Araraquara - FOAR - Faculdade de Odontologia

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Clareamento dental: concentração do peróxido de hidrogênio relacionado à sensibilidade dentária
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Henrique, Sthefany Soares ; Dantas, Andréa Abi Rached ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A demanda estética se torna cada vez maior entre pacientes, fazendo com que as pessoas busquem alternativas para alcançar o padrão estético desejável. O clareamento dental é um dos procedimentos estéticos mais almejados e, o peróxido de hidrogênio é o material geralmente usado para clarear os dentes, devido à sua capacidade de penetrar a estrutura do esmalte dentário, chegar à dentina e quebrar as moléculas de pigmentos chamadas de cromóforos, tornando os dentes mais claros. Quanto maior a concentração do gel clareador maior será sua penetração no tecido dentário e mais rápido os resultados branqueadores são alcançados, implicando em menos consultas. Contudo, a alta concentração do material causa danos às células do tecido pulpar, gerando a sensibilidade dentária responsável por frequente incômodo aos pacientes após as sessões de aplicação do clareador. O presente trabalho busca focar no uso e resultados em relação à sensibilidade dentária de diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio, por meio de Revisão Bibliográfica, entre os anos de 2013 a 2024.
Sistemas adesivos versus cimentos resinosos: revisão da literatura
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Leite, Beatriz Pignata ; Abi Rached, Filipe de Oliveira ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Os sistemas adesivos desempenham papel essencial na Odontologia Restauradora e Reabilitadora, por meio da adesão e cimentação de materiais restauradores ao substrato dentário. Os adesivos evoluíram quanto à composição, na busca por resistências de união maiores ou ao menos equivalentes, com menos passos clínicos e otimização das técnicas de uso. Assim, foram desenvolvidos adesivos mais hidrofílicos e com característica ácida. No entanto, a interface formada por adesivos simplificados se comporta como uma membrana permeável, havendo passagem contínua de fluido dentinário mesmo após sua polimerização. Além disso, esses adesivos promovem camada híbrida menos espessa e mais susceptível à inibição da polimerização pelo oxigênio. Outro ponto relevante é a incompatibilidade química entre os monômeros ácidos desses adesivos e a amina terciária dos cimentos resinosos duais. Assim, devido à importância da adequada interação entre diferentes sistemas adesivos e cimentos resinosos contemporâneos na longevidade das restaurações indiretas, este trabalho estudará a literatura referente a este assunto. A fim de analisar possíveis interações adversas entre esses materiais, a revisão de literatura foi baseada em levantamento bibliográfico por meio das palavras-chave: “Adesivos Dentinários”, “Cimentos de Resina” e “Cimentação”. As bases de dados Pubmed, SciELO e Google Scholar foram consultadas entre os anos de 2001 e 2024. Os estudos comprovaram que os adesivos simplificados apresentam menor adesão devido à incompatibilidade com cimentos resinosos de polimerização química e dual, além da alta permeabilidade após a polimerização, mas apresentam desempenho superior com cimentos resinosos fotopolimerizáveis. Os sistemas adesivos de três passos são considerados padrão-ouro, devido à sua capacidade de promover uma adesão dentária eficaz. A técnica resin coating, que consiste na hibridização dentinária imediata após o preparo dentário, pode superar a incompatibilidade adesivos simplificados/cimentos resinosos químicos. Além disso, os cimentos convencionais, embora mais sensíveis à técnica, são preferidos em restaurações indiretas em razão de seu maior potencial adesivo.
A relevância da via Nrf2 na progressão da periodontite, e os efeitos da sua ativação/inibição
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Nogueira, Isabela Rinaldi Gomes ; Stabili, Morgana Rodrigues Guimarães ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A produção de enzimas antioxidantes, necessária para contrabalancear os efeitos nocivos do estresse oxidativo, é em parte regulada pela via de sinalização Nrf2 (nuclear fator erythroid 2 related factor 2). Além de atuar na ativação de fatores antioxidantes, Nrf2 é capaz de inibir a ativação de citocinas e quimiocinas inflamatórias e fatores de transcrição envolvidos na modulação de citocinas pró-inflamatórias, e por isso, tem emergido recentemente como um novo alvo terapêutico no tratamento de várias doenças inflamatórias. DMF (fumarato de dimetila) é um ativador farmacológico de Nrf2, aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) para o tratamento de diversas doenças inflamatórias, em função de suas atividades anti-inflamatórias e antioxidantes. Diversos estudos clínicos e pré-clínicos têm demonstrado seus efeitos sobre a redução de sinais e sintomas em doenças crônicas como a artrite reumatoide e, esclerose múltipla, entretanto, seu papel sobre a progressão da periodontite tem sido pouco explorado. O presente estudo teve como objetivo avaliar o papel protetor do ativador de Nrf2, DMF, sobre a progressão da periodontite em modelo experimental de periodontite induzida por ligadura em ratos. DMF (50, 100 e 150 mg/kg) foi administrado por via oral durante 10 dias em animais periodontalmente doentes. Para avaliarmos se os efeitos de DMF sobre o tecido gengival foram dependentes de Nrf2, um grupo de animais tratados com o composto recebeu também, concomitantemente, a administração do inibidor seletivo de Nrf2 (ML385, 15mg/kg, via oral). Os efeitos da ativação e inibição de Nrf2 sobre os tecidos periodontais, nos diferentes grupos experimentais, foram avaliados segundo os seguintes parâmetros: porcentagem de volume ósseo mandibular (microtomografia óssea- µCT); presença de infiltrado inflamatório, (análise estereométrica) e níveis de IL-6 (ELISA) nos tecidos gengivais e níveis de MDA (malondialdeído) no plasma. Os resultados demonstraram que DMF (50, 100, 150mg/kg) preveniu a perda óssea e o aumento de IL-6 nos tecidos gengivais, reduziu o aumento de células inflamatórias induzida pela ligadura (dose de 100mg/kg), e os níveis sistêmicos de MDA (50, 100mg/kg). Os dados também demonstraram que a maior parte destes efeitos foi revertido pela inibição de Nrf2, indicando que o efeito protetor de DMF sobre o periodonto, é dependente da ativação de Nrf2.
