Dissertações - Filosofia - FFC
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ItemDissertação de mestrado Epistemologia genética, valores e afetividade: contribuições a partir do MoSEAOSS(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-08-16) Queiroz, Daiane Rocha [UNESP]; Tassinari, Ricardo Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O objetivo desta Dissertação (pesquisa) é explorar, por meio do Modelo do Sistema de Esquemas de Ações e Operações sobre Símbolos e Signos (MoSEAOSS), introduzido por Tassinari (2014), como se constituem os valores e seus sistemas e o desenvolvimento afetivo em geral. A noção de valor parece ter certa objetividade que conduz e determina o sujeito, no sentido de que, os valores das coisas conduziriam as ações de um sujeito. No entanto, o valor é estabelecido pelo próprio sujeito, em especial, em grande parte, o valor é estabelecido na realidade construída pelo sujeito. Piaget (1896-1980), na Epistemologia Genética, elucida estruturas e noções necessárias para que o sujeito compreenda e estabeleça o que é real para ele, ao seja, a realidade para ele. Nesse contexto, a afetividade participa da ação, particularmente na atribuição de valores, que dirigem as ações, bem como na própria escolha do objeto de conhecimento. O MoSEAOSS, proposto por Tassinari (2014), sistematiza alguns dos principais resultados teóricos da Epistemologia Genética de Jean Piaget, o que possibilita a análise dos valores (valências) e seus sistemas, e do desenvolvimento afetivo em geral, em consonância com os conceitos de ação, esquema de ação, sistema de esquemas de ações, símbolos, signos, operação sobre símbolos e operação sobre signos. Nesse sentido, tal modelo foi escolhido para desenvolver as análises aqui realizadas. Em especial, tais análises possibilitaram estabelecer definições precisas para o uso dos valores, em relação aos termos que são usados para explicitar a construção do real pelo sujeito, bem como a explicação do desenvolvimento afetivo em geral relativamente as etapas do desenvolvimento cognitivo.ItemDissertação de mestrado Do signo ao hábito: um estudo pragmaticista no contexto das tecnologias digitais(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-04-24) Ducatti, Gabriel Engel; Gonzalez, Maria Eunique Quilici [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Objetivamos nesta dissertação investigar possíveis desdobramentos epistemológicos e pragmáticos da massiva inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC ou Tecnologias Digitais) nas dinâmicas de mediação de hábitos e crenças. Partindo de uma análise sobre o conceito de informação, enfatizamos sua relação com as tecnologias digitais e apresentamos uma caracterização semiótica do termo à luz da filosofia de Charles Sanders Peirce. Discutimos a noção de esfera digital e, entendendo-a como composta por signos, buscamos caracterizar semioticamente tais signos digitais a fim de conceber possíveis impactos na fixação de hábitos e condutas. A questão inicial que direcionou a pesquisa pode ser assim enunciada: que contribuições a semiótica e o pragmaticismo podem trazer para o estudo da dinâmica de estruturação de hábitos e crenças no atual ambiente digital de usuários das TIC? A Semiótica, enquanto ciência que investiga as linguagens, concebendo-as como signos, auxiliar-nos-á na discussão sobre os sistemas de signos constituintes das relações entre usuários e dispositivos de mídias digitais. Orientados pelo Pragmaticismo, concebemos consequências práticas possíveis acerca dos processos comunicacionais humanos profundamente mediados pela esfera digital. Ressaltando a intensa capacidade semiótica dos signos digitais em capturar a atenção humana; discutimos o papel da atenção como elemento central na constituição das crenças, hábitos e no consequente direcionamento da conduta. Apresentamos, por fim, uma hipótese sobre como a atenção tem sido subjugada na esfera digital utilizando-se de conteúdos digitais como isca, os quais se diferem da informação semiótica. Apesar de termos como base a perspectiva teórica de Peirce, julgamos que a complexidade e atualidade da questão em análise demandam uma abordagem interdisciplinar que dialogue com diferentes autores e áreas de conhecimento, para além da teoria Peirceana. Assim, dispomo-nos a realizar um estudo filosófico-interdisciplinar de cunho temático, voltado à análise da dinamicidade dos sistemas de signos constituintes da relação usuários/ambiente digital, a fim de conceber impactos no âmbito das ações individual e coletiva.ItemDissertação de mestrado A contradição na Doutrina da Essência de Hegel(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-05-10) Silva, Gabriel Rodrigues da; Novelli, Pedro Geraldo Aparecido [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A pesquisa analisou a contradição na lógica de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). Para isso, percorremos dois caminhos. O primeiro se deu por meio da exposição lógica de Hegel sobre a contradição, na qual o filósofo desenvolve o sentido e o significado da contradição a partir das noções de identidade, diferença absoluta, diversidade e oposição. Isso ocorre na Doutrina da Essência. O segundo caminho se deu por meio do balanço histórico-crítico de Hegel sobre a contradição, onde os locais ocupados pela contradição ao longo da história da filosofia são analisados pelo filósofo. A leitura de Hegel enfatiza principalmente a obra de Aristóteles, Kant e os princípios lógicos, já bastante difundidos na filosofia de sua época. Nosso objetivo foi investigar o modo como Hegel entende a contradição e o nível que ela ocupa em sua filosofia, ou seja, seu sentido e significado. Visando alcançar aquilo que almejamos, permeamos as caracterizações de Hegel sobre a lógica e a metafísica, assim como o domínio de cada esfera lógica (ser, essência, conceito). Ao final, julgamos que para entender adequadamente a contradição em Hegel é preciso entender adequadamente como ele concebe a lógica e a metafísica, pois só assim é possível apreender o caráter verdadeiramente contraditório da contradição.ItemDissertação de mestrado O homem justo na ética nicomaquéia de Aristóteles(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-24) Queiroz, Oriel da Rocha; Pereira, Reinaldo Sampaio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O problema da justiça (dikaiosunӗ) e do homem justo (dikaion) em Aristóteles é assaz complexo, dado que o Estagirita concebe justiça e injustiça como termos ambíguos e plurívocos, traçando que podem ser ditos de vários modos. Aristóteles concebe a Justiça tanto no plano da lei em sentido amplo, ou, em sua feição política, como um “bem de um outro” (Justiça Completa), e na esfera privada, enquanto a lei em sentido estrito que condiz com a distribuição de bens pessoais ou de grupos (Justiça Particular), esta subdividida em Justiça Distributiva, respeitante a bens de origem pública, e, Justiça Corretiva, respeitante a negócios individuais entre duas partes, e, ainda, a Justiça Retributiva, relacionada aos atos de comércio (trocas). Para cada uma delas Aristóteles estabelece uma noção própria de meio-termo e de homem justo. Aristóteles concebe o homem justo em duas dimensões aparentemente opostas: em sentido completo, como aquele dotado de conhecimento prático que implica a escolha (proairesis) daquilo que é bom para sua comunidade política, e, em sentido particular ou parcial, como o homem que, conforme sua disposição de caráter escolhe o meio-termo em recusa a um excesso e uma falta, de acordo com a regra justa (phrônesis). Neste compasso, o objetivo buscado nesta dissertação será o de estudar o sentido próprio de homem justo tratado nesta arquitetura moral de Aristóteles. Em ambas as espécies de justiça o Estagirita exige a intervenção do caráter normativo da phrônesis ou da experiência prática (praktike), investigada no Livro VI da EN. Procuraremos atender a esse propósito com base nos referenciais teóricos do corpus aristotélico e literatura complementar sobre o tema.ItemDissertação de mestrado Má-fé e inconsciente: Sartre contra Freud(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Romero, Alexandre Victor; Rodrigues, Paulo César [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A pesquisa tem por objetivo compreender em que medida a noção filosófica de má-fé, proposta por Jean-Paul Sartre, pode ser encarada como uma recusa do conceito de inconsciente, presente na psicanálise de Freud. Para tanto, a pesquisa propõe três momentos fundamentais: 1) apresentar algumas considerações acerca do conceito freudiano de inconsciente, levando em conta o desenvolvimento teórico da psicanálise; 2) discorrer sobre a relevância da noção de consciência e seus desdobramentos, tal como figura na postura filosófica de Sartre; 3) aproximar a teoria psicanalítica de Freud, sob a égide do inconsciente, da filosofia de Sartre, sob o estandarte da consciência, enfatizando a noção de má-fé neste embate, compreendendo-a como uma abertura necessária para que Sartre possa recusar todo o aparato conceitual do inconsciente freudiano.ItemDissertação de mestrado Autoconsciências: o caminho do autorreconhecimento do espírito.