Educação escolar, equidade de gênero e adolescência: ética, modos de existência e subjetivação
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Autores
Orientador
Momesso, Maria Regina 

Coorientador
Pós-graduação
Educação Escolar - FCLAR
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Como tornar nossos jovens autônomos e protagonistas de suas vidas e responsáveis por suas escolhas? O que pensam os jovens sobre desigualdade de gênero? Como esta os afeta e o que fazem a respeito dessa temática no cotidiano escolar e nas redes sociais? Objetivou-se compreender e problematizar o que pensam os adolescentes de ensino médio (faixa-etária dos 14 aos 19 anos) usuários de redes sociais populares sobre a desigualdade de gênero e como esta temática os afeta dentro e fora da escola, observando quais práticas discursivas, não discursivas e de si são mobilizadas pelos jovens para o lido com os problemas advindos da desigualdade de gênero e dos sofrimentos provocados pela falta de equidade na construção de modos de existir do adolescente na contemporaneidade. Partiu-se da hipótese de que as redes sociais funcionam como tecnologias de si, lugar de fala e/ou reprodução de discursos alheios, de subjetivações por meio da construção de narrativas pessoais e sociais de seus desejos, conflitos, angústias, preconceitos e etc.. A postura teórico-metodológica assumida foi de natureza qualitativa, exploratória e descritiva, com delineamentos bibliográficos e documental. Tomou-se por método teórico os estudos discursivos foucaultiano arqueogenealógicos. A amostragem foi realizada dentro da escola pública do interior paulista. O corpus configurou-se inicialmente na análise dos discursos produzidos nas redes sociais pelos adolescentes, em especial o Instagram©, observando-se como eles lidam com as redes sociais no seu cotidiano, o que compreendem e sentem à respeito da desigualdade de gênero. No entanto esta pesquisa das redes sociais não revelou manifestações pessoais ou públicas sobre desigualdade de gênero. A partir de então a investigação se deu por meio de grupos focais in loco em dois momentos distintos, onde grupos de quatro a oito jovens foram entrevistados. Desse arquivo discursivo fez-se uma análise de conteúdo arquegenealógica e de escrileitura – aqui entendida como metodologia ativa – para compreender o que os jovens entendem por desigualdade de gênero e quais conflitos pensam possuir em função da falta de equidade. Os resultados demonstraram que, embora exista um certo entendimento sobre a separação entre a vida virtual e a real, essa compreensão ainda é fluida e imprecisa. Nas falas dos jovens, destaca-se o incômodo causado pelo julgamento e pela pressão social, especialmente no que diz respeito ao ato de publicar ou validar postagens, revelando como esses fatores permeiam sua experiência digital. No que tange à desigualdade de gênero, a principal queixa recai sobre o ambiente virtual dos jogos online. Nas análises discursivas observou-se que os estudantes são capazes de compreender o significado de desigualdade de gênero, no entanto, não identificam comportamentos específicos deste preconceito em suas próprias vidas, tal como a jornada dupla das mulheres mães e trabalhadoras. Com estes resultados, propusemos duas formas de intervenção para lidar com a temática: um vídeo curto com os adolescentes que pode ser usado em sala de aula para estimular o debate; e um curso online para professores, com a finalidade de capacitação profissional para o melhor lido com a temática junto aos adolescentes, dirimindo assim a violência dentro e fora da escola.
Resumo (inglês)
How can we help make young people autonomous and protagonists of their lives and responsible for their choices? What do young people think about gender inequality? How does it affect them and what do they do about this issue in their daily school life and on social networks? The objective of this tesis was to understand and problematize what high school adolescents (age group 14 to 19) who use popular social networks think about gender inequality and how this issue affects them inside and outside of school, observing which discursive, non-discursive and self-practices are mobilized by young people to deal with the problems arising from gender inequality and the suffering caused by the lack of equity in the construction of adolescents' ways of existing in contemporary times. The hypothesis was that social networks function as technologies of the self, a place of speech and/or reproduction of other people's discourses, of subjectivations through the construction of personal and social narratives of their desires, conflicts, anxieties, prejudices, polarizations, etc. The theoretical-methodological approach adopted was qualitative, exploratory and descriptive in nature, with bibliographic and documentary outlines. The theoretical method used was Foucault's archeogenealogical discursive studies. The sampling was carried out in a public school in the interior of São Paulo. The corpus was initially configured in the analysis of the discourses produced on social networks by adolescents, especially Instagram©, observing how they deal with social networks in their daily lives, what they understand and feel about gender inequality. However, this research on social networks did not reveal personal or public manifestations of gender inequality. From then on, the investigation was carried out through on-site focus groups at two different times, where groups of four to eight young people were interviewed. This discursive archive was analyzed using archegenealogical content and reading-writing – here understood as an active methodology – to understand what young people understand by gender inequality and what conflicts they believe they have due to the lack of equity. The results showed that, although there is a certain understanding of the separation between virtual and real life, this understanding is still fluid and imprecise. The young people’s statements highlighted the discomfort caused by judgment and social pressure, especially with regard to the act of publishing or validating posts, revealing how these factors permeate their digital experience. Regarding gender inequality, the main complaint is about the virtual environment of online games. The discursive analyses showed that students are able to understand the meaning of gender inequality, however, they do not identify specific behaviors of this prejudice in their own lives, such as the double shift of women who are mothers and workers. With these results, we proposed two forms of intervention to deal with the issue: a short video with the teenagers that can be used in the classroom to stimulate debate; and an online course for teachers, with the purpose of professional training for better dealing with the issue with adolescents, thus eliminating violence inside and outside of school.
Descrição
Palavras-chave
Adolescentes Educação, Educação Escolar, Gênero, Midías Sociais, Genealogia da Ética Foucaultiana, Teenagers education, School education, Gender, Social media, Genealogy of Foucaultian Ethics
Idioma
Português
Citação
Kruger, Karin Elizabeth. Educação Escolar, Equidade De Gênero E Adolescência: Ética, Modos De Existência E Subjetivação. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara, 2025.