Potencial osteoindutor da Chalcona T4 in vitro
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Godoi, Júlia de Moraes ; Stabili, Morgana Rodrigues Guimarães ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
As chalconas são um grupo de compostos fenólicos derivados de plantas, com diversas propriedades biológicas como anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana e anti-reabsortiva. Em função dos seus efeitos farmacológicos, diferentes derivados chalcônicos naturais e sintéticos têm sido investigados como agentes terapêuticos. Estudos clínicos e pré-clínicos têm demonstrado sua efetividade no tratamento de doenças inflamatórias como câncer, artrite e desordens inflamatórias intestinais, e em patologias ósseas como osteoporose e tumores ósseos. As chalconas podem modular a inflamação e o turnover ósseo através de diferentes mecanismos, incluindo inibição da produção de citocinas, regulação de vias de sinalização intracelular, e modulação da atividade de fatores de transcrição, todos eles fatores chaves na patogênese da periodontite. Considerando as propriedades biológicas destes compostos, nosso grupo de pesquisa avaliou in vitro e in vivo a habilidade de um novo derivado chalcônico (Chalcona T4), de suprimir a expressão de mediadores relevantes na inflamação e osteoclastogênese. Resultados do estudo in vivo, avaliando o efeito da administração sistêmica e local do composto em um modelo de doença periodontal em ratos, observou redução da perda óssea e do infiltrado inflamatório nos tecidos gengivais. In vitro, pré-osteoclastos murinos estimulados com RANKL e tratados com a chalcona T4, tiveram uma inibição significante da diferenciação osteoclástica. Estudos recentes indicam que além das propriedades anti-inflamatórias e antirreabsortivas, a chalcona T4 pode favorecer a formação de matriz óssea. Com objetivo de avaliar o efeito osteogênico do composto, células pré-osteoblásticas de murinos (MC3T3-E1) foram tratadas com diferentes concentrações do composto. A formação de nódulos de mineralização foi avaliada através da coloração com vermelho de alizarina, e a expressão de Alp e Runx2 por RT-qPCR. Os dados foram analisados usando o teste ANOVA e post hoc de Tukey com um nível de confiança de 95% (p< 0,05). Os resultados demonstraram que a chalcona T4 estimulou a formação de matriz mineralizada e a expressão dos genes avaliados marcadamente, indicando o potencial terapêutico do composto em doenças oteolíticas.
Solubilidade de material biocerâmico obturador de dentes decíduos: uma nova abordagem metodológica
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Solcia, Ana Beatriz Bardasi ; Faria, Gisele ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
O Bio-C Pulpecto (Bio-CP) foi recentemente desenvolvido como o primeiro material biocerâmico para obturação de canal radicular de dentes decíduos. Estudos são necessários em relação à solubilidade deste novo material para o conhecimento de suas propriedades, tendo em vista a importância para sua indicação ou não na clínica odontopediátrica. O presente estudo teve como objetivo avaliar a solubilidade do Bio-CP em comparação à pasta Calen espessada com óxido de zinco (Calen-OZ) e o óxido de zinco e eugenol (OZE), por meio da avaliação da perda de massa dos espécimes, empregando metodologia modificada da norma ISO 6876. Os espécimes, materiais inseridos em tubos cilíndricos de polietileno com diferentes diâmetros (1 ou 2 mm), foram pesados e imersos em frascos contendo 10 mL de solução salina tamponada com fosfato (PBS) ou água destilada e armazenados em estufa a 37ºC por 30 dias (n = 12). A perda da massa foi calculada pela subtração do valor inicial e final e expressa em porcentagem. Os dados foram analisados por meio dos testes estatísticos de Kruskal-Wallis e Dunn (α = 0,05). Em água, OZE apresentou maior solubilidade em ambos os diâmetros de tubo, enquanto Calen-OZ e Bio-CP não apresentaram diferença nos tubos de 1 mm. Nos tubos de 2 mm, Calen-OZ foi mais solúvel que Bio-CP. Em PBS, Bio-CP e Calen-OZ não tiveram diferença em ambos os diâmetros de tubo, enquanto que OZE foi mais solúvel que Bio-CP em ambos diâmetros de tubo, e do que Calen-OZ nos tubos de 1mm. Todos os materiais mostraram maior solubilidade nos tubos de 2 mm, exceto Bio-CP em água destilada, que não mostrou diferença de solubilidade nos dois diâmetros de tubo. Conclui-se que Bio-CP e Calen-OZ tem solubilidade similar, e ambos tiveram menor solubilidade que OZE, independente do meio de imersão e diâmetro do tubo. Bio-CP tem potencial de se tornar um material adequado para obturação de canal de dentes decíduos.
