Dissertações - Enfermagem - FMB

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    Fatores de risco associados à evolução grave da COVID-19 em gestantes: Estudo brasileiro de base populacional
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-01) Andrade, Luis Henrique; Parada, Cristina Maria Garcia de Lima [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    INTRODUÇÃO: No Brasil em 2021, entre janeiro e maio, foram notificados 6.416 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes (257,9 casos por 100.000 gestantes), dos quais 4.103 foram confirmados como COVID-19 (167,9 casos por 100.000 gestantes) e, destes, 475 evoluíram para óbito (19,1 óbitos por 100.000 gestantes). As gestantes somavam, até maio do mesmo ano 2022, aproximadamente 22.000 casos confirmados, com 2.026 óbitos. OBJETIVO: Avaliar a evolução da COVID-19 entre gestantes brasileiras notificadas no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal e de base populacional, realizado com banco de dados secundários, a partir de dados do SIVEP Gripe, com coleta entre julho a setembro de 2021. Foram incluídas as semanas epidemiológicas de 2020, entre 13 (22-28/03/2020) e 53 (27/12/2020-02/01/2021) e de 2021, entre 1 (03-09/01/2021) e 31 (01-07/08/2021), considerando-se dados de todo país. A amostra final foi definida com a inclusão de participantes que tinham todas as informações de interesse (n=6276). As variáveis desfecho são: internação em UTI e óbito por COVID-19. Entre as covariáveis estão: variáveis sociodemográficas, comorbidades, doenças relacionadas à gestação e sinais e sintomas referidos no momento da notificação. Realizou-se análise descritiva das variáveis de interesse, modelos de regressão linear múltipla com resposta Poisson para explicar a necessidade de UTI e o óbito. Análises foram feitas com o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 21. Por tratar-se de pesquisa com banco de dados de acesso público, não foi necessário encaminhamento para apreciação de Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: O estudo identificou taxas de internação em UTI de 28,2% e de óbito de 9,5%. Entre as comorbidades, as mais frequentes foram diabetes, obesidade e cardiopatia e os mais frequentes sinais e sintomas foram febre, tosse, odinofagia e fadiga. O número de comorbidades e apresentar sinais e sintomas respiratórios: dispneia, desconforto respiratório ou saturação de oxigênio ≤95%, aumentaram o risco de a gestante necessitar de UTI. Gestantes com idade superior a 34 anos, quando comparadas àquelas com 20-34 anos; o número de comorbidades; apresentar desconforto respiratório ou saturação de oxigênio ≤95%, necessitar de UTI e ventilação, invasiva ou não, aumentaram, de maneira independente, o risco de óbito entre as gestantes com COVID-19. CONCLUSÃO: Conclui-se serem elevadas as taxas de internação e óbito entre as gestantes, tornando o cuidado pré-natal essencial. O número de comorbidades, a presença de sinais e sintomas respiratórios, a idade acima de 34 anos e a necessidade de ventilação, invasiva ou não, constituíram preditores de gravidade entre as gestantes brasileiras no período estudado.
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    Desfechos clínicos em pacientes com doenças cardiovasculares preexistentes e COVID-19: uma revisão sistemática e meta-análise
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-03) Favoretto, Carolina; Avila, Marla Andreia Garcia de [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O vírus da Sars-Cov-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus) responsável pela doença intitulada coronavirus disease (COVID-19) vem se disseminando mundialmente de maneira extremamente alta, sendo declarada uma pandemia pela OMS em março de 2020. Apesar de altamente contagioso, as taxas de letalidade são relativamente baixas na população geral, com a maioria dos infectados assintomáticos ou apresentando sintomas respiratórios de leve a moderados. No entanto, tem-se observado um risco maior de gravidade em pacientes com doenças crônicas preexistentes, incluindo as doenças cardiovasculares. Os objetivos do estudo são: analisar as evidências científicas disponíveis na literatura sobre os pacientes adultos com COVID-19 com doenças cardiovasculares preexistentes e verificar nos pacientes adultos com COVID-19 o efeito da doença DCV nos desfechos mortalidade, alterações de biomarcadores cardiovasculares, eventos tromboembólicos e lesão renal. Trata-se de uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados ou observacionais obtidos por meio das bases de dados Medline via PubMed, Embase, Latin America and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), Scientific Library on Line (SciELO), e Registro Central Cochrane de Ensaios Controlados (CENTRAL). para avaliar quais características clínicas dos pacientes infectados com COVID-19 e com doenças cardiovasculares preexistentes. O protocolo foi registrado na PROSPERO (Registro Internacional de Revisão Sistemática) código CRD42020185329. Os desfechos primários avaliados foram: sinais e sintomas coronarianos agudos, alterações de biomarcadores cardiovasculares, arritmia cardíaca, miocardite, choque cardiogênico, eventos tromboembólicos; eventos secundários que também foram avaliados: eventos vasculares periféricos, lesão renal, choque séptico, mortalidade cardiovascular, tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e duração da internação. Em conclusão, esta revisão sistemática e meta-análise indica que a presença de DCV prévia em indivíduos com COVID-19 estão associadas ao risco maior de desenvolver alteração de biomarcadores (Troponina), lesão renal aguda e principalmente mortalidade. Descritores: Infecções por Coronavírus; Complicações; Doenças Cardiovasculares
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    Tempo de espera para internação com síndrome respiratória aguda grave por COVID-19 na rede de urgência e emergência e óbito hospitalar: coorte retrospectiva
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-24) Pereira, Rosana Costa Germano; Bocchi, Silvia Cristina Mangini [UNESP]; Santos, Ezequiel Aparecido dos; Altino, Rita de Cássia; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: no Brasil, durante a segunda onda da pandemia COVID-19, houve escassez de leitos hospitalares para transferir doentes, sobrecarregando serviços da Rede de Urgência e Emergência (RUE), principalmente com aqueles com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Conjectura-se esse tempo de espera ter influenciado no desfecho óbito hospitalar, contudo não há consenso na literatura, sobre o risco acumulado por dia de espera nos serviços de urgência e emergência, assim como o tempo que maximizou o risco de óbito hospitalar desse paciente. Objetivo: investigar associação entre o desfecho óbito hospitalar e o tempo de espera na RUE, mediante a solicitação de leito via Centro de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS), para pacientes com SRAG por COVID-19. Métodos: trata-se de coorte retrospectiva com 996 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ≥ 18 anos, residentes no município de Bauru, São Paulo, Brasil, que aguardaram internação via RUE-CROSS, com SRAG por COVID-19, de 01/11/2020 a 30/04/2021. Coletou-se os dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e CROSS. Considerou-se como variável de exposição o período de tempo em dias de espera por liberação de leito hospitalar via RUE-CROSS e como desfecho o óbito hospitalar. A análise estatística final deu-se por ajuste de modelo de regressão linear múltipla parcimoniosa, a partir de regressão múltipla com resposta Poisson, decorrente de associações bivariadas. Resultados: o tempo médio de espera por internação via RUE-CROSS de pacientes com SRAG por COVID-19 foi de 1,88 ± 1,82 dias, com risco de óbito, em média, de 1% a cada dia de espera (24 horas) (RR = 1,01; IC95% = (1,001 - 1,03); p = 0,047). Estimou-se por meio da Curva ROC em 1,5 dias (36 horas) o tempo de espera que maximiza a predição do óbito por COVID-19, com área sob a curva significativa (área=0,59, IC95% = (0,55; 0,63)). Ademais, outras associações estatísticas conferiram riscos, como: internação em UTI (50%); pacientes com procedimento de intubação (20%) e velamento difuso pulmonar (15%). Conclusões: o tempo médio de espera elevado na RUE, mesmo ampliado o número de leitos em instituições hospitalares locais e regionais já existentes, mostrou-se estratégia contingencial insuficiente para reduzir o risco de óbito hospitalar pela doença em período de pico da transmissão da COVID-19, uma vez ter ultrapassado a média de tempo de corte para a maximização de risco, de 1,5 dias para 1,88 ± 1,82 dias. Sugere-se a necessidade de se dispor de hospitais de campanha nos planos contingenciais da doença e de outras pandemias de doenças infecciosas respiratórias.
