Caracterização dos sintomas e das sequelas otorrinolaringológicos em pacientes que estiveram internados por covid-19

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Data

2024-01-19

Orientador

Martins, Regina Helena Garcia

Coorientador

Pós-graduação

Cirurgia e Medicina Translacional (Bases Gerais da Cirurgia) - FMB 33004064006P8

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: o coronavírus é transmitido pelo trato respiratório superior, tornando prevalentes os sintomas otorrinolaringológicos. Em pacientes hospitalizados, esses sintomas são mais evidentes, sendo necessário caracterizar e entender melhor sua evolução. Objetivo: caracterizar os sintomas e as sequelas otorrinolaringológicas em pacientes internados por covid-19 e correlacioná-las à vacinação. Métodos: foi realizado contato telefônico aos pacientes que estiveram internados em nossa instituição entre abril de 2020 e abril de 2022 por complicações da Covid-19, excluindo-se os óbitos. Foram colhidos dados demográficos, sintomas iniciais e remanescentes, tempo de internação, intubação e/ou traqueotomia e dados de vacinação. Resultados: dentre os 845 pacientes adultos internados por complicações de covid-19, 441 foram a óbito. O contato telefônico foi direcionado aos 404 pacientes restantes, porém apenas 109 responderam, sendo 59 (54,13%) homens e 50 (45,88%) mulheres, idade média de 58,61 anos (mínima 20; máxima 94). Foram formados dois grupos de estudo: grupo composto por pacientes com sintomas remanescentes e grupo composto por pacientes sem sintomas remanescentes. Dentre os pacientes que apresentaram sintomas remanescentes após 1 ½ a 2 anos (n-44; 40,37%), 27 eram homens (61,36%) e 17 mulheres (38,64%). No grupo de pacientes sem sintomas remanescentes observou-se 32 homens (49,2%) e 33 mulheres (50,7%). A faixa etária entre 21 e 70 anos concentrou o maior número tanto de pacientes com (79%) e sem (73%) sintomas remanescentes. O tempo de internação variou entre um e 75 dias, não havendo diferença estatística entre os grupos pois a maioria dos pacientes de ambos os grupos permaneceu internado por até 20 dias. A intubação endotraqueal ocorreu em 17 pacientes (15,6%), sendo sete do grupo com sintomas remanescentes e três do grupo sem estes. Dos pacientes intubados sete evoluíram para traqueotomia (três com sintomas remanescentes e quatro sem). O tempo mínimo de intubação foi de um dia e máximo de 50 dias. Os sintomas otorrinolaringológicos iniciais mais prevalentes foram: dispneia (68%), tosse (65%), obstrução nasal (47%), alteração no olfato (44%) e do paladar (42%), rinorreia (35%), cefaleia (31%), odinofagia (19%) e disfonia (16%). Sintomas remanescentes: dispneia (14%), alterações no olfato (11%), vertigem (7%), alterações no paladar (4,6%) e disfonia (3,7%). Dentre os 109 pacientes, 54 deles (49,5%) haviam sido vacinados antes de adoecerem e 30% deles havia tomado 2 ou 3 doses da vacina. Dentre os pacientes que mantinham sintomas, 20 deles haviam sido vacinados, e 27,3% haviam recebido 2 ou 3 doses da vacina. Conclusões: sintomas otorrinolaringológicos foram frequentes nos pacientes internados por covid-19, destacando-se dispneia, tosse, obstrução nasal, distúrbios olfativos e do paladar. Embora com curso favorável a longo prazo, 40% dos pacientes mantiveram sintomas remanescentes permanentes, destacando-se as alterações do olfato, do paladar e do equilíbrio. Os índices de sequelas não se relacionaram às doses de vacina.

Resumo (inglês)

Introduction: the coronavirus is transmitted through the upper respiratory tract, making otorhinolaryngological symptoms prevalent. In hospitalized patients, these symptoms are more evident, and it is necessary to better characterize and understand their evolution. Objective: to characterize the otorhinolaryngological symptoms and sequelae in patients hospitalized for covid-19 and correlate them with vaccination. Methods: Telephone contact was made with patients who were admitted to our institution between April 2020 and April 2022 due to complications from Covid-19, excluding deaths. Demographic data, initial and remaining symptoms, hospitalization days, intubation and/or tracheostomy, and vaccination data were collected. Results: among the 845 adult patients hospitalized for complications of covid-19, 441 died. The remaining 404 patients were contacted by telephone, but only 109 responded, 59 (54.13%) men and 50 (45.88%) women, mean age 58.61 years (minimum 20; maximum 94). Among the patients who had symptoms remaining after 1 ½ to 2 years (n-44; 40.37%), 27 were male (61.36%) and 17 were female (38.64%), mean age 55.58 years (minimum 22; maximum 87). The hospitalization days varied between 1 and 75 days, with 73% of patients with initial symptoms and 81% of patients with remaining symptoms remaining hospitalized for up to 20 days. Endotracheal intubation occurred in 17 patients (15.6%), a minimum of one day and a maximum of 50 days; six of them had been tracheotomized. The most prevalent initial otorhinolaryngological symptoms were: dyspnea (68%), cough (47%), nasal obstruction (47%), change in smell (44%) and taste (42%), rhinorrhea (35%), headache (31%), odynophagia (19%) and dysphonia (16%). Remaining symptoms: dyspnea (14%), changes in smell (11%), vertigo (7%), changes in taste (4.6%) and dysphonia (3.7%). Among the 109 patients, 56 of them (51%) had been vaccinated before becoming ill and 30.7% of them had taken 2 or 3 doses of the vaccine. Among the patients who maintained symptoms, 20 had been vaccinated and 60% had received 2 or 3 doses of the vaccine. Conclusions: otorhinolaryngological symptoms were frequent in patients hospitalized for covid-19, with emphasis on dyspnea, cough, nasal obstruction, smell and taste disorders. Although with a favorable long-term course, 40% of the patients maintained permanent symptoms, especially changes in smell, taste and balance. Sequelae rates were not related to vaccine doses.

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Idioma

Português

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