Comparação entre o número e tipo de lesões apresentadas por praticantes de tênis e beach tennis

Abstract

O tênis apresenta diversos benefícios, como a melhora da coordenação física, motora, equilíbrio, flexibilidade e controle do corpo. Entretanto, apesar dos diversos benefícios da prática de tênis, uma característica que pode afastar o indivíduo do esporte é a complexidade dos movimentos. É presente no esporte a troca de bolas que exigem força, saídas rápidas, paradas bruscas, mudanças de direção e diversas movimentações frontais e laterais. Um esporte, variante do tênis, o beach tennis (BT), chegou ao Brasil no ano de 2008 e está cada vez mais popular, já que exige menos técnica. A prática de BT desenvolve algumas capacidades físicas, como força, resistência muscular e melhora do sistema cardiorrespiratório. Embora apresentem benefícios, esportes como o tênis e o BT também pode levar a lesões devido à natureza repetitiva do movimento e à alta intensidade dos esportes, principalmente se não acompanhado de um professional e planejamento adequado. Sendo assim, o principal objetivo do estudo foi comparar o número de lesões entre os praticantes de tênis e BT. Como objetivos secundários: verificar quais os principais tipos de lesões apresentadas em cada esporte e comparar a intensidade da dor entre praticantes de tênis e BT. Foram incluídos no estudo 122 indivíduos praticantes de tênis e/ou BT. Esses indivíduos foram divididos em dois grupos principais: praticantes de tênis (n=36) e praticantes de BT (n=102). Dentre esses indivíduos, 16 praticavam ambos os esportes. Os participantes foram convidados a participar do estudo por meio do WhastApp e redes sociais (Facebook e Instagram). Todos eles preencheram uma pesquisa eletrônica criada no Google Formulários (Google Forms). As informações contidas no formulário foram divididas em 8 seções: i) Leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); ii) concordância com o TCLE; iii) informações gerais; iv) informações sobre a modalidade esportiva; v) lesões durante a prática de Tênis; vi) lesões durante a prática de BT; vii) acompanhamento após lesão; viii) e considerações finais. Os dados foram analisados de maneira descritiva. Somente para as variáveis “número de lesões” e “intensidade da dor”, o teste de Shapiro Wilk foi empregado para verificação da normalidade na distribuição dos dados. E, em seguida, foi aplicado o teste t-student para comparação entre os grupos. O nível de significância foi mantido em p < 0,05. Ao comparar ambos os grupos, não houve diferença estatísticas para as variáveis “número de lesões” (T= 0,44 ± 0,81; BT= 0,52 ± 0,78; p=0,630) e “intensidade da dor” (T= 2,14 ± 2,76; BT = 1,89 ± 2,46; p=0,637). Observando os tipos de lesões, verificamos que os praticantes de Tênis ou BT tiveram lesões semelhantes; Indivíduos jogadores de tênis apresentaram maior número de lesões nas grandes articulações de membros superiores e inferiores, enquanto os praticantes de BT apresentaram lesões em todo o corpo. Por fim, considerando as lesões em membros superiores e inferiores, ambos os grupos apresentaram maior número de lesões nos membros superiores com maior incidência na região do cotovelo e ombro. Concluímos, que não houve diferenças entre o número e tipos de lesões entre praticantes de tênis e BT.

Tennis has many benefits, such as improving physical coordination, motor skills, balance, flexibility and body control. However, despite the many benefits of practicing tennis, one feature that can put people off the sport is the complexity of the movements. The sport involves forceful ball changes, quick exits, sudden stops, changes of direction and various frontal and lateral movements. A variant of tennis, beach tennis (BT), arrived in Brazil in 2008 and is becoming increasingly popular, as it requires less technique. The practice of BT develops certain physical abilities, such as strength, muscular endurance and improving the cardiorespiratory system. Although they have benefits, sports such as tennis and BT can also lead to injuries due to the repetitive nature of the movement and the high intensity of the sports, especially if not accompanied by a professional and proper planning. The main objective of the study was therefore to compare the number of injuries among tennis players and BT players. The secondary objectives were to determine the main types of injuries in each sport and to compare the intensity of pain between tennis players and BT players. The study included 122 individuals who practiced tennis and/or BT. These individuals were divided into two main groups: tennis players (n=36) and BT players (n=102). Of these individuals, 16 practiced both sports. Participants were invited to take part in the study via WhastApp and social media (Facebook and Instagram). They all completed an electronic survey created in Google Forms. The information contained in the form was divided into 8 sections: i) reading of the Informed Consent Form (ICF); ii) agreement with the ICF; iii) general information; iv) information about the sport; v) injuries while playing tennis; vi) injuries while playing BT; vii) follow-up after injury; viii) and final considerations. The data was analyzed descriptively. Only for the variables "number of injuries" and "pain intensity", the Shapiro Wilk test was used to check the normality of the data distribution. The Student's t-test was then applied to compare the groups. The significance level was set at p < 0.05. When comparing both groups, there was no statistical difference for the variables "number of injuries" (T= 0.44 ± 0.81; BT= 0.52 ± 0.78; p=0.630) and "pain intensity" (T= 2.14 ± 2.76; BT = 1.89 ± 2.46; p=0.637). Looking at the types of injuries, we found that tennis players and BT players had similar injuries; tennis players had a greater number of injuries on joints of the upper and lower limbs, while BT players had injuries to the whole body. Finally, considering injuries to the upper and lower limbs, both groups had a higher number of injuries to the upper limbs, with a higher incidence in the elbow and shoulder regions. We conclude that there were no differences in the number and types of injuries between tennis players and BT players.