Aspectos reprodutivos e composição química da carne de coelhas Botucatu em diferentes idades

Abstract

O presente estudo teve o intuito de avaliar a influência da idade de coelhas da linhagem Botucatu sobre o desempenho reprodutivo e a composição química da carne, com o objetivo de otimizar práticas de manejo na cunicultura brasileira. Foram realizados dois ensaios experimentais: o primeiro avaliou parâmetros reprodutivos de coelhas divididas em dois grupos etários (12 a 24 meses e 24 a 48 meses), com 10 repetições em cada grupo, totalizando 20 animais. Foram avaliadas as seguintes variáveis reprodutivas: número de láparos nascidos vivos (NV), número de natimortos (NM), número de nascidos totais (NT), peso da ninhada ao nascimento (PNN), peso médio dos láparos ao nascimento (PIN), número de láparos mortos pré-desmame (MORTPD), número de filhotes desmamados aos 40 dias (DESMAMADOS40D), peso da ninhada ao desmame (PND) e peso médio dos filhotes ao desmame (PID). O segundo ensaio analisou a composição química da carne em três grupos etários (3 meses, 12 a 24 meses e 24 a 48 meses), também com 10 repetições por grupo, totalizando 30 animais. Nesse ensaio, as variáveis analisadas foram os teores de umidade, matéria mineral, proteína e lipídeos no músculo Longissimus thoracis et lumborum. No ensaio 1, coelhas de 12 a 24 meses apresentaram menor número de natimortos (p < 0,05) e filhotes com maior peso médio ao desmame (p < 0,05) em comparação às coelhas mais velhas (24 a 48 meses). No ensaio 2, coelhas de 24 a 48 meses demonstraram maior teor de umidade (p < 0,05) e menor teor de lipídeos (p < 0,001) na carne, em relação às coelhas mais jovens (3 meses), características que podem contribuir para maior suculência e um perfil nutricional mais saudável. Com base nos resultados, recomenda-se utilizar coelhas de 12 a 24 meses para reprodução, devido ao melhor desempenho reprodutivo, e coelhas entre 24 a 48 meses para a produção de carne, considerando a qualidade superior em termos de suculência e menor teor de lipídeos. Essas estratégias podem contribuir para a eficiência produtiva e a qualidade final na cunicultura.

This study aimed to evaluate the influence of age in Botucatu lineage does on reproductive performance and meat chemical composition, with the goal of optimizing management practices in Brazilian rabbit farming. Two experimental trials were conducted: the first assessed reproductive parameters of does divided into two age groups (12 to 24 months and 24 to 48 months), with 10 replicates in each group, totaling 20 animals. The following reproductive variables were evaluated: number of live-born kits (NV), number of stillborn kits (NM), total number of kits born (NT), litter weight at birth (PNN), average weight of kits at birth (PIN), number of kits dead pre-weaning (MORTPD), number of kits weaned at 40 days (DESMAMADOS40D), litter weight at weaning (PND), and average weight of kits at weaning (PID). The second trial analyzed meat chemical composition in three age groups (3 months, 12 to 24 months, and 24 to 48 months), also with 10 replicates per group, totaling 30 animals. In this trial, the variables analyzed were the levels of moisture, mineral matter, protein, and lipids in the Longissimus thoracis et lumborum muscle. In trial 1, does aged 12 to 24 months showed a lower number of stillborn kits (p < 0.05) and kits with higher average weight at weaning (p < 0.05) compared to older does (24 to 48 months). In trial 2, does aged 24 to 48 months demonstrated higher moisture content (p < 0.05) and lower lipid content (p < 0.001) in the meat, compared to younger does (3 months), characteristics that may contribute to greater succulence and a healthier nutritional profile. Based on the results, it is recommended to use does aged 12 to 24 months for reproduction, due to better reproductive performance, and does between 24 and 48 months for meat production, considering the superior quality in terms of succulence and lower lipid content. These strategies can contribute to productive efficiency and final quality in rabbit farming.