Teses - Biodiversidade - IBILCE
URI Permanente para esta coleçãohttps://hdl.handle.net/11449/77110
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ItemTese de doutorado História natural e ecologia da jararaca-ilhoa, Bothrops insularis (Serpentes, Viperidae)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-04) Banci, Karina Rodrigues da Silva ; Marques, Otavio Augusto Vuolo ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A jararaca-ilhoa, Bothrops insularis, é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, endêmica da Ilha da Queimada Grande (IQG), no litoral Sul de São Paulo. Ela faz parte do grupo Bothrops jararaca, que também inclui B. alcatraz, B. germanoi, B. jabrensis, B. jararaca, B. otavioi e B. sazimai. Sua dieta é baseada em presas ectotérmicas, como anuros e lagartos, quando juvenis, e em aves migratórias quando adultas, que visitam a ilha em dois picos migratórios, em março e julho, principalmente. Por se tratar de espécie ameaçada, a manutenção de populações ex situ de B. insularis é uma recomendação da União Internacional para a Conservação da Natureza. No entanto, em cativeiro, essas serpentes são alimentadas com roedores mensalmente, desde seu nascimento. No primeiro capítulo da presente tese, a partir da comparação morfológica de animais de cativeiro e da IQG (com base em captura e recaptura), avaliamos a influência que esta alimentação diferenciada pode ter sobre o crescimento dos indivíduos. Demonstramos que os indivíduos de cativeiro apresentam maior taxa de crescimento e tamanho, e sua maturidade sexual ocorre mais cedo em comparação aos indivíduos de mesmo sexo da IQG, possivelmente por conta da maior frequência alimentar. Ainda em relação à dieta, desde sua descrição, por se alimentar de aves, a espécie tem sido considerada diurna, ao contrário das espécies do grupo. Entretanto, este aspecto ainda não havia sido devidamente estudado. No segundo capítulo, apresentamos dados comparativos da atividade diária de B. insularis, B. alcatraz e B. jararaca obtidos a partir de filmagens realizadas durante dez dias consecutivos em cativeiro. Os dados foram então comparados a registros de atividade de animais encontrados na IQG. Este estudo demonstrou que, assim como B. alcatraz e B. jararaca, B. insularis é intrinsecamente noturna, embora sua atividade de caça na natureza ocorra principalmente durante o dia. Demonstramos, ainda, que a variação de temperatura em diferentes estações pode modular a atividade diária de B. jararaca. O conhecimento acerca da história natural e ecologia das diferentes espécies, especialmente as ameaçadas de extinção, são essenciais para conhecer quais e como os diferentes fatores ambientais e ecológicos as influenciam. Deste modo, informações sobre história natural e ecologia são cruciais para o delineamento de estratégias de conservação direcionadas a essas espécies. Dado que ilhas podem apresentar condições ecológicas diferenciadas em relação ao continente, ou mesmo em relação a outras ilhas, é importante avaliar a taxa de predação à qual as espécies-alvo do estudo estão sujeitas, analisando, ainda, se este aspecto poderia influenciar seu comportamento defensivo. No terceiro capítulo, a partir de experimentos usando réplicas de massa de modelar, demonstramos que a taxa de predação sobre B. insularis na IQG é menor do que aquela sobre B. alcatraz na Ilha de Alcatrazes e sobre B. jararaca em um fragmento urbano de São Paulo, que, por sua vez, são menores do que aquela sobre B. jararaca de áreas florestais contínuas. Possivelmente por conta disso, indivíduos de B. insularis são menos defensivos do que B. jararaca, fugindo mais. O mesmo foi constatado com B. alcatraz, porém isso possivelmente está associado ao seu tamanho reduzido e baixa capacidade de se defender contra aves e teiús que as podem predar, o que faz com que sejam mais secretivas do que as outras duas espécies. Finalizando, para estratégias de conservação, é fundamental conhecer os ambientes utilizados pelas espécies, avaliando as variáveis do hábitat e os padrões de deslocamento das mesmas. Utilizando três métodos combinados (radiotelemetria, carretel, e captura e recaptura), foi possível verificar que B. insularis aparenta ser uma espécie sedentária, assim como verificado para B. jararaca. Verificamos, ainda, que, embora os animais utilizem mais o chão, a probabilidade de encontrar animais sobre a vegetação é maior nos períodos em que as aves visitam a ilha, indicando a ocorrência de uma migração vertical pela jararaca-ilhoa. Existe, ainda, grande influência da alometria na utilização da vegetação. Além disso, com base nos encontros e reencontros ao longo dos anos, foi possível verificar que a jararaca-ilhoa está mais associada a áreas fechadas, sendo encontrada no interior da mata ou em áreas de borda, sempre com grande cobertura do dossel, indicando que a espécie seja mais dependente de áreas fechadas do que B. alcatraz e B. jararaca. As análises comparativas de B. insularis com espécies irmãs também são interessantes para o melhor entendimento da evolução do grupo. Finalmente, esperamos que o conhecimento gerado possa contribuir para a conservação não só da jararaca-ilhoa, mas do grupo jararaca.ItemTese de doutorado Variação morfológica em girinos bentônicos e nectônicos: influência de fatores espaciais ou ambientais?(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-03) Santos, Danusy Lopes ; Feres, Denise de Cerqueira Rossa ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A morfologia é um dos principais componentes do fenótipo de um organismo. Os girinos apresentam grande diversidade morfológica e comportamental, e ocupam uma ampla gama de habitats aquáticos e terrestres. Essa diversidade tem disso atribuída às características físicas do ambiente e à presença a predadores e competidores. Apesar dos girinos serem excelentes modelos para estudos morfológicos e de variação fenotípica, existe uma carência em estudos envolvendo variação morfológica, suas origens e distribuição no espaço e no tempo. Outra carência envolvendo o estudo de girinos está na relação entre as estruturas anatômicas e suas respectivas funções, e variações morfológicas apresentadas por essas estruturas. Considerando a ausência de estudos com ampla abrangência geográfica acerca das variações morfológicas, assim como sobre a organização e funcionamento de órgãos e sistemas, e se eles sofrem modificações de acordo com diferenças no uso do ambiente, nossos objetivos gerais foram: (1) determinar a variação em caracteres morfológicos externos em girinos de diferentes guildas ecomorfológicas, verificando a existência de padrõesassociados a distância espacial entre populações ao longo da distribuição geográfica das espécies alvo; (2) caracterizar o sistema nervoso de girinos de diferentes guildas ecomorfológicas, buscando correlacionar a morfologia do sistema nervoso ao ambiente utilizado. Utilizando técnicas de morfometria geométrica, além de imagens tridimensionais, nós analisamos a variação da morfologia externa. Por meio de modelos tridimensionais analisamos as variações morfológicas no cérebro de girinos de três diferentes guildas ecomorfológicas e verificamos se as variações morfológicas observadas podem estar associadas a diferenças no uso do habitat. Nossos resultados demonstram que a morfologia externa dos girinos é correlacionada com a distância espacial entre as populações de todas as espécies analisadas, com exceção de Rhinella diptycha. A morfologia do cérebro variou acima do esperado, principalmente as regiões do cerebelo, optic tectum e diencéfalo. Observamos também que essas variações estão associadas ao uso da coluna d’água e também ao tamanho do cérebro. Girinos nectônicos de D. minutus, que usam o ambiente em três dimensões, apresentaram cérebro com maior tamanho e cerebelo mais volumosoItemTese de doutorado Avaliação de células imunológicas, do baço e do testículo de Leptodactylus fuscus (Anura) em diferentes cenários (área preservada, agricultura e área urbana).