmente essa correlação e seu impacto na fisiopatologia da COVID-19. O aumento da frequência alélica do polimorfismo localizado no gene PASD1 em pacientes leves sugerindo uma resposta imunológica robusta, enquanto sua baixa frequência em casos graves indica possível disfunção na resposta imune, destacando a complexidade das respostas genéticas associadas à COVID-19. A baixa frequência alélica do polimorfismo do gene C1ORF132 em pacientes graves adiciona uma camada adicional de complexidade à resposta genética ao SARS-CoV-2. A análise de DNAH9, relacionada à motilidade ciliar, revelou frequência alélica diferencial semelhante àquela observada em PASD1, indicando possível influência na resposta respiratória ao vírus. A variação na frequência alélica em diferentes gravidades da infecção sugere eficiência na resposta imune em pacientes leves, enquanto a diminuição em casos moderados e graves pode estar relacionada a disfunções na regulação da resposta inflamatória, contribuindo para a progressão da doença. Este estudo oferece valiosos insights sobre a genética dos pacientes acometidos pela Covid-19, possíveis marcadores moleculares e a frequência alélica associada à gravidade da COVID-19, sublinhando a necessidade de investigações mais aprofundadas para uma compreensão completa das correlações identificadas. As implicações dessas descobertas extrapolam a expressão gênica, apontando para caminhos que podem auxiliar na compreensão específica da resposta imune e fisiopatologia da COVID-19.
  • ItemTese de doutorado
    Infecção bacteriana das membranas corioamnióticas in vitro: interação microbiana, resposta inflamatória/oxidativa e senescência celular
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-12) Bento, Giovana Fernanda Cosi ; Silva, Márcia Guimarães da ; Polettini, Jossimara ; University of Texas Medical Branch - Galveston, TX - USA
    INTRODUÇÃO: A ascensão bacteriana do trato genital inferior feminino para a cavidade amniótica está associada a cerca de 40% do total de partos pré-termo (PPT) espontâneos. O gênero Ureaplasma spp. é um dos mais frequentemente isolados do líquido amniótico, seguido de outras espécies como Streptococcus aureus, Fusobacterium nucleatum, Peptostreptococcus anaerobius que também estão associadas a esse desfecho gestacional adverso. A resposta inflamatória tem participação fundamental no desencadeamento do parto pré-termo, aliado ao estresse oxidativo e a senescência e, juntos, esses processos corroboram para a deflagração do parto pré-termo espontâneo. O desenvolvimento de novos modelos in vitro apropriados que mimetizam a propagação da inecção in vivo é essencial para compreensão da patogênese dos desfechos gestacionais, com ênfase no entendimento de diferentes interações bacterianas. O objetivo desse estudo foi avaliar a regulação da resposta inflamatória e oxidativa em modelos in vitro de células que compõe as membranas corioamnióticas com estimulação bacteriana associada ao parto pré-termo, e correlacionar com a senescência e sinalização celular. METODOLOGIA: Células deciduais, coriônicas trofoblásticas, amnióticas mesenquimais e amnióticas epiteliais imortalizadas foram cultivadas em modelo in vitro 2D e modelo de organ-on-chip. O feto-maternal interface organ-on-chip (FMi-OOC) é um dispositivo microfisiológico que mimetiza a interface materno-fetal composto por 4 câmaras interconectadas por microcanais. A propagação ascendente de U. parvum foi confirmada para validação do modelo (Bento et al., 2023). Em seguida, determinamos o impacto da infecção na citotoxicidade, sinalização celular, transição celular e inflamação. O estresse oxidativo foi avaliado em modelo de cultura 2D de células amnióticas mesenquimais e epiteliais com mimetização de infecção polibacteriana. RESULTADOS: No modelo FMI-OOC, U. parvum atravessou o córion e atingiu o epitélio do âmnio após 72 horas, mas não induziu a ativação de quinases de sinalização celular (p38MAPK e JNK) ou a transição celular (epitelial-mesenquimal), independentemente da presença de células imunes. A resposta inflamatória causada por U. parvum, determinada pelos níveis de Interleucina (IL)-6, IL-8, 1L-10, TNFα e GM-CSF, foi limitada à interface coriodecidual e não promoveu inflamação na camada amniótica. No modelo de cultura 2D, a peroxidação lipídica e proteica causada pela infecção polibacteriana por espécies anaeróbias facultativas e estritas se limitou às células amnióticas epiteliais após 24 horas, enquanto que a infecção reduziu significativamente os níveis da capacidade antioxidante total somente nas células amnióticas mesenquimais. CONCLUSÕES: O modelo FMI-OCC foi validado para infecções ascendentes com células bacterianas vivas. Os nossos dados corroboram a sugestão que U. parvum é pouco imunogênico e não produz alterações inflamatórias maciças na interface feto-materna. Especulamos que a presença de U. parvum pode ainda comprometer a interface feto-materna, tornando-a suscetível a outras infecções patogênicas. Além disso, a infecção polibacteriana da camada amniótica está associada ao estresse oxidativo por meio da peroxidação lipídica e proteica, e da redução da capacidade antioxidante.