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    Do protagonismo dramático ao aperfeiçoamento profissional e pessoal de equipe de saúde em serviço de urgência na pandemia COVID-19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-03) Zanferrari, Natalia Martins; Bocchi, Silvia Cristina Mangini [UNESP]; Altino, Rita de Cassia; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Objetivos: compreender a experiência interacional da equipe (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem) de unidade de urgência com a pandemia COVID-19; elaborar modelo teórico dessa experiência. Método: investigação qualitativa com saturação teórica, obtida a partir da análise da 15ª entrevista não-diretiva e individual, segundo o referencial metodológico Teoria Fundamentada nos Dados, com membros da equipe de saúde de Pronto Socorro, em uma cidade do Estado de São Paulo, Brasil. A experiência e o modelo teórico emersos do processo analítico foram interpretados à luz do Interacionismo Simbólico e referem-se à fase inicial da pandemia COVID-19, de julho a agosto de 2020. Resultados: a experiência desdobra-se em três subprocessos: considerando-se, no início da pandemia, protagonista de um drama (A); buscando estratégias de enfrentamento da pandemia (B); transformando-se enquanto profissional e pessoa (C). Mediante o realinhamento dos componentes pertencentes a esses subprocessos, descobre-se a categoria central que os abarcou, constituindo o processo da experiência (modelo teórico) denominado: do protagonismo dramático ao aperfeiçoamento profissional e pessoal de equipe profissional de serviço de urgência na pandemia COVID-19. Considerações finais: os objetivos foram alcançados e o modelo teórico sinalizou a equipe reconhecendo-se em riscos ocupacionais, na interface com o vírus SARS-CoV-2. Evento interacional que a despertou para a concretude de patógenos no serviço da Rede de Urgência e Emergência, convencendo-a a adotar rotineiramente precauções padrão no serviço, mesmo finalizada a pandemia. Assim como, o modelo presume a redução desses riscos na equipe, dependente da continuidade de processo educacional para recursos informacionais, associado ao provimento de recursos materiais, humanos para precauções padrão e de apoio psicossocial. Uma vez, simbolicamente, sensibilizada como protagonista de um drama, essa equipe configurou seu self para o uso obrigatório das precauções padrão, como uma das armas para sua proteção e, portanto, em termos de processo de trabalho sensibilizada para a mudança de cultura de segurança em serviço tardiamente, na linha de frente da pandemia COVID-19.
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    Fatores associados aos óbitos de pacientes com síndrome respiratória aguda grave com diagnóstico de COVID-19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-03-03) Gagliardi, Isabela de Goes; Alencar, Rubia de Aguiar; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Por se tratar de uma nova doença no cenário mundial, foi preciso identificar a população mais vulnerável e os fatores de risco prevalentes para o óbito entre indivíduos com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados com diagnostico de COVID-19 durante a primeira onda da doença no município de Bauru/SP. Com a necessidade do monitoramento dos casos hospitalizados no Brasil, todo paciente internado com SRAG suspeito ou confirmado para COVID-19 deve ser notificado no prazo de 24 horas. As informações são digitadas e armazenadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) para acompanhamento epidemiológico. Objetivo: investigar os fatores associados à ocorrência de óbitos entre indivíduos com SRAG diagnosticados com COVID-19. Método: estudo de coorte não concorrente, com análise de dados secundários. Os dados foram coletados no SIVEP-Gripe entre os meses de fevereiro a setembro de 2021. Foram considerados todos os indivíduos residentes de Bauru que foram atendidos em hospitais públicos e particulares, notificados com SRAG que tiveram diagnóstico confirmado de COVID-19, no período de um ano a contar a partir de 1 de abril de 2020. Os dados foram analisados hierarquicamente. Primeiramente foram ajustados os modelos de regressão linear simples com resposta Poisson em cada bloco de variáveis independentes. Em seguida, foram ajustados modelos de regressão linear múltipla com resposta Poisson considerando as variáveis dos blocos que associaram-se significativamente com o óbito. O próximo passo foi um processo iterativo de ajuste de modelo, considerando variáveis estatisticamente significativas dos blocos seguintes. Ao final do processo iterativo foi ajustado um novo modelo, mais parcimonioso contendo apenas as variáveis que foram estatisticamente significativas. Em todo o processo foram consideradas associações significativas se p<0,20, incluindo no modelo final somente variáveis com p < 0,05. Resultados: durante o período do estudo, foram notificados 5357 casos. Utilizando os critérios de exclusão a amostra foi de 3558 casos de SRAG em usuários dos serviços de saúde, residentes de Bauru, sendo que 2238 tiveram diagnóstico confirmado de COVID-19, e desses, 581 evoluíram a óbito. Observou-se que com o aumento da idade existe um risco maior para o óbito, aumentando em média 2,9% a cada ano, enquanto os indivíduos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentaram cinco vezes mais risco de evoluir a óbito. No entanto, os indivíduos internados em serviços particulares, apresentaram risco relativo menor que um, agindo como fator de proteção. Conclusão: os fatores relacionados a ocorrência dos óbitos por SRAG causado pela COVID-19 no município de Bauru durante a primeira onda da doença foram: a idade, internação em UTI e tipo de unidade de internação.