(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Cruz, Nayara Sandrin da [UNESP]; Novelli, Pedro Geraldo Aparecido [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Nosso trabalho tem como objetivo percorrer a transição das consciências enquanto seres imediatos e naturais para seres autoconscientes voltados a um desejo capaz de construir uma realidade humana, transformando a realidade dada e compreendendo todo esse processo. Para entendermos um pouco mais a fundo o desenvolvimento das autoconsciências, passaremos também pelos conceitos de Razão e Espírito absoluto. Voltaremos nosso olhar sobre o momento da eticidade, estágio de desenvolvimento e interação entre as autoconsciências, compreendendo que família, sociedade civil-burguesa e Estado são expressão do espírito absoluto. Analisar os momentos a partir dos quais se desenvolve a autoconsciência é fundamental para que possamos conhecer ainda mais acerca da história da humanidade e refletir acerca dos desafios a serem superados por nós em nível social e político.ItemDissertação de mestrado Direito, potência e democracia em Espinosa(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Uenaka, Viviane Mayumi Resende; Prado, Lúcio Lourenço [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A investigação que se pretende neste trabalho aborda a construção da possibilidade de o regime democrático ser apontado por Espinosa como o mais natural dos regimes, visto que nele os homens são capazes de vivenciar, na medida do possível, a verdadeira felicidade, e experimentarem a alegria coletiva, justamente por exercerem de maneira mais efetiva o seu direito natural em harmonia com o direito natural da coletividade. Os direitos comuns estabelecidos pelo estado, especialmente o democrático, além de proporcionarem aos seus cidadãos concórdia e segurança, lhes permitem a expansão de suas potências, tornando-as tão fortes e tão unidas que formam a multidão. Cria-se, portanto, dessa união de potências, uma nova e intensa potência capaz de participar ativamente no governo. Por isso, pode-se mostrar segundo Espinosa que na democracia o poder e o direito de governar estão nas mãos da multidão. Toma-se como ponto de partida algumas questões metafisicas entre Descartes e Espinosa. Após percorridos esses preâmbulos metafísicos de Espinosa, que engendram a validade do seu sistema, passa-se a averiguar a teoria dos afetos, e como os homens são afetados a todo instante de suas vidas. Salientaremos o papel vital que os afetos exercem nos homens, e como são incorporados na vida civil, sobretudo na política. Nesse rumo, serão articulados vários conceitos-chave do pensamento de Espinosa, para assimilar melhor a fundamentação de sua política. Um dos pontos fulcrais é asseverar que a constituição e a manutenção do sistema político é estruturado de acordo com leis necessárias imanentes. E a compreensão dessas leis, segundo Espinosa, nos permite verificar de que maneira a democracia, sugerida como o regime mais natural, se evidencia por conservar dentro de um determinado limite, o direito natural e a liberdade do indivíduo, e como essa dinâmica se relaciona com os direitos dos homens.ItemDissertação de mestrado Os caminhos da política em Nietzsche: da formação do Estado à grande política e suas repercussões possíveis(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-27) Silva, Luciano Olavo da; Barros, Márcio Benchimol [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O presente trabalho é uma pesquisa acerca do pensamento político de Nietzsche, que, como todos os demais assuntos trabalhados pelo autor, não possui sistematização em sua obra, razão pela qual a primeira etapa consistirá na busca de um critério de organização e interpretação que possa conduzir o estudo, com a demonstração de que esse critério é, em Nietzsche, a cultura, haja vista ser ela que funciona em sua filosofia como base sobre a qual todos os temas se acomodam para criação de um ambiente favorável ao cultivo e seleção de um tipo específico de gênio, o espírito livre e legislador do futuro. Ultrapassada a primeira etapa, buscar-se-á isolar os conceitos de civilização, Estado e política, bem como demonstrar como eles se relacionam com o passado, o presente e o futuro na experiência de pensamento nietzscheana. Ao longo desse percurso serão enfatizadas as posições de Nietzsche em relação à gênese e finalidade do Estado, demonstrando que não existe possibilidade de compatibilizá-las com as teorias clássicas que tratam da questão (teoria naturalista, teoria contratualista e teoria da força), de modo que Nietzsche será apresentado como autor de uma proposta particular, que mescla a teoria naturalista com a teoria da força. Ademais, será demonstrado que nenhuma das correntes políticas conhecidas nos séculos XIX e XX são compatíveis com o pensamento político de Nietzsche, que as considera sintomas do niilismo e as enquadra como integrantes do que ele chama de “pequena política”. Todo esse caminho será trilhado para que, ao fim, seja possível compreender como o conceito de niilismo, em cada uma de suas fases de