Atuação da própolis faveleira na cicatrização de pele de segunda intenção

Abstract

A pele é o maior órgão do corpo humano, compondo aproximadamente 16% do peso corporal, e desempenha diversas funções como: de proteção, sensorial e termorregulação. É constituída pelas camadas epiderme e derme, estas sobrepõem a hipoderme, camada adiposa que faz a ligação entre a pele e os órgãos subjacentes. O ferimento na pele é definido como uma situação cuja integridade cutânea esteja prejudicada, seja por acidentes, traumas, doenças ou cirurgias. A maneira como a lesão foi causada determinará o tipo de reparo, que pode ser de primeira, segunda ou terceira intenção. A reparação tecidual está entre os processos mais complexos do corpo humano e para tal é requerido a sincronização e atividades de vários diferentes tipos celulares em etapas que podem se sobrepor. A falta de um padrão ouro para o tratamento das lesões cutâneas traz a necessidade de investigações em busca de alternativas viáveis, e a fitoterapia pode ser explorada para esse fim, visto que o Brasil é rico em biodiversidade. Nesse contexto, a própolis, uma substância produzida pelas abelhas, pode ser uma alternativa, devido seus vários efeitos já comprovados. As propriedades da própolis variam de acordo com a ecologia da flora e diversidade de espécies vegetais visitadas pelas abelhas. Esse trabalho buscou investigar o efeito cicatrizante em ferida de segunda intenção da própolis da planta Cnidoscolus Quercifolius, uma planta abundante no nordeste do Brasil, conhecida como Faveleira. Por meio de experimentos em períodos de 3 e 7 dias, utilizando ratos Wistar, divididos em grupos: testes (faveleira 0,5, 1 e 2%), controles (Nebacetin, Dexpantenol e Colagenase) e fisiológico (SHAM), foram analisados e comparados parâmetros macroscópicos, microscópicos e bioquímicos. Os resultados nos levam a crer que a própolis faveleira tem comportamento semelhante aos medicamentos comerciais utilizados como controle neste experimento.

The skin is the largest organ in the human body, comprising approximately 16% of body weight, and performs various functions such as protection, sensory and thermoregulation. It is made up of the epidermis and dermis layers, which overlap the hypodermis, the fatty layer that connects the skin to the underlying organs. Skin injury is defined as a situation in which the skin integrity is impaired, whether due to accidents, trauma, illness or surgery. The way in which the injury was caused will determine the type of repair, which can be of first, second or third intention. Tissue repair is among the most complex processes in the human body and it requires the synchronization and activities of many different cell types in steps that may overlap. The lack of a gold standard for the treatment of skin lesions brings the need for investigations in search of viable alternatives, and phytotherapy can be explored for this purpose, since Brazil is rich in biodiversity. In this context, propolis, a substance produced by bees, can be an alternative, due to its several already proven effects. The properties of propolis vary according to the flora ecology and diversity of plant species visited by bees. This work sought to investigate the healing effect of propolis from the plant Cnidoscolus Quercifolius, a plant abundant in northeastern Brazil, known as Faveleira, in secondary intention wounds. Through experiments in periods of 3 and 7 days, using Wistar rats, divided into groups: tests (faveleira 0.5, 1 and 2%), controls (Nebacetin, Dexpanthenol and Collagenase) and physiological (SHAM), were analyzed and compared macroscopic, microscopic and biochemical parameters. The results lead us to believe that faveleira propolis behaves similarly to the commercial drugs used as a control in this experiment.