  • ItemTese de doutorado
    Produção, validação e implementação de animação lúdica 2D sobre cirurgia pediátrica e sua tradução para a língua inglesa
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-06) Teixeira, Tatiane Roberta Fernandes ; Avila, Marla Andréia Garcia de
    Introdução: A cirurgia no contexto pediátrico pode ser um trauma, tanto para a criança quanto para o familiar, já que esse processo é vivenciado geralmente com muita tensão, ansiedade, medo, além de todas as privações na rotina de vida nas dimensões familiar, escolar e lúdicas. Nesse sentido, faz-se necessária comunicação efetiva entre equipe multiprofissional e paciente/familiar para reduzir a insegurança e outros estressores do processo de internação. Acredita-se que a orientação, a sensibilização e o acolhimento aos pacientes/familiares no período pré-operatório podem diminuir a insegurança e outros elementos causadores de estresse durante o processo de internação. Objetivos: Produzir, validar e implementar em uma instituição hospitalar de ensino, material educativo lúdico para pacientes pediátricos sobre o período perioperatório e realizar sua tradução para a língua inglesa. Método: Trata-se de um estudo descritivo e metodológico, A coleta de dados ocorreu no período de 01 de novembro de 2019 a 30 de agosto de 2021, na enfermaria de pediatria de um hospital escola público do interior paulista. A pesquisa foi realizada em três etapas: produção e validação da animação lúdica em 2D, Implementação da animação lúdica em português e tradução da revista em quadrinhos e animação em 2D da versão brasileira para a língua inglês. Resultados: Para a validação, os participantes foram: os juízes de conteúdo enfermeiros e psicólogos e os juízes de aparência, crianças e adolescentes de 5 a 14 anos que foram submetidas a cirurgia. O conteúdo da animação lúdica em 2D foi validado por com a participação de 23 juízes (18 enfermeiras e 05 psicólogos), onde domínios avaliados obtiveram IVC acima de 0.90 e o IVC global foi de 0,98 e validados presencialmente por 47 juízes de aparência, com mediana de 9,7 (5-14 anos) anos e predomínio do sexo masculino, no qual destaca-se que 32% das crianças e adolescentes relataram não ter nenhum conhecimento prévio e os domínios avaliados obtiveram porcentagem de concordância acima de 90%. Em relação à tradução, realizou-se a tradução inicial por três tradutores independentes; a síntese foi realizada por uma enfermeira e brasileira, que vive na Irlanda há anos; a retrotradução foi realizada por três tradutores independentes, com português nativo e inglês como segunda língua, residentes na Europa e a revisão final foi feita pela enfermeira que realizou a síntese e um enfermeiro e pesquisador irlandês, que fala somente a língua inglesa. Os materiais estão disponíveis gratuitamente no site www.enfermagemeduca.com.br. Discussão: Esta pesquisa buscou elaborar uma tecnologia educativa considerando todas as etapas metodológicas preconizadas para a sua construção, validação e implementação. O material educativo desenvolvido traz informações sobre o período perioperatório e tem a finalidade oferecer ao enfermeiro uma ferramenta lúdica para orientar a criança e sua família/acompanhante sobre esses períodos, podendo contribuir para o letramento em saúde das crianças. A versão Inglesa vem como uma oportunidade para a divulgação da pesquisa em outros países que tem o idioma inglês como língua oficial. Uma tecnologia educacional validada torna-se ferramenta facilitadora da atuação do enfermeiro em suas práticas educativas com crianças, pais e comunidades. Considerações finais: Esta pesquisa desenvolveu, validou e implementou uma animação lúdica em 2D sobre o perioperatório para pacientes pediátricos visando contribuir para o processo de enfermagem. Posteriormente, a revista em quadrinhos e animação lúdica foi traduzida para a língua inglesa objetivando disseminar o conhecimento produzido no Brasil e subsidiando a realização de novos estudos.
