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Publicação:
Influência da visita domiciliar periódica por enfermeira a pacientes com insuficiência cardíaca na reinternação hospitalar e qualidade de vida

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Orientador

Okoshi, Katashi

Coorientador

Pós-graduação

Fisiopatologia em Clínica Médica - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) constitui grande problema de saúde pública mundial devido à gravidade de suas manifestações clínicas e às altas taxas de morbidade e mortalidade. O aumento da longevidade da população, acompanhado do maior número de comorbidades em idosos, colabora no aumento da prevalência de indivíduos com IC. No Brasil, as principais causas de IC são doença coronária, hipertensão arterial, miocardiopatias e valvopatias. O tratamento da IC inclui o uso de várias classes de fármacos, dentre elas os diuréticos que promovem melhora da qualidade de vida por redução dos sintomas congestivos. O tratamento não farmacológico, oferecido por equipes multidisciplinares que contam com o enfermeiro, é descrito na literatura como importante no desfecho clínico de portadores de IC. A visita domiciliar é um recurso valioso, que permite o conhecimento mais amplo da situação do indivíduo, permitindo adequar as orientações oferecidas que otimizem a eficácia do arsenal terapêutico. Objetivo: Avaliar a influência do acompanhamento periódico domiciliar de pacientes com IC por enfermeira treinada, após a alta hospitalar, com possibilidade de intervenção na dose de diurético, sobre a reinternação, capacidade funcional e qualidade de vida. Métodos: Foram randomizados pacientes diagnosticados com IC, através de sorteio com cartões identificados com as letras C ou A, retirados do envelope pelo próprio paciente, divididos em grupos assistido e controle. Os pacientes foram incluídos no estudo de forma consecutiva, no dia da alta hospitalar, respeitando os critérios de exclusão. Os prontuários médicos foram consultados para obtenção de dados demográficos e aspectos clínicos. Os pacientes de ambos os grupos receberam visitas domiciliares mensais e foram orientados a se pesarem diariamente, utilizando uma balança doada pela pesquisadora. Nos dois grupos, foi enfatizada a importância da redução do sódio, restrição de líquidos, do controle de peso e reconhecimento dos sinais de piora clínica. No grupo assistido, os pacientes foram orientados a adicionar 20 ou 40 mg de furosemida à dose de furosemida previamente prescrita, quando ocorria aumento de peso de 1 a 2 kg, por 3 a 5 dias. Após esse período, em caso de melhora, o paciente voltava para a dose anterior. Em caso de piora, a orientação foi de procurar o serviço de saúde. Na primeira e na última visita foi aplicado o questionário SF-36 de avaliação da qualidade de vida. Resultado: O presente estudo contou com a participação de 33 pacientes, sendo 17 do grupo assistido e 16 do grupo controle, sendo a maioria com idade superior a 50 anos. Desse total, 72,7% eram do sexo masculino, 69,7% indivíduos caucasianos, 54,5% eram tabagistas e 39,3% etilistas. A hipertensão arterial foi referido em 93,9% e diabetes em 51,5% dos pacientes. As etiologias eram em sua maioria isquêmica (n=14; 42,4%), seguida de miocardiopatia alcóolica (n=8; 24,2%), hipertensiva (n=5; 15,2%) e chagásica (n=3; 9,1%). Do total de onze óbitos ocorridos, seis foram do grupo assistido, sendo que quatro morreram por IC aguda e dois por outras causas. Dos 5 óbitos do grupo controle, quatro morreram por IC aguda e um por outra causa. Dos 6 óbitos do grupo assistido, 5 ocorreram no período entre a primeira visita e até 40 dias de seguimento, e apenas 1 do controle (p<0,01). Esse fato interferiu no desfecho final, estes pacientes não receberam nemhuma intervenção na dose de diuréticos. O número de reinternações ocorreu em 62% do grupo controle contra 38% do grupo assistido (p=ns). Houve melhora da classe funcional (NYHA) entre a primeira e última visita na maioria dos pacientes do grupo assistido (p=0,01). No grupo controle, embora a maioria tenha melhorado, não atingiu diferença estatística (p=0,13). Em relação à qualidade de vida, avaliada pelo questionário SF-36, houve melhora significativa em todos os domínios e o escore, exceto para dor e aspectos sociais, em ambos os grupos. No domínio estado geral de saúde, houve melhora no grupo assistido e não diferiu no grupo controle. Conclusão: O acompanhamento periódico domiciliar por enfermeira treinada melhora o estado geral de saúde, um dos domínios da qualidade de vida, e a classe funcional da insuficiência cardíaca, no grupo assistido. Em ambos os grupos estudados observa-se melhora da maioria de outros domínios da qualidade de vida, exceto dor e aspectos sociais. Não houve diferença nas taxas de reinternação e de mortalidade.