(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-01) Rezende, Wadson Rodrigues ; Oliveira, Classius de ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A atividade humana gera uma variedade de resíduos químicos (e.g. agroquímicos, fertilizantes agrícolas, metabólitos de fármacos, resíduos da queima de combustíveis, metais pesados) que são lançados no meio ambiente. Alguns desses compostos apresentam grande potencial de desregulação endócrina, interferindo na sinalização normal do organismo. Os anfíbios, por terem características particulares, são sensíveis à contaminação ambiental, que pode gerar efeitos deletérios em seus sistemas, em especial o imunológico e reprodutor. Tem-se proposto uma inter-relação entre as respostas imunes e a reprodutivas, de forma que a resposta de um pode alterar a resposta do outro. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo, avaliar como diferentes paisagens antropizadas (área agrícola e urbana) alteram a imunidade celular e a morfologia esplênica, bem como a morfometria testicular de Leptodactylus fuscus; e se há uma inter-relação entre suas respostas. Foram analisados biomarcadores morfométricos imunológicos (contagem diferencial de leucócitos, densidade estrutural volumétrica e quantificação de mastócitos do baço) e reprodutivos (área locular e dos cistos espermatogênicos), e índice de massa escalonar (IME), para estimar a condição corporal, em anuros coletados em diferentes cenários (cultivo de soja, cana, indústria sucroalcooleira, área urbana e unidade de conservação). Com esses marcadores, foram realizadas análises comparativas correlacionais, visando estabelecer a relação entre os sistemas. Com relação aos marcadores imunes, no baço dos animais em áreas impactadas, houve uma diminuição da polpa branca e um aumento da polpa vermelha, e na frequência de mastócitos e das células pigmentares (melanomacrófagos). Já os leucócitos apresentaram variação na composição dos diferentes tipos celulares, havendo um aumento de linfócitos e neutrófilos e diminuição de basófilos, eosinófilos e monócitos. Quanto à morfometria testicular, os animais de ambientes antrópicos apresentaram um aumento dos cistos espermatogênicos, de modo que, cada cenário exerceu pressões diferentes nas proporções dos cistos. O IME evidenciou um maior número de correlações positivas (ainda que fracas) com parâmetros reprodutivos (área locular, e cistos de espermatogônias e espermatócitos). Ainda que não tenhamos encontrados relações diretas entre os marcadores dos sistemas, os animais por apresentaram bons condições corporais aparentemente podem manter tanto uma boa resposta reprodutiva quanto uma resposta imune sistêmica, nos ambientes antrópicos. Essas respostas podem ser produto de adaptações que espécies generalistas podem apresentar, capacitando-as a se manter nesses ambientes alterados.ItemTese de doutorado Biogeografia das serpentes do Gran Chaco(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-01-09) Cabral Beconi, Hugo Enrique ; Silva, Diego José Santana ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Os estudos sobre a evolução e o padrão geográfico da biota Neotropical aumentaram rapidamente nas últimas décadas, com contribuições de quase todas as ecorregiões que abrangem uma variedade de organismos. No entanto, o conhecimento desses processos está centrado principalmente em florestas tropicais como a Amazônia e a Mata Atlântica, deixando de lado as áreas abertas da América do Sul, como Caatinga, Cerrado e Gran Chaco. No entanto, o Chaco é talvez o mais negligenciado desses três, com estudos que se concentram apenas na conservação, ou taxonomia de gêneros ou grupos específicos, ou não abrangendo toda a distribuição do Chaco, e só alguns tratando de processos evolutivos. Neste trabalho, usamos dados moleculares, ecológicos, morfológicos e de distribuição para estudar o processo evolutivo que moldou a distribuição de serpentes de áreas abertas, com ênfase principalmente no Chaco. Descobrimos que no Chaco, alguns caracteres evoluídos respondem a fatores bióticos e abióticos. Por exemplo, encontramos um padrão latitudinal, com uma acentuada verticalidade, na qual espécies fossoriais são impulsadas principalmente pelas condições do solo no Chaco. O padrão de distribuição das serpentes do Chaco também reflete sua história evolutiva, com uma marcada regionalização filogenética. Além disso, eventos no Mioceno/Plioceno como introgressões marinhas e oscilações climáticas, e a heterogeneidade da paisagem são importantes condutores da estrutura genética e história demográfica de Erythrolamprus poecilogyrus caesius no Chaco, do mesmo modo as introgressões marinhas e a formação da Bacia do Pantanal são importantes para explicar a diversificação e divisão de Xenodon pulcher e X. matogrossensis. Finalmente, espera-se que as assembleias de serpentes no Chaco mudem com os cenários climáticos no futuro próximo com uma clara tendência à homogeneização biótica da ecorregião, com consequente homogeneização da diversidade filogenética e funcional das assembleias locais. Essas mudanças negativas se refletiriam nas Unidades de Conservação do Chaco, das quais muitas UCs sofreriam homogeneização biótica e perda de riqueza de espécies.ItemTese de doutorado Potencial de fitoseídeos (Acari: Phytoseiidae) como agentes de controle biológico de três espécies de ácaros fitófagos em seringueira(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-12-02) Amaral, Felipe Santa Rosa do ; Lofego, Antonio Carlos ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A seringueira, Hevea brasiliensis Müll.Arg., é a maior fonte de borracha natural do mundo, devido à sua elevada produção de látex. O principal modo de produção dessa espécie é pelo monocultivo, o que tem algumas implicações, como a maior propensão ao ataque de pragas. Duas espécies importantes para essa cultura são os ácaros fitófagos Calacarus heveae Feres e Tenuipalpus heveae Baker, cujas infestações podem ocasionar queda na produção de látex. Contudo, a seringueira também é espécie hospedeira para diversos ácaros predadores, sobretudo da família Phytoseiidae, que se alimentam principalmente de ácaros fitófagos. Este trabalho teve como objetivo investigar quais espécies de fitoseídeos podem atuar como predadoras de T. heveae e C. heveae. Foi avaliado o efeito de C. heveae como alimento na fecundidade de 10 espécies de