Resistência de união de pino de fibra de vidro à dentina intrarradicular de dentes bovinos após cimentação com diferentes técnicas e materiais
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Machado, Helena de Paiva Memento ; Reis, José Maurício dos Santos Nunes ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
O presente trabalho intencionou mensurar a resistência de união de sistemas utilizados para cimentação de retentores intrarradiculares em fibra de vidro. 60 incisivos bovinos tiveram 2/3 do canal radicular desobturado e, então,a amostragem foi dividida em seis grupos experimentais (n=10) de forma aleatória e um pino de fibra de vidro (Whitepost DC1, FGM) foi cimentado de acordo com os sistemas e técnicas propostos: RDC (Rebilda DC, Voco), RDC-AC (Rebilda DC, com condicionamento ácido prévio), ACC (All Cem Core, FGM), ACC-AC (All Cem Core, com condicionamento ácido prévio), RU (RelyX Ultimate, 3M ESPE), RU-AC (RelyX Ultimate, com condicionamento ácido prévio). Após, a amostra foi submetida à termociclagem de dez mil ciclos a 5-55 oC e banhos de trinta segundos e inserida em cilindros de policloreto de vinila (PVC) com resina termoplástica de poliestireno e, então, à secção de 1,0; 4,0; 7,0 mm da face cervical à apical. Dezoito espécimes foram submetidos à análise por microscopia confocal a laser a fim de realizar avaliações qualitativas da interface dentina/adesivo. As secções, por sua vez, seguiram para o ensaio mecânico de push-out (EMIC DL2000; célula de carga 2,0 kN, 0,5 mm/min. Os resultados foram obtidos em Newton e convertidos em MPa. As interfaces foram analisadas em estereomicroscópio (20X) para determinar os padrões de falha e imagens representativas foram obtidas em MEV. Para avaliação estatística dos dados foram aplicados os métodos estatísticos 2-way ANOVA pós-teste de Tukey HSD; α=0,05. Foram observadas divergências estatisticamente significativas (p<0,05) quanto aos valores resultantes de resistência de união ao comparar os terços radiculares de forma isolada. Ao analisar os materiais separadamente, também foi encontrada uma inferência estatística significativa (p<0,05) foi detectada, tendo o grupo RDC-AC produzido resistência de união substancialmente maior que os grupos RDC, ACC e ACC-AC, e similar aos grupos RU e RU-AC. Conclui-se que o tratamento da superfície dentinária intrarradicular com ácido fosfórico, influenciaram a resistência de união dos pinos de fibra de vidro cimentados com diferentes materiais.
Influência da obesidade nos níveis de beta-defensina 2 no fluido crevicular gengival de pacientes portadores de periodontite
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Xavier, Nicole Mariana ; Barcelos, Daniela Leal Zandim ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
As beta-defensinas (hBDs) são importantes componentes da resposta imune inata de células eucariotas uma vez que apresentam atividade antimicrobiana contra um amplo espectro de bactérias, fungos e vírus. Além disso, estes peptídeos são quimioatraentes para células fagocitárias e mastócitos, induzem mediadores inflamatórios, regulam eventos inflamatórios iniciais, e aumentam a imunidade adaptativa. O objetivo deste estudo foi comparar os níveis de beta-defensina 2 (hBD2) no fluido crevicular gengival (FCG) de pacientes obesos e não obesos portadores de periodontite. Quarenta pacientes com boas condições de saúde geral, portadores de periodontite grau 3 e 4, sendo 20 obesos e 20 não obesos, foram incluídos no estudo. Estes pacientes apresentavam pelo menos 4 dentes com profundidade de sondagem (PS) ≥ 5 mm, sangramento à sondagem (SS) e nível clínico de inserção (NCI) ≥ 5 mm. Inicialmente, foram avaliados os seguintes parâmetros clínicos: ĺndice de Placa Visível (IPV), Índice de Sangramento Gengival (ISG), PS, SS e NCI. Após uma semana do exame clínico, foi feita coleta do FCG de pelo menos 2 sítios não adjacentes apresentando sinais clínicos de periodontite, incluindo PS ≥ 5mm, SS e NCI ≥ 5 mm, e de 2 sítios com saúde periodontal (PS ≤ 3mm e ausência de SS). A quantificação da hBD-2 foi feita pela técnica ELISA sanduíche. Níveis significativamente menores de hBD-2 foram observados tanto nos sítios sadios como nos sítios doentes dos pacientes obesos em comparação aos mesmos sítios dos pacientes saudáveis (p < 0,0001 e p = 0,0009; respectivamente). Em ambos os grupos, os níveis de hBD-2 foram maiores nos sítios sadios do que nos sítios doentes, porém a diferença foi estatisticamente significativa apenas para o grupo de pacientes saudáveis (p = 0,009). Os resultados do presente estudo mostraram que a obesidade influenciou negativamente nos níveis de hBD-2 no FCG de pacientes portadores de periodontite. A redução deste peptídeo tanto nos sítios sadios como nos sítios doentes indica que as alterações metabólicas da obesidade podem interferir na resposta imune inata dos tecidos periodontais, favorecendo a ocorrência e a progressão da doença periodontal.
Fluorose dentária: o uso de flúor durante a formação do germe dentário e possibilidades de tratamentos conservadores: revisão de literatura
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-20) Stenico, Julia de Assis ; Dantas, Andréa Abi Rached ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A fluorose dentária é ocasionada pelo excesso de flúor no organismo durante a formação do esmalte dentário, em que o grau de severidade vai variar de acordo com a concentração ingerida desse fluoreto. O mascaramento das lesões pode ser realizado, por meio de clareamento dentário, microabrasão, infiltração de resina, restauração direta com resina composta e, até mesmo, pela associação das técnicas mencionadas, dependendo do grau da severidade. A revisão de literatura foi realizada, com o uso de artigos encontrados na literatura com as palavras-chave: “Esmalte Dentário”, “Fluorose Dentária”, “Flúor”, “Clareamento Dental”, “Resinas Compostas”, nas Bases de dados, Pubmed, Google Scholar e Scielo, entre os anos de 2000 e 2024. Estudos mostram tratamentos com técnicas minimamente invasivas são eficientes para o mascaramento de alguns casos de fluorose, mas que o melhor protocolo clínico será determinado pelo cirurgião dentista, que irá optar por uma técnica ou associação entre técnicas.