Resumo (inglês)

Introduction: Heart failure (HF) is a major public health problem worldwide due to the severity of its clinical manifestations and the high rates of morbidity and mortality. The increase in population longevity, accompanied by a greater number of comorbidities in the elderly, contributes to the increase in the prevalence of individuals with HF. In Brazil, the main causes of HF are coronary artery disease, arterial hypertension, cardiomyopathies and valvular heart disease. The treatment of HF includes the use of several classes of drugs, including diuretics that promote improvement in quality of life by reducing congestive symptoms. Nonpharmacological treatment, offered by multidisciplinary teams that rely on nurses, is described in the literature as important in the clinical outcome of patients with HF. Home visiting is a valuable resource, which allows a broader knowledge of individual's situation, allowing to adapt the guidelines offered that optimize the effectiveness of the therapeutic arsenal. Objective: To evaluate the influence of periodic home visiting of patients with HF by a trained nurse, after hospital discharge, with the possibility of intervention on the dose of diuretic, on rehospitalization, functional capacity and quality of life. Methods: Patients diagnosed with HF were randomized and divided into assisted and control groups. Patients were consecutively included in the study, on the day of hospital discharge, respecting the exclusion criteria. Medical records were consulted to obtain demographic data and clinical aspects. Patients in both groups received monthly home visits, and were instructed to weigh themselves daily, using a scale donated by the researcher. In both groups, the importance of sodium reduction, fluid restriction, weight control and recognition of signs of clinical worsening were emphasized. In the assisted group, patients were instructed to add 20 or 40 mg of furosemide to the previously prescribed furosemide dose, for 3 to 5 days, when a weight gain of 1 to 2 kg occurred. After this period, in case of improvement, the patient returned to the previous dose. In case of worsening, the orientation was to seek the health service. In the first and last visit, the SF-36 questionnaire for assessing quality of life was applied. Results: The present study involved the participation of 33 patients, 17 from the assisted group and 16 from the control group, most over the age of 50, 72.7% male, 27.3% female, 69.7% caucasian, 54.5% smokers, and 39.3% alcoholics. Abstract 6 Arterial hypertension was reported in 93.9% and diabetes in 51.5% of patients. The etiologies were mostly ischemic (n=14; 42.4%), followed by alcoholic cardiomyopathy (n=8; 24.2%), hypertensive (n=5; 15.2%), and chagasic (n=3; 9.1%). Of the 11 deaths, 6 were from the assisted group, 4 of which died from decompensated heart failure and 2 from other causes; of the 5 deaths from the control group, 4 died from decompensated IC and 1 from another cause. Five deaths from the assisted group occurred between the first visit and up to 40 days of follow-up, and only 1 in the control group (p<0.01). This result interfered with the outcome, since during this period there was no intervention on the diuretic doses. Hospitalizations were 62% in the control group and 38% in the assisted group (p=ns). There was an improvement in the functional class (NYHA) between the first and last visit in most patients in the assisted group (p=0.01). In the control group, although the majority improved, there was no statistical difference (p=0.13). In quality of life, assessed by the SF-36 questionnaire, there was a significant improvement in all domains and the score, except for pain and social aspects, in both groups. In the general health status domain, there was an improvement in the assisted group and did not differ in the control group. Conclusion: Periodic home visiting by a trained nurse improves the general health status, one of the quality of life domains, and the heart failure functional class (NYHA), in the assisted group. In both groups, there is improvement in most other quality of life domains, except pain and social aspects. There was no difference in rehospitalization and mortality rates.

Descrição

Palavras-chave

Insuficiência cardíaca, Ajuste de diuréticos, Enfermeira, Controle de peso, Visita domiciliar por enfermeiro, Heart failure, Diuretics dose adjustment, Nurse, Weight control, Nurse home visiting

Idioma

Português

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