ácaros predadores da família Phytoseiidae já registradas em H. brasiliensis. Os resultados dessa etapa levaram à inferência de que C. heveae não é uma presa favorável para a reprodução dos fitoseídeos avaliados, já que todas as espécies apresentaram taxas de ovipósição inferiores a 0,2 ovos/fêmea/dia, quando alimentados com esse eriofiídeo. Quatro espécies de fitoseídeos apresentaram taxas de predação superiores a 20 presas/fêmea/dia, sendo que a taxa máxima encontrada foi de 39 presas/fêmea/dia por Amblyseius chiapensis De Leon. O estudo de tabela de vida com A. chiapensis nos permitiu concluir que esse fitoseídeo não pode manter sua população tendo C. heveae como alimento exclusivo. Um teste semelhante foi feito para avaliar a fecundidade de cinco fitoseídeos tratados com T. heveae. Nesse experimento, o tenuipalpideo foi uma presa favorável para as cinco espécies de ácaros predadores, com taxas de oviposição entre 1 e 2 ovos/fêmea/dia e taxas de predação entre 20 e 46 presas/fêmea/dia. Os resultados encontrados para o fitoseídeo Euseius citrifolius Denmark & Muma se destacaram em relação aos demais, portanto, essa espécie foi escolhida para um estudo de tabela de vida, cujos resultados apontaram que este pode ser considerado um agente de controle biológico promissor para T. heveae. Em outro experimento, foi avaliada a aceitação de Eutetranychus banksi McGregor como presa para E. citrifolius. Os dados laboratoriais mostraram que E. citrifolius preda E. banksi e que pode se reproduzir tendo essa presa como única fonte de alimento. Contudo, em mudas de seringueira, foi observado que E. citrifolius não reduziu significativamente populações de E. banksi. Também foi avaliado o efeito de quatro tipos de pólens na fecundidade de E. citrifolius. Todos foram aceitos pelo fitoseídeo, sendo o pólen de Nopalea cochenillifera Salm-Dyck o que proveu a maior taxa de oviposição. É importante salientar que esse foi o primeiro estudo que avaliou pólen de N. cochenillifera como alimento para fitoseídeo, sendo mais uma opção de alimento para criação desses ácaros, pela sua fácil obtenção. Avaliando a influência de diferentes substratos na oviposição de E. citrifolius, foi possível constatar que os substratos naturais testados, feitos com folhas de espécies vegetais, foram mais favoráveis para esse predador do que o substrato artificial, feito com piso vinílico. Os dados desse trabalho contribuem para um melhor entendimento da relação predador-presa entre ácaros fitoseídeos e ácaros fitófagos em seringueira. Além disso, permitem apontar E. citrifolius como uma espécie benéfica à cultura de seringueira, podendo atuar como agente de controle biológico de T. heveae.ItemTese de doutorado Systematics and biogeography of the Hydropsini tribe (Serpentes: Xenodontinae)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-04) Carvalho, Priscila Santos ; Silva, Diego José Santana ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A região Neotropical é caracterizada pela alta diversidade biológica e pela presença de grandes bacias hidrográficas, que exercem papel importante no padrão de distribuição e evolução da biota. Tal diversidade está também associada, dentre vários fatores, ao soerguimento final dos Andes a partir do Mioceno. Apesar dos recentes avanços na sistemática de serpentes, a diversidade de várias linhagens neotropicais permanece pouco compreendida. Aqui, abordamos a sistemática e biogeografia de Hydropsini (Pseudoeryx, Hydrops e Helicops), e apresentamos uma análise filogenética com base na maior amostragem molecular feita até o momento, cerca de 83% da diversidade da tribo (22 das 26 espécies), incluindo 1.080 sequencias de dois genes mitocondriais (16S e Cytb) e quatro nucleares (Cmos, NT3, BDNF e R35). Dividimos a tese em três capítulos. No primeiro capítulo inferimos a filogenia de Hydropsini, cujos resultados mostraram que os três gêneros são válidos e recuperamos a monofiletismo da tribo. A inclusão de mais espécies resultou em relacionamentos contrastantes quando comparados com inferências filogenéticas anteriores. No segundo capítulo, com base na filogenia datada do capítulo 1, conduzimos uma estimativa de área ancestral, a fim de investigar a história biogeográfica dessas serpentes aquáticas. Revelamos que o cenário ancestral mais provável para a diversificação de Hydropsini foi a região amazônica, por volta de 21 milhões de anos, no início do Mioceno. Discutimos como o dinamismo da paisagem durante o Mioceno na região amazônica teve um grande impacto na diversificação de Hydropsini, influenciado principalmente pelo sistema Pebas. Por fim, no terceiro capítulo, nos baseamos nos achados sobre o complexo de Helicops leopardinus (He. leopardinus, He. modestus, He. infrataeniatus e He. tapajonicus) do primeiro capítulo e estudamos a filogeografia deste complexo para compreendermos sua diversidade e estruturação genética em níveis mais recentes de diversificação. O complexo de Helicops leopardinus se originou durante o Pleistoceno (~1,2 Mya), e mostramos que este complexo pode representar uma única espécie com cinco agrupamentos geneticamente estruturados com fluxo gênico de forma desigual entre eles. A diferenciação genética do complexo de He. leopardinus é explicada principalmente pela interação da distância geográfica, variação climática e bacias hidrográficas. Fornecemos novas propostas sobre padrões e processos de diversificação para um complexo de espécies de cobras aquáticas amplamente distribuído ao longo da América do Sul.ItemTese de doutorado Estrutura da comunidade de carnívoros em paisagens fragmentadas do Cerrado e Mata Atlântica(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-01) Fornitano, Larissa ; Bianchi, Rita de Cassia ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A distribuição e ocorrência das espécies na paisagem são influenciadas pelas condições e disponibilidade dos recursos. A fragmentação do hábitat pode causar a redução ou eliminação desses recursos levando a diminuição ou desaparecimento de populações e espécies. Algumas interações como a predação e competição também podem ser influenciadas pela redução e eliminação dos recursos, sobretudo entre espécies filogeneticamente próximas, e podem afetar adversamente as espécies interferindo nas suas distribuições e ocupação. O objetivo foi avaliar a estrutura da comunidade de mamíferos carnívoros de áreas fragmentadas do Cerrado e Mata Atlântica e entender como a perda e fragmentação dos habitats influenciam a ocorrência e distribuição destas espécies nestas áreas. Foram utilizados dados de armadilhas fotográficas coletados entre 2012 e 2017 em 19 fragmentos de oito Unidades de Conservação do Cerrado e Mata Atlântica do Estado de São Paulo. O primeiro capítulo teve como objetivo investigar a influência das características do habitat, disponibilidade de recursos, abundância relativa de cães-domésticos e infraestrutura humana na ocupação de carnívoros selvagens e domésticos. A ocupação dos carnívoros foi influenciada pelas pastagens, culturas perenes, culturas anuais, distância de áreas urbanas, tamanho dos fragmentos, disponibilidade de presas e cobertura de vegetação nativa aberta e florestais. No