Potencial antifúngico do peptídeo melitina sobre C. albicans susceptível e resistente ao fluconazol e toxicidade sobre queratinócitos bucais
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Agostino, Isadora Machado de ; Dovigo, Lívia Nordi ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
As espécies de Candida são patógenos oportunistas que possuem habilidade de causar doenças em sítios anatomicamente distintos do hospedeiro, sendo a candidose oral a infecção fúngica local mais prevalente nos seres humanos. Embora a terapia de uso tópico seja eficiente no alívio de sinais e sintomas clínicos, não é capaz de eliminar o microrganismo por completo. Os fármacos azóis sistêmicos, como o fluconazol foram um grande avanço em termos de eficácia no tratamento da candidose, no entanto, podem apresentar diminuição da absorção devido ao baixo pH gástrico, além da possibilidade de ocorrência de interações medicamentosas, nefrotoxicidade e desenvolvimento de resistência antimicrobiana. Entre as alternativas terapêuticas em potencial destaca-se a utilização de peptídeos antimicrobianos (PAMs), como a melitina, um peptídeo anfifílico básico, o qual é o principal componente ativo do veneno da abelha européia Apis mellifera. Algumas pesquisas têm indicado o potencial antifúngico da melitina, mas as informações acerca da eficácia em cepas resistentes ao fluconazol ainda é escassa, assim como seu possível efeito tóxico nas células epiteliais. Diante disso, este presente estudo avaliou a eficácia da melitina como possível agente antifúngico sobre Candida albicans susceptível e resistente ao fluconazol e a citotoxicidade das concentrações utilizadas para obtenção do efeito antifúngico. Para avaliação das Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Fungicida Mínima (CFM), utilizou-se o peptídeo melitina (MEL). Foram utilizadas duas cepas de C. albicans, sendo uma susceptível ATCC 90028 (CaS) e outra resistente ao fluconazol ATCC 96901 (CaR). A determinação da CIM seguiu as normas desenvolvidas pelo Clinical and Laboratory Standard Institute e European Committee for Antimicrobial Susceptibilijty Testing. Foram considerados 8 grupos de tratamento, sendo 7 concentrações de MEL e um grupo controle sem o peptídeo. A CIM correspondeu à menor concentração que inibiu o crescimento de microrganismos. A turvação do meio foi lida a olho nu e confirmada em espectrofotômetro a 540 nm. As amostras também foram diluídas e plaqueadas em meio de cultura, obtida a média entre as duplicatas de cada amostra e o número de UFC/mL foi calculado. A menor concentração de MEL que inibiu o crescimento de colônias foi considerada a CFM. Os dados foram analisados com estatística descritiva e ANOVA a dois fatores complementadas com o teste de Tukey para comparações múltiplas de médias (α=0,05). O resultado mostrou que a CIM foi de 16μg/mL para a CaS e de 62μg/mL para a CaR e que a CFM foi de 62μg/mL e 250μg/mL para CaS e CaR, respectivamente. Além disso, os resultados indicaram que a melitina provocou redução dos biofilmes maduro e em formação.
Comparação de diferentes metodologias para análise histométrica de implantes: estudo em ratos
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Dias, Bruna Gazito ; Marcantonio, Rosemary Adriana Chierici ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Introdução: Diferentes metodologias têm sido utilizadas para avaliação histológica da osseointegração, levando a diferentes resultados. Objetivo: O objetivo é comparar diferentes metodologias de análise histomorfométrica da osseointegração de implantes com diferentes superfícies, instalados em tíbias de ratos. Material e método: 24 ratos foram aleatoriamente divididos em 3 grupos (n = 8) para a instalação dos implantes. Esses grupos foram divididos de acordo com o tipo de implante instalado na tíbia: Grupo Hidrofílico - HFL (instalação de implante com superfície modificada por jateamento de óxidos e ataque ácido e mantida em solução de cloreto de sódio), Grupo Hidrofóbico - HFB (instalação de implante com superfície modificada por jateamento de óxidos e ataque ácido) e Grupo Usinado - U (instalação de implante com superfície usinada). No período de 45 dias após os procedimentos cirúrgicos de instalação dos implantes, os animais foram submetidos à eutanásia, e as tíbias foram removidas, sendo realizado o processamento histológico para amostras não descalcificadas. Após a obtenção das lâminas, foi realizada a análise histomorfométrica para avaliar as porcentagens de contato osso- implante (% BIC) e da área óssea entre as espiras (% BBT). As mensurações foram realizadas em duas diferentes regiões: 1) as roscas do implante na região do osso cortical e 2) todas as roscas do implante inseridas no osso (cortical e medular). A análise estatística foi feita por meio de ANOVA One-Way, seguida pelo teste de Tukey para análise inferencial dos dados. Resultado: Quando o BIC e o BBT foram analisados de forma independente nas regiões cortical e trabecular/total, observou- se uma diferença no comportamento histológico dos implantes de acordo com o tratamento de superfície. Os implantes HFL apresentaram BIC (%) trabecular 16,85% maior (p = 0,02) do que os implantes HFB e 26,12% maior (p ≤ 0,0001) do que os implantes usinados. Contudo, a região cortical de todos os grupos apresentou valores de BIC cortical significativamente maiores ao redor dos implantes, independentemente da superfície. Conclusão: Os resultados obtidos demonstraram que a formação óssea peri-implantar foi superior nas análises realizadas apenas em osso cortical, se comparados aos valores obtidos na mensuração total (osso cortical somado ao medular). Também foi possível observar que, dentro da mesma superfície, os valores de BIC (%) foram superiores em osso cortical. Em relação às limitações do estudo, pode-se concluir que diferentes metodologias de análise histométrica da osseointegração ao redor de diferentes superfícies de implantes instalados em tíbias de ratos podem interferir nos resultados de osseointegração, independentemente da superfície analisada.
