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Teses de livre-docência - FEB

URI Permanente para esta coleçãohttps://hdl.handle.net/11449/109382

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  • ItemTese de livre-docência
    Valorização de rejeitos de RSU visando o aumento da vida útil dos aterros sanitários
    (Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-06) Mondelli, Giulliana ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
    Com a publicação da Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) no Brasil, uma hierarquia para gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU) tem sido abordada. De acordo com a PNRS, somente deverão ser destinados a aterros sanitários aquilo que não puder ser reciclado ou reaproveitado e que, segundo esta Política, é considerado como rejeito. Nota-se agora uma “associação” das diversas instituições envolvidas em todas as fases do ciclo de produção, consumo e pós-consumo, geração, destinação e disposição final dos resíduos sólidos e os principais atores envolvidos (produtores de mercadorias que geram resíduos nas fases de comerciantes, distribuidores, importadores, prestadores de serviço público ou privado de manejo de resíduos sólidos e consumidores). O presente trabalho objetiva a contextualização dos rejeitos com base nas leis e inventários de resíduos existentes, e na caracterização gravimétrica e geoambiental a partir da análise dos resíduos considerados como recicláveis pela sociedade, porém, destinados a aterros sanitários após triagem. Deste modo, caracterizou-se a fração seca dos RSU do município de São Paulo e seus rejeitos, para a execução da gestão integrada de resíduos sólidos de forma mais efetiva e caracterização dos materiais que serão dispostos futuramente nos aterros sanitários. Como estratégia, escolheramse três centrais de triagem, que recebem resíduos provenientes da coleta seletiva: Cooperativa de triagem manual Coopere, Central Mecanizada de Triagem (CMT) Ponte Pequena (agrupamento noroeste) e CMT Carolina Maria de Jesus (agrupamento sudeste). Após o programa de coleta antes e após a triagem de cada central, foram realizadas análises laboratoriais, incluindo ensaios de caracterização gravimétrica, geotécnica (teor de umidade, granulometria, compactação e cisalhamento direto) e ambiental (teor de matéria orgânica, teor de cinzas, pH, condutividade elétrica e os metais As, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn usando ICP OES). Através da gravimetria, comprovou-se a diversidade da composição dos resíduos sólidos provenientes da coleta seletiva, principalmente por conta da sazonalidade. Alguns materiais recicláveis / reutilizáveis e não biodegradáveis, apesar de passados pelo processo de triagem mecanizada, são depositados como rejeito nos aterros sanitários, como é o caso do vidro. A porcentagem observada para a presença de alguns tipos específicos de plástico (PVC, PEBD, PP, PS e isopor) levantam a hipótese de que, apesar de recicláveis, nem todos os materiais possuem viabilidade econômica para serem reciclados. Os resultados mostraram diferentes tamanhos de partículas comparando o RSU de entrada (44,6 %) e o RSU de saída (75,1%) passando pela peneira de 100 mm. Os teores de matéria orgânica e voláteis indicaram a influência do carbono inorgânico devido à presença de plásticos, com valores variando entre 6 e13%. Os valores de pH obtidos foram neutros e a condutividade elétrica dos rejeitos de RSU sugeriu maior quantidade de íons, com valores acima de 1000 S/cm. As análises de metais mostram que Cd, Cu, Ni, Pb e Zn estão presentes em altas concentrações. As curvas de compactação produziram peso unitário seco máximo variando de 6,6 kN/m³ a 10,0 kN/m³ e teores de umidade ótimos de 20% a 42%. A coesão variou de 1,3 kPa a 31,3 kPa e o ângulo de atrito de 3,2° e 42,9°. Conclui-se que há considerável percentual de material reciclável na saída de rejeitos das três Centrais de Triagem estudadas (50 a 60 %), com uma certa piora no caso das CMTs. Por meio de dados secundários da literatura, foi possível estimar o poder calorífico inferior (PCI) das amostras analisadas, que revelou ser superior ao necessário para a viabilidade técnica da incineração. Os resultados demonstram a importância da triagem dos RSU, pois efetivamente alteram sua composição, impactando assim nas tecnologias aplicadas para a sua valorização, quando retirados dos futuros aterros sanitários.