desenvolvimento histórico (niilismo negativo, niilismo reativo e niilismo passivo), relaciona-se com a política e com a cultura, e como essa relação em permanente transformação levará, segundo espera Nietzsche, à “grande política”. Compreendida essa dinâmica, será possível então chegar ao objetivo último deste trabalho, que é a delimitação da concepção nietzscheana de “grande política” e de sua utilidade para a cultura.ItemDissertação de mestrado A mente humana e sua investigação: filosofia e o pensar de Bion na psicanálise(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2023-02-01) Detregiachi, Edson [UNESP]; Coelho, Jonas Gonçanves [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O que pode ser a mente humana? Como se torna possível sua investigação? A filosofia da mente, ao tomar um tal objeto de estudo, depara-se com questões sobre sua natureza e da realidade na qual se situa, bem como das relações entre ambas as instâncias, configurando um aspecto ontológico de sua investigação. Por outro lado, a própria ação de realizar uma investigação, em seu aspecto epistemológico, depende, em última instância, do funcionamento da mente humana. Sendo tal funcionamento pertencente ao objeto da própria investigação, a coerência de ambos os campos, onto e epistemológico, se define por uma construção dinâmica de um pelo outro. Na psicanálise, Bion se debruça num inquérito sobre a epistemologia, não apenas como embasamento da teorização psicanalítica, mas também como instrumento para auxiliar na investigação do funcionamento mental, em especial, no desenvolvimento de sua teoria sobre o pensar. Considerando que, apesar de portarem metodologias distintas, ambas as áreas, filosofia da mente e psicanálise, dedicam-se a um objeto em comum, o presente trabalho se propõe a uma discussão entre um recorte da teoria sobre o pensar em Bion e algumas das principais correntes da filosofia da mente, sob o objetivo de iluminar aquelas duas questões, que as perpassam. Com finalidade de aproximar as possibilidades de diálogos, serão exploradas suas questões metodológicas, bem como o problema sobre o acesso aos fenômenos mentais, construindo um campo para um debate que possa enriquecer não somente estas, mas também outras áreas de investigação que tomem o mesmo objeto.ItemDissertação de mestrado O “Eu Experienciador” e o “Mundo Experienciado” no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA)(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-11-30) Cunha, Augusto Simões; Pereira Júnior, Alfredo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Essa dissertação investiga os alcances e os limites das experiências conscientes no Sāṃkhya e no Monismo de Triplo Aspecto (MTA), incluindo as consonâncias e as dissonâncias entre, de um lado, puruṣa, “eu experienciador” ou “sentido de eu” e, de outro lado, prakṛti, “mundo experienciado” ou “sentido de mundo”, questionando qual seria o propósito ou o sentido da existência do “eu” e do “mundo”, em ambas as teorias filosóficas. Em seguida, discuto ambas as filosofias frente à questão existencial trazida pelo sofrimento. Enquanto no Sāṃkhya há um dualismo fundamental, que expressa uma distinção relevante para o processo de supressão do sofrimento, no MTA a distinção entre perspectivas de primeira e terceira pessoas não é fundamental e teria apenas uma função cognitiva. Especial atenção deve ser dada às perspectivas do Sāṃkhya e do MTA a respeito do tempo. A experiência temporal de puruṣa (espírito) vai mais além da experiência temporal de prakṛti (matéria ou natureza), porque puruṣa habita o eterno e o atemporal. Enquanto o tempo da prakṛti é finito, o tempo de puruṣa é infinito. Este lugar privilegiado de puruṣa lhe permite “testemunhar” eventos passados e eventos futuros de prakṛti, respectivamente, retrocognição e precognição, no instante presente de prakṛti. No caso do MTA, ao não reduzir o fenômeno da consciência ao cosmos astrofísico e inanimado, ele enfrenta a dificuldade de relacionar a atividade do sistema nervoso e sua interação com o ambiente físico, biológico e social, a partir do que emerge o mundo experienciado dos organismos, acessível apenas na perspectiva da primeira pessoa. Nesta perspectiva, todo fenômeno (subjetivo) está essencialmente conectado com um único ponto de vista: o “eu experienciador”. No entanto, na filosofia da consciência, este ponto de vista subjetivo não deve ser concebido em termos de um puruṣa ou mesmo uma alma cartesiana, mas como derivado de experiências naturais e respectivos mecanismos biológicos.ItemDissertação de mestrado Direitos humanos em tempos sombrios: reflexões sobre nacionalismo e apatridia em Hannah Arendt(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-26) Freitas, Gabriela de; Marques, Ubirajara