Avaliação biomecânica e histológica da osseointegração de implantes biofuncionalizados pelo vidro bioativo: estudo pré-clínico em coelhos hiperglicêmicos
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Silva, Paola Faria da ; Marcantonio Júnior, Elcio ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A proposta desse projeto de pesquisa foi investigar em coelhos hiperglicêmicos o processo de osseointegração de implantes dentários com tratamento de superfície por nanoativação de hidroxiapatita (NanoHA, UNITITE® Compact, SIN Implantes, Brasil) e, posteriormente, modificados pelo processo de biofuncionalização com o vidro bioativo (BSF18®, Vetra Biomaterials, Brasil). Para isto, um total de 16 coelhos foi dividido em 4 grupos com 4 animais em cada, recebendo um total de 2 implantes em cada lado do osso ilíaco (n=total de 4 implantes/animal), os grupos foram os seguintes: Grupo 1: coelho normoglicêmico com implantes NanoHA®; Grupo 2: coelho normoglicêmico com implantes NanoHA®+BSF18®; Grupo 3: coelho hiperglicêmico com implantes NanoHA®; Grupo 4: coelho hiperglicêmico com implantes NanoHA ®+BSF18®. Inicialmente, os coelhos do Grupo 3 e 4 foram induzidos ao Diabetes Mellitus (DM) com dose de Aloxana® via veia auricular e os Grupo 1 e 2 receberam soro fisiológico, e após 72 horas foi coletado uma amostra sanguínea de todos os animais para contestar o controle glicêmico. Após a DM estabilizada, os animais foram submetidos ao procedimento cirúrgico de instalação dos implantes de acordo com os grupos e uma análise de torque de inserção dos implantes instalados foi avaliada. A eutanásia dos animais ocorreu após 7 dias para obtenção das peças cirúrgicas. O osso do ilíaco foi removido e estabilizado em um dispositivo do torquímetro para que um movimento anti-horário fosse realizado com objetivo de desrosquear o implante, e assim a avaliação do torque de remoção. As mesmas peças foram processadas para descalcificação para a análise histológica descritiva. Como resultados, foi possível identificar que não houve diferenças estatísticas entre os grupos pelo torque de inserção, porém, o Grupo 1 demonstrou maio valor significativo do torque de remoção quando comparado com o Grupo 3 e Grupo 4 (p<0,05). As imagens histológicas demonstraram formação óssea em todos os grupos, com algumas distinções quanto o aspecto do osso cortical e medular. Conclui-se que a ruptura da osseointegração pelo torque de remoção é dependente do tipo de superfície do implante e pela condição da glicemia.
Análises de propriedades ópticas e de superfície de cerâmica híbrida e compósito CAD/CAM, maquiados e glazeados, após escovação com diferentes dentifrícios e termociclagem.
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-10-16) Guimarães, Rafael Ragnolli ; Reis, José Mauricio dos Santos Nunes ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Avaliaram-se, in vitro, efeitos da escovação com diferentes dentifrícios e termociclagem em propriedades ópticas, rugosidade de superfície e caracterização química elementar de uma porcelana feldspática (VITABLOCS Mark II; VBII), uma cerâmica híbrida (VITA Enamic; ENA) e uma resina nanocerâmica (Lava Ultimate; LVU), após maquiagem e glaze. Espécimes (12 x 10 x 1,5 mm; n=20/material) foram obtidos, polidos, receberam aplicação de seu respectivo pigmento e glaze e, em seguida, foram aleatoriamente divididos em dois grupos a serem submetidos à escovação por 100.000 ciclos, com dentifrício convencional (CV; n=10, Colgate Total 12 Clean Mint); ou clareador (WT; n=10, Colgate Total 12 Professional Whitening), seguido de 12.000 ciclos de termociclagem (5-55ºC, 30 s), simulando 10 anos. Dados das coordenadas de cor CIE L*, a* e b* iniciais e finais foram obtidos com espectrofotômetro (VITA Easyshade V) para cálculo da diferença de cor (ΔE00) e opalescência (OP). Imagens iniciais e após envelhecimento foram obtidas sob lâmpada UV para análise quantitativa e qualitativa da fluorescência nos diferentes períodos. Foram realizadas, também, análises da rugosidade de superfície (Sa) em microscopia confocal a laser 3D e a caracterização química e elementar em espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (XEDS). Dados de ΔE00 foram analisados (α=0,05) quanto à normalidade (Shapiro-Wilk) e homogeneidade de variâncias (Levene), seguidos de 2-way ANOVA e Games-Howell. Dados de OP, fluorescência e rugosidade foram submetidos aos testes (α=0,05) de homogeneidade de variâncias (Levene) e esfericidade (Mauchly), seguidos por 3- way ANOVAs de medidas repetidas mistas e Sidak, com correção de GreenhouseGeisser. Verificou-se que ENA apresentou maior ΔE00 com valores considerados clinicamente perceptíveis (ΔE00 ≥ 0,8) para ambos os grupos. Não foram observadas alterações significativas de ΔE00 com comparações entre dentifrícios. Valores de OP seguiram a ordem crescente de desigualdade: ENA
Periodontite e diabetes mellitus tipo 2 como comorbidade: seria o gene CLECL1P (C-type Lectin Like 1, pseudogene) um novo biomarcador?