  • ItemTese de doutorado
    Análise exploratória de parâmetros clínicos, laboratoriais e socioeconômicos na infecção pelo HIV e inferência de modelos para predição de desfechos da infecção
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-04-12) Cruz, Andressa Alves de Almeida ; Simões, Rafael Plana ; Grotto, Rejane Maria Tommasini
    Apesar dos avanços obtidos no diagnóstico e tratamento de pessoas vivendo com HIV/Aids, o monitoramento dos parâmetros clínicos e laboratoriais para predição de complicações da infecção ainda é um desafio visto à diversidade de variáveis e à dependência de interpretação dos resultados. Neste cenário, o objetivo deste estudo foi avaliar através de técnicas de análise estatística multivariada e inteligência artificial fatores/padrões que pudessem estar associados à progressão e desfechos da infecção pelo HIV-1. Foram incluídos neste um conjunto de dados (informações demográficas, clínicas e laboratoriais), obtidos da Rede de Diversidade Genética de Vírus (VGDN), composto por 1279 pacientes, atendidos no Estado de São Paulo (SP) de 2001 a 2004. Entre os resultados observamos que a utilização de diferentes antirretrovirais (ARV) e o grau de sensibilidade do fármaco se corresponderam à presença de genes de resistência e ao uso de medicamentos da classe dos inibidores de transcriptase reversa nucleosídeos (ITRNs); pacientes com carga viral detectável tiveram correspondência ao histórico de uso de mais de um esquema terapêutico ARV, em especial ao uso prolongado de ITRN; a utilização de ITRNs correspondeu-se também à coinfecção com papiloma vírus humano (HPV) em pacientes portadores do subtipo B do HIV-1; o modelo preditivo para o desfecho da progressão da infecção pelo HIV à caso Aids associou-se a pacientes com baixa contagem de linfócitos T CD4+, coinfectados por hepatites B e/ou C e com idade superior a 45 anos. Estes achados corroboram com protocolos e informações atualmente bem consolidados na literatura, atestando a qualidade do conjunto de dados produzido pelo projeto VGDN. Com relação aos atributos como faixa etária, orientação sexual, transfusão sanguínea, índice de desenvolvimento humano (IDH), tempo de diagnóstico HIV+ e evolução para caso Aids observou-se que grupos considerados vulneráveis (usuários de drogas injetáveis, homossexuais, bissexuais e alto índice de parceiros sexuais) se associaram a longos períodos de diagnóstico HIV+ e Aids, com baixo risco de óbito associado a infecção. Contudo, o grupo com IDH alto e sem a orientação sexual considerada com comportamento de risco apresentou associação entre diagnóstico tardio para o HIV, rápida evolução para caso Aids (<5 anos) e altos índices de óbitos associados à infecção. Assim, sugere-se maiores estudos para avaliar como se caracteriza atualmente a população com IDH alto sem fatores que podem permitir medidas preventivas e de diagnóstico precoce para esta população.