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    Fatores associados aos óbitos infantis evitáveis nos anos de 2000, 2010 e 2020: estudo brasileiro de base populacional
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-23) Sousa, Mikaelly Rayanne Moraes; Parada, Cristina Maria Garcia de Lima [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A mortalidade infantil caracteriza-se pelos óbitos de crianças menores de um ano de idade. O componente neonatal inclui os óbitos até 27 dias e a pós-neonatal, entre 28 dias e um ano de vida. Apesar de todos os esforços, milhões de crianças ainda morrem por causas evitáveis no mundo. Conceituam-se como evitáveis, os óbitos que poderiam ser prevenidos pela adequada atenção à saúde e garantia de assistência de qualidade no pré-natal, parto e puerpério, especialmente em decorrência de diagnósticos e intervenções efetivas e precoces, com planejamento de ações que visem a sua redução. Objetivo: Conhecer os fatores associados aos óbitos infantis evitáveis no Brasil no início das últimas décadas. Método: Trata-se de estudo epidemiológico e de base populacional, constituído por três coortes históricas, observadas em 2000, 2010 e 2020. Utilizaram-se dados secundários do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), sobre a mortalidade infantil no Brasil. Para a análise da evitabilidade dos óbitos, foi empregada a proposta de evitabilidade da Lista de causas de mortes evitáveis por intervenções dos Sistema Único de Saúde. Resultados: De modo geral, diminuíram os óbitos evitáveis: o componente neonatal diminuiu 21,9%, enquanto o pós-neonatal teve redução de 40,9%. Sobre os critérios de evitabilidade, para os óbitos neonatais, a maior redução ocorreu para os óbitos preveníveis por adequada atenção ao recém-nascido e para os pós-neonatais, destacaram-se os previníveis por ações de diagnóstico e tratamento e por ações de promoção à saúde. Para os óbitos neonatais evitáveis, nos três anos analisados, nascer de cesárea foi fator independente de proteção e a idade gestacional entre 28-36 semanas, constituiu fator de risco, sendo que outras variáveis influenciaram de maneira independente, significativamente, mas de forma esporádica. Para o componente pós-neonatal evitável, dois fatores constituíram fator de risco independente nos três anos do estudo: analfabetismo materno e óbito no domicílio, sendo que de forma esporádica outras variáveis influenciaram significativamente o óbito. Conclusões: O principal fator de risco para o óbito neonatal evitável foi a prematuridade e para o óbito pós-neonatal evitável destacou-se o risco social, representado pelo analfabetismo e pela ocorrência no domicílio. Esse resultado sinaliza a necessidade de esforços constantes na criação de políticas públicas em saúde que englobem acesso adequado e de qualidade, desde a gestação até a primeira infância, ampliando o olhar para essa população e articulando às tecnologias disponíveis no sistema de saúde, com intuito de contribuir para a redução da mortalidade infantil evitável no Brasil.
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    Navegação de pacientes oncológicos: benefícios e desafios para a prática de enfermeiros assistenciais
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-15) Roque, Andréa Cibele; Popim, Regina Célia [UNESP]; Gonçalves, Ivana Regina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: o primeiro programa de navegação de pacientes foi desenvolvido em 1990, no Harlem, Nova York, pelo médico estadunidense Harold Freeman, surgindo a figura do enfermeiro navegador, como profissional indicado para assegurar o continuum da assistência, junto à equipe multidisciplinar. Objetivo geral: apreender os benefícios e os desafios para a prática de enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos. Métodos: realizou-se, inicialmente, revisão de literatura que objetivou analisar pesquisas que adotaram como objeto de estudo os benefícios do programa navegação de pacientes e a assistência de enfermagem em serviços de oncologia, utilizando a estratégia PICO para a elaboração da pergunta a ser respondida pela literatura: “Quais benefícios a navegação de pacientes contribui para melhoria e qualidade da assistência de enfermagem abordados pela literatura científica?”. Foram buscados artigos publicados em periódicos na modalidade open acess, em periódicos incluídos nas bases de dados LILACS, Medline, IBECS, BDENF e SCIELO, entre 2015 e 2020, sendo os resultados sistematizados com o apoio do software Rayyan Systems Inc. Com base nos achados dessa revisão, foi realizado estudo de abordagem qualitativa, conduzido após aprovação por comitê de ética em pesquisa local, que contou com a participação de seis enfermeiros assistenciais atuantes em ambulatório de oncologia de um hospital público do interior paulista. A análise dos depoimentos, coletados por entrevistas semiestruturadas, foi realizada por meio de técnicas de análise de conteúdo, vertente temática, segundo Bardin, considerando os nove princípios da navegação de pacientes oncológicos de Harold Freeman. Resultados: a revisão integrativa de 11 artigos permitiu sistematizar os benefícios relativos à inserção do programa de navegação de pacientes e da enfermagem em serviços de oncologia em três categorias: reestruturação da assistência, buscando padronização e diretrizes; agilidade no tratamento; e empoderamento da família/cliente no seguimento dos processos/tratamentos. A literatura revisada mostrou promissores benefícios ao cliente/família e à instituição, além da agilidade nos processos inerentes ao tratamento. O segundo estudo, que teve como objetivo: Compreender experiências de enfermeiros assistenciais segundo os princípios da navegação de pacientes oncológicos propostos por Harold Freeman, possibilitou sistematizar cinco categorias no atendimento aos pacientes: fluidez na assistência; integração entre as equipes; vínculo com pacientes, seus familiares e os enfermeiros; delimitação de competências dos enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos; e valorização e facilidades no treinamento das equipes. Considerações finais: a revisão integrativa de literatura revelou a importância dos enfermeiros navegadores de paciente oncológicos, tanto para os próprios pacientes e suas famílias, quanto para a organização da assistência prestadas a eles. Em complementação, o segundo estudo permitiu considerar que, mesmo sem especialização específica e sem implantação institucional do programa de navegação de pacientes oncológicos, os enfermeiros têm seguido alguns dos princípios propostos por Harold Freeman, contribuindo para a qualificação dos cuidados prestados. Espera-se que esses estudos ressaltem a importância da atuação de enfermeiros navegadores em oncologia e estimulem esses e demais profissionais envolvidos com essa assistência, a implementarem, institucionalmente, programa de navegação de pacientes com câncer.
