O processo formativo e a territorialização da identidade camponesa: um estudo a partir do Assentamento 1º de Junho/Tumiritinga-MG
Carregando...
Data
Autores
Orientador
Vieira, Noemia Ramos 

Coorientador
Vieira, Renata Guimarães
Pós-graduação
Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe - IPPRI
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
A presente pesquisa foi realizada no Assentamento 1º de Junho, localizado no Município de Tumiritinga, na região do Vale do Rio Doce, interior de Minas Gerais. Esta teve por objetivo, analisar o papel pedagógico da auto-organização na luta pela terra e a territorialização do MST, descrevendo a partir de exemplos práticos de como se dá esse processo da organicidade das famílias Sem Terra, e como que a partir dela, possibilitam a conquista não somente da terra, mas também dos demais direitos. Optamos por uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratória, fazendo o levantamento de dados a partir das entrevistas e diálogos com os(as) moradores (as) assentados(as) que estiveram como lideranças desde a constituição do acampamento e depois do assentamento 1º de Junho que foi de 1993 a 2022. Tivemos alguns apontamentos a respeito da organicidade onde compreendemos que ela em conjunto com uma formação político-crítica, possibilita àqueles(as) que dela participam, politizando(as), desenvolvendo sua criticidade, os(as) ressignificando, trazendo o desvelamento da realidade concreta e suas contradições presentes. Esse processo formativo possibilita, ainda, que estes repensem novas práticas, posturas, e constroem ações concretas, buscando assim, transformá-la em prol dos(as) que nela vivem. Constata-se que a identidade Sem Terra está diretamente relacionada ao acesso à terra, que, por sua vez, possibilita a afirmação de seu território. Que a partir deste território acontece os processos organizativos, formativos, políticos, culturais e a partir de todo esse processo que podemos chamar de práxis, o qual é a ação-reflexão-ação, possibilitando a construção de novos territórios imateriais e reafirmar seu território material.
Resumo (inglês)
This research was conducted in the Assentamento 1º de Junho, located in the municipality of Tumiritinga, in the Vale do Rio Doce region, in the interior of Minas Gerais. The objective was to analyze the pedagogical role of self-organization in the struggle for land and the territorialization of the MST (Landless Workers' Movement), describing through practical examples how the process of organic organization among the landless families occurs, and how from this, they not only achieve the conquest of land but also other rights. We chose a qualitative, exploratory research approach, collecting data through interviews and dialogues with the settlers who have been leaders since the establishment of the camp and later the Assentamento 1º de Junho, from 1993 to 2022. We made several observations regarding organic organization, where we understand that it, together with a political-critical education, enables those involved to politicize, develop critical thinking, and re-signify themselves, revealing the concrete reality and its present contradictions. This formative process also allows them to rethink new practices and attitudes, building concrete actions that aim to transform the environment for those who live in it. It is evident that the identity of the landless is directly related to access to land, which in turn enables the affirmation of their territory. From this territory, organizational, educational, political, and cultural processes take place, and through this entire process, which we can call praxis (the action-reflection-action cycle), they are able to build new immaterial territories and reaffirm their material territory.
Resumo (espanhol)
Esta investigación se llevó a cabo en el Asentamiento 1º de Junio, ubicado en el municipio de Tumiritinga, en la región del Valle del Río Doce, en el interior de Minas Gerais. El objetivo fue analizar el papel pedagógico de la autoorganización en la lucha por la tierra y la territorialización del MST (Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra), describiendo a partir de ejemplos prácticos cómo ocurre este proceso de organicidad de las familias sin tierra, y cómo, a partir de ella, logran la conquista no solo de la tierra, sino también de otros derechos. Optamos por una investigación cualitativa, de tipo exploratoria, realizando la recopilación de datos a partir de entrevistas y diálogos con los/as residentes asentados/as que han sido líderes desde la constitución del campamento y luego del asentamiento 1º de Junio, desde 1993 hasta 2022. Tuvimos algunas observaciones respecto a la organicidad, donde comprendemos que, junto con una formación político-crítica, permite a quienes participan en ella politizarse, desarrollar su pensamiento crítico, resignificarse a sí mismos, revelando la realidad concreta y sus contradicciones presentes. Este proceso formativo también permite que repiensen nuevas prácticas, posturas y construyan acciones concretas, buscando así transformarlas en beneficio de quienes viven en ellas. Se constata que la identidad de los sin tierra está directamente relacionada con el acceso a la tierra, lo que, a su vez, posibilita la afirmación de su territorio. A partir de este territorio, ocurren los procesos organizativos, formativos, políticos, culturales, y es a través de todo este proceso, que podemos llamar praxis (acción-reflexión-acción), que se posibilita la construcción de nuevos territorios inmateriales y la reafirmación de su territorio material.
Descrição
Palavras-chave
Organicidade e formação, Território e identidade, Educação do Campo, Organic organization and education, Territory and identity, Rural education, Organicidad y formación, Territorio e identidad, Educación del Campo
Idioma
Português
Citação
RIBEIRO, Gilcimária Félix. O processo formativo e a territorialização da identidade camponesa: um estudo a partir do Assentamento 1º de Junho/Tumiritinga-MG. Orientadora: Noemia Ramos Vieira. Coorientadora: Renata Guimarães Vieira. 2023. 161 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais, Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe, São Paulo, 2023.