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Quil, Lucas César da Costa ; Caminaga, Raquel Mantuaneli Scarel ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Nos últimos anos, tem havido um crescimento contingente de pesquisadores, tanto no Brasil quanto no exterior, que pesquisam a relação entre Periodontite (P) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), impulsionado pelo aumento significativo de pacientes que apresentam ambas as condições. Recentemente, observou-se um artigo publicado que utilizou uma ferramenta computacional (Association Rule Mining - ARM) que associou várias características periodontais e exames bioquímicos de pacientes com Periodontite, DM2 e Dislipidemia, o qual identificou alguns genes como marcadores dos diferentes quadros clínicos estudados. O gene CLECL1P (CType Lectin Like 1, Pseudogene) foi significantemente mais expresso em pacientes com Periodontite do que nos saudáveis. O propósito deste estudo foi avaliar em uma amostra independente formada por novos pacientes que procuram atendimento na Clínica de Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP, a ocorrência da expressão diferencial do gene CLECL1P como um biomarcador da Periodontite em comorbidade ao DM2. Foram avaliados 60 novos voluntários divididos em três grupos: DM2+P = indivíduos com DM2 + Periodontite (n=20); Periodontite = indivíduos apenas com Periodontite (n=20); e Controle = indivíduos sem DM2 e sem Periodontite (n=20). Estes receberam avaliação periodontal completa e exames de sangue para avaliação do metabolismo glicêmico e lipídico. Uma alíquota de sangue foi utilizada para separação de leucócitos para extração do RNA. A expressão do gene CLECL1P foi investigada por RT-qPCR (TranscriptaseReversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase quantitativo em Tempo Real) pelo sistema TaqMan, utilizando o termociclador StepOne Plus (ThermoFisher Scientific) e normalizado pelo controle endógeno GAPDH. Os dados demográficos, físicos, bioquímicos, periodontais e a quantificação do gene CLECL1P foram tabulados, a normalidade dos dados verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Para dados paramétricos foi aplicado o teste estatístico One-way ANOVA seguido de pós-teste de Tukey e para dados não paramétricos o teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo pós-teste de Dunn’s utilizando o software GraphPad Prism 8.4.3. A quantificação da expressão do gene CLECL1P foi comparada entre os grupos (teste Kruskal-Wallis) e analisada sua correlação com o perfil glicêmico, lipídico e periodontal dos indivíduos pela correlação de Spearman (software GraphPad Prism 8.4.3). Observamos que houve uma tendência de maior expressão do gene CLECL1P no grupo DM2+P, mas devido à grande variância intragrupos não houve diferença estatística significativa entre os grupos estudados. Verificamos no grupo Periodontite que conforme há um aumento da porcentagem de sítios com Profundidade de Sondagem ≥ 5mm há diminuição da expressão sistêmica do gene CLECL1P (correlação de Spearman (r = -0,472; p=0,036). No grupo DM2+P conforme aumenta a porcentagem do índice de sangramento marginal (inflamação do periodonto), diminuem os níveis de HDL (colesterol “bom”) (r = -0,47; p = 0,042). Concluímos que devido à alta variabilidade intra-grupo da expressão do gene CLECL1P, e o número limitado de participantes investigados neste momento, este gene não pode ser considerado biomarcador da periodontite em comorbidade ao DM2; mas verificamos a tendência deste gene ser um biomarcador da periodontite isoladamente.
Análise Histopatológica de glândulas submandibulares de camundongos K18-hACE2 infectados por SARS-CoV-2
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Martinelli, Vitor Dallacqua ; Cerri, Estela Sasso ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Em dezembro de 2019, foi identificado o primeiro caso do novo coronavírus SARSCoV-2 em Wuhan, que se espalhou pelo mundo causando uma doença potencialmente fatal denominada COVID-19. A saliva é um importante meio de transmissão do SARS-CoV-2, pois as glândulas salivares são rotas para infecção, replicação e transmissão viral devido a presença da enzima conversora de angiotensia-2 (ACE2), bem como da enzima serina protease transmembrana II (TMPRSS2) em células da glândula submandibular de pacientes infectados. Os camundongos transgênicos k18-hACE2 são bons modelos para estudo da COVID- 19,pois expressam a ACE2 humana (hACE2) causando a infecção. As citocinas pró-inflamatórias apresentam papel fundamental na resposta sistêmica causada pela COVID-19 culminando numa hipercitocinemia. Neste estudo, foi proposto avaliar a imunolocalização da enzima hACE2 e da proteína spike viral nas glândulas submandibulares de camundongos k18-hACE2 infectados com SARS-CoV-2. Foi avaliada a participação das citocinas inflamatórias IL1-β e TNF-α bem como o impacto da infecção na integridade estrutural do tecido glandular e na imunoexpressão do fator de crescimento epidermal (EGF). Foram utilizados 10 camundongos k18-hACE2 adultos distribuídos em dois grupos: 5 dias (G5D) e controle (GC). Os animais do G5Dforam inoculados com 5x104 PFU (em 40 µL) por via intranasal. Os animais do GC foram inoculados com igual volume de meio de cultura DMEM. Após 5 dias de infecção, as glândulas foram fixadas e processadas para inclusão em parafina. Fragmentos glandulares foram processados para análise ao microscópio eletrônico de transmissão (MET). Nos cortes corados com H.E., foi avaliada a densidade de volume(Vv) de ácinos e dos Túbulos Convolutos Granulares (TCG) e o diâmetro dos TCG. Areação de PAS foi realizada para detecção da área de secreção PAS positiva. Foram realizadas reações de imunofluorescência para detecção de hACE2, spike viral, actina, TNF-α, IL1-β e EGF e método de TUNEL para identificação de morte celular. As áreas imunofluorescentes de actina, TNF-α, IL1-β e EGF foram mensuradas e os resultados foram submetidos a análise estatística utilizando-se o Student-test (p≤0,05). Nos G5D encontrou-se imunomarcação positiva para hACE2 e spike viral. Na MET foram observadas células mioepiteliais contendo vesículas de dupla membrana repletas de partículas virais, confirmando a infecção. As análises morfométricas mostraram redução significante da Vv dos TCG e aumento de Vv de ácinos, bem como diminuição do diâmetro dos TCG e aumento da secreção PAS positiva nos TCG nos animais do G5D. A infecção viral desencadeou severas alterações na histoarquitetura do tecido glandular. Essas alterações foram associadas à alta incidência de morte celular, confirmada pelo método do TUNEL e pelas características apoptóticas observadas ao MET. No G5D, as citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β aumentaram em resposta à entrada e replicação viral. A redução significante de actina, associada à presença de célula mioepitelial com característica apoptótica indica que essa célula é susceptível à infecção viral e morre por apoptose. A imunoexpressão de EGF nos TCG foi significantemente maior no G5D sendo uma possível tentativa de reparo do tecido glandular frente a infecção viral.