  • ItemDissertação de mestrado
    Eficácia da fotobiomodulação sistêmica vascular via transcutânea em relação à carga viral, LT-CD4+ e LT-CD48+ nos pacientes vivendo com hiv/aids: ensaio clínico randomizado
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-09) Ramos, Fabiana Tomé; Alencar, Rúbia Aguiar [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: desde o pico de 1996 foram reduzidas em 54% o número de novas infecções por HIV. No entanto, em 2021 ainda houve 1,5 milhão novos infectados. Observa-se eficácia no uso da fotobiomodulação sistêmica vascular via transcutânea na prática clínica, porém há pouca evidência científicas para o aumento da resposta imune de pessoas vivendo com HIV/aids. Objetivo: avaliar a eficácia da fotobiomodulação sistêmica vascular via transcutânea relacionado à diminuição da carga viral carga viral e aumento dos LT-CD4+ e LT-CD8+ em pessoas vivendo com HIV/aids atendidos em serviço ambulatorial. Método: ensaio clínico, randomizado, unicego, realizado em um Serviço de Ambulatórios Especializados em Infectologia, localizado no interior de São Paulo, no período de fevereiro de 2021 a dezembro de 2022. Considerando a hipótese clínica que haja melhora superior a 0,5 log da carga viral no grupo tratado, dado até 5% de dropout, alfa de 5% (unicaudal) e poder de 80%, a amostra foi estimada em 86 participantes (43 pacientes cada grupo de tratamento). Foram incluídas: pessoas vivendo com HIV/aids, de ambos os sexos, com idade ≥ l8 anos, que realizam o tratamento ambulatorial, com carga viral detectável, em mesmo esquema terapêutico, sem déficit cognitivo. Os pacientes eleitos foram randomizados em dois grupos: Grupo Controle e Grupo fotobiomodulação (FBM). A sequência da randomização foi gerada por software computacional. O equipamento foi posicionado na artéria radial. O grupo FBM recebeu a aplicação por 30 minutos diários, durante 10 dias, folgando nos sábados, domingos e feriados, com pausa de 20 dias e, repetindo o protocolo para aplicação por mais 10 dias. O grupo controle realizou o mesmo esquema terapêutico, porém, com aparelho sem presença de luz. A coleta dos exames (carga viral, LT-CD4+ e LT-CD8+) de ambos os grupos foram realizadas no início e termino do protocolo. As variáveis foram analisadas, utilizando o Programa IBM SPSS 25.0. Com as variáveis quantitativas foram realizadas comparações dos dados basais entre os grupos pelo teste U de Mann-Whitney, e a comparação longitudinal entre os grupos foi realizada pelo modelo linear generalizado de efeitos mistos, com regressão gama. Resultados: A amostra foi composta por 28 participantes, sendo 15 no grupo controle e 13 no grupo FBM. Não houve redução significativa da carga viral e LT-CD4+. Houve redução não significativa de LT-CD8+ no grupo FBM. Apesar disso, os pacientes tratados que tiveram essa queda de LT-CD8+ apresentaram carga viral indetectável. Conclusão: análise estatística dos dados determinou que não houve diferenças significativas nas variáveis analisadas antes e após o tratamento com fotobiomodulação sistêmica vascular via transcutânea. Diante da escassez de estudos clínicos, acredita-se que o desenvolvimento de outros protocolos de estudo em pessoas vivendo com HIV/aids e com amostra maior, podem trazer resultados significativos diante desta temática.
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    Telessaúde: a experiência dos profissionais de saúde no setor suplementar
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-10-20) Araujo, Heloisa Pimenta Arruda; Alencar, Rúbia Aguiar; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A Organização Mundial da Saúde define telessaúde como a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação para oferta de serviços por profissionais da saúde de modo a permitir a troca de informações com finalidade de diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças, incluindo pesquisas, avaliações e educação permanente que possibilitem a promoção de saúde. Objetivo: Ao reconhecer o exponencial crescimento da telessaúde como recurso para o cuidado e identificar na literatura uma lacuna em relação a experiência dos profissionais de saúde do setor suplementar, esse estudo tem como objetivo conhecer a experiência de profissionais de saúde acerca da telessaúde em um serviço da saúde suplementar. Método: Pesquisa de natureza qualitativa realizada em ambulatório de saúde no município de São Paulo. Os participantes foram selecionados por meio de amostragem intencional e a coleta de dados ocorreu através de entrevistas semiestruturadas. O processamento dos dados seguiu o referencial metodológico da análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Fizeram parte do estudo doze participantes sendo maioria do sexo feminino (75%), com média etária de 33 anos. Os discursos emergidos abordaram a telessaúde no contexto de formação profissional, as modalidades de cuidado realizadas por meio de tecnologias digitais e os benefícios e desafios identificados na prática da telessaúde para os processos de trabalho e de cuidar. Considerações Finais: Identificou-se os desafios e a necessidade de políticas públicas e processos educativos voltados a melhorar a compreensão quanto à saúde digital, suas modalidades e potencialidades nos ambientes assistenciais, de ensino e pesquisa e de iniciativas das instituições formadoras e das organizações de saúde alinhadas a formação de profissionais para o uso da telessaúde como aquela que qualifica o cuidado ofertado pelos profissionais de saúde.
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    Proposta de fortalecimento com ferramenta de mindfulness para equipe de saúde da unidade de pronto atendimento no enfrentamento da COVID-19
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-04) Santos, Fabiana Cristina Martim dos; Popim, Regina Célia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Foi realizada pesquisa qualitativa, com abordagem metodológica da Teoria Fundamentada nos Dados à luz do referencial teórico: Interacionismo Simbólico. O objetivo foi compreender a experiência interacional dos profissionais de saúde na Unidade de Pronto Atendimento frente à pandemia de COVID-19; e elaborar modelo teórico representativo dessas experiências. Participaram do estudo 29 profissionais, sendo sete enfermeiros, catorze técnicos de enfermagem e oito médicos, que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento e em rede de Urgência e Emergência há quatro ou mais anos. Eles responderam à pergunta norteadora: “Como tem sido sua experiência frente à pandemia de COVID-19?” As entrevistas individuais foram audiogravadas e transcritas na íntegra, analisadas a partir do modelo metodológico proposto. A análise dos dados revelou quatro subprocessos significativos, conforme segue: A) Escassez de evidência científica, gerando medo e ansiedade, pela falta de conhecimento sobre a doença; B) Despreparo institucional para proteção do profissional de saúde; C) A pandemia no contexto das relações familiares e sociais; D) A construção do conhecimento, como fator de proteção e encorajamento para lidar com a pandemia. A partir dos resultados, e como contribuição acerca disso, foi essencial planejar e construir um suporte emocional a esse profissional de Pronto Atendimento. Isso foi realizado por meio do desenvolvimento de uma ferramenta de comunicação com práticas meditativas de atenção plena, amplamente conhecida como mindfulness, na versão de um podcast. A proposta de intervenção não se finda com a pandemia, e pode amenizar os efeitos do estresse no trabalho, principalmente para os que laboram nos serviços de emergência, melhorando a percepção do momento presente. A experiência dos profissionais dos serviços de urgência com a instalação da pandemia de COVID-19 se mostrou extremamente difícil, desgastante, e só foi amenizada com o passar do tempo. Houve um movimento em busca do conhecimento científico como forma de fortalecer a mente. Além disso, os avanços científicos e o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 se mostraram muito encorajadores. A promoção do bem-estar mental pode ser alcançada com o planejamento de estratégias de prevenção, e propondo intervenções para buscar ferramentas com o propósito de combater a ansiedade, o sofrimento emocional e reduzir seus efeitos no processo de trabalho dos profissionais de saúde dos serviços de emergência. Nesse sentido, a experiência trazida por esses profissionais pode ajudar nas condições de saúde metal de outros em situação semelhante, e auxiliá-los no enfrentamento a novas pandemias, no futuro.
