Associação da atividade física e variabilidade da frequência cardíaca em pacientes sob hemodiálise

Abstract

Objetivo: Verificar os níveis de modulação autonômica cardíaca de pacientes com a doença renal crônica em hemodiálise e possíveis correlações com o nível de atividade física (AF) entre pacientes menos e mais ativos. Métodos: Estudo transversal de amostra não probabilística. A medida da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) foi obtida com um cardiofrequencímetro da marca Polar, H10, com análise dos índices no domínio do tempo (Mean RR; Standard Deviation of NN Intervals – SDNN – e o Root Mean Square of Successive Differences - rMSSD) e da frequência (Low Frequency – LF – e High Frequency - HF). O nível de AF foi registrado por meio de acelerômetros ActiGraph modelo GT3X, fixado ao punho do paciente por sete dias consecutivos. Todos as variáveis obtidas com o equipamento foram geradas com auxílio do software ActiLife6, utilizando-se da massa corporal dos pacientes para obtenção dos METs, que foram utilizados para dividir os pacientes em dois grupos: Menos Ativos (<1,5 METs em média) e Mais Ativos (≥1,5 METs). A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e os grupos comparados com base nas médias e medianas. Características amostrais entre os grupos foram comparadas por meio do teste-t de Student e Mann-Whitney. Testes de Correlação de Pearson e Spearman pelos índices de VFC foram realizadas. Para as análises o software JASP versão 0.19.3 foi utilizado. Nível de significância de 95% foi empregado para todas as análises. Resultados: 48 pacientes (57 [47 – 66] anos) foram avaliados e divididos em dois grupos: Menos Ativos (N = 32) e Mais Ativos (N = 16). Ao comparar as médias do tempo em comportamento sedentário (CS), observou-se uma diferença significativa entre os grupos (p<0.001), estando o Menos Ativos maior período em CS. No entanto, nenhum dos índices avaliados de VFC obtiveram diferença estatística quando comparadas as médias e medianas entre os grupos (p > 0.05) A correlação das variáveis independentes com as dependentes (índices de VFC) foi classificada como fraca no grupo geral e apresentou significância apenas para o grupo Mais Ativos com relação ao Mean RR. Conclusão: Nossos resultados atestam uma lacuna no estudo da saúde cardiovascular de pacientes em hemodiálise, a AF e a VFC não se correlacionaram no grupo geral. Porém, uma maior atividade física moderada-vigorosa para Mais Ativos negativamente se correlacionou com o índice Mean RR.

Objective: To assess the levels of cardiac autonomic modulation in patients with chronic kidney disease undergoing hemodialysis and possible correlations with physical activity (PA) levels between less active and more active patient. Methods: A cross-sectional study with a non probabilistic sample. Heart rate variability (HRV) was measured using a Polar H10 heart rate monitor, analyzing time-domain indices (Mean RR; Standard Deviation of NN Intervals – SDNN – and Root Mean Square of Successive Differences – rMSSD) and frequency-domain indices (Low Frequency – LF – and High Frequency – HF). PA levels were recorded using ActiGraph GT3X accelerometers, worn on the patient's wrist for seven consecutive days. All variables obtained from the device were generated using ActiLife6 software, with patient body mass used to calculate METs, which were then used to divide patients into two groups: Less Active (<1.5 METs on average) and More Active (≥1.5 METs). Data normality was assessed using the Shapiro-Wilk test, and groups were compared based on means and medians. Sample characteristics between groups were compared using Student’s t-test and the Mann-Whitney test. Pearson and Spearman correlation tests were performed for HRV indices. All analyses were conducted using JASP software (version 0.19.3), with a 95% significance level. Results: Forty eight patients (57 [47–66] years) were evaluated and divided into two groups: Less Active (N = 32) and More Active (N = 16). When comparing mean sedentary behavior (SB) time, a significant difference was observed between groups (p < 0.001), with the Less Active group spending more time in SB. However, none of the HRV indices showed statistically significant differences when comparing means and medians between groups (p > 0.05). The correlation between independent variables and dependent variables (HRV indices) was classified as weak in the overall sample and was only significant for the More Active group regarding Mean RR. Conclusion: Our results highlight a gap in the study of cardiovascular health in hemodialysis patients, as PA and HRV were not correlated in the overall group. However, higher moderate to-vigorous physical activity in the More Active group was negatively correlated with the Mean RR index.