Rancan de Azevedo [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A pesquisa tem por objetivo analisar o fundamento dos direitos humanos em ―As origens do totalitarismo‖ de Hannah Arendt, bem como o porquê de tais direitos se apresentarem de modo frágil em sua aplicação efetiva. Observando como a noção de direitos humanos evoluiu no decorrer da história, o presente estudo busca retomar leituras de certos contextos em que a fragilidade de tais direitos ficou mais explícita, fazendo-o, sobretudo, por meio da leitura crítica que Hannah Arendt apresenta em algumas de suas obras sobre o mesmo tema. O cenário de uma democracia instável implica na formação de um contexto propício para o enfraquecimento da efetivação dos direitos humanos, visto que o cumprimento destes está diretamente ligado à relação que o sujeito mantém com o Estado. Visando compreender de que maneira os direitos humanos se apresentam em um contexto de ruptura política, o trabalho em pauta não se ocupa com questionar a importância das declarações de direitos na emancipação e resistência ao arbítrio, mas, sim, com pensar criticamente a respeito de sua efetividade quanto à tutela jurídica da vida humana.ItemDissertação de mestrado O conceito de espírito e o espiritismo em uma filosofia da religião neohegeliana atual: um estudo a partir da interpretação espiritual especulativa(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-08-29) Marconato, Fábio Raimo; Tassinari, Ricardo Pereira [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O objeto de pesquisa deste trabalho é discutir o conceito de Espírito a partir da Interpretação Espiritual Especulativa (IEE) proposta por Tassinari e sua possível relação com o conceito de Espírito no Espiritismo e as suas propriedades de perenidade, evolução e reencarnação. O Espiritismo propõe trazer considerações sobre a Realidade derivadas das observações das relações com Espíritos desencarnados. A Interpretação Espiritual Especulativa é uma filosofia neohegeliana atual que, com base no pensamento hegeliano, investiga a realidade. Da análise dos conceitos trazidos pelo Espiritismo através da IEE, considera-se a possibilidade do Espiritismo. Considerada a possibilidade do Espiritismo, pode-se evidenciar conceitos que traduzem uma nova interpretação da Realidade, de modo que essa interpretação pode ser usada para interpretar as filosofias e servir de base para elaboração de novos pensamentos.ItemDissertação de mestrado Entre forma e formação: sobre tragédia e filosofia em Schiller(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-25) Lulli, Bárbara Ferrario; Barros, Márcio Benchimol [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O filósofo e poeta Friedrich Schiller [1759-1805] pensou a tensão problemática do ser humano que, como cidadão de dois mundos, cindido entre razão e sensibilidade, vontade e necessidade, se deparou com um conflito no exercício pleno de sua liberdade. Assim, Schiller atribui à arte, especialmente à tragédia, a capacidade de tornar o ser humano livre, emancipando-o dos percalços que a modernidade lhe impôs em seu processo histórico, para colocá-lo sob a forma livre da arte trágica. Neste sentido, ele atribuiu elevada importância para a tragédia, pois ela seria um meio de reconciliação entre os opostos antagônicos que compõe o ser humano. A arte trágica convida seus espectadores para uma reflexão e, consequentemente, para o reconhecimento de suas emoções mais recônditas. É no palco, então, que a tragédia encontra espaço para expor simbolicamente as tensões da existência humana e a vontade por liberdade. Assim, a atividade lúdica da arte trágica é como um exercício para a vida, em que o ser humano se forma tal como é, em plena liberdade. Pode-se dizer que, para Schiller, a existência é um ato estético, pois sempre foi sinônimo de criação. Portanto, o objetivo desta pesquisa se configura em analisar a arte trágica, pensada por Schiller, e como ela contribui com o projeto filosófico-estético de Formação [Bildung] da humanidade.ItemDissertação de mestrado Estudos sobre a condição animal: aspectos epistemológicos e éticos(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-03-29) Santos, Jessyca Eiras Jatobá; Broens, Mariana Cláudia [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O objetivo do presente trabalho é analisar o viés ideológico de análises sobre cognição animal e suas implicações éticas. Em primeiro lugar, investigaremos como a tese de predominância da espécie humana em relação ao restante dos animais se funda em uma suposta superioridade cognitiva, que não se daria em termos de grau, mas de diferença de natureza. Em segundo lugar, investigaremos como essa tese se constrói culturalmente, infiltrando-se, inclusive, na produção