  • ItemTese de doutorado
    Efeito do aumento do diâmetro da sonda endotraqueal na mecânica pulmonar e na hemogasometria arterial de gatos anestesiados sob ventilação controlada por volume ou ventilação controlada por pressão
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-29) Argüelles, Diego Alejandro Ospina ; Teixeira Neto, Francisco José
    Objetivo– Avaliar o efeito do aumento do diâmetro interno da sonda endotraqueal de 3,0 mm (SE(3,0)) para 4,5 mm (SE(4,5)) no gradiente entre a pressão de pico (Ppico) e a pressão de platô (Pplat) registrada durante a ventilação controlada por volume (VCV) com uma pausa inspiratória prolongada em gatos. Delineamento experimental– Estudo experimental prospectivo. Animais– Dez gatos hígidos (peso ideal: 4,22 ± 0,39 kg). Material e Método– Após a administração de propofol, uma sonda endotraqueal (SE(3,0)) foi inserida para a manutenção da anestesia com isoflurano (fração inspirada de oxigênio: 0,4). O gradiente Ppico – Pplat registrado durante a VCV (volume corrente: 12 ml/kg) com uma pausa inspiratória > 0,5 seg foi usado como um índice estimativo da resistência das vias aéreas (Raw). A Ppico, Pplat, gradiente Ppico – Pplat, complacência quase-estática (Cqstat) e a hemogasometria arterial foram mensurados após 10–15 minutos de estabilidade da profundidade anestésica/ausência de assincronia paciente-ventilador com a SE(3,0). Os animais foram reintubados com uma SE(4,5) e repetiu-se o mesmo protocolo. Empregou-se o teste t pareado ou o teste de Wilcoxon para comparação das variáveis obtidas com diferentes sondas endotraqueais (p < 0,05 considerado significativo). Resultados– À medida que o diâmetro interno da sonda endotraqueal foi aumentado de 3,0 para 4,5 mm, a Ppico [mediana (valor mínimo e máximo)] diminuiu de 8 (6–10) cmH2O para 7 (6–8) cmH2O (p < 0,0039); enquanto a Pplat não apresentou alterações [6 (5–7) e 6 (5–7)] (p > 0,99). O aumento no diâmetro interno da sonda reduziu o gradiente Ppico – Pplat de 2–3 mmHg para 1 mmHg em todos os gatos (p = 0,0039). A Cqstat e a hemogasometria arterial não foram alterados pela mudança no diâmetro interno da sonda endotraqueal. Conclusões e relevância clínica– O gradiente Ppico – Pplat é útil para detectar aumentos na Raw causados por uma sonda endotraqueal estreita durante a VCV com uma pausa inspiratória > 0,5 seg. Em gatos com peso ideal próximo a 4 kg, o emprego de uma sonda com 4.5 mm pode ser preferível a uma sonda de 3.0 mm porque reduz a sonda de maior diâmetro reduz a Ppico durante a VCV.
  • ItemTese de doutorado
    Necessidades, ansiedade e depressão em familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-23) Nobukuni, Marcia Cristina ; Meneguin, Silmara
    Objetivo: Identificar as necessidades e os fatores que contribuem para o desencadeamento de sintomas de ansiedade e depressão em familiares de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de médio porte do Estado de São Paulo. Métodos: Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem mista. Fez-se uso da estratégia metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), do Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares em Terapia Intensiva (INEFTI) e da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), realizado com 340 familiares de 224 pacientes internados na UTI de um hospital público do interior do Estado de São Paulo, no período de janeiro de 2020 a agosto de 2022. Resultados: Em relação ao INEFTI, os familiares atribuíram altíssimo nível de importância para as necessidades (mediana=172) e, apesar de estarem “muito satisfeitos”, disseram que nem todas as necessidades foram atendidas (mediana=116). Destaca-se com maior importância a dimensão Suporte (mediana-52) e, com menor satisfação, a dimensão Conforto (mediana=17) e segurança (mediana=21). Por meio da HADS, obteve-se que os familiares apresentaram “provável” sintoma de ansiedade (67,7%) e de depressão (72,9%). Utilizando o DSC, identificou-se que as necessidades dos familiares se atrelaram à falta de acolhimento, apoio psicológico, ambiência desumanizada, despreparo dos profissionais para comunicação e restrições às visitas. Como fatores desencadeantes de sintomas de ansiedade/depressão, consideraram as incertezas a respeito do quadro clínico, a ausência de informações adequadas, de suporte psicológico e restrições de proximidade. Conclusões: Com o estudo, evidenciou-se a necessidade de ações que envolvam cuidados aos familiares, com maior atenção, suporte e acolhimento, além de reais políticas públicas que possam transpor barreiras da desumanização, despersonalização e de comunicação, que contribuirão a seu curso para minimizar os sintomas de ansiedade e/ou depressão.