segundo capítulo avaliei como as variáveis da paisagem e disponibilidade de recursos afetam a co-ocorrência dos carnívoros silvestres entre si e com o cão-doméstico, para entender a interferência das espécies de maior porte nas espécies menores e dos cães-domésticos nos carnívoros silvestres. Boa parte das espécies de menor porte não co-ocorreu com as de maior porte. As variáveis relacionadas às culturas agrícolas influenciaram a co-ocorrência apenas entre carnívoros silvestres e cão-doméstico, e entre as espécies de carnívoros silvestres a co-ocorrência foi influenciada por variáveis de infraestrutura humana e floresta nativa. O objetivo do terceiro capítulo foi avaliar o efeito da estrutura da vegetação e áreas urbanas do entorno dos fragmentos, e do tamanho e isolamento dos fragmentos na diversidade funcional de mamíferos de médio e grande porte. A diversidade funcional foi positivamente relacionada com o tamanho dos fragmentos, com a porcentagem de floresta nativa e com a porcentagem de cultura perene. Os resultados trazem importantes informações acerca do impacto das ações antrópicas nas comunidades de mamíferos, sobretudo nas espécies de carnívoros. Embora algumas agriculturas tenham se mostrado importantes para a ocupação de alguns carnívoros, a antropização dos habitats se mostrou um importante fator de influência nas relações intra-guildas e na diversidade funcional de mamíferos, destacando a importância das áreas protegidas e áreas de vegetação nativa além dos limites das Unidades de Conservação para a preservação das espécies.ItemTese de doutorado Avaliação do efeito do benzo(α)pireno em anuros: um estudo descrevendo biomarcadores morfológicos(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-26) Valverde, Bruno Serra de Lacerda ; Oliveira, Classius de ; Carvalho, Cleoni dos Santos ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Os anuros possuem características que os tornam vulneráveis a contaminantes presentes no ambiente aquático e terrestre. Dentre esses, destaca-se o benzo(α)pireno (BαP), um hidrocarboneto com propriedades carcinogênicas, que pode ser absorvido por diferentes vias – cutânea, oral ou respiratória – o que pode alterar sua distribuição e metabolismo. Para avaliar o impacto do BαP são utilizados biomarcadores, que consistem em alterações mensuráveis em células/tecidos/órgãos, que fornecem informações sobre a exposição e efeito do composto. Dessa forma, o objetivo dessa tese é avaliar o efeito do BαP sobre diferentes biomarcadores de anuros e avaliar se a via de administração do composto pode influenciar nesses efeitos. Espécimes de Physalaemus nattereri (N = 108) foram coletados e divididos em três grupos (via cutânea, injetável e oral) e tempos experimentais (um, três e sete dias). Os espécimes receberam uma única administração (volume de 0,02 ml) de óleo mineral puro (controle) ou de óleo mineral contendo 2 mg/Kg de BαP (tratamento). Ao término dos experimentos foram coletadas amostras de sangue, fígado, pele e testículos para análise dos biomarcadores morfológicos (anormalidades nucleares, pigmentação e mastócitos) e bioquímicos (catalase, superóxido dismutase, glutationa S-transferase e peroxidação de lipídios). O BαP alterou a área dos pigmentos melanina (fígado, pele e testículo), hemosiderina e lipofuscina (fígado), a frequência de mastócitos (fígado e pele) e a atividade das enzimas superóxido dismutase e glutationa S-transferase (fígado). Essas alterações foram influenciadas pela via de administração, sendo que o efeito da via foi distinto para cada órgão.ItemTese de doutorado Estrutura da comunidade de ácaros plantícolas em remanescentes de Catinga(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-07-04) Rodrigues, Jennifer Katia ; Lofego, Antônio Carlos ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O bioma Caatinga é o único exclusivamente brasileiro, ocupando 11% de todo território nacional e sua área está estimada em cerca de 800.000 km2, cobrindo 70% da Região Nordeste. A diversidade de ácaros já tem sido bem estudada em alguns ambientes naturais como Mata Atlântica e Cerrado Entretanto em áreas preservadas de Caatinga esses estudos ainda são raros. Desta forma este trabalho tem como objetivo compreender os fatores ecológicos e da caducifólia na flutuação populacional e o reconhecimento da diversidade de ácaros em áreas de Caatinga, com a finalidade de contribuir com informações sobre relações destes organismos neste bioma. O estudo foi realizado em três áreas remanescentes de Caatinga, nas seguintes localidades: i) Estação Ecológica de Aiuaba –ii) Estação Ecológica do Seridó, RN As áreas selecionadas estão inseridas na Ecorregião denominada “Depressão Sertaneja Setentrional. Ao total de 38 morfoespécies de ácaros de 24 gêneros e 12 famílias foram registradas. O presente estudo mostrou que a Caatinga pode apresentar uma diversidade considerável de ácaros plantícolas. Demostrando que as áreas da Caatinga apresentam semelhanças entre si, e quando se trata em ácaros, esses apresentam uma maior fidelidade aos hospedeiros. As análises indicaram que tantos os fatores biológicos das plantas como o grau de caducifólia e os fatores ambientais como temperatura e umidade do ambiente são fatores que trabalham em conjunto influenciando a dinâmica da comunidade dos ácaros em ambientes semiáridoItemTese de doutorado Hydryphantoidea Piersig, 1896 (Acari: Parasitengonina: Hydrachnidiae) from South America, with an emphasis in Rhynchohydracaridae: description of new species, homologies of idiosomal structures and a catalog with geographic distribution, a key for species and molecular data(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-06-02) Castro, Luiz Alexandre Simões de ; Lofego, Antonio Carlos ; Proctor, Heather Coreen ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ácaros aquáticos, também conhecidos como Hydrachnidia, Hydrachnidiae, Hydrachnellae ou Hydracarina, podem ser encontrados em todos os ambientes de água doce e pertencem à coorte Parasitengonina, caracterizada por um tipo de desenvolvimento único dentro dos Acariformes, em que as larvas ocupam um nicho diferente dos outros estágios: após emergir dos ovos, são hexápodes e procuram um hospedeiro adequado, tornando-se ectoparasitas. O tempo de vida desta fase, assim como o tipo de hospedeiro e os locais de fixação são diversos. Após ingurgitadas, as larvas entram em um estágio quiescente chamado protoninfa, e então passam por uma muda e desenvolvem um quarto par de pernas, atingindo as condições de deutoninfa ativa, tritoninfa inativa e adulto ativo. Por essa razão, adultos e ninfas podem ser encontrados no mesmo ambiente, como predadores. Os Hydrachnidiae são compostos por 7 superfamílias e o monofiletismo deste grupo foi recentemente recuperado por meio de análises moleculares, com exceção de Hydryphantoidea, considerada parafilética. Na América do Sul, esta superfamília é representada por 4 famílias: Hydryphantidae, Hydrodromidae, Rhynchohydracaridae e Thermacaridae. Dentre os Hydryphantoidea, Rhynchohydracaridae apresenta origem sul-americana, com as subfamílias Clathrosperchontinae e Rhynchohydracarinae vivendo em águas correntes