Associação de osteotomia distal do fêmur em cunha fechada e osteotomia niveladora do platô tibial modificada para o tratamento de luxação patelar medial e doença do ligamento cruzado cranial concomitantes em cães

Abstract

Objetivou-se avaliar a eficácia da associação das técnicas de osteotomia distal femoral (DFO) e osteotomia niveladora do platô tibial modificada (TPLOm) para o tratamento de luxação de patela com varus femoral distal, torção tibial e doença do ligamento cruzado cranial. Foram incluídos 12 cães, sendo 14 membros pélvicos, acometidos com luxação patelar medial e doença do ligamento cruzado cranial concomitantes foram tratados com DFO e TPLOm. Avaliação clínica subjetiva de marcha e exames radiográficos pré, pós-operatório imediato e até a consolidação óssea foram computados. Dados cirúrgicos como complicações trans e pós-operatórias foram reportadas. Foram determinados o ângulo anatômico lateral distal femoral (aLDFA), ângulo varus femoral (FVA), ângulo mecânico proximal medial tibial (mMPTA), ângulo do platô tibial (TPA) e comparados entre os períodos pré e pós-operatórios. Osteotomia lateral femoral em cunha fechada e TPLOm foram realizadas em 14 membros. As médias de aLDFA pré e pós-operatórias foram 104,8 ± 3,9 e 95,4 ±2,4, respectivamente. As médias de TPA pré e pós-operatórias foram 26,2 ± 3,7 e 6,3 ±3,2, respectivamente. A consolidação de ambas as osteotomias foI alcançadaI em 7,1% dos pacientes na primeira reavaliação (30 dias), 71,3% na segunda reavaliação (60 dias) e 85,5% na terceira reavaliação (90 dias). Na avaliação clínica de claudicação, 28,5% dos pacientes tiveram a claudicação resolvida (grau I) aos 30 dias, 78,5% aos 60 dias e 100% aos 90 dias de pós-operatório. Nenhuma complicação maior trans ou pós-operatória foi observada. A combinação da TPLOm e DFO foi capaz de alinhar o mecanismo extensor do joelho ao mesmo tempo que promoveu a estabilização dinâmica do joelho, e deve ser considerada para o tratamento da doença do ligamento cruzado cranial e luxação patelar medial concomitantes em cães.

The objective was to evaluate the effectiveness of the combination of distal femoral osteotomy (DFO) and modified tibial plateau leveling osteotomy (mTPLO) techniques for the treatment of medial patellar luxation with distal femoral varus, external tibial torsion and cranial cruciate ligament disease. Twelve dogs (14 stifles) presenting concomitant medial patellar luxation and cranial cruciate ligament disease and treated with DFO and mTPLO were included in this study. Subjective clinical gait analysis, pre and immediate postoperative radiographic examinations were recorded until bone healing was completed. Surgical data such as trans and postoperative complications were reported. The anatomic lateral distal femoral angle (aLDFA), femoral varus angle (FVA), mechanical medial proximal tibial angle (mMPTA), and tibial plateau angle (TPA) were determined and compared between the pre and postoperative periods. Femoral lateral closing-wedge osteotomy and TPLOm were performed in 14 limbs. The means of pre and postoperative aLDFA were 104.8 ± 3.9 and 95.4 ± 2.4, respectively. The pre and postoperative TPA means were 26.2 ± 3.7 and 6.3 ± 3.2, respectively. Healing of both osteotomies was achieved in 7.1% of patients in the first reassessment (30 days), 71.3% in the second (60 days) and 85.5% in the third one (90 days). Clinically, 28.5% of patients had the lameness resolved (grade I) at 30 days, 78.5% at 60 days and 100% at 90 days postoperatively. No major trans or postoperative complications were observed. The combination of TPLOm and DFO was able to align the stifle extensor mechanism, while promoting dynamic stabilization of the joint, and should be considered for the treatment of cranial cruciate ligament disease and concomitant medial patellar luxation in dogs.