O panteísmo e a mística feminina em Gilka Machado
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Data
2023-08-21
Autores
Orientador
Santos, Fabiano Rodrigo da Silva
Coorientador
Pós-graduação
Letras - FCLAS 33004048019P1
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Este trabalho propõe a investigação da poesia de Gilka Machado (1893-1980), a partir da
consideração do tema do panteísmo e da construção da mística feminina em sua poesia.
Partindo da hipótese de que o panteísmo e a plasmação de uma dimensão cósmica feminina
são elementos constantes da obra da poeta e correspondem a aspectos expressivos de sua
poesia, a perspectiva da pesquisa se debruça sobre poemas pertencentes a obras distintas cujo
percurso de constituição poderia atestar a elaboração de um universo poético integrado a
partir de temas, procedimentos e, sobretudo, de uma cosmovisão reincidente. Assim, os
poemas selecionados para a leitura são: “Perfume”; “Rosas I” e “Noite - amiga, piedosa
enfermeira do doente”, da obra de estreia de Gilka Machado, Cristais Partidos (1915); “Mal
assomou à minha ansiosa vista”, “Negra, nesse negror belo e medonho” e “Há lá por fora”,
integrantes da antologia Meu glorioso pecado (1928); “Carne e Diabo”, “Angústia” e
“Enamoradas”, do livro Sublimação (1938). A lírica de Gilka Machado é marcada pelo anseio
pela transposição de limites que delineiam um universo poético no qual a sensibilidade lírica
se une com a natureza e com uma dimensão transcendente. As análises apresentam como
resultado o desenvolvimento de um espaço aberto à representação da condição feminina sob a
orientação de linguagem estética marcada por sugestão e captação do encantamento do real
que sintoniza o feminino a imagens configuradoras de um cosmos panteísta. A constituição
desse cosmo pode ser observada a partir de imagens reincidentes nos poemas analisados,
sobretudo ligados à natureza noturna. Compreende-se tais imagens como forma de investigar
a emergência de uma mística particular aos poemas de Gilka Machado, em que a condição da
mulher confere forma poética às impressões difusas de uma natureza misteriosa e divinizada.
Resumo (inglês)
This work proposes an investigation of the poetry of Gilka Machado (1893-1980), based on
the consideration of the theme of pantheism and the construction of a feminine mystique in
her poetry. Starting from the hypothesis that pantheism and the shaping of a female cosmic
dimension are constant elements in the poet's work and correspond to expressive aspects of
her poetic universe, the research perspective focuses on poems belonging to different works
whose constitution course could attest to the elaboration of an integrated poetic universe
based on themes, procedures and, above all, a recurrent cosmovision. Thus, the poems
selected for reading are: “Perfume”; “Rosas I” and “Noite - amiga, piedosa enfermeira do
doente”, from Gilka Machado’s debut work, Cristais Partidos (1915); “Mal assomou à minha
ansiosa vista”, “Negra, nesse negror belo e medonho” and “Há lá por fora”, part of Meu
glorioso pecado (1928); “Carne e Diabo”, “Angústia” e “Enamoradas”, from the book
Sublimação (1938). Gilka Machado's lyric is marked by the yearning for the transposition of
limits that delineate a poetic universe in which lyrical sensitivity unites with nature and with a
transcendent dimension. As a result, the analyzes present the development of an open space
for the representation of the feminine condition under the guidance of an aesthetic language
marked by suggestion and capture of the enchantment of reality that tunes the feminine to
images that configure a pantheistic cosmos. The constitution of this cosmos can be observed
from recurrent images in the analyzed poems, mainly linked to nocturnal nature. Such images
are understood as a way of investigating the emergence of a particular mystique in Gilka
Machado's poems, in which the woman's condition gives poetic form to the diffuse
impressions of a mysterious and deified nature.
Descrição
Idioma
Português
Como citar
DAVID, Caroline Buratti. O panteísmo e a mística feminina em Gilka Machado. 2023. 131 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Assis, 2023.