Avaliação biomecânica ex vivo de dois modelos de placas bloqueadas para fixação da osteotomia de nivelamento do platô tibial em cães com peso inferior a 5 kg

Abstract

O estudo teve como objetivo comparar, por meio de avaliação biomecânica, a estabilização da osteotomia de nivelamento tibial (TPLO) com uso de dois modelos de placas bloqueadas em titânio. As tíbias do mesmo animal foram randomizadas para constituição de dois grupos experimentais: Grupo 1 – placa em formato de trevo fixada com três parafusos no fragmento proximal e dois no distal; e Grupo 2 – placa em formato de L fixada com dois parafusos por segmento. Todas as montagens foram posteriormente submetidas ao teste biomecânico estático de carga axial sobre o platô tibial. O valor médio do ângulo do platô tibial antes da TPLO foi 23,24° para o Grupo 1 e 23,57° para o Grupo 2. A área média do fragmento proximal foi 5,79 cm² no Grupo 1 e de 5,47 cm² no Grupo 2. Não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas na força máxima entre as montagens, com média de 950,93 N para o Grupo 1 e 886,91 N para o Grupo 2. Dentre as falhas observadas após os testes observou-se que nenhuma placa em formato de trevo dobrou, apenas as em formato de L (100%), com deslocamento do fragmento proximal. A quebra do parafuso foi mais frequente na placa em T do que nas em L, sendo mais comum no parafuso caudal do fragmento proximal da tíbia. A quebra do osso ocorreu principalmente no fragmento proximal da tíbia. A distância relativa articulação-parafuso foi 0,322% para o Grupo 1 e 0,396% para o Grupo 2, demonstrando baixa porcentagem para riscos de falha do implante. Conclui-se, que embora não tenham sido observadas diferenças na resistência à carga axial entre os dois modelos de placas testados, os resultados sugerem que a placa em formato de trevo, associada ao uso de um parafuso adicional no fragmento proximal e ao seu contorno anatômico, exerceu influência positiva na segurança e eficácia da fixação, refletida pelo menor número de deslocamento do fragmento proximal.

The study aimed to compare, through biomechanical evaluation, the stabilization of tibial plateau leveling osteotomy (TPLO) using two models of titanium locking plates. Tibiae from the same animal were randomized into two experimental groups: Group 1 – a clover-shaped plate fixed with three screws in the proximal fragment and two in the distal fragment; and Group 2 – an L-shaped plate fixed with two screws per segment. All constructs were subsequently subjected to static axial load biomechanical testing over the tibial plateau. The mean preoperative tibial plateau angle was 23.24° for Group 1 and 23.57° for Group 2. The mean area of the proximal fragment was 5.79 cm² in Group 1 and 5.47 cm² in Group 2. No statistically significant differences in maximum force were detected between the constructs, with a mean of 950.93 N for Group 1 and 886.99 N for Group 2. Among the failures observed after testing, no clover-shaped plates were found to bend, whereas 100% of the L-shaped plates exhibited bending with displacement of the proximal fragment. Screw breakage occurred more frequently in the clover-shaped plates than in the L-shaped plates, most commonly in the first screw of the proximal tibial fragment. Bone fractures mainly occurred in the proximal tibial fragment. The relative joint-to-screw distance was 0.322% for Group 1 and 0.396% for Group 2, indicating a low percentage of implant failure risk. In conclusion, although no differences in resistance to axial load were observed between the two plate models, the results suggest that the clover-shaped plate—when combined with the use of an additional screw in the proximal fragment and its anatomical contour—exerted a positive influence on the safety and effectiveness of the fixation, as reflected by the lower number of proximal fragment displacements.