  • ItemDissertação de mestrado
    Fatores associados à mortalidade por COVID-19 no estado de São Paulo: um estudo ecológico multimunicípios.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-04) Sordi, Mônica Aparecida de Paula De; Nunes, Hélio Rubens de Carvalho [UNESP]; Lima, Silvana Andréa Molina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: O entendimento da mortalidade por COVID-19 contribui para o aprimoramento das ações em saúde pública. Objetivo: Investigar os fatores associados à mortalidade por COVID-19 no estado de São Paulo. Método: Estudo ecológico incluindo todos os 645 municípios paulistas. Dados de clima, demografia, política, turismo, economia e saúde foram associados à mortalidade por COVID-19 por regressão linear múltipla com resposta normal. Resultados: A mortalidade por COVID-19 foi maior entre municípios com interesse turístico (b = 20,4 IC95% = (0,20 ; 40,5) ; p = 0,047), entre municípios com proporção elevada de habitantes acima de 60 anos de idade (b = 106,4 IC95% = (76,3 ; 136,5) ; p < 0,001), entre municípios com densidade demográfica elevada (b = 73,9 IC95% = (42,3 ; 105,5) ; p< 0,001) e foi menor entre municípios com proporção de habitantes empregados formais mais baixa (b = -46,9 IC95% = (-76,2 ; -17,6); p = 0,002). Conclusão: Ações de combate à mortalidade por COVID-19 devem ser direcionadas, principalmente, a municípios que possuem população com idade mais elevada, maior densidade demográfica e com maior população de empregados formais.
  • ItemDissertação de mestrado
    Aplicação da ferramenta Balanced Scorecard para o planejamento da gestão do centro cirúrgico de um hospital terciário
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-21) Fonseca, Alan Francisco; Weber, Silke Anna Theresa [UNESP]; Lima, Silvana Andrea Molina [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Com o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde em evidência, a ciência da administração surge com um papel importante para a gestão. O atual cenário da administração pública na área da saúde requer de seus gestores inovação na administração de recursos financeiros, humanos e materiais. Frente a este desafio, a gestão baseada em evidência tem um papel importante para que este cenário tenha novas perspectivas. A ferramenta de planejamento estratégico Balanced Scorecard propõe ao gestor uma visão mais ampla de seu negócio mediante quatro perspectivas: financeiro, cliente, processos internos e aprendizagem e crescimento. Com sua adaptação foi avaliada a estruturação de uma estratégia organizacional no centro cirúrgico de um hospital universitário e de grande porte, através da ferramenta adaptada. Objetivo: Avaliar a estruturação de uma estratégia organizacional no centro cirúrgico de um hospital universitário e de grande porte, através da adaptação do Balanced Scorecard com base na implantação do sistema de classificação por cores para cirurgias não eletivas. Método: Para a realização da adaptação da ferramenta de planejamento estratégico, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva. Após foi realizado uma pesquisa comparativa para avaliar a aplicação dessa ferramenta na administração em saúde. Resultados: Os resultados obtidos foram satisfatórios, visto que com a aplicação da ferramenta de planejamento estratégico Balanced Scorecard o gestor pôde obter indicadores importantes para a tomada de decisão, sendo que anteriormente não se tinha tantos indicadores e em várias perspectivas. Conclusão: A adaptação da ferramenta de planejamento estratégico Balanced Scorecard se mostrou viável e importante para a alta gestão da administração pública, visto que sua implantação trará muitos benefícios ao centro cirúrgico. Como existe a possibilidade de adaptar as perspectivas, a ferramenta se transforma numa ótima alternativa para a gestão pública, com seus cenários incertos e com cortes de verbas públicas.
  • ItemDissertação de mestrado
    Compreensão da experiência interacional de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e médicos diante da pandemia de COVID-19 em uma Unidade de Pronto Atendimento.
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-04-20) Costa, Isabella Tofanin; Fontes, Cassiana Mendes Bertoncello [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A pandemia de COVID-19 ocasionou consequências à saúde mental e riscos ocupacionais para os profissionais da saúde no seu enfrentamento, pela sobrecarga de trabalho e psicológica. Nesse contexto, torna-se relevante compreender a experiência de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e médicos de saúde de uma Unidade de Pronto Atendimento, serviço da rede de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde. Objetivos: Compreender a experiência interacional da equipe de saúde diante da pandemia de COVID-19; elaborar modelo teórico representativo dessa experiência. Métodos: Trata-se de pesquisa qualitativa, segundo referenciais teórico-metodológicos da Teoria Fundamentada nos Dados e do Interacionismo Simbólico. Realizou-se a coleta dos dados de julho a dezembro de 2020, por entrevistas presenciais ou virtuais via Google Meet®, com profissionais da equipe de saúde de Unidade de Pronto Atendimento, de cidade do interior do estado de São Paulo, após aceitarem o convite de participação. Utilizou-se a ferramenta Gmail das pesquisadoras para gravar as entrevistas, as quais foram transcritas em documentos do Word®, com denominações alfanuméricas para manter o sigilo e anonimato dos atores. Resultados: Compreendeu-se a experiência cronologicamente denominada: Na iminência da pandemia; Durante a pandemia e Efeitos da pandemia. Na primeira fase compreendeu-se o subprocesso Enfrentando a iminência da pandemia com dificuldades. Na subsequente identificaram-se os subprocessos: Definindo estratégias para enfrentar a pandemia, Convivendo com a pandemia; Identificando problemas e necessidades durante o enfrentamento da pandemia; Refletindo sobre o enfrentamento da pandemia. A fase final, Efeitos da pandemia, com o subprocesso Refletindo sobre os efeitos da pandemia. O modelo teórico foi definido de acordo com os fenômenos temporais e cronológicos da experiência dos atores do estudo e baseado nos conceitos do interacionismo simbólico. Discussão: Foram identificados fenômenos nas experiências dos atores. Em relação à Iminência da pandemia citam-se medo, estresse, ansiedade, desconhecimento da doença, falta de equipamentos de proteção, além da expectativa de uma situação caótica que se instalou no mundo. Durante a pandemia foram definidas estratégias de enfrentamento, com protocolos e rotinas de trabalho; e identificados problemas e necessidades, como a falta de apoio psicológico aos profissionais. Como efeitos da pandemia, retratou-se o adoecimento de profissionais; esperança pela vacina e o preparo para novos desafios, pelas habilidades adquiridas na vivência atual. O modelo teórico da experiência foi representado por um diagrama em espiral, composto pelos fenômenos que se aproximaram aos conceitos do interacionismo simbólico. Nessa interação, o self direcionou o enfrentamento da pandemia, pela criação de novos significados na equipe de saúde. Considerações finais: A sobreposição das fases cronológicas da pandemia no diagrama do modelo teórico reflete a sua interdependência, e como os fenômenos identificados contribuíram para essa dinâmica de enfrentamento dos desafios pelos profissionais da saúde.
  • ItemTese de doutorado
    Avaliação dos serviços de atendimento móvel de urgência da rede de urgência e emergência da rede de atenção a saúde- 09: estudo multimétodos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-24) Crivelaro, Laudiceia Rodrigues; Fontes, Cassiana Mendes Bertoncello [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O presente trabalho teve por objetivo avaliar os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência da Rede de Atenção à Saúde - 09 em relação ao preconizado nas políticas públicas nacionais com bases legais. Estudo transversal, multimétodos, foi conduzido em duas etapas. A primeira etapa (desenho quantitativo) consistiu na avaliação e descrição da estrutura dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência regionais, tendo sido baseada no referencial metodológico de Donabedian. Diferentes estratégias de coleta de informações foram empregadas: análise documental de manuais, portarias, deliberações e resoluções ministeriais; revisão sistematizada de artigos, teses e dissertações, escalas de trabalho, anotações em livros de relatórios; e entrevista com informantes-chaves, como enfermeiros coordenadores regionais; observação direta nas centrais de regulação regionais; e observação sistemática não participante nas viaturas. A coleta de dados consistiu em um roteiro de entrevista contendo duas partes. A parte I consistiu de um checklist e perguntas objetivas, preenchidos pelos entrevistados, cujas variáveis foram: recursos humanos, materiais tecnológicos de informação e as ferramentas de gestão. A segunda etapa do estudo (delineamento qualitativo) constituiu na parte II do roteiro respondido por escrito pelos gestores locais participantes, a partir de quatro perguntas norteadoras. Discursos do Sujeito Coletivo foi o referencial metodológico, cujo processamento das informações, análise e elaboração se deram por meio do programa Qualiquantisoft, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. A estrutura das ambulâncias estava adequada, com equipamentos novos e em bom funcionamento, porém a manutenção preventiva não é realizada em todas. Todos os locais analisados apresentavam materiais além do que é preconizado pelo Ministério da Saúde, eventualmente com falta de eletrodos ou algum outro item. Há rotinas e protocolos implantados na maior parte dos municípios, os quais estão acessíveis aos profissionais por meio de documentos impressos, pela internet, via e-mail, em murais, dentre outros. Quanto aos recursos humanos, foram evidenciadas: equipes completas, mas sem reserva técnica; jornada de trabalho exaustiva, cuja cobertura se dá com realização de horas extras; taxa de rotatividade baixa dos funcionários (contratos de regime estatutário ou celetista). Para os cargos de gestão, as trocas de funcionários são frequentes, o que prejudica a administração pública, a continuidade e a efetividade da proposição, implantação e resolução de problemas. Houve dificuldades de comunicação à central de regulação; ausência de periodicidade nas manutenções das ambulâncias, principalmente nas bases descentralizadas; desconhecimento da população a respeito da missão do SAMU; solicitações de material ou manutenção não atendidas; falta de capacitação e melhores condições de trabalho e salariais. Conclui-se que não há integração dos serviços de atendimento móvel com outros sistemas, o que dificulta o acesso às unidades de referência aos leitos de internação geral e especializada, como em terapia intensiva. Os serviços de atendimento móvel estão restritos às ações de operacionalização do atendimento pré-hospitalar, à decisão pelo despacho de ambulâncias, ao suporte técnico às equipes assistenciais e à decisão de destino do paciente conforme pactuação. As unidades pactuadas apresentam resistência para o recebimento de pacientes, por problemas estruturais na rede de serviços, e não pela desconsideração da regulação.
  • ItemDissertação de mestrado
    Evolução temporal das internações hospitalares para tratamento do AVC nas redes regionais de atenção à saúde do estado de São Paulo: um estudo ecológico
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Cerri, Giovanna Giacomini; Nunes, Helio Rubens; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um problema de saúde pública e pouco se conhece sobre as internações hospitalares para tratamento do AVC nas redes regionais de atenção à saúde (RRAS) do estado de São Paulo. Objetivo: Descrever a evolução temporal do coeficiente de internação hospitalar para tratamento do AVC (CIH-AVC) nas RRAS do estado de São Paulo. Método: Estudo ecológico com dados de internações hospitalares ocorridas entre janeiro de 2010 a dezembro de 2020, extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do DATASUS (SIH-DATASUS). Dados inconsistentes foram identificados com a package “tsoutiliers” (software R 4.1.1) e foram substituídos utilizando imputação por meio da package “imputeTS” (software R 4.1.1). Foram ajustados modelos de regressão linear normal para descrever a evolução mensal do CIH-AVC em cada RRAS. Resultados: Entre janeiro de 2010 a dezembro de 2020 o CIH-AVC aumentou na RRAS3:Franco da Rocha, RRAS6: São Paulo, RRAS14: Piracicaba e na RRAS17:Taubaté, diminuiu na RRAS7:Baixada Santista e Registro, RRAS11:Presidente Prudente, RRAS12-Araçatuba e São José do Rio Preto e RRAS13:Araraquara, e estacionou na RRAS1-Grande São Paulo ABC, RRAS2: Grande São Paulo Alto do Tietê, RRAS4: Grande São Paulo Mananciais, RRAS5:Grande São Paulo Rota dos Bandeirantes, RRAS8: Sorocaba, RRAS9: Bauru, RRAS10: Marília, RRAS15: Campinas e São João da Boa Vista e RRAS16: Campinas. Conclusão: A heterogeneidade do comportamento do CIH-AVC entre as RRAS deve-se, em partes, as dieferenças no funcionamento, no número de unidades de AVC e no perfil epidemiológico das RRAS.