límpidas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar os Hydryphantoidea da América do Sul com ênfase em Rhynchohydracaridae. Novas espécies dos gêneros Clathrosperchonella (fêmea, macho e larva) e Rhynchohydracarus (fêmea e macho) do Brasil foram descritas. DNA barcodes foram obtidos pela primeira vez para esta família, com sequências do gene COI para Clathrosperchon minor, C. punctatus, Clathrosperchonella olovi sp. nov. e Rhynchohydracarus armiger sp. nov. Uma proposta de homologia para estruturas do idiossoma dorsalia, ventralia, lateralia e glandularia em Rhynchohydracaridae é apresentada, padronizando futuros estudos morfológicos e novas descrições. Novas ocorrências de Hydryphntoidea são relatadas para o Brasil e Equador. Um catálogo de espécies de Hydryphantoidea descritas até o momento para a América do Sul é apresentado, com mapas de distribuição e uma chave ilustrada para famílias, subfamílias, gêneros e subgêneros.ItemTese de doutorado Padrões espaciais da ictiofauna de riachos associados ao cultivo de cana-de-açúcar na bacia do Alto Paraná(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-19) Manzotti, Angelo Rodrigo ; Casatti, Lilian ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A influência das ações humanas sobre os ecossistemas da Terra é cada vez mais significativa e buscar soluções sustentáveis tornou-se imprescindível. Fontes limpas e renováveis de energia são uma das opções para reduzir esses impactos, o que coloca a produção de bioenergia em destaque no cenário mundial. Entender como a conversão e ampliação de áreas agrícolas influenciam a distribuição das espécies e os padrões de diversidade é fundamental para orientar estratégias de manejo e conservação. Para tanto, foi utilizado um conjunto de 149 riachos distribuídos pelo Planalto Ocidental Paulista com o objetivo de caracterizá-los e identificar os principais fatores de degradação, determinar os padrões espaciais da ictiofauna, em escala local e regional (capítulo 1), e avaliar os limiares ecológicos para as comunidades de peixes em um gradiente de uso de solo em regiões sobre forte influencia agrícola (capítulo 2), em especial das usinas de açúcar e álcool. O componente estrutural foi avaliado com a aplicação do índice de integridade física e a maior parte dos riachos foi classificada entre “muito pobre” e “regular”, tendo fatores relacionados a ausência ou baixa qualidade da vegetação ripária como principais fatores de degradação física. Para a composição das comunidades, pouca ou nenhuma influência da bacia de drenagem, hierarquia fluvial e da sazonalidade foram encontradas, indicando que a ictiofauna associada a cana-de-açúcar desta região não apresenta nenhuma singularidade. Apesar disso, os limiares de resposta das comunidades variaram em intensidade e sinal de acordo com a intensidade e o tipo de uso do solo, indicando que as espécies respondem de maneiras distintas aos diferentes tipos de manejo agrícola. Dessa forma, as informações trazidas aqui ampliam o conhecimento acerca da estruturação e resposta das comunidades em áreas com um longo histórico de uso agrícola, podendo contribuir para elaboração e aplicação de diretrizes que orientam as atividades de licenciamento ambiental.ItemTese de doutorado Phylogenetic analysis of Harttia Steindachner, 1877 (Siluriformes: Loricariidae: Loricariinae)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-04-29) Cherobim, Arieli Matheus ; Langeani, Francisco ; Oyakawa, Osvaldo Takeshi ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O gênero Harttia foi descrito por Steindachner, 1877 e atualmente é composto por 27 espécies, assumindo a segunda posição em relação a maior diversidade intragenérica de Loricariinae, sendo superada apenas por Rineloricaria com 65 espécies. Contudo, várias espécies aguardam para serem descritas, tornando a sistemática do gênero complexa e longe de ser resolvida. Várias hipóteses de relacionamento filogenético entre os gêneros da subfamília foram propostas ao longo do tempo. Os estudos realizados até o momento concordam em relação ao monofiletismo de Harttia, mas não sobre seu posicionamento em relação aos demais Loricariinae. Além disso, as análises disponíveis incluem um pequeno número de espécies e, portanto, não são representativas da história evolutiva do grupo, o que evidencia e justifica a proposição de um estudo mais detalhado. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar análises filogenéticas independentes com base em caracteres morfológicos e moleculares para as espécies do gênero Harttia. A análise morfológica abrangeu 275 caracteres de osteologia e morfologia interna e 64 terminais, incluindo membros de Astroblepidae, todas as subfamílias de Loricariidae, 24 gêneros de Loricariinae e 25 espécies de Harttia. O resultado do cladograma de consenso estrito não corrobora o monofiletismo do gênero, demonstrando uma grande radiação das espécies. Harttia absaberi foi recuperada como mais próxima dos demais gêneros de Loricariinae do que com as espécies do próprio grupo, e Cteniloricaria abrigada dentro de Harttia. Já a análise molecular foi reconstruída com 129 sequências, contemplando táxons presentes em trabalhos anteriores e também terminais adicionais. Seis marcadores foram escolhidos: 12S, 16S, f-rtn4r, COI, RAG-1 e RAG-2, contemplando genes nucleares e mitocondriais. Os resultados também não corroboram o monofiletismo de Harttia, mas é possível definir três grupos monofiléticos entre as espécies. O grupo das Guianas aparece como grupo-irmão de Cteniloricaria, esse clado como grupo-irmão das espécies de Harttia do Sudeste do Brasil e todos esses grupos relacionados com as espécies da margem direita do rio Amazonas.ItemTese de doutorado Habitat use, trophic structure and functional diversity of fish in karst streams in the brazilian midwest(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-27) Neto, Francisco de Paula Severo da Costa ; Casatti, Lilian ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Sistemas cársticos constituem ambientes único no mundo. Sua geomorfologia se baseia em rochas carbonáticas que agem como um filtro natural na hidrologia, resultando em ambientes aquáticos de alta transparência e beleza cênica extraordinária. Além de seu apelo visual, contribuem diretamente com o consumo de água por uma grande parcela da população mundial. Apesar destes fatores, ambientes cársticos são ameaçados pela ação humana, seja diretamente através da modificação do ambiente ou contaminação dos leitos por agentes defensivos e fertilizantes provindos do sistema agropecuário, ou indiretamente pelo aquecimento global. No Brasil, ambientes cársticos estão representados em sua maior parte na região Nordeste e Sudeste. Na região Centro-Oeste, próximo à fronteira com o Paraguai encontra-se o único sistema cárstico no estado de Mato Grosso do Sul, a Serra da Bodoquena, que consiste de um platô inserido na borda sul da bacia do Alto Paraguai, cujos tributários drenam para a planície do Pantanal Brasileiro. Trata-se de uma região mundialmente conhecida pelo turismo ecológico, especialmente para as atividades envolvendo seus rios cristalinos e a fauna de peixes residente. Embora a riqueza de espécies de peixes