Publicação: Efeitos agudos da ingestão de L-Arginina na recuperação cardiovascular e na modulação autonômica cardíaca após teste de esforço submáximo em homens saudáveis
Carregando...
Data
Autores
Orientador
Valenti, Vitor Engrácia 

Coorientador
Pós-graduação
Ciências do Movimento - FC/FCT/IB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A suplementação com L-arginina tem sido amplamente estudada devido ao seu papel como precursora do óxido nítrico (ON), uma molécula fundamental para a regulação da vasodilatação, fluxo sanguíneo e modulação autonômica. Apesar de seu potencial, os efeitos agudos da suplementação de l-arginina na recuperação cardiovascular e autonômica após o exercício ainda não estão completamente esclarecidos. Objetivo: Avaliar os efeitos agudos da suplementação de L-arginina sobre a recuperação cardiovascular e da modulação autonômica cardíaca após o exercício em homens saudáveis.. Métodos: Homens saudáveis entre 18 e 30 anos de idade foram submetidos a dois protocolos experimentais triplo-cegos e randomizados, com um intervalo de pelo menos 48 horas entre eles. Os participantes ingeriram 3g de Larginina (LARG) ou placebo (amido), em cápsulas idênticas. Após 60 minutos da ingestão, realizaram um teste físico em esteira, começando com 3 minutos de aquecimento (5 km/h) seguidos de incrementos de 1 km/h a cada 2 minutos, até atingir 80% da frequência cardíaca máxima estimada. Os dados de frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram coletados em momentos específicos (30 segundos e minutos: 1, 3, 5, 7, 10 e 20). A análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) incluiu índices lineares no domínio do tempo, como o desvio padrão da média dos intervalos entre batimentos (SDNN) e raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças sucessivas (rMSSD), bem como no domínio da frequência, representados pelas bandas de baixa frequência (LF) e alta frequência (HF). Parâmetros autonômicos e cardiovasculares foram analisados em repouso, exercício e recuperação, fornecendo uma avaliação detalhada da modulação autonômica e respostas cardiovasculares. Resultados:. Em relação aos parâmetros cardiovasculares, não foram observados efeitos significativos entre os protocolos: FC (p = 0,499), PAS (p = 0,956) e PAD (p = 0,844). No entanto, observou-se no protocolo placebo uma recuperação mais lenta da modulação autonômica parassimpática (índices rMSSD e SD1) e da variabilidade global (SDNN, SD2 e LF ms2) em comparação com os valores basais (efeito de tempo, p = 0.001). Em relação à recuperação imediata após o exercício, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas na frequência cardíaca de recuperação (FCR) (p = 0,944), no índice rMSSD30'' (p = 0,562) e nas respostas da pressão arterial média (MAP) (p = 0,687) e da pressão de pulso (PP) (p = 0,929) entre os protocolos avaliados. Quando avaliado o período mais longo de recuperação, também não foram encontradas diferenças significativas entre os protocolos para os índices de VFC: SDNN (p = 0,955), RMSSD (p = 0,885), SD1 (p = 0,960), SD2 (p = 0,966), η²P = 0,001; LF (ms²) (p = 0,822), η²P = 0,001 e HF (ms²) (p = 0,267). Conclusão: Em síntese, os resultados deste estudo demonstraram que a suplementação aguda de L-arginina não influenciou significativamente as respostas de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e os parâmetros cardiovasculares entre os protocolos analisados. Contudo, a ingestão de L-arginina promoveu uma recuperação mais rápida da modulação vagal em comparação ao repouso. Esses achados devem ser interpretados com cautela, considerando a ausência de diferenças estatisticamente significativas entre os protocolos e a possibilidade de que pequenas variações observadas não apresentem relevância clínica ou fisiológica.
Resumo (inglês)
L-arginine supplementation has been widely studied due to its role as a precursor of nitric oxide (NO), a key molecule in the regulation of vasodilation, blood flow, and auto- nomic modulation. Despite its potential, the acute effects of L-arginine supplementation on cardiovascular and autonomic recovery after exercise are not yet fully understood. Objective: To evaluate the acute effects of L-arginine supplementation on cardiovascular recovery and cardiac autonomic modulation after exercise in healthy men, considering different physical ef- fort protocols. Methods: Healthy men between 18 and 30 years of age underwent two random- ized, triple-blind experimental protocols, with an interval of at least 48 hours between them. Participants ingested 3 g of L-arginine (L-ARG) or placebo (starch) in identical capsules. Sixty minutes after ingestion, they performed a physical test on a treadmill, starting with a 3-minute warm-up (5 km/h) followed by 1 km/h increments every 2 minutes, until reaching 80% of the estimated maximum heart rate. Heart rate (HR), systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP) data were collected at specific time points (REC 1, 3, 5, 7, 10 and 20). The analysis of heart rate variability (HRV) included linear indices in the time domain, such as the standard deviation of the mean intervals between beats (SDNN) and the root mean square of successive differences (rMSSD), as well as in the frequency domain, represented by the Low-Frequency (LF) and High-Frequency (HF) bands. Autonomic and cardiovascular param- eters were analyzed at rest, exercise and recovery, providing a detailed assessment of autonomic modulation and cardiovascular responses. Results: When assessing the longer recovery period, no significant differences were found between the protocols for HRV indices: SDNN (p = 0.955), RMSSD (p = 0.885), SD1 (p = 0.960), SD2 (p = 0.966), η²P = 0.001; LF (ms²) (p =
0.822), η²P = 0.001, and HF (ms²) (p = 0.267). The same was observed for cardiovascular pa- rameters, with no significant effects between the protocols: HR (p = 0.499), SBP (p = 0.956), and DBP (p = 0.844). However, it was observed that in the placebo protocol, there was a slower recovery of parasympathetic autonomic modulation (rMSSD and SD1 indices) and global var- iability (SDNN, SD2, and LF ms²) compared to baseline values (time effect, p = 0.001). Re- garding immediate recovery after exercise, no statistically significant differences were identi- fied in heart rate recovery (HRR) (p = 0.944), the rMSSD30'' index (p = 0.562), and the re- sponses of mean arterial pressure (MAP) (p = 0.687) and pulse pressure (PP) (p = 0.929) be- tween the evaluated protocols. Conclusion: In summary, the results of this study demonstrated that acute L-arginine supplementation did not significantly influence heart rate variability (HRV) responses and cardiovascular parameters among the protocols analyzed. However, L-arginine intake promoted a faster recovery of vagal modulation compared to rest. These find- ings should be interpreted with caution, considering the absence of statistically significant dif- ferences between the protocols and the possibility that small variations observed do not present clinical or physiological relevance.
Descrição
Palavras-chave
Exercício, Sistema nervoso autônomo, Óxido nitrico, Arginina, Sistema cardiovascular, Exercise, Autonomic Nervous System, Nitric oxide, Arginine, Post-exercise recovery
Idioma
Português
Como citar
PORTO, Andrey Alves. Efeitos agudos da ingestão de L-Arginina na recuperação cardiovascular e na modulação autonômica cardíaca após teste de esforço submáximo em homens saudáveis. Orientador: Vitor Engrácia Valenti. 2025. 84 f. Tese (Doutorado em Ciências do Movimento) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2025.