  • ItemDissertação de mestrado
    Experiência com cuidados paliativos de cuidadores familiares de pacientes acompanhados ambulatoriamente em um Hospital Universitário do interior de São Paulo. Pesquisa qualitativa
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-21) Pereira, Luana Ferreira; Papini, Silvia Justina [UNESP]; Consonni, Elenice Bertanha [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Os avanços na área da medicina a partir do século XX foram inúmeros e, desse modo, houve um aumento na expectativa de vida, levando a um aumento, nos hospitais, de pacientes com doenças avançadas, que podem receber cuidados desproporcionais à evolução de sua doença. Dessa forma, os cuidados paliativos se apresentam como uma assistência holística com o intuito de promover qualidade de vida, aliviar e prevenir o sofrimento. Nesse contexto insere-se os familiares que, da mesma maneira, devem receber os cuidados integralmente. Entretanto, pouco se sabe e se estuda sobre as vivências desses familiares. Objetivo: Compreender a experiência que cuidadores familiares de pacientes sob cuidados paliativos tem sobre tais cuidados. Método: Estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado em um Hospital Universitário do interior de São Paulo. Foram entrevistados sete cuidadores familiares de pacientes que recebiam cuidados paliativos há pelo menos 6 meses. A amostra foi obtida intencionalmente e seu fechamento foi determinado quando ocorreu a saturação teórica. Para a coleta dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas pela pesquisadora principal do estudo, sendo cinco delas por meio eletrônico e duas presenciais. Os participantes foram caracterizados quanto à idade, ocupação, grau de parentesco com o(a) paciente, tempo em que é responsável por cuidar do(a) paciente e se é a primeira vez que possui contato com alguém que recebe cuidados paliativos. As entrevistas foram áudio gravadas, transcritas na íntegra e tiveram os dados analisados na perspectiva da análise de conteúdo, utilizando-se como referencial teórico o Manual de Cuidados Paliativos da Academia Nacional de Cuidados Paliativos. As entrevistas foram descartadas após o processo de transcrição. Resultados e discussão: A idade dos cuidadores familiares variou entre 28 e 63 anos, sendo estes majoritariamente do sexo feminino e apenas um participante do sexo masculino. Os cuidadores variaram entre filha, nora, esposo e companheira. O tempo em que cuidavam do familiar doente variou de 5 meses a 16 anos. Através das narrativas, permitiu-se construir duas categorias de análise: percepção sobre cuidados paliativos e experiências como cuidador. Os resultados revelaram que a maioria dos participantes não possuía conhecimento prévio sobre cuidados paliativos e encontraram, nessa abordagem, um espaço de acolhimento e boa comunicação com a equipe de saúde. Destacaram ainda o quanto a disponibilidade e acessibilidade da equipe provoca efeitos positivos no tratamento do familiar doente. As narrativas trouxeram vivências de sobrecarga com os cuidados, dificuldades em acompanhar rotineiramente o processo evolutivo da doença de um familiar e suas necessidades em compartilhar esses cuidados com outras pessoas da família ou cuidadores. Percebeu-se que mesmo aqueles que já haviam estado nesse papel anteriormente, a experiência atual pôde refletir desafios e angústias atuais e pertinentes a essa vivência diária. Conclusão: É indispensável o cuidado holístico no processo de adoecimento dos indivíduos e isso inclui o acolhimento da família e dos cuidadores, identificando e acolhendo as demandas e dificuldades que estes enfrentam ao cuidar de um paciente recebendo cuidados paliativos. Ressalta-se a importância da boa comunicação da equipe de saúde durante todo esse processo para que seja possível conhecer as experiências vividas pelos familiares e cuidadores e, assim, traçar um planejamento de cuidados que contemple os valores e necessidades do indivíduo e que esclareça ao paciente e seu cuidador os objetivos e conceitos da abordagem de cuidados paliativos.
  • ItemDissertação de mestrado
    Motivações para escolhas alimentares de indivíduos diabéticos tipo 2 usuários da atenção básica de saúde. Estudo quantitativo
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-24) Berbel, Amanda Perígolo; Papini, Silvia Justina [UNESP]; Cunha, Natália Baraldi [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Entender as motivações para as escolhas alimentares de indivíduos diabéticos tipo 2 pode ser importante para traçar condutas nutricionais mais efetivas para o controle da doença. Objetivo: Avaliar as principais motivações para as escolhas alimentares de indivíduos diabéticos tipo 2. Métodos: Estudo quantitativo realizado com 84 indivíduos diabéticos tipo 2, de ambos os sexos, usuários da atenção básica de saúde de um município do interior paulista. Foi aplicado presencialmente, pela própria pesquisadora, um questionário para caracterização da população, a escala de avaliação das motivações para escolhas alimentares “The Eating Motivation Survey – TEMS” versão reduzida validada para o Brasil, assim como aferido o peso e a altura para avaliação do estado nutricional. Resultados: A maioria da população estudada era do sexo feminino (81,0%), branca (53,2%), casada ou convivendo com companheiro/a (70,2%), com ensino fundamental incompleto ou menos (61,9%), renda familiar variando entre 2 e 5 salários mínimos (69,1%), desempenhava atividade não remunerada (72,6%) e possuía entre 3 e 5 filhos (54,8%). Metade era constituída por idosas, com IMC médio de 33,11kg/m², caracterizando-as com excesso de peso. As motivações para as escolhas alimentares dos indivíduos foram representadas pelos domínios Hábitos (HB), Saúde (SD), Preferência (PF), Questões Naturais (QN) e Necessidade e Fome (NF). Enquanto os domínios Imagem Social (IS), Atração Visual (AV), Controle de Emoções (CE), Prazer (PZ), Normas Sociais (NS) e Alimentação Tradicional (AT) pouco influenciaram as escolhas alimentares deste grupo. As comparações entre os domínios do instrumento com os dados sociodemográficos, clínicos e de estilo de vida mostraram associações positivas entre Controle de Emoções (CE) e as variáveis sexo e prática de atividade física, Alimentação Tradicional(AT) e o estado nutricional, Hábitos (HB) com idade e presença de hipertensão arterial sistêmica, Necessidade e Fome (NF) com idade e onde realiza as refeições, Questões Naturais (QN) e idade, Saúde (SD) com idade e onde realiza as refeições, Socialização (SC) com renda e consumo de bebida alcoólica, Atração Visual (AV) e número de filhos, Normas Sociais (NS) e Conveniência (CV) com tempo de diagnóstico Conclusão: As motivações para escolhas alimentares dos indivíduos do presente estudo foram relacionadas com questões ligadas a hábitos de vida, saúde e necessidades fisiológicas mas não para o controle de peso.
  • ItemDissertação de mestrado
    Conhecimento sobre cuidados paliativos de profissionais da área da saúde
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-23) Thomaz, Fernanda; Papini, Silvia Justina [UNESP]; Consonn, Elenice Bertanha [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Nas últimas décadas, notou-se um aumento de pessoas com doenças crônicas e com isso o acúmulo desses pacientes nos hospitais que recebem tratamentos tratamento que não vão ao encontro das reais necessidades desse indivíduo. Dessa forma, os cuidados paliativos se encaixam como uma medida necessária desde o momento do diagnóstico, com a finalidade de aliviar e prevenir o sofrimento e promover qualidade de vida. Entretanto, no Brasil, ainda existe pouco conhecimento e ensino sobre estes cuidados, desta forma, muitos profissionais de saúde não são familiarizados com as medidas e técnicas de paliação. Objetivo: Avaliar o conhecimento e autoeficácia dos profissionais da saúde, de diferentes áreas de atenção, sobre cuidados paliativos. Método: Estudo transversal observacional. Foram avaliados profissionais de saúde, docentes e alunos dos programas de pós-graduação de duas unidades hospitalares e de duas unidades de Centro Saúde Escola. Para a coleta foram utilizados um questionário sociodemográfico e o instrumento de avaliação do conhecimento sobre cuidados paliativos Bonn Palliative Care Knowledge Test (BPW), que visa avaliar conhecimento e crenças de autoeficácia em cuidados paliativos. O e-mail dos entrevistados foi fornecido pelos locais de trabalho e pela secretaria da pós-graduação, e os números de whatsApp as entrevistadoras solicitaram aos participantes para que, se quisessem, fornecessem os números de pessoas dos locais e profissões citadas anteriormente. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva com o cálculo de média e desvio padrão para variáveis quantitativas e frequências, e percentuais para variáveis categorizadas. As associações entre o número de acertos e categorias profissionais e tempo de formado foram avaliadas utilizando o teste qui-quadrado. A correlação de Pearson foi obtida para avaliar o número de respostas corretas da seção 1 e as positivas da seção 2 e considerando todos os entrevistados no geral e por categoria profissional. Em todos os testes foi fixado o nível de significância de 5% ou o p-valor correspondente. Todas as análises foram realizadas pelo programa SAS for Windows, v.9.4. Resultados: Os técnicos/auxiliares de enfermagem apresentaram a menor quantidade de respostas corretas (44,20%), e os médicos o maior número (68,99%). Todos consideram importante a inclusão de conteúdos sobre cuidados paliativos nos currículos de graduação para profissões da saúde. Através do teste de diferença de proporções, os profissionais consideram-se capazes frente aos cuidados paliativos (de 64,26 a 86,67% de respostas positivas por categoria profissional), porém o conhecimento que têm sobre o assunto não é correspondente (de 44,20 a 68,99% de respostas corretas por categoria profissional). Conclusão: Em uma população na qual poucos estudos foram realizados e são encontrados na literatura, concluímos que existe uma lacuna no conhecimento de profissionais da área da saúde quanto aos cuidados paliativos, principalmente em relação às atitudes sobre o morrer, e que ter autoconfiança em prestar cuidados paliativos não significa ter o conhecimento sobre o assunto.
