Trevas em neon: a influência do Noir no Cyberpunk

Abstract

Tanto o noir quanto o cyberpunk surgiram em épocas bastante complicadas da história da humanidade. O mais antigo nasceu entre duas guerras de proporções até então inimagináveis e uma crise econômica de proporções épicas, já o mais novo surge e amadurece em meio ao pânico nuclear dos anos finais da Guerra Fria e as primeiras interações em larga-escala com a digitalização do mundo. O parto do noir acontece no começo do século XX, no centro do mundo moderno, a comunicação completamente revolucionada com a imprensa cada vez mais ágil por conta da transmissão de rádio. A velocidade inebriante das máquinas à combustão que transportam as pessoas para todos os lugares possíveis e roncam furiosas pelas cidades cada vez mais adaptadas aos carros, mas abarrotadas de gente. Já o cyberpunk virá ao mundo no final do mesmo século, no centro do mundo pós-moderno, com a comunicação completamente revolucionada com a imprensa cada vez mais ágil por conta da transmissão televisiva. A velocidade inebriante da cibernética cada vez mais presente e o crescente interesse pelos eletrônicos produz uma sociedade consumidora de universos virtuais e sedenta por mais integração com a máquina. Este trabalho visa comparar as duas estéticas e ver os pontos de diálogo que elas travam e se uma pode ser considerada influenciada pela outra por meio da análise de obras audiovisuais.

Both noir and cyberpunk emerge during quite complicated times in human history. The former arose in the womb of two wars of previously unimaginable proportions and an economic crisis of epic proportions, while the latter emerged and matured amidst the nuclear panic of the final years of the Cold War and the first large-scale interactions with the digitization of the world. The birth of noir occurred at the beginning of the 20th century, in the center of the modern world, with communication completely revolutionized by the increasingly agile press due to radio transmission. The heady speed of combustion engines transporting people to all possible places, and roaring furiously through cities increasingly adapted to cars but crowded with people. Cyberpunk, on the other hand, came into the world at the end of the same century, