Avaliação do biofilme de células de Candida albicans persistentes à terapia fotodinâmica

Abstract

As infecções causadas por Candida albicans são geralmente associadas ao biofilme, que é uma microestrutura complexa de células aderidas a uma superfície e agrupadas dentro de uma matriz extracelular (MEC). Como tratamento padrão para controle de infecções têm sido utilizados os antifúngicos convencionais, entretanto, os microrganismos podem adquirir resistência após exposições sucessivas a estes fármacos. Neste contexto a Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) têm demostrado ser eficaz na inativação de C. albicans, apresentando como vantagens aplicação local, ausência de efeitos colaterais e ação em múltiplos alvos celulares. Os biofilmes produzem células persistentes que são células que nem crescem nem morrem na presença de antimicrobianos, e, dessa forma, exibem tolerância a diversos fármacos o que favorece a sobrevivência dos microrganismos em biofilme. Neste contexto, o objetivo deste trabalho será avaliar a viabilidade dos biofilmes produzidos por células persistentes de C. albicans. Biofilmes de 48 horas foram formados a partir de células persistentes. Esses biofilmes foram tratados com 80 μM de curcumina associado ao LED na dose de luz de 37 J/cm2

(C+L+). Para determinar se apenas a aplicação de LED ou do FS possui algum efeito, amostras adicionais foram apenas iluminadas (grupo C-L+) ou apenas incubadas com a CUR (grupo C+L-). O grupo controle foi composto por amostras que não receberam tratamento com o FS e nem luz (grupo C-L-). Os resultados demonstraram no grupo C+L+ houve redução de viabilidade de 2,9 log10, sendo este grupo estatisticamente diferente dos demais grupos avaliados (C+L-, C-L+ e C-L-). Adicionalmente, o grupo C-L+ apresentou valores intermediários de redução (1,3 log10) e os grupos C+L- e C-L- foram estatisticamente semelhantes entre si. Com base nos resultados podemos concluir que os biofilmes formados por células persistentes são susceptíveis ao tratamento fotodinâmico antimicrobiano.

Infections caused by Candida albicans are usually associated with biofilm, which is a complex microstructure of cells attached to a surface and grouped together within an extracellular matrix (ECM). As a standard treatment for the control of infections, conventional antifungals have been used, however, the microorganisms can acquire resistance after successive exposures to these drugs. In this context, Antimicrobial Photodynamic Therapy (aPDT) has demonstrated to be effective in the inactivation of C. albicans, presenting as advantages local application, absence of side effects and action on multiple cellular targets. The biofilms produce persistent cells that are cells that neither grow nor die in the presence of antimicrobials, and thus exhibit tolerance to various drugs which favors the survival of microorganisms in biofilm. In this context, the objective of this work will be to evaluate the viability of the biofilms produced by persistent cells of C. albicans. 48-hour biofilms were formed from of persistent cells. These biofilms were treated with 80 μM of curcumin associated with LED at a light dose of 37 J/cm² (C+L+). To determine whether only the LED or FS application has any effect, additional samples were just illuminated (C-L+ group) or just incubated with CUR (C+L- group). The group control was composed of samples that did not receive treatment with FS or light (C-L- group). The results showed in the C+L+ group there was a reduction in viability of 2,9 log10,, being this group statistically different from the others evaluated groups (C+L-, C-L+ and C-L-). Additionally, the C-L+ group showed intermediate values ​​of reduction (1,3 log10) and the C+L- and C-L- groups were statistically similar to each other. Based on the results we can conclude that biofilms formed by persistent cells are susceptible to antimicrobial photodynamic treatment.