Autoeficácia docente para o ensino do componente curricular “Projeto de Vida”
Carregando...
Data
Autores
Orientador
Iaochite, Roberto Tadeu 

Coorientador
Pós-graduação
Educação - IB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Este estudo investigou a autoeficácia docente para o ensino do componente curricular Projeto de Vida na Educação Básica, fundamentado na Teoria Social Cognitiva. A pesquisa adotou uma abordagem mista, de natureza exploratória e descritiva. Participaram 263 professores da rede pública e privada, que responderam a um questionário composto por 25 itens sobre autoeficácia e importância atribuída às situações de ensino, além de questões abertas sobre desafios enfrentados e estratégias utilizadas. Os resultados quantitativos indicaram uma média de autoeficácia de 2,83 (DP = 1,10) em uma escala de 1 a 5, com mais de 60% dos docentes abaixo do ponto médio, evidenciando um baixo nível de crença na própria capacidade para o ensino de Projeto de Vida. Em contraste, a média da importância atribuída às mesmas situações foi significativamente mais alta (M = 4,20; DP = 0,58), com 73,4% dos participantes atribuindo escores entre 4 e 5. A correlação entre os escores globais de autoeficácia e de importância foi baixa e não significativa (r = - 0,053; p = 0,396), embora algumas situações específicas tenham revelado correlações negativas significativas. A regressão múltipla indicou que o tipo de escola (privada) e o número de horas destinadas ao planejamento semanal foram os únicos preditores significativos de maiores escores de autoeficácia (p < 0,05). A análise qualitativa reforçou esses achados ao evidenciar fatores contextuais que influenciam diretamente a percepção de autoeficácia, como o apoio institucional, a formação recebida e as condições de trabalho. Os relatos revelaram sentimentos ambíguos em relação ao ensino do componente, oscilando entre entusiasmo, frustração, insegurança e dificuldade, o que aponta para a necessidade de suporte técnicopedagógico contínuo. A discussão integrativa confirmou a hipótese de que professores com maior autoeficácia tendem a expressar sentimentos mais positivos em relação ao ensino de Projeto de Vida. Características como experiência com o componente, tempo destinado à preparação e tipo de escola mostraram-se influentes nessa crença. Os resultados ressaltam a urgência de ações que fortaleçam a formação inicial e continuada, a valorização profissional docente e a inclusão sistemática do componente na formação. Conclui-se que o ensino de Projeto de Vida demanda políticas públicas estruturadas, canais de escuta ativa, estratégias de valorização e investimentos em pesquisas específicas que subsidiem intervenções formativas. Recomenda-se, ainda, a inclusão do componente nas licenciaturas, a criação de espaços colaborativos de formação e a atribuição contínua das aulas aos mesmos professores, de modo a consolidar competências relacionadas à prática.
Resumo (inglês)
This study investigated teacher self-efficacy for teaching the curricular component Life Project (Projeto de Vida) in Basic Education, grounded in Social Cognitive Theory. A mixed-methods approach was adopted, with an exploratory and descriptive design. A total of 263 public and private school teachers participated by responding to a questionnaire comprising 25 items assessing self-efficacy and the perceived importance of teaching situations, along with open-ended questions about challenges and instructional strategies. Quantitative results indicated a mean self-efficacy score of 2.83 (SD = 1.10) on a 5-point scale, with over 60% of teachers scoring below the midpoint, suggesting a low belief in their own ability to teach Life Project. In contrast, the mean score for perceived importance was significantly higher (M = 4.20; SD = 0.58), with 73.4% of participants assigning scores between 4 and 5. The correlation between overall self-efficacy and perceived importance was low and non-significant (r = -0.053; p = 0.396), although some specific situations showed significant negative correlations. Multiple regression analysis indicated that teaching in private schools and the number of hours allocated to weekly lesson planning were the only significant predictors of higher self-efficacy scores (p < 0.05). Qualitative analysis reinforced these findings by highlighting contextual factors that directly influenced self-efficacy perceptions, such as institutional support, professional development opportunities, and working conditions. The responses revealed ambivalent feelings toward teaching the component, ranging from enthusiasm to frustration, insecurity, and difficulty— emphasizing the need for ongoing technical and pedagogical support. The integrative discussion confirmed the hypothesis that teachers with higher self-efficacy tend to express more positive feelings toward teaching Life Project. Factors such as prior experience with the component, preparation time, and school type significantly influenced their efficacy beliefs. The findings underscore the urgent need for initiatives that enhance initial and continuing teacher education, promote professional recognition, and systematically integrate Life Project into teacher training programs. It is further recommended to include this component in licensure programs, create collaborative training spaces, and ensure continuity in teaching assignments for teachers already developing competencies related to this practice.
Descrição
Palavras-chave
Autoeficácia docente, Base Nacional Comum Curricular, Formação de professores, Projeto de vida, Educação, Teacher self-efficacy, National Common Curricular Base, Teacher education, Life project, Education
Idioma
Português