científica, separando a espécie humana dos animais não humanos, sendo as éticas antropocêntricas excludentes derivadas dessa construção. Buscamos neste trabalho novas perspectivas sobre cognição que possam levar a uma visão ética mais inclusivas, ressaltando que o antropocentrismo ético excludente tem, principalmente o propósito de camuflar interesses de dominação. Por fim, através da perspectiva de intersecções entre opressões, procuraremos mostrar que o discurso construído para legitimar a exploração de animais não humanos está relacionado à estruturação de mecanismos de opressão de seres humanos por outros seres humanos, sendo que ressaltaremos que a ideologia que se constrói ao redor de práticas de violência tem o propósito de banalizá-las e invisibilizá-las.ItemDissertação de mestrado Emoção e delinquência: interfaces entre a filosofia de Foucault e a psicanálise de Winnicott(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-22) Sousa, Alex Pereira de; Alves, Marcos Antônio [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Investigamos as relações entre emoções acometidas no ambiente carcerário, sobretudo na Fundação CASA, e ressocialização do interno, tendo em vista a previsão legal contida em seu ordenamento jurídico, especificamente nas entrelinhas das medidas socioeducativas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Partindo desse contexto, nosso objeto de pesquisa é a delinquência. As relações de causa e consequência desse mesmo objeto são investigadas à medida que se desenvolvem os três capítulos deste trabalho. Face à proporção de movimento e de repouso das afecções dos corpos, o aspecto contingencial é um fator que pode implicar em mudanças repentinas na constituição psicológica do interno. Em contrapartida, pode fortalecer as interações propiciadas através de ajustes emocionais. Há, no entanto, um antagonismo nesse lócus. Isso porque, ao avançarmos na categoria tempo, observamos uma tendência a uma diminuição da potência de agir do corpo motivada pelas paixões, por assim dizer, tristes, à medida que o projeto de (re)construção ontológica deste adolescente vai progredindo rumo à constituição do self (identidade), baseado no conflito de sentimentos e de desejos que tende a modificar a estrutura psíquica desse interno a ponto de sujeitá-lo a uma perda gradativa da potência do intelecto ou da sua liberdade. Tais elementos surgem a partir da servidão proposta frente à força dos afetos que lhes tocam e que podem lhes modificar instantaneamente. Em contrapartida, essas mesmas forças podem fortalecer um sistema cultural e psíquico a ponto de determinar reações positivas na conduta moral do interno. Neste trabalho, em primeiro lugar, realizamos alguns apontamentos metodológicos inerentes ao tema da pesquisa como a estrutura do sistema penitenciário, seu ordenamento jurídico e os dispositivos apontados por Foucault em algumas de suas obras. Explicitamos alguns aspectos emocionais que levam o sujeito a cometer condutas antissociais, tema abordado por Donald Winnicott. Nesse aspecto, alguns pontos relativos à metapsicologia foram abordados como, por exemplo, os conceitos de holding, privação versus deprivação, sentimentos de culpa, espaço transicional, sublimação e resistência. Ademais, abordamos as relações de poder e as estruturas do modelo penitenciário, analisadas pelo viés de uma sociedade entendida como disciplinar, tema abordado em Vigiar e Punir por Michel Foucault. Por fim, expomos algumas diferenças e aproximações entre os pensamentos de Foucault e Winnicott, principalmente, na análise sobre a resistência e a ética do cuidado de si, no âmbito de uma concepção do indivíduo biopolítico, imerso não somente dentro do seu contexto sociocultural, mas que também é submetido a agir de acordo com suas capacidades emocionais inconscientes. Entendemos que a biopolítica apontada por Foucault instaura forças de resistência, contrapondo-se, em alguns momentos, à resistência apontada por Winnicott, mas que dialoga de modo convergente quando se percebe que a resistência na visão da clínica psicanalítica de Winnicott também opera a favor do indivíduo durante as interações ambientais, aumentando sua potência de agir, assim como a filosofia de Foucault insinua no pensar o cuidado de si como uma ética a favor da máxima potência do indivíduo. Compreendemos que as problemáticas contidas nesse ambiente estão em consonância com os dispositivos nomeados por Foucault, como discursos narrativos normatizadores de condutas éticas e morais, sendo a delinquência um deles; e o rompimento com o Estado durante a prisionização do adolescente, ou os vínculos com facções criminosas, são formas de desarranjos emocionais, elucidados pelo contexto da relação mente/corpo e estruturados a partir de uma