Escola-comunidade: educação escolar crítica na direção da humanização e transformação social

Abstract

Este trabalho constitui-se como uma pesquisa de natureza teórico-bibliográfica, com objetivo de discutir as possibilidades de transformação da escola pública atual e sua organização como escola-comunidade. Para a efetivação desse processo assume-se o referencial teórico-filosófico e metodológico presente no materialismo histórico dialético como caminho orientador das reflexões e, simultaneamente tomam-se os pressupostos da Pedagogia histórico-crítica, da Psicologia histórico-cultural e da Psicologia social-comunitária latino-americana, além das experiências realizadas por Moisey Pistrak na escola-comuna soviética pós-revolução de 1917, como também, as reflexões presentes na Pedagogia do Movimento dos trabalhadores Sem Terra. O conceito de comunidade advém das reflexões de Agnes Heller que discute a necessidade de esferas de relações comunitárias no bojo da sociedade capitalista, como forma de suspensão da vida cotidiana alienada e possibilidade de homogeneização dos pensamentos, sentimentos e ações dos indivíduos na direção da construção de uma nova sociabilidade que supere a fragmentação da consciência e a esquizofrenia social que toma conta dos indivíduos na sociedade capitalista. A possibilidade de construção coletiva da escola-comunidade, a partir da escola atual, requer a organização dos sujeitos participantes da escola, sendo que os educadores críticos e militantes deverão protagonizar esse movimento, o qual, inicia-se na escola mas avança aos seus muros e chega na sociedade civil, principalmente nos movimentos sociais populares organizados, com vistas à aglutinar forças sociais para a efetiva efetivação da escola-comunidade, uma escola que preconiza uma educação crítica e voltada ao processo de transformação humana e social, pela via da valorização do acesso e apropriação dos conhecimentos humano-genéricos acumulados pela humanidade e, além disso, pelo compartilhamento da práxis social presente nos movimentos sociais populares organizados, com vistas à construção de sujeitos que poderão, apropriados de teorias e práticas crítica, criar condições de transformação dos próprios seres humanos e da sociedade na sua totalidade.

This work is a theoretical-bibliographical research which aim to discuss the possibilities of current state school transformation and its organization as school-community. For the realization of this process we apply the theoretical-philosophical and methodological framework of dialectical historical materialism as guide to the reflections and orientations and, simultaneously, we had assumed the assumptions of historical-critical pedagogy, historical-cultural psychology and social-community psychology and, also, the Moisey Pistrak's experiences at the Soviet Commune School after the revolution of 1917, as well as the reflections present in the Pedagogy of the Landless Workers Movement (MST). The concept of community stems from Agnes Heller's reflections that discusses the need for spheres of community relations within the capitalist society, as a way of suspending alienated daily life and the possibility of homogenizing the thoughts, feelings and actions of individuals towards the construction of a new sociability that overcomes the fragmentation of consciousness and the social schizophrenia that takes over individuals in capitalist society. The possibility of collective construction of the school-community, starting from the current school, requires the organization of the individuals whose participate at school, and critical and militant educators should be the protagonists of this movement, which starts at school but advances to its walls and arrives in civil society, especially in the organized popular social movements, with a view to gathering social forces for the effective implementation of the community-school that advocates a critical education and focused on the process of human and social transformation, process that would happen through the valorization of the access and appropriation of the human-generic knowledge accumulated by humanity and, moreover, by sharing the social praxis present in organized popular social movements, with a view to the construction of individuals who may, appropriated by critical theories and practices, create conditions for their own transformation as human beings and society as a whole.