Manguezais urbanos de São Sebastião (litoral norte de São Paulo): análise espaço-temporal, caracterização estrutural e lixo no mangue
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Data
2024-11-13
Autores
Orientador
Cunha-Lignon, Marília
Coorientador
Pós-graduação
Biodiversidade De Ambientes Costeiros - IBCLP
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A resiliência dos manguezais urbanos frente às interações e impactos antrópicos será eficiente se o ecossistema estiver saudável, recebendo o aporte de nutrientes, a frequência de inundações periódicas e a redução de efeitos estressores que os afetam. A complexidade estrutural da vegetação de mangue amplia a capacidade de capturar e acumular lixo de diversas origens e tamanhos, além do constante fluxo de água das marés ser um facilitador no transporte dos resíduos sólidos. O presente estudo visa avaliar os manguezais urbanos de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, considerando a análise espaço-temporal, caracterização estrutural e o lixo no mangue. Para tanto, foram selecionadas três subáreas de florestas urbanas de mangue, Norte (Enseada), Centro (Colhereiro) e Sul (Barra do Sahy), que foram analisadas durante as estações do outono, inverno e primavera de 2023 e o verão de 2024. O mapeamento espaço-temporal de cada subárea foi elaborado com auxílio de imagens de satélite obtidas no Google Earth Pro, entre 2002 e 2023 e calculada a área total dos manguezais urbanos em cada ano. Os resultados mostraram que aumento dos manguezais na subárea Centro e redução no Norte e Sul. Os dados de caracterização estrutural de vegetação típica de mangue e do lixo no mangue em cada subárea, foram estudados utilizando-se as metodologias de Schaeffer-Novelli et al. (2015), GESAMP (2019) e UNEP (2009), respectivamente. As três subáreas apresentaram desenvolvimento e características estruturais arbóreas de indivíduos jovens, com dominância em área basal para indivíduos mortos na região Norte, e para o Centro e Sul dominância de indivíduos vivos. Na região Norte, houve dominância de Laguncularia racemosa (mangue branco). No manguezal localizado no Centro, as três parcelas apresentaram predomínio de Avicennia schaueriana (mangue preto) com poucos representantes de Rhizophora mangle (mangue vermelho) e L. racemosa. Já a região Sul é composta por uma floresta com dominância de L. racemosa, mas também com representantes de R. mangle e A. schaueriana. Em todas essas subáreas do estudo foram encontradas diversas categorias de lixo, sendo o plástico o material em maior abundância em todas as coletas. É importante destacar, que na subárea Sul foi coletada o maior volume de lixo no mangue (11,5 kg), somado as coletas de todas estações. Em relação à abundância, a subárea Norte apresentou maior dominância para o plástico. A divulgação dos resultados foi por meio de redes sociais. A presente pesquisa é uma ferramenta que contribui para a conservação do ecossistema manguezal no município, utilizando o monitoramento de imagens de satélite, avaliando a saúde dos manguezais e a necessidade de uma gestão eficiente em relação a problemática dos resíduos sólidos.
Resumo (inglês)
The resilience of urban mangroves facing interactions and anthropic impacts will be efficient if the ecosystem is healthy, receiving nutrient input, the frequency of periodic floods and the reduction of stressors that affect them. The structural complexity of mangrove vegetationincreases the capacity to capture and accumulate waste of many sources and sizes, in addition to the constant flow of tidal water facilitating the transport of solid waste. The present study aims to evaluate the urban mangroves in São Sebastião, north coast of São Paulo, considering the spatial-temporal analysis, structural characterization and waste in the mangrove. For this purpose, three subareas of urban mangrove forests were selected: North (Enseada), Center (Colhereiro) and South (Barra do Sahy), which were analysed during the fall, winter and spring seasons of 2023 and summer of 2024. The spatiotemporal mapping of each subarea was elaborated with the help of satellite images obtained in Google Earth Pro between 2002 and 2023. The total area of urban mangroves was calculated each year. The results show an increase in mangroves in the Center subarea and a reduction in the North and South. The data on the structural characterisation of typical mangrove vegetation and mangrove litter in each subarea were studied using the methodologies of Schaeffer-Novelli et al. (2015), Gesamp (2019) and Unep (2009), respectively. The three subareas present distinct tree development and arboreal structural characteristics of young individuals in the North region, and for the Center and South, dominance of living individuals. In the North region, Laguncularia racemosa (white mangrove). In the mangrove located in the Center, the three plots showed with a predominance of Avicennia schaueriana (black mangrove) with few representatives of Rhizophora mangle (red mangrove) and L. racemosa. On the other hand, the southern region is composed of a forest composed of L. racemosa, but also with representatives of R. mangle and A. schaueriana. In all these studied subareas, many categories of trash were found, with plastic being the material in greater abundance in all collections. It is essential to highlight that the most significant volume of trash in the South subarea was collected in the mangrove (11.5 kg) and added to the collections from all seasons. Concerning abundance, the North subarea showed the most remarkable dominance for plastic. The results were disseminated through social media. This research is a tool that contributes to the preservation of the municipality's mangrove ecosystem, using satellite image monitoring, evaluating the health of the mangroves and the need for effective management of the solid waste problem.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português
Como citar
DESTITO, M.C.S. Manguezais urbanos de São Sebastião (litoral norte de São Paulo): análise espaço-temporal, caracterização estrutural e lixo no mangue. 2024. Dissertação (Mestrado em Biodiversidade de Ambientes Costeiros) - Instituto de Biociências do Campus do Litoral Paulista, Universidade Estadual Paulista, São Vicente, 2024.