  • ItemTese de doutorado
    Validação da versão em português do formulário resumido da escala de dor composta de Glasgow
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-21) Lima, Mayara Travalini de ; Luna, Stelio Pacca Loureiro
    Objetivou-se validar o Formulário Resumido da Escala de dor Composta de Glasgow em Cães (CMPS-SF) na língua portuguesa de acordo com as diretrizes COSMIN e GRADE. Quatro observadores treinados avaliaram 208 vídeos (pré-operatório-M1, pico de dor-M2, 1h após o pico de dor e analgesia-M3 e 24h pós-extubação-M4) de 52 cães, divididos em controles negativos (n=10), cirurgias de tecidos moles (n=22) e cirurgias ortopédicas (n=20). Os vídeos foram aleatorizados e encobertos quanto aos momentos da filmagem e avaliados em duas etapas, intervaladas em 21 dias. Segundo a análise confirmatória, a CMPS-SF é uma escala unidimensional, mas, de acordo com as mensurações clínicas, trata-se de uma escala multidimensional para avaliar a dor de acordo com os componentes sensitivo, discriminativo, afetivo e motivacional. A confiabilidade intraobservador ficou entre 0,80-0,99 e a confiabilidade interobservador entre 0,73-0,86. A validade de critério foi confirmada pela correlação entre a CMPS-SF e outras escalas unidimensionais (≥0,7). As diferenças entre os escores foram M2≥M3>M4>M1 (responsividade) e a escala apresentou validade de construto (maiores escores de dor pós-operatória em cães submetidos à cirurgia versus controle). A consistência interna foi de 0,7 (α de Cronbach) e 0,77 (ω de McDonald) e a correlação item-total ficou entre 0,3 e 0,7, exceto para “A(ii) – Atenção à ferida”. A especificidade e a sensibilidade foram de 78-87% e 74-83%, respectivamente. O ponto de corte para analgesia de resgate foi ≥5 ou ≥4 excluindo o item B(iii) - mobilidade, e a classificação GRADE foi alta, confirmando a validade da escala e sua aplicabilidade na língua portuguesa.
  • ItemTese de doutorado
    Epidemiologia da sepse neonatal precoce e tardia em prematuros de muito baixo peso, na Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais, de 2010 a 2020
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-22) Castro, Renata Sayuri Ansai Pereira de ; Rugolo, Ligia Maria Suppo de Souza ; Bentlin, Maria Regina
    Introdução: A sepse neonatal, apesar dos avanços na assistência perinatal, continua a ser um desafio significativo para neonatologistas, influenciando a morbimortalidade e aumentando os custos sociais e econômicos. Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico, microbiológico e o prognóstico da sepse neonatal precoce (SP) e tardia (ST) em prematuros de muito baixo peso, internados nas Unidades da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais, no período de 2010 a 2020. Método: Coorte multicêntrica, com PT-MBP, entre 22-36 semanas, peso de nascimento entre 400-1499g, sem malformações maiores/infecções congênitas, internados nas primeiras 72h de vida, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Variáveis: maternas, gestacionais, de nascimento, neonatais e agentes etiológicos. Desfecho: presença de sepse e mortalidade. Estatística: Teste do Qui-quadrado e t-student para comparação entre grupos, regressão logística múltipla por stepwise e modelo de Poisson, com teste de Wald para tendência temporal. Resultados: A incidência de SP nos 18 centros foi 30,7% (variação: 7,7-68,3%; p<0,001), e da confirmada de 1,6% (0,5%-4,7%; p<0,001), com redução ao longo dos anos. Gram negativos