Quimoprevenção e bioengenharia epitelial: abordagens inovadoras para controle da carcinogênese oral e regeneração tecidual

Abstract

Oral leukoplakia (OL) is one of the most common potentially malignant lesions of the oral mucosa, with a variable risk of progression to oral squamous cell carcinoma (OSCC), especially in the presence of epithelial dysplasia. Currently, there is no consistent evidence of treatments that effectively reduce this risk, with surgical excision remaining the gold standard. This study investigated two complementary approaches for the prevention and management of OL. The first approach evaluated the immunomodulatory potential of artemisinin (ART) and Rubus occidentalis (RO) extract in a preclinical murine model of 4-nitroquinoline-N-oxide (4NQO)-induced OL. Thirty-eight mice were divided into four groups: control, ART, RO, and ARO. Histological and molecular analyses performed at weeks 12 and 16 demonstrated that RO treatment delayed malignant transformation, with no carcinomas detected at week 16, and increased expression of caspase-9, calreticulin, HMGB1, IFN-γ, and GM-CSF, suggesting transient activation of antitumor immune responses. In contrast, ART-treated animals showed increased CD68 expression and reduced CD56, indicating an immunosuppressive profile associated with higher carcinoma incidence. The ARO combination did not provide additional benefits compared to ART alone.The second aspect of the study focused on the development of dermal substitutes using 3D bioprinting. Organoids composed of human fibroblasts and keratinocytes were evaluated for viability, morphology, and phenotype, showing positivity for Ki67, BMI1, collagen, and epigenetic markers, as well as functional organization after bioprinting. Appropriate statistical tests were applied with α = 0.05. These findings suggest that RO can modulate immune responses in the early stages of OSCC development, and that 3D cellular models hold promise for tissue regeneration, contributing to the advancement of personalized regenerative therapies.

A leucoplasia oral (LO) é uma das lesões potencialmente malignas mais comuns da mucosa bucal, com risco variável de transformação em carcinoma de células escamosas oral (CCEO), especialmente na presença de displasia epitelial. Atualmente, não há evidências consistentes de tratamentos que reduzam esse risco, sendo a excisão cirúrgica o padrão ouro. Este estudo investigou duas abordagens complementares para a prevenção e o tratamento da LO. A primeira avaliou o potencial imunomodulador da artemisinina (ART) e do extrato de Rubus occidentalis (RO) em um modelo pré-clínico murino de LO induzida por 4-nitroquinolina-N-óxido. Trinta e oito camundongos foram divididos em quatro grupos: controle, ART, RO e ARO. As análises histológicas e moleculares realizadas nas semanas 12 e 16 demonstraram que o tratamento com RO retardou a transformação maligna, com ausência de carcinomas na semana 16, além de aumentar a expressão de caspase9, calreticulina, HMGB1, IFN-γ e GM-CSF, sugerindo ativação transitória de respostas imunes antitumorais. Em contraste, os animais tratados com ART apresentaram aumento da expressão de CD68 e redução de CD56, indicando um perfil imunossupressor associado a maior incidência de carcinoma. A combinação ARO não proporcionou melhorias adicionais em relação ao tratamento isolado com ART. A segunda vertente do estudo concentrou-se no desenvolvimento de substitutos dérmicos por bioimpressão 3D. Organoides compostos por fibroblastos e queratinócitos humanos foram caracterizadas quanto à viabilidade, morfologia e fenótipo, evidenciando positividade para Ki67, BMI1, colágeno e marcadores epigenéticos, além de organização funcional após bioimpressão. Testes estatísticos apropriados foram aplicados com α=0,05. Os achados sugerem que o RO pode modular as respostas imunes nos estágios iniciais do desenvolvimento do CCEO e os modelos celulares 3D mostraram-se promissores para a regeneração tecidual, contribuindo para o avanço de terapias regenerativas personalizadas. Em conjunto, os achados deste trabalho apontam para abordagens inovadoras, seguras e potencialmente escaláveis no enfrentamento clínico da LO