Efeito do inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina (venlafaxina) na histofisiologia de glândulas submandibulares de ratos adultos
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Moraes, Juliana Cerini Grassi de ; Cerri, Estela Sasso ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A saliva, produzida pelas glândulas salivares (GSs), é uma secreção composta por vários componentes essenciais para a manutenção estrutural e funcional da cavidade oral. No parênquima glandular, os ácinos serosos e os ductos (incluindo o túbulo convoluto granular, nos roedores) atuam, em conjunto, na produção e liberação dos componentes salivares. No tecido conjuntivo das GSs, há a presença dos mastócitos, que secretam vários produtos, incluindo a serotonina, cuja função nessas glândulas ainda não é totalmente esclarecida. O consumo de antidepressivos vem aumentando desde o início da pandemia de COVID-19, e a xerostomia (boca seca) vem sendo um dos sintomas orais mais comuns. A venlafaxina, um antidepressivo da classe dos inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, aumenta a concentração destes neurotransmissores no cérebro, amenizando o efeito depressivo. Entretanto, existem poucos estudos sobre o impacto deste fármaco na histofisiologia das glândulas salivares. Neste estudo, foi proposto avaliar o efeito da venlafaxina na integridade estrutural e funcional das glândulas submandibulares (GSMs), com ênfase no número de mastócitos e na imunoexpressão de V-ATPase, actina e EGF. Dez ratos adultos foram divididos em dois grupos (n=5): Grupo Venlafaxina (GVF-35) e Grupo Controle (GC). Os animais do GVF-35 receberam 30mg/Kg p.c. de cloridrato de venlafaxina por gavagem durante 35 dias, e os animais do GC receberam volume correspondente de água destilada. As GSMs foram coletadas, fixadas e processadas para inclusão em parafina. Os cortes corados com H.E e P.A.S, foram utilizados para análises morfométricas para obtenção do diâmetro dos túbulos convolutos granulares (TCG) e área nuclear dos ácinos. Foi avaliada também a ocorrência de morte celular no tecido glandular pelo método de TUNEL. Nos cortes corados com azul de toluidina a 1%, foi quantificado o número de mastócitos em área de tecido conjuntivo padronizada. Os resultados foram submetidos a análise estatística pelo Test-t de Student (p≤0,05). Nos animais do GVF-35, foi possível observar uma redução no diâmetro dos TCG e na densidade de núcleos acinares. Tanto nas células acinares quanto tubulares, foi notada a presença de vários núcleos irregulares e picnóticos, bem como aumento de células TUNEL-positivas, confirmando que a redução dos TCG foi causada por morte celular. Os grânulos de secreção dos TCGs nos animais do GVF-35 estavam mais condensados e compactados em comparação ao GC, formando massas PAS-positivas, de forma semelhante à reação de imunofluorescência para EGF, o qual aumentou signficantemente. Além disso, a imunoexpressão de V-ATPase nos ductos estriados reduziu e sua distribuição no citoplasma celular (normalmente apical) foi alterada pelo tratamento. Houve também um aumento significante no número de mastócitos que parece corroborar a ação inibidora do fármaco na recaptação de serotonina. Portanto, a venlafaxina causa alterações estruturais e funcionais na estrutura glandular, e algumas destas alterações confirmam o efeito de xerostomia causado por este antidepressivo.
Estudo clínico comparativo, prospectivo e randomizado da enxertia em seios maxilares com os biomateriais Cerabone® e Endobon®: análise histomorfométrica
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2024-10-25) Silva, Ana Paula Kislhak Ferreira da ; Vieira, Eduardo Hochuli ; Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A instalação e estabilização do implante dentário em maxila, em casos clínicos de pneumatização do seio maxilar e redução da altura óssea vertical, pode ser alcançada por meio da cirurgia de levantamento da membrana do seio maxilar e inserção de osso autógeno ou substitutos ósseos para recuperação do volume perdido. Diante disso, o objetivo deste estudo é analisar e comparar o comportamento de neoformação óssea e reabsorção dos substitutos ósseos Endobon® e Cerabone® em seios maxilares humanos através de análises histomorfométricas. Sendo assim, os dados analisados são compostos por 20 seios maxilares humanos, subdivididos em 2 grupos: o grupo 1 composto por 10 seios maxilares enxertado com Endobon® e o grupo 2 composto por 10 seios maxilares enxertado com Cerabone®. A pesquisa é composta por duas etapas clínicas, sendo a primeira a cirurgia para o levantamento da membrana sinusal e inserção do biomaterial de escolha. E a segunda após 6 meses, que consistiu na realização de biópsia do material enxertado e inserção do implante dentário. A partir das amostras coletadas e processadas, os dados foram analisados, tabulados e verificados em relação a dinâmica de reparação óssea e neoformação por meio do ganho de tecido ósseo, fator importante para o sucesso da estabilização do implante dentário.