foram os principais agentes (66%). A mortalidade na SP foi 34,6% e a mortalidade neonatal precoce foi de 17,3%. Já na ST, a incidência foi 43,8% (variação: 27,3-64,9%), com 24,6% de ST confirmada e 19,2% de clínica. Gram positivos foram os agentes mais frequentes (64%). A mortalidade na ST foi 24,8% (variação:15,9-40,3%), sem redução durante a década. Conclusão: A incidência e mortalidade da SP e ST foram elevadas nos PT-MBP da RBPN, com grande variabilidade entre os centros. A sepse apresentou forte impacto na mortalidade e a ST na sobrevida com morbidades graves, reforçando a importância de medidas de prevenção da sepse nos PT-MBP. Esses dados mostram que há oportunidades de melhora na assistência à sepse.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação da analgesia intraoperatória e pós-operatória em pacientes submetidos à colecistectomia por videolaparoscopia sob anestesia geral com indução anestésica realizada utilizando sufentanil ou fentanil. Estudo comparativo e randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-02-23) Menezes, Daniel Carvalho de ; Nascimento Júnior, Paulo do
    Introdução: a ocorrência de tolerância aguda e de hiperalgesia induzida por opioides tem sido descrita mesmo com a exposição a doses clínicas habituais de remifentanil durante o período perioperatório. Especula-se que sufentanil e fentanil têm potenciais diferentes para promover redução da dose intraoperatória do remifentanil. Objetivo: avaliar o benefício, em relação à analgesia intraoperatória e pós-operatória, da utilização de sufentanil, quando comparado ao fentanil, durante a indução anestésica de anestesia geral para cirurgias de colecistectomia por videolaparoscopia. Método: após análise preliminar com 40 pacientes, determinou-se que 76 pacientes divididos em dois grupos (1:1) seriam necessários para testar a hipótese de que o sufentanil, em comparação com o fentanil, em doses supostamente equipotentes, diminui a necessidade do uso de remifentanil, para complementação analgésica no intraoperatório, em pacientes submetidos à colecistectomia por videolaparoscopia. Os pacientes foram submetidos à anestesia geral venosa total. Após indução com propofol em infusão alvo controlada, os grupos diferiram apenas pelo opioide utilizado na indução da anestesia. Grupo fentanil: fentanil 4 µg/kg e Grupo sufentanil: sufentanil 0,4 µg/kg. De acordo com variações definidas de pressão arterial e frequência cardíaca, foi realizada a infusão contínua de remifentanil. Foram avaliados, também, a intensidade de dor e o consumo de morfina na sala de recuperação pós-anestésica, assim como a ocorrência de náuseas, vômitos, prurido, sonolência e depressão respiratória. Resultados: as medianas (1o - 3o quartis) da dose de remifentanil (µg/kg/min) nos grupos fentanil e sufentanil foram, respectivamente, 0,072 (0,032 - 0,126) e 0,028 (0 - 0,061), p = 0,003. Não existiu diferença, entre os grupos, na intensidade da dor e no consumo de morfina na sala de recuperação pós-anestésica (p > 0,05), bem como na incidência dos efeitos adversos (náuseas, vômitos, prurido, sonolência e depressão respiratória) (p > 0,05). Conclusão: em colecistectomias por videolaparoscopia, a indução anestésica com o sufentanil, em comparação com o fentanil, diminui a necessidade de utilização de remifentanil no intraoperatório, mas, no período da sala de recuperação pós-anestésica, não modificou as características da dor pós-operatória e a ocorrência de efeitos adversos.