abordagem epistemológica e cognitiva presentes na filosofia da mente.ItemDissertação de mestrado A inter-relação de sensações para a produção do conhecimento em torno da Carta sobre os cegos, de Denis Diderot(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-05-04) Silva, Fábio Evangelista da; Portich, Ana Maria [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O objetivo do trabalho é investigar se Denis Diderot defende a inter-relação dos sentidos, em especial a visão e o tato, na sua Carta sobre os Cegos para Uso dos que Veem. Para isso, tentamos investigar a gênese progressiva das discussões debatidas na obra, o que nos levou a estudar a polêmica sobre o problema de Molyneux, que teve início com John Locke em seu Ensaio sobre o EntendimentoHumano. O problema resume-se à seguinte indagação: um cego de nascença que tenha aprendido a diferenciar pelo tato as formas de uma esfera e de um cubo, ao ter sua visão restituída na idade adulta, iria reconhecer e nomear esses objetos pela visão antes de tocá-los? A discussão se estendeu pela obra de Berkeley e Condillac, até ser sintetizada por Diderot na Carta sobre os Cegos, que explana sobre aquilo que podemos perceber diretamente através dos sentidos, sobre a possibilidade da interação entre os sentidos, sobre o papel que a razão exerce na percepção e sobre a relação entre sensações visuais e táteis na definição das formas, questões que culminam na polêmica sobre a existência do mundo exterior.ItemDissertação de mestrado A teoria do direito natural em Espinosa: o deslocamento ontológico do ser e a causa eficiente e imanente do estado civil(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2021-12-13) Rocha, Larissa Nardo Baio; Prado, Lúcio Lourenço [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O presente trabalho foi desencadeado pela afirmação espinosana, na Carta 50, de que os direitos naturais devem estar bem resguardados no Estado Civil. Para averiguar o que representa a continuação do direito natural no âmbito civil para a filosofia de Espinosa, cotejaram-se suas principais obras: Ética, Tratado Teológico-Político e Tratado Político, com o intuito de acompanhar o desenvolvimento do pensamento crítico do autor, bem como o caráter subversivo de suas teorias, muitas vezes perdido pela obscuridade e alcance das palavras. Inaugurado pela ontologia espinosana, neste trabalho são trazidas algumas considerações acerca da substância e suas propriedades, dos atributos e dos modos, alcançando o homem enquanto parte da natureza que reflete apenas a generalidade de ser um modo da substância. A natureza humana, a perspectiva que os individualiza, desvenda-se pela via das noções comuns e desperta a conveniência como necessária à satisfação do conatus individual. O movimento é intrínseco e incessante, isto é, as potências singulares experienciam afetos de alegria, contrários e mais fortes do que aqueles vivenciados em um regime de extrema violência e barbárie, constante no estado de natureza. Aqueles afetos atualizam a potência, tornando-a mais intensa, possibilitando o ato, a positividade que é articular-se a outras potências, causando uma potência coletiva inédita: a multidão. Assim, será para desobstruir sua potência das amarras dos afetos tristes, do estado de intensa passividade, que os homens admitirão estar sob a jurisdição de outrem. O Estado Civil revela-se não por um acordo externo, onde a voluntariedade e a arbitrariedade é dado estabelecer a possibilidade de uma renúncia total de direitos, mas por um movimento interno, contínuo, necessário e determinado entre potências individuais que concebem a necessidade de uma vida propriamente humana. O homem é determinado pelo princípio da utilidade, pelo desejo de perseverar na existência e pela alegria do agir a conduzir-se pelo menor dos males ou maior dos bens. A racionalidade e os afetos, juntos, comunicam a humanidade como a condição que inspira o comum.ItemDissertação de mestrado Debates suscitados pela filosofia da ciência de Imre Lakatos(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-24) Gomide, Felipe Augusto; Cecon, Kleber [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)A presente dissertação tem por objetivo geral efetuar uma exposição e um comentário acerca dos debates gerados pelo pensamento de Imre Lakatos, em especial, pelos debates realizados entre ele e os interlocutores Thomas Kuhn e Paul Feyerabend relacionados à tentativa lakatosiana de se responder ao problema da demarcação. Os objetivos específicos, que configuram etapas para a adequada realização do geral, são: (i) expor e comentar aspectos fundamentais da filosofia da ciência de Lakatos; (ii) expor e comentar alguns aspectos centrais das filosofias de Kuhn e Feyerabend; (iii) apreciar a