da região tenha seu consequente apelo no turismo e na manutenção da biodiversidade como um todo, informações básicas sobre sua biologia ainda são incipientes. Mais ainda, a região tem passado por mudanças quanto às atividades econômicas principais, com a substituição de pastagens por lavouras, porém, o consequente impacto dessas mudanças sobre peixes ainda é desconhecido. Sendo assim, o objetivo geral dessa Tese foi compreender como as espécies utilizam o ambiente (Capítulo 1), os recursos alimentares (Capítulo 2) e o efeito da paisagem na composição das comunidades (Capítulo 3). Para atingir esses objetivos, lançamos mão da classificação das espécies em grupos tróficos funcionais, que permitem a compreensão do uso da dimensão espacial pelos peixes dentro dos córregos e como e onde os recursos são obtidos por eles (Capítulo 1). Conhecendo o uso do espaço pelos peixes, determinamos quais itens fazem parte da dieta das espécies e como elas se relacionam na teia trófica regional (Capítulo 2). Encerramos investigando como a elevação e uso do solo atua sob a substituição de espécies e/ou atributos funcionais (Capítulo 3). Em suma, encontramos que: (1.) a maior parcela de peixes da região é de pequeno porte e contribui diretamente na riqueza de grupos funcionais tróficos; (2.) a dieta das espécies consiste basicamente de itens provenientes de fora do ambiente aquático e a rede trófica da comunidade apresenta alto grau de especialização, aninhamento e modularidade. Em outras palavras, um mesmo recurso pode ser partilhado entre várias espécies; entretanto, há aquelas que se especializam em determinado item, o que resulta na compartimentalização da comunidade com relação ao tipo de recurso consumido; (3.) A substituição de espécies/atributos funcionais não se relacionou com o uso do solo, mas sim com a altitude, mostrando que, no primeiro caso, fatores estocásticos estão envolvidos e no segundo, ambientais. Em conclusão, o conjunto de espécies de peixes da Serra da Bodoquena apresenta únicos padrões de uso de habitat, um reflexo da imposição ambiental da região, como uso de corredeiras; peixes pequenos usam principalmente margens e representam a maior parcela da riqueza da comunidade, evidenciando um padrão Neotropical; a partilha de recursos é alta e dependente de itens alóctones; e, no contexto da bacia do Alto Paraguai, o padrão singular de altitude da região é um fator fundamental na manutenção da diversidade de peixes.ItemTese de doutorado Efeitos do óleo de coco na hiperplasia prostática benigna induzida pela testosterona em gerbilos da Mongólia (Meriones unguiculatus)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-30) Jubilato, Fernanda Costa ; Vilamaior, Patricia Simone Leite ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A hiperplasia prostática benigna (HPB) é o crescimento benigno e não controlado da próstata e alguns fatores que contribuem para essa condição são as alterações dos hormônios esteroides e a variação na expressão dos seus receptores, assim como a inflamação crônica. Essa doença acomete mais que 40% dos homens acima de 40 anos, causando diversos sintomas que afetam a qualidade de vida dos pacientes. Os medicamentos para HPB causam diversos efeitos colaterais e por isso, compostos naturais são investigados como tratamentos alternativos. O óleo de coco (CO) possui em sua composição, ácidos graxos como ácido láurico e cáprico, que apresentaram efeitos benéficos para o tratamento da HPB. No entanto, os efeitos desse óleo sobre a próstata ainda são pouco conhecidos. O gerbilo da Mongólia (Meriones unguiculatus) é um roedor muito utilizado em estudos da próstata e a administração de testosterona é capaz de induzir a HPB, o que favorece a utilização dessa espécie como modelo para estudos dessa natureza. Assim, esse trabalho investigou os efeitos do CO sobre a hiperplasia prostática induzida pela testosterona em gerbilos adultos. Dividimos os animais em três grupos experimentais: controle intacto (IC) formado por animais que não receberam nenhum tratamento; hiperplasia induzida (HI), animais que receberam injeções subcutâneas de testosterona (3mg/Kg) em dias alternados por 30 dias e o grupo hiperplasia mais óleo de coco (HCO) em que os animais receberam injeções subcutâneas de testosterona em dias alternados por 30 dias e em seguida CO (Copra) (1 ml/Kg) via gavagem, diariamente, por 30 dias. Verificamos que o tratamento com CO na próstata hiperplásica não alterou o peso da próstata ventral em comparação ao grupo hiperplásico, porém causou alterações na morfologia, reduzindo a altura e a frequência do epitélio e do estroma muscular, a área nuclear, assim como a frequência das fibras colágenas. Observamos redução da imunomarcação dos receptores de andrógeno (ARs) e de estrógeno (ERα e ERβ) e observamos a mesma tendência no western blot, embora não significativo. A proliferação celular foi maior no grupo HCO, porém também verificamos aumento da morte celular por apoptose nesse grupo. Houve a redução da expressão das enzimas 5 α redutase, ciclooxigenase 2 (COX-2), metaloproteinases de matriz 2 e 9 (MMP2 e MMP9). Observamos a redução dos focos inflamatórios subepiteliais e periductais, como também a redução de células positivas para marcadores de macrófagos F4/80 no estroma e CD68 e CD163 no epitélio do grupo HCO. O nível sérico de testosterona aumentou nos grupos HI e HCO. Esses resultados demonstram que o óleo de coco possui efeito pro-apoptótico e anti-inflamatório, como também altera a expressão dos ARs e ERs, minimizando os efeitos hiperplásicos, indicando que este óleo pode ser benéfico e auxiliar no tratamento da HPB.ItemTese de doutorado História natural e ecomorfologia de serpentes da tribo Xenodontini(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-10-21) Batista, Silara Fatima ; Marques, Otavio Augusto Vuolo ; Martins, Marcio Roberto Costa ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A História Natural é uma das ciências mais antigas e é base para o entendimento da biologia dos organismos. Igualmente, investigar padrões ecomorfológicos entre espécies fornece importantes informações sobre o papel dos organismos no ambiente. Estudar tais aspectos em serpentes é especialmente interessante, pois são diversas morfológica e ecologicamente. Dessa forma, o objetivo geral desta tese foi investigar os padrões de História Natural e mais especificamente Ecomorfologia em um clado amplamente distribuído e diverso de serpentes Neotropicais, a tribo Xenodontini. Isso foi alcançado (1) pela coleta de dados sobre a História Natural das serpentes da tribo - incluindo tamanho do corpo, uso de habitat e substrato, comportamentos defensivos, padrões de atividade diária, dieta e reprodução - por meio da análise de espécimes de coleções científicas e revisão da literatura, com os dados sendo inventariados e resumidos; (2) o uso de Métodos Filogenéticos Comparativos, para estabelecer a relação entre dieta e micro-hábitat com a forma do corpo, além das taxas de mudança evolutiva neste traço; e, finalmente, (3) descrevendo padrões de dieta e uso do hábitat em Erythrolamprus frenatus. São fornecidos dados de História Natural para 74 das 75 espécies da tribo, embora