  • ItemTese de doutorado
    Desenvolvimento e validação de capacitação on-line de avaliação de risco de pé diabético para enfermeiros
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-25) Sakamoto, Sabrina Ramires ; Nunes, Hélio Rubens de Carvalho ; Fusco, Suzimar de Fátima Benato
    Introdução: A atualização profissional deve fazer parte da rotina dos profissionais de saúde, proporcionando uma melhoria contínua e refletindo no cuidado mais eficaz e na promoção de melhor qualidade de vida para os pacientes atendidos. Uma das áreas da saúde que mais necessita de conhecimento e atualização constante é a dos cuidados com pacientes diabéticos. Dentre as complicações desta patologia está o pé diabético, uma situação que pode levar a amputação de membros, onerando os custos na saúde pública e impactando significativamente na qualidade de vida do paciente, sendo de grande relevância as ações de rastreamento e prevenção de risco desse agravo. Objetivo: Elaborar e validar um curso de capacitação on-line para enfermeiros sobre avaliação de risco do pé diabético. Método: Trata-se de um estudo de elaboração e validação de curso on-line, utilizando a metodologia Team Based Learning (TBL), viabilizado em ambiente virtual de aprendizagem (AVA) por meio do Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle), com encontro síncrono mediado pela plataforma Google Meeting, com uma carga horária total de seis horas entre atividades síncronas e assíncronas. Foram elaborados e validados um e-book e uma videoaula como materiais didáticos para o curso. A validação desses materiais foi feita por especialistas da área de design e da área de saúde utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC). Para a validação do curso, foram convidados especialistas (juízes) na área, com titulação de mestre ou superior
  • ItemTese de doutorado
    Da interação mãe-neonato em tratamento fototerápico convencional ao estudo experimental de dispositivo de LED como possibilidade terapêutica: bases para um ensaio clínico randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-27) Nascimento, Tayomara Ferreira ; Jensen, Rodrigo ; Cerezo, Maria Ángeles ; Bocchi, Silvia Cristina Mangini ; Universitat de València
    Introdução: A fototerapia neonatal é uma das condições que dificultam a formação do vínculo entre o binômio mãe-filho. Objetivo Geral: Desenvolver um protocolo para avaliar eficácia de dispositivo de LED no tratamento da icterícia neonatal, em comparação com o tratamento convencional, e seu efeito sobre a interação mãe-neonato. Métodos: Para a consecução deste objetivo são descritos quatro estudos com métodos distintos, o primeiro teórico (Revisão Sistemática), o segundo teórico-empírico (Desenvolvimento de versão de Sistema de Codificação Observacional), o terceiro experimental (Avaliação de inovação) e o quarto uma proposta de estudo clínico (Protocolo de Ensaio Clínico de fase II). A revisão sistemática propôs avaliar os instrumentos de interação mãe-neonato com base nas diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) para Revisões Sistemáticas de Mensuração de Propriedades, no Consensus-Based Standards for the Selection of Health Measurement Instruments (COSMIN). No segundo estudo, trinta vídeos de mães brasileiras e seus recém-nascidos foram obtidos, após aprovação pelo Comitê de Ética n.º CAAE 45891621.0.0000.5411, para elaboração de um sistema observacional em seis etapas. No terceiro estudo, aprovado pela Comissão de Ética em uso animal n.º 1376/2021, foi desenvolvido ensaio experimental com grupo tratamento (GT, n =7), empregando aparelho de Light-Emitting Diode (LED) ligado com uma irradiância média de 20 µW/cm².nm e um grupo controle (GC, n =7) com o mesmo aparelho desligado. Foram obtidos dados de biocompatibilidade histológica, dermatológica, hematológica, bioquímica, e parâmetros termométricos em vários momentos, utilizando 14 coelhos como modelo animal. Resultados: O primeiro estudo mapeou itens, a idade, o objetivo, o foco, os domínios e as propriedades psicométricas de 14 instrumentos observacionais. O contexto de utilização de cada instrumento também foi referido. A síntese dos instrumentos apresentados pode ajudar clínicos e investigadores na escolha do instrumento mais adequado para utilização. No segundo estudo, a partir da análise de vídeos de 30 mães brasileiras, uma versão de sistema observacional foi desenvolvida, a partir do instrumento Codificación de la Interacción Temprana Materno Infantil (CITMI-R), doravante denominada Codificación de la Interacción Temprana Materno Infantil versión Neonatos CITMI-NB, juntamente com Manual do Sistema Observacional e respectivo Manual de Formação de codificadores. No terceiro estudo, resultados indicaram que não foram observadas alterações clínicas, dermatológicas e histológicas. Em termos de parâmetros laboratoriais, hematológicos, bioquímicos e de temperatura, as diferenças encontradas nos dois grupos variaram dentro dos parâmetros de normalidade. As diferenças encontradas na aferição de temperatura retal (p = 0,039) foram menores que o viés de aferição do termômetro (0,4 °C). Dessa forma, é possível concluir que o dispositivo de LED para fototerapia neonatal é seguro em biocompatibilidade. Ao final, é proposto um protocolo de ensaio clínico controlado, randomizado, unicêntrico de grupos paralelos, comparando desfechos clínicos e interação materno-infantil. Considerações finais: Os dados obtidos com as produções servirão para validação do dispositivo e translação do conhecimento para uso em situação clínica, em ambiente hospitalar junto à pacientes com icterícia com necessidade de intervenção fototerápica.