  • ItemDissertação de mestrado
    Motivações para escolhas alimentares de indivíduos ovolactovegetarianos, veganos e pesco vegetarianos
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-22) Bueno, Bianca Guerra; Papini, Sílvia Justina [UNESP]; Cintra, Renata Maria Galvão de Campos [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: A redução ou exclusão do consumo de carnes segue com aumento no número de adeptos. Assim, entender o que motiva as escolhas alimentares destes indivíduos torna-se relevante. Objetivos: Avaliar as motivações para escolhas alimentares de indivíduos ovolactovegetarianos, veganos e pesco vegetarianos. Métodos: Estudo observacional, do tipo transversal com indivíduos de ambos os sexos, entre 18 e 60 anos completos, que realizassem sua prática alimentar há no mínimo 6 meses. Os participantes responderam de forma online os questionários, sociodemográfico, estilo de vida, composição corporal e características da prática alimentar. Para a investigação das escolhas alimentares, foi aplicada a escala The Eating Motivation Survey (TEMS), a qual foi feita verificação da consistência interna dos dados por meio do coeficiente alpha (α) de Cronbach. Para variáveis qualitativas, foram feitas, frequências, percentuais e teste Qui-Quadrado de Pearson. Para variáveis quantitativas foi feito, desvio padrão, média, mediana, teste t-student ou ANOVA seguida do pós-teste de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Participaram da pesquisa 1470 indivíduos. Destes, 55,4% eram ovolactovegetarianos, 32,24%, veganos e 12,31% pesco vegetarianos, sendo a maioria mulheres entre 18 e 34 anos, com ensino superior completo. A consistência interna dos dados da TEMS foi satisfatória considerando todos os itens (α=0,86) e para 9 dos 15 domínios obteve-se valores satisfatórios. Nas razões para seguir a prática, resultados opostos foram vistos entre pesco vegetarianos e veganos, sendo o primeiro grupo o que mais citou, não aceitação do paladar e saúde e menos citou ética animal. Na TEMS, a principal motivação para escolha alimentar foi, preferência, seguido de necessidade e fome, saúde e hábitos, e a menos citada foi imagem social. Para as escolhas alimentares por prática, veganos foram os que mais se diferenciavam dos demais, sendo mais motivados a escolher por necessidade e fome e saúde e menos motivados por alimentação tradicional, socialização, atração visual, controle de peso e normas sociais. Conclusão: Os resultados ressaltam a importância de não tratar como uma única modalidade estas práticas citadas e demonstram que dependendo da prática alimentar, as motivações para escolhas alimentares se diferem, sendo veganos o grupo que mais se diferenciou, tanto nas razões para aderir a prática quanto nos resultados da TEMS.
  • ItemDissertação de mestrado
    Análise das propriedades psicométricas da versão brasileira do instrumento Children’s Anxiety Questionnaire em crianças no momento pré-operatório
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Dias, Elisângela Barbosa; Weber, Silke Anna Theresa [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Introdução: Todo processo de doença na criança gera ansiedade e apreensão nos pais, ainda mais quando há indicação de tratamento cirúrgico. Esta ansiedade é passada aos filhos que chegam ao hospital amedrontados, tornando a entrada ao centro cirúrgico muito traumática para a criança, os pais, e a equipe da saúde como um todo. A criança hospitalizada tem seu comportamento modificado de acordo com a sua faixa etária, o ambiente, a presença de indivíduos desconhecidos e os procedimentos invasivos vivenciados e/ou observados em outros pacientes. A linguagem adequada ao mundo infantil é necessária na avaliação pré-operatória dos pacientes pediátricos além de ser importante o investimento em estratégias próprias à infância a fim de que a criança compreenda a situação em que está inserida amenizando a realidade. Grande quantidade de pesquisas tem sido realizada com o uso de instrumentos de medida em outros idiomas, demonstrando a importância da tradução, adaptação cultural e validação. O processo de validação de um instrumento deve ser realizado afim de garantir a consistência entre o instrumento original e sua versão traduzida. A análise das propriedades psicométricas avalia se o instrumento adaptado pode ser considerado válido para o contexto em que será utilizado apresentando desempenho equivalente ao original. Objetivo: Analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira do Children’s Anxiety Questionnaire para utilização em crianças no pré-operatório. Método: Trata-se de um estudo metodológico em um hospital de nível secundário de um município do interior de São Paulo. Foram incluídas na amostra 83 crianças de 06 a 14 anos, com programação para realização de procedimento cirúrgico, foram aplicados o Questionário Sociodemográfico, o instrumento a ser validado Children’s Anxiety Questionnaire e o instrumento utilizado como “padrão ouro” Escala Visual Analógica optou-se pela análise de confiabilidade através da consistência interna onde o coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado como medida, e pela validade de critério que foi analisada por um coeficiente de correlação, obtida através da comparação do resultado dos instrumentos. Resultados: Na amostra constituída por 83 crianças divididas em 02 grupos por faixa etária de 06 a 08 anos – incluídas no estudo original - e de 09 a 14 anos, foi observada uma maior consistência interna no grupo de crianças maiores, no entanto, o valor do Alfa de Cronbach mostra uma consistência moderada quando analisado os escores do grupo total, como poucas diferenças entre os subgrupos. Na análise da validade de critério, os escores da Escala Visual Analógica aumentaram à medida que os escores do Children’s Anxiety Questionnaire aumentaram, com associação estatística positiva nos dois subgrupos e no grupo geral. Conclusão: O Children’s Anxiety Questionnaire – versão português brasileiro mostrou-se um instrumento com consistência satisfatória e válida quando comparado a Escala Visual Analógica para a avaliação de ansiedade de crianças entre 06 a 14 anos em situação de pré-operatório. A sua aplicação rápida e de simples compreensão inclusive em crianças pequenas tornam o CAQ um instrumento que pode ser utilizado pelos enfermeiros assim como por outros profissionais da saúde.