para algumas, somente dados morfológicos ou observações anedóticas estavam disponíveis. Serpentes da tribo são morfologicamente diversas, com espécies que vão de 20 cm à mais de 1 metro de comprimento rostro-cloacal e são essencialmente batracófagas e terrestres, habitando tanto áreas abertas como florestadas. Entretanto, especializações alimentares como ofiofagia e piscivoria estão presentes, além do hábito aquático em algumas espécies. A maioria das espécies é diurna, e usa achatamento lateral e dorsal do corpo como estratégias defensivas. Fecundidade é positivamente associada com o tamanho, pois espécies maiores produzem ninhadas maiores. O ciclo reprodutivo é contínuo na maioria das espécies e o dimorfismo sexual é encontrado em 18 delas. O micro-hábitat influencia a forma do corpo e da cabeça, mas a dieta não. A posição das espécies nos filomorfoespaços sugere evolução direcional no gênero Xenodon, como resultado da exploração de oportunidades ecológicas, como o hábito criptozoico e de comer ovos de Squamata. Também há um aumento nas taxas de evolução morfológica no gênero. Adicionalmente, é relatado que E. frenatus preda peixes alongados, sendo aquática e encontrada dentro ou próximo de corpos d´água. De maneira geral, a História Natural das serpentes da tribo Xenodontini é diversa e revela que, mesmo para espécies relativamente conhecidas, pouco se sabe sobre como os padrões morfológicos e ecológicos evoluíram. Portanto, estudos em contexto ecológico e evolutivo, tanto inter e intraespecíficos, ainda são necessários. De forma geral, a presente tese evidencia a relevância de estudos de História Natural para as Ciências Biológicas, e enfatiza a importância das coleções científicas como fonte primária de dados.ItemTese de doutorado Morphological variation in Bothrops jararaca and B. Insularis: sexual dimorphism and ontogeny(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-17) Siqueira, Lucas Henrique Carvalho ; Marques, Otavio Augusto Vuolo ; Piantoni, Carla ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A morfologia é um dos traços mais variáveis nas serpentes. Ela é altamente correlacionada a vários traços biológicos e também a pressões ambientais. Usei duas técnicas complementares, morfometria linear e geométrica, para avaliar a variação morfológica em Bothrops jararaca e B. insularis dentro, e entre populações e espécies, para testar o efeito do dimorfismo sexual, distribuição geográfica e tendências microevolutivas. Medi entre 11 a 17 variáveis lineares de cada indivíduo. Além disso, 19 landmarks anatômicas foram posicionadas na cabeça, usando uma imagem fotográfica da vista dorsal. Em B. jararaca, fêmeas foram geralmente maiores para as medidas do corpo e da cabeça, ao passo que machos foram maiores para as variáveis da cauda. Encontrei efeito significativo da população, sendo que a população do planalto alcançou maiores tamanhos do que no litoral, e fêmeas apresentaram a cabeça com uma região pós-occipital em formato de flecha. Ambas as populações mostraram marcada alometria ontogenética, e a trajetória variou para cada traço medido. Um padrão de dimorfismo sexual similar ocorreu em B. insularis, mas não houve diferença no formato da cabeça, porém machos apresentaram olhos maiores. Os sexos tiveram trajetória ontogenética sobreposta para o formato do corpo, mas com inclinação diferente para o formato da cabeça. Comparações interespecíficas indicaram uma cabeça mais comprida e com focinho mais proeminente em B. insularis, mais similar à da população do planalto. A trajetória ontogenética também foi paralela com a do planalto e convergente com a população do litoral. A partição de nicho é uma explicação a para algumas das diferenças dos padrões aqui detectados. Da mesma forma, a disponibilidade de presas e ecologia comportamental podem produzir diferentes fenótipos em cada população ou espécie. Atribuo as diferenças na trajetória ontogenética principalmente à eventos de maturação heterocrônica e variação temporal nas mudanças ontogenéticas.ItemTese de doutorado Aspectos parasitológicos e sanitários de tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) de vida livre(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-05-17) Cesário, Clarice Silva ; Bianchi, Rita de Cassia ; Maldonado Júnior, Arnaldo ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é vulnerável à extinção em várias escalas e tem sido crescente alvo de pesquisas nas últimas décadas. Nossos objetivos gerais com este trabalho foram (1) discutir sobre as variações dos parâmetros fisiológicos de tamanduás-bandeira de vida livre anestesiados, (2) caracterizar seu estado de saúde a partir de exames sanguíneos e infestação de parasitas, e (3) estudar a taxonomia de nematódeos do gênero Aspidodera encontrados em um dos indivíduos. As capturas e imobilizações de nove tamanduás-bandeira ocorreram em uma área protegida de bioma Cerrado no estado de São Paulo, sudeste do Brasil, entre 2014 e 2015, com uso da associação de cetamina, midazolam e xilazina, além de atropina e ioimbina. Os animais apresentaram bradipneia, bom relaxamento muscular e estabilidade dos parâmetros fisiológicos ao longo do monitoramento anestésico. A temperatura do ar e a corporal tiveram queda durante o monitoramento e correlacionaram-se positivamente. Os exames sanguíneos demonstraram eritrocitose, trombocitopenia, hemácias microcíticas e hipocrômicas, leucopenia, eosinofilia, alta concentração de LDH, ALT, AST, ureia, ácido úrico e triglicérides, além de baixas taxas de lipase, amilase, creatinina e fosfatase alcalina. Das quatro espécies de carrapatos identificadas, Amblyomma sculptum, A. nodosum e A. calcaratum foram encontradas frequentemente nos indivíduos, enquanto A. parvum, ocorreu em apenas um. Dos morfotipos de ovos/oocistos de parasitas gastrointestinais encontrados nas fezes, os de maior prevalência foram Trychostrongylidae, Aspidodera spp. e Apicomplexa. Mas além desses, identificamos Ascaridoidea, Trichuris spp. e Physaloptera spp. Apenas um tamanduá-bandeira mostrou-se positivo para o hemoparasita Mycoplasma spp. Todos testaram negativo para os demais agentes investigados (Ehrlichia canis, E. chaffeensis, Anaplasma spp. e Hepatozoon spp.). Redescrevemos duas espécies de Aspidodera, A. fasciata e A. scoleciformis, a partir de estruturas de machos e fêmeas, as comparamos com as congenéricas encontradas em Xenarthra e incluímos A. fasciata na filogenia molecular do grupo. Descrevemos uma nova espécie de Aspidodera a partir de dois espécimes fêmeas com uso de microscopia eletrônica e criamos uma nova chave de identificação para o gênero. Este estudo traz informações inéditas para a espécie e um alerta para o limitado conhecimento sobre saúde e parasitismo de tamanduás-bandeira de vida livre.ItemTese de doutorado Phylogenetic and biogeographic analysis of Elaphropterini (Hymenoptera, Tiphiidae, Thynninae)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-09-17) Carnimeo, Fernando Henrique ; Noll, Fernando Barbosa ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Thynninae, subfamília mais especiosa de Tiphiidae (Hymenoptera, Aculeata), é atualmente dividida em quatro tribos: Scotaenini, Elaphropterini (ambas exclusivamente Neotropicais), Thynnini (exclusivamente Australásica) e Rhagigasterini (que possui representantes em ambas regiões). Elaphropterini apresenta 14 gêneros e 94 espécies, porém, além de não ter sido formalmente descrita, é tradicionalmente definida através de caracteres diagnósticos ambíguos e pouco objetivos, o que coloca em dúvida a validade da tribo. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise filogenética de Elaphropterini, utilizando-se enfoque cladístico e pesagem implícita, a partir de 166 caracteres morfológicos, a fim de se testar a validade da mesma e elucidar seus relacionamentos intergenéricos e interespecíficos. Foram utilizadas 49 espécies de 12 gêneros de Elaphropterini no grupo interno e 14 representantes das demais tribos de Thynninae no grupo externo. A monofilia de Elaphropterini foi recuperada em uma única árvore mais parcimoniosa, suportada por sinapomorfias exclusivas. O mesmo pôde ser observado para a maioria dos gêneros, com excessão de Telephoromyia, mas apesar disso, algumas relações inter-genéricas apresentaram baixo suporte e grande quantidade de homoplasias. Espécimes não identificados utilizados neste trabalho foram descritos em quatro novas espécies: Atopothynnus tumidus sp. nov., Mesothynnus quadratus sp. nov., Mesothynnus sulcatus sp. nov. e Mesothynnus unidentatus sp. nov. A partir desses resultados, foram realizadas as análises biogeográficas BPA e S-DIVA para se entender a origem e distribuição da tribo na América do Sul. As análises biogrográficas realizadas basearam-se na distribuição de Elaphropterini e seus grupos externos em cinco bioregiões: Paraná, Patagônia, Páramo, Puna e Australasia. Os resultados de BPA indicaram uma relação mais antiga entre Australasia e as outras regiões Sul Americanas e uma relação mais recente entre Paraná e Patagônia. Já através de S-DIVA foi possível identificar Paraná como bioregião de origem para Elaphropterini, com eventos de vicariância e dispersão possivelmente associados ao soerguimento da Cordilheira dos Andes, transgressões marinhas, e surgimento de diagonais secas que moldaram a distribuição atual da tribo.ItemTese de doutorado Exposição aguda e crônica de fipronil em girinos de rã touro (Lithobates catesbeianus): efeitos genotóxicos e morfológicos(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-08-05) Santos, Arleto Tenório dos ; Oliveira, Classius de ; Bellussi, Lilian Franco ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Os agrotóxicos têm sido utilizados em grande escala para garantir a produtividade de diversas culturas no Brasil. O potencial de contaminação dos pesticidas deve-se principalmente ao fato de que a função biocida desses produtos não exercem ação completamente seletiva, mas ampliam-se a quaisquer outras comunidades que tenham contato, podendo introduzir-se direta ou indiretamente em corpos d`água, solo causando a vulnerabilidade de todo o sistema, com danos irreversíveis e em escalas incalculáveis. O uso indiscriminado destes agroquímicos tem resultado em impactos negativos ao ambiente, principalmente com resíduos tóxicos presentes na água, solo, ar, plantas e animais. O fipronil é uma molécula extremamente ativa e um potente desregulador do Sistema Nervoso Central (SNC), um inseticida classificado como altamente tóxico para o meio ambiente com um tempo de meia vida, longo é o mais utilizado no Brasil. Foi realizado um estudo cienciométrico que reuniu os trabalhos toxicológicos que utilizaram a espécie Lithobates catesbeianus (=Rana catesbeiana) como animal modelo experimental nos últimos 10 anos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos genotóxicos e morfológicos sistêmicos, tanto de uma exposição aguda quanto crônica de girinos de rã touro, ao fipronil. Expostos a três concentrações diferentes de Regent® 800 WG (80% fipronil), 0,00 (controle), 0,04, 0,08, 0,4 mg/L; e quatro tempos tratamento na pigmentação da cabeça e cauda, o Fipronil induziu uma diminuição do peso individual e da massa hepática ao final dos experimentos, quanto aos índices experimentais: 4, 8, 12 e 16 dias. A pigmentação corporal respondeu diretamente ao tratamento e ao tempo de exposição. Houve uma diminuição dependente do hepatossomático que não variou de acordo com o tratamento. Para os animais expostos e para o grupo controle, a área de melanina hepática aumentou à medida que o tempo de exposição aumentava. O fipronil teve efeitos genotóxicos em girinos Lithobates catesbeianus mesmo após curtos tempos de exposição (por exemplo, 4 e 8 dias), e a principal anormalidade nuclear está nas células anucleadas. Observou-se correlação relevante entre biomarcadores genotóxicos e melanina cutânea e interna. A frequência de anormalidades nucleares está inversamente correlacionada tanto com a área de melanina hepática quanto com a melanina cutânea dos animais. O fipronil tem efeitos sistêmicos distintos sobre girinos com base em sua concentração, bem como em seu tempo de exposição. Alterações (nível de pigmentação e taxa de anormalidade eritrócito) resultam em efeitos morfológicos e fisiológicos, que podem comprometer o comportamento e a sobrevivência dos anuros.ItemTese de doutorado A lateralização do sistema nervoso autônomo parassimpático: evidências no controle cardíaco do tambaqui (Colossoma macropomum) e do esturjão branco (Acipenser transmontanus)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020-12-17) Braga, Victor Hugo da Silva ; Florindo, Luiz Henrique ; Milsom, William Keneth ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O metabolismo aeróbio demanda um controle intrincado entre a frequência cardíaca e ventilatória. Especialmente nos peixes, os quais realizam trocas gasosas em um meio (água) que possui concentração de oxigênio 30 vezes menor e densidade 1000 vezes maior em comparação com o ar atmosférico – dificultando a eficiência respiratória desses animais. Assim, esse complexo controle precisa ser capaz de realizar ajustes muito rápidos, afim de manter sua eficiência. Este é o papel do sistema nervoso autônomo (SNA), onde a divisão parassimpática é capaz de realizar esses ajustes quase instantaneamente controlando a frequência cardíaca batimento a batimento e consequentemente mantendo a pressão arterial e o padrão ventilatório necessários para a manutenção da homeostase. O SNA atua no controle cardiorrespiratório por meio de projeções de feixes nervosos que formam o nervo vago. As evidencias recentes apontam para uma lateralização deste nervo em grupos como repteis e mamíferos, sendo os lados direito e esquerdo apresentando funções diferentes no controle cardiorrespiratório. Assim, por meio de tratamentos farmacológicos, e analises da frequência cardíaca e respiratória, a presente proposta visou revelar a existência desta lateralização em peixes e melhor compreender este controle e suas origens no sistema nervoso central. Mostramos que o SNA age de forma lateralizada no controle cardíaco de tambaquis e esturjões sendo que o vago esquerdo é mais participativo no tambaqui e o direito no esturjão, além disso, mostramos que o esturjão branco, embora capaz de ajustes rápidos da frequência cardíaca (quimiorreflexo ou susto) não possui barorreflexo.