Grupo PET-ODONTO Araraquara-UNESP leva saúde bucal à Horta Comunitária da Zona Norte da Cidade de Araraquara (SP): relato de experiência
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-30) Modesto, Vanessa Santos ; Zuanon, Angela Cristina Cilense
Este trabalho tem como objetivo descrever a experiência da trajetória promovida pelas visitas do grupo PET Odonto Araraquara à Horta Comunitária da Zona Norte da cidade de Araraquara (SP), localizada na periferia da cidade com alta vulnerabilidade social, baixa renda e escolaridade. O grupo, por meio de atividades voltadas para a educação e prevenção das doenças da cavidade bucal, demonstrou e orientou sobre a importância da promoção de saúde bucal para o desenvolvimento de autonomia e autocuidado para que bons hábitos de higiene se perpetuem e resultem em maior qualidade de vida para a população. Pôde-se concluir que as ações realizadas trouxeram um impacto positivo tanto para as crianças e adultos assistidos, quanto para os integrantes do grupo PET-Odonto, quando tiveram a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido em sala de aula e adquirir experiência única e importante para sua vida profissional
Princípio ativo de receitas caseiras de clareamento dental, percepção de eficácia e efeitos colaterais: um estudo online
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-30) Gonçalves, Natasha Helena ; Dantas, Andrea Abi Rached ; Faculdade de Odontologia de Araraquara
Unida a acessibilidade à internet e a expansão das redes sociais nos dias atuais, a busca por um padrão de beleza estético, que se caracteriza por dentes mais brancos, tornou o clareamento dental um dos procedimentos mais desejados pelos pacientes e desencadeou na grande veiculação de receitas caseiras para clarear os dentes, realizadas com materiais encontrados em supermercados e farmácias, como carvão ativado, bicarbonato de sódio, água oxigenada, vinagre, limão, laranja, açafrão, entre outros, que prometem efeito rápido e em substituição às técnicas profissionais. Porém, a eficácia e a segurança dessas técnicas são controversas e pouco conhecidas. Ademais, a falta de comprovações científicas sobre essas técnicas pode comprometer a integridade dentária dos pacientes devido ao uso indiscriminado desses produtos, uma vez que são utilizados sem a devida anamnese e diagnóstico realizados por profissional. Portanto, objetiva-se realizar um levantamento sobre receitas caseiras para clareamento dos dentes a fim de conhecê-las, descrever seu princípio ativo e mecanismo de ação frente a literatura disponível. Além disso, avaliar o conhecimento e a confiança das pessoas sobre estas técnicas recomendadas por leigos na Internet, assim como a percepção de eficácia e ocorrência de efeitos colaterais ao utilizá-las. No decorrer deste estudo, observa-se que apesar de serem várias as técnicas de clareamento caseiro divulgadas na internet de conhecimento das pessoas, as mais utilizadas são as que contém bicarbonato de sódio, devido ao seu fácil acesso, baixo custo e maior divulgação sobre seu possível efeito clareador. Sabe-se que o bicarbonato de sódio possui mecanismo de ação extrínseco, ou seja, somente promove a remoção da camada superficial do esmalte dental mas não altera a cor dos dentes, além de que seu uso indiscriminado, sozinho ou em conjunto com outros materiais como limão, e sem uma anamnese diagnóstica realizada por um profissional pode ocasionar em abrasão, erosão ácida, exposição dentinária, opacidade e sensibilidade dental. Os achados levam a conclusão de que as receitas caseiras para clareamento dental não possuem potencial clareador embasado em estudos científicos, além dos riscos de comprometerem a integridade da estrutura dentária ainda serem poucos conhecidos, o que gera pouca confiança nas pessoas de as realizarem.
Efeito da má oclusão e outras alterações orais na qualidade de vida de pacientes com Síndrome de Down e seus familiares
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-30) Gonçalves, Bianca Araujo ; Giro, Elisa Maria Aparecida
Indivíduos com Sindrome de Down são frequentemente acometidos por diversas alterações orais, como: hipodontia, palato estreito, alto e ogival, macroglossia, microdontia e má oclusão. Apresentam, também, uma alta prevalência de doença periodontal quando comparados com indivíduos cromossomicamente normais (euplóides). Essas alterações tem o potencial de causar interferência significativa na qualidade de vida desses indivíduos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto que alterações orais, incluindo a má oclusão, podem causar na qualidade de vida de indivíduos com Síndrome de Down, bem como de seus familiares. Para atingir este objetivo foi desenvolvida uma revisão de literatura, sendo a busca por artigos científicos conduzida nas bases de dados PubMed, Web of Science e Google Acadêmico, utilizando palavras chave pré- estabelecidas. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos originais, publicados entre os anos de 2003 e 2023, em português e/ou inglês e com acesso ao texto completo. Os artigos mais relacionados ao tema foram lidos integralmente, e os seus principais dados foram coletados, sintetizados, comparados e devidamente discutidos. Foi possível concluir então que a falta de conscientização leva a percepções contraditórias sobre o efeito da saúde bucal na saúde geral dos indivíduos com SD, porém uma análise aprofundada revela que a cárie, a dor dentária, os problemas periodontais, na fala, na deglutição e, sobretudo, problemas oclusais resultam em uma percepção mais negativa da qualidade de vida. Com relação a má oclusão, é evidente que características anatômicas específicas apresentadas pelos indivíduos com a síndrome de Down, contribuem para o surgimento de más oclusões e, portanto, fica claro a importância é importância de abordar e tratar a má oclusão em pacientes com Síndrome de Down para melhorar sua qualidade de vida e de seus familiares.
Avaliação de diferentes protocolos de polimerização de adesivos universais na interface de adesão de pinos de fibra de vidro
(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-11-30) Pereira, Thais Campos ; Rached, Andréa Abi
RESUMO O objetivo deste estudo foi avaliar diferentes protocolos de fotopolimerização do adesivo universal em relação à resistência de união durante a cimentação de pinos de fibra de vidro. Cinquenta dentes bovinos foram tratados endodonticamente e preparados para pós-cimentação. Os corpos de prova foram distribuídos, aleatoriamente, em 5 grupos (n=10), de acordo com o modo de fotopolimerização do sistema de adesivo universal. G1: Adesivo Ambar Universal aplicado, por 20s, na dentina radicular, G2: duas camadas do adesivo Universal, com tempo de espera entre as camadas, de 20s. G3: similar a G2, porém o tempo de espera foi de 30s. G4: aplicação do adesivo, por 40s. G5: aplicação do adesivo, por 60s. Após a cimentação, foi realizado teste de resistência de união push-out nos diferentes terços do espaço do pino. O modo de falha também foi analisado. Foi utilizado ANOVA a dois critérios e teste de Tukey (α=5%). No terço cervical e médio, G1 apresentou o menor valor de resistência de união (P < 0,05). G4 e G5 apresentaram os maiores valores de resistência de união (P < 0,05). A aplicação do adesivo Ambar Universal, por 40 ou 60 segundos, favorece a resistência de união e propriedades mecânicas.

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