  • ItemTese de doutorado
    Síndrome do risco cognitivo motor em idosos brasileiros: prevalência e associação com o período reprodutivo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-03-26) Martins, João Paulo ; Vidal, Edison Iglesias de Oliveira
    A Síndrome do Risco Cognitivo Motor (SRCM) é um estado pré-demencial constituído pela presença de lentidão de marcha e queixa cognitiva em indivíduos sem diagnóstico prévio de demência e sem incapacidade para as atividades básicas de vida diária. No Brasil, ainda são poucos os estudos sobre essa síndrome e na literatura internacional há uma carência de estudos que avaliaram a raça enquanto um potencial modificador do efeito dos fatores de risco para a SRCM. Adicionalmente, nos últimos anos diversos estudos internacionais têm se debruçado sobre a associação entre a ocorrência de demências na população feminina e variáveis relacionadas ao período reprodutivo, tendo encontrado resultados por vezes contraditórios. Merece destaque o fato de a associação entre a exposição endógena a estrógenos ao longo da vida e a ocorrência de SRCM ainda não ter sido estudada. Portanto, este trabalho teve como objetivos estimar a prevalência da SRCM para pessoas idosas no Brasil, avaliar sua associação com um conjunto de variáveis clínicas, sociodemográficas, de estilo de vida e relacionadas ao período reprodutivo feminino, bem como investigar a raça como potencial modificadora de efeito dessas associações. Trata-se de um estudo transversal cujas amostras foram extraídas da primeira onda do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil) coletados entre os anos de 2015 e 2016. O diagnóstico da SRCM seguiu o padrão recomendado pelo estudo original que a descreveu. A regressão de Poisson foi utilizada para avaliar as associações entre as exposições de interesse com a SRCM e para testar interação daquelas variáveis com a raça. Os resultados desse estudo geraram dois artigos científicos, aqui apresentados. O primeiro artigo envolveu uma amostra de 4.677 pessoas idosas de ambos os sexos e encontrou uma prevalência de SRCM de 4,34% (IC95% 3,2 – 5,48). Maiores níveis de escolaridade e atividade física apresentaram associação protetora com a SRCM, enquanto que depressão e acidente vascular cerebral demonstraram associações de risco. Foi observada uma interação cruzada significativa entre raça e depressão em relação à SRCM, de tal modo que a associação da depressão com a SRCM era cerca de três vezes maior entre brancos que entre negros. No segundo artigo, foi analisada uma amostra de 2.540 mulheres com 60 anos ou mais, dentre as quais 105 (4,13%) apresentaram critérios para a SRCM. Períodos reprodutivos com duração inferiores a 29 anos se associaram há cerca do dobro da prevalência de SRCM, (Razão de Prevalência: 2,09; IC95% 1,04 - 4,20), quando comparados com mulheres com períodos reprodutivos entre 34 e 36 anos. O padrão da associação entre a duração do período reprodutivo e a ocorrência da SRCM não foi linear e foi modificado pela raça das participantes. Em conclusão, os resultados encontrados levaram ao questionamento de estimativas prévias da prevalência da SRCM na América Latina, identificaram fatores de risco e proteção para a SRCM na população brasileira e aportaram dados novos sinalizando a complexidade da interação entre a raça das pessoas e alguns fatores de risco para a ocorrência desta síndrome.