Efeito de programa para mudança do estilo de vida em pacientes com síndrome de apneia obstrutiva do sono

Abstract

Os possíveis efeitos do exercício físico sobre a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) ainda carecem de comprovação cientifica. Objetivo: Avaliar a eficácia de um programa de treinamento físico de 10 semanas para reduzir a gravidade da apneia obstrutiva do sono (AOS) e melhorar a qualidade do sono, a sonolência diurna e a qualidade de vida. Métodos: O impacto de um protocolo de exercício supervisionado em pacientes com AOS foi investigado em um estudo prospectivo com uma amostra selecionada de 10 indivíduos adultos sedentários e com sobrepeso / obesidade com mais de 35 anos (52 ± 10,3 anos, 60% homens) com AOS (IAH ≥ 5 na triagem). Após uma avaliação inicial, os participantes foram submetidos a um programa de treinamento de exercícios físicos supervisionado e aconselhamento dietético durante 10 semanas. O protocolo de exercício físico foi composto por sessões diárias (90 min), 3-5x / sem, incluindo aquecimento / alongamento (10min), caminhada 30 min (60% -70% FC máx), força 40min na academia (3x 8- 12 repetições, 60% -70% 1RM) e alongamento e resfriamento (10min). A gravidade da AOS foi avaliada com uma noite de polissonografia laboratorial (PSG) antes e após a intervenção de 10 semanas. Antropometria, teste de caminhada de 6 minutos, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), Sonolência Diurna Excessiva (Epworth ESS) e Padrão de Qualidade de Vida (Sf-36) também foram avaliados. Comparações estatísticas entre os dados basais e pós-intervenção foram feitas para (p=0,05). Resultados: Após a intervenção, a PSG mostrou redução significativa do índice de apneia (7,3 ± 11,6 vs. 0,9 ± 1,2 eventos/h) ocorreu redução na Circunferência Abdominal (103,6 ± 24,9 vs. 101,9 ± 24,3) aumento do número de passos no TC6 (726,7 ± 65,4 vs.769,9 ± 75,1), melhora do Índice de Qualidade do Sono (9,0 ± 3,02 vs. 4,3 ± 2,06) e da escala de sonolência de Epworth (12,7± 5,7 vs. 4,9 ± 1,66), além da melhora da qualidade de vida Sf-36 (423,8 ± 164,1 vs. 577,3 ± 105). Conclusão: O efeito de MEV sobre esta amostra piloto de pacientes com SAOS apontou evidências positivas no índice de apneia, de qualidade de sono, de sonolência diurna e de qualidade de vida destes pacientes.

The possible effects of physical exercise on obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) still lack scientific proof. Objective: To evaluate the efficacy of a 10-week exercise training program for reducing obstructive sleep apnea (OSA) severity and for improving sleep quality, daytime sleepiness and QoL. Method: The impact of an existing supervised-exercise protocol on patients with OSA was investigated in a prospective study with a selected sample of 10 sedentary and overweight/obese adults subjects older than 35 yrs (52 ± 10.3 yrs, 60% men) with OSA (AHI ≥ 5 at screening). After a baseline assessment, the participants were submitted to a 10-week program of supervised physical exercises training and dietary counseling. The physical exercise protocol was composed by daily sessions (90 min), 3-5x/wk, including warm up/stretching (10min), 30 min walking (60%-70% FC max), 40min strength in academy (3x 8-12 rep, 60%-70% 1RM) and stretching and cool down (10min). OSA severity was assessed with one night of laboratory polysomnography (PSG) before and following the 10-week intervention. Anthropometry, 6-minute walk test, Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Excessive Daytime Sleepiness (Epworth ESS) and Quality of life standard (Sf-36) were also searched. Statistical comparisons between baseline and after-intervention data were made for (p=0.05). Results: Physical conditioning effects were detected in the increased walking steps of 6MWT and in waist circumference reduction. Additionally, there was a Apnea-Index reduction ( 7.3 ± 11.6 vs. 0.9 ± 1.2) improved sleep quality (9.0 ± 3.02 vs. 4.3 ± 2.06) and in the ESS scale (9.0 ± 3.02 vs. 4.3 ± 2.06) ending up with an increase SF-36 (423.8 ± 164.1 vs. 577.3 ± 105.1). Conclusions: The present protocol improved the expected fitness and body fatness along with reducing the apnea, daylight drowsiness and quality of life of the OSA patients.