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Publicação:
Estratégias para implementação e resultados de tratamento de um centro de doença trofoblástica gestacional em Manaus

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Orientador

Maestá, Izildinha

Coorientador

Pós-graduação

Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia - FMB 33004064077P2

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução: O Estado do Amazonas se localiza na Amazônia Ocidental Brasileira, local onde não existem trabalhos publicados sobre doença trofoblástica gestacional (DTG). Em 2020, iniciou-se a reestruturação do centro de referência (CR) de DTG do Amazonas visando harmonizar condutas no tratamento desta doença. Objetivos: Avaliar características epidemiológicas, sociodemográficas e clínicas das pacientes com DTG atendidas no CR do Amazonas no período de 2020 até 2022 e de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) no período de 2011 até 2022. Método: Estudo de coorte que incluiu pacientes com DTG diagnosticadas, tratadas e acompanhadas em CR da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON). Os dados obtidos foram analisados pelo software R, utilizando-se teste Mann-Whitney para análises de variáveis qualitativas e Qui-quadrado para variáveis quantitativas. P<0,05 foi considerado como limite estatisticamente significativo. Resultados: A frequência de DTG no CR do Amazonas foi de 57 casos no período de 2020 até 2022, dos quais 18 casos evoluíram para malignização (NTG) em três anos. A população estudada foi formada, em sua maioria, por mulheres jovens, pardas, com escolaridade média, que não faziam uso de contraceptivo, não planejavam gestação, desconheciam a DTG e residiam distante do CR. Foram encontradas diferenças significativas entre as pacientes do interior e da capital quanto aos critérios socioeconômicos e clínicos. As pacientes do interior eram mais jovens (p<0,01), maior representatividade de raça indígena (p=0,04) e menor renda (p<0,01). As pacientes do interior apresentaram maior tamanho uterino (p=0,01), maior necessidade de hemotransfusão (p=0,02) e maior tempo para normalização do hCG (p=0,03) em relação às pacientes da capital. Foi observada uma maior escolaridade nas pacientes que evoluíram para NTG na capital (p<0,01). Foram identificados 29 casos de NTG no período de 2011 até 2022, sendo 11 antes e 18 após a implementação do CR. Após a implementação do CR-DTG do Amazonas, foi evidenciada diminuição da necessidade de troca de esquemas de quimioterapia (p=0,01) e perda de seguimento (p=0,01). A frequência de óbitos por NTG no CR-DTG do Amazonas foi de 5 casos (17%) e, destes, 2 de pacientes indígenas (40%). Quando comparada ao grupo de sobreviventes, as pacientes que evoluíram a óbito tiveram demora para início de quimioterapia (p=0,04), maior presença de metástases (p=0,03) e maior classificação de tumores de alto risco (p=0,01). Conclusão: As mulheres amazônicas apresentam vulnerabilidade à DTG e desconhecimento sobre a doença que as acomete. Foram observados indicadores de maior gravidade em pacientes do interior do Estado, o que sugere que a distância ao CR é um fator que impacta o tratamento destas pacientes no Amazonas. Outro achado foi a alta escolaridade de pacientes com NTG na capital. Houve uma alta taxa de mortalidade pela doença na região, em especial de pacientes indígenas. Estes achados demonstram a necessidade de investimentos no diagnóstico e tratamento precoce e a estruturação adequada das instituições para o efetivo tratamento desta doença no Estado. Trata-se de um estudo relevante pois traz informações inéditas da região da Amazônia Ocidental Brasileira além de servir de modelo para a análise dos impactos positivos da organização de um CR de DTG.

Resumo (inglês)

Introduction: The state of Amazonas is located in the Western Brazilian Amazon, for which there are no published studies on gestational trophoblastic disease (GTD). In 2020, the restructuring of the referral center (RC) for DTG in the state of Amazonas began in order to harmonize the treatment of this disease. Objectives: Evaluate epidemiological, sociodemographic and clinical characteristics of patients with GTD treated in the RC in the state of Amazonas in the period from 2020 to 2022 and gestational trophoblastic neoplasia (GTN) in the period from 2011 to 2022. Methods: A cohort study that included patients with GTD diagnosed, treated and followed up in the RC of the Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON). The data obtained were analyzed using R software, using the Mann-Whitney test for qualitative variables and chi-squared test for quantitative variables. P<0.05 was considered a statistically significant limit. Results: The frequency of GTD in the RC of the state of Amazonas was 57 cases in the period from 2020 to 2022, of which 18 cases evolved to malignancy (NTG) within three years. The studied population was formed, mostly, by young, brown-skinned women, with an average education, who did not use contraception, did not plan pregnancy, did not know about DTG and lived far from the RC. Significant differences were found between patients from the interior and the capital regarding socioeconomic and clinical criteria. The patients from the interior were younger (p<0.01), with a greater number of indigenous women (p=0.04) and had a lower income (p<0.01). Patients from the interior had a larger uterine size (p=0.01), a greater need for blood transfusion (p=0.02) and a longer period for hCG normalization (p=0.03) in relation to patients from the capital. A higher level of education was observed in patients from the capital who evolved to NTG (p<0.01). 29 cases of NTG were identified in the period from 2011 to 2022, 11 before and 18 after the implementation of the RC. After the implementation of the DTG-RC in the state of Amazonas, there was a decrease in the need to change chemotherapy regimens (p=0.01) and loss of patients to follow-up (p=0.01). The frequency of deaths due to NTG in the DTG-RC in the state of Amazonas was 5 cases (17%) and, of these, 2 involved indigenous patients (40%). When compared to the group of survivors, patients who died had a delay in starting chemotherapy (p=0.04), a greater presence of metastases (p=0.03) and a higher classification for high-risk tumors (p=0.01). Conclusion: Amazonian women present vulnerability to GTD and lack of knowledge regarding the disease that affects them. Indicators of greater severity were observed in patients from the interior of the state, which suggests that the distance to the RC is a factor that impacts the treatment of these patients in the state of Amazonas. Another finding was the high level of education of patients with NTG in the capital. There was a high mortality rate from the disease in the region, especially involving indigenous patients. These findings demonstrate the need for investments in early diagnosis and treatment and the proper structuring of institutions for the effective treatment of this disease in the state. This is a relevant study because it provides unpublished information from the Western Brazilian Amazon region and serves as a model for the analysis of the positive impacts of the organization of a DTG-RC.

Descrição

Palavras-chave

Mola hidatiforme, Coriocarcinoma, Doença trofoblástica gestacional, Neoplasia trofoblástica gestacional, Amazônia ocidental brasileira, Gestational trophoblastic disease, Hydatidiform mole, Gestational trophoblastic neoplasia, Western brazilian amazon

Idioma

Português

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