razoabilidade de certas críticas postas por Kuhn e Feyerabend à filosofia lakatosiana.ItemDissertação de mestrado Espinosa e a ética naturalista: o conhecimento adequado da essência humana para o alcance da Beatitude(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-22) Velozo, Jefferson Torres; Prado, Lucio Lourenço [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)Espinosa foi um filósofo racionalista do período moderno da Filosofia e estabeleceu um sistema metafísico que trouxe uma inovação na abordagem ontológica da existência de Deus e no que diz respeito ao método a ser utilizado na Filosofia. Espinosa foi, em muitos aspectos, um autor cartesiano. Seu desenvolvimento intelectual se deu através dos estudos das obras de Descartes, considerado o primeiro grande racionalista moderno, que inovou na maneira de se fazer Filosofia ao estabelecer um método com princípios semelhantes aos da Geometria. Partindo de algumas bases estabelecidas por Descartes, Espinosa desenvolveu o seu próprio sistema metafísico de modo que pudesse resolver os problemas fundamentais presentes na filosofia cartesiana, desenvolvendo a sua argumentação para além do que o filósofo francês desenvolveu, respeitando a importância de Descartes para o desenvolvimento da Filosofia, mas criticando-o no que se refere às consequências de suas teses não tão justificadas. O intuito deste projeto é propor o estudo das noções de Deus, mente e liberdade na filosofia de Espinosa, sempre considerando a influência que Descartes teve nas obras do autor holandês. Trata-se de apresentar a Teologia racional de Espinosa, na qual o autor buscou demonstrar a existência de Deus. Neste sentido, serão apresentadas as críticas de Espinosa à filosofia cartesiana, nas quais o autor holandês considera um Deus que é causa imanente e primeira do mundo; estabelece uma única substância da qual espírito e extensão são atributos; e propõe uma maneira de emancipar a humanidade a partir do conhecimento do conceito de Deus.ItemDissertação de mestrado Praeter Deum nulla substantia: o início da Ética como retificação da teoria da substância cartesiana(Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022-02-24) Gazola, Iago Orlandi; Prado, Lúcio Lourenço [UNESP]; Universidade Estadual Paulista (Unesp)O objetivo da seguinte dissertação é propor e mostrar uma continuidade que liga a teoria da substância de Descartes à de Espinosa. Queremos mostrar que, a despeito das diferenças existentes entre espinosismo e cartesianismo, tidos esses como sistemas completos, há um pano de fundo de concordância, marcado sobretudo pelo pensamento racionalista comum a ambos que se manifesta também a respeito da ontologia. Contrapomo-nos, assim, a uma visão um tanto imprecisa do que foi o fazer metafísica na modernidade pré-crítica, segundo a qual os sistemas metafísicos então desenvolvidos se teriam destacado mais pela discordância, pela relatividade de princípios e pelos consequentes resultados divergentes do que pela concordância a respeito de temas fundamentais. Passaremos por obras de Descartes e de Espinosa. Inicialmente, evidenciaremos o plurissubstancialismo, o dualismo de atributos cartesianos e as dificuldades em que incorre Descartes a respeito da relação entre mente e corpo. Passaremos a textos secundários em que Descartes responde a seus objetores. Destacaremos nestes textos pontos que serão fundamentais ao pensamento espinosano, tais como a prioridade dada à prova a priori da existência de Deus a partir de sua própria definição e a maneira sintética de demonstrar, ambas destoantes do procedimento meditativo. Passaremos, então, aos Princípios da filosofia cartesiana e ao Tratado da emenda do intelecto, onde localizaremos a presença tanto da defesa da autossuficiência da ideia verdadeira de Deus para a prova da existência de Deus, que abre caminho para a prioridade da prova a priori, como da proposta de um discurso filosófico que reproduza a ordo Naturae partindo de Deus, possível, para Espinosa, somente nos termos da maneira sintética de demonstrar: os dois pontos encontrados nos escritos secundários de Descartes. Mostraremos que, enfim, na Ética, Espinosa aplica essas duas ideias. Mantém a austeridade da aplicação da definição de substância, numa incontornável demonstração de cuidado semântico, restringindo-a a Deus, a partir de uma definição semelhante à cartesiana; começa a reprodução da ordo Naturae pela prova a priori existência de Deus e recusa justamente as teses cartesianas que teriam levado às dificuldades do dualismo, teses já com pouca sustentação nos escritos secundários. Assim, explicitaremos que as concordâncias entre ambos resistem, subjacentes às suas discordâncias, e que podemos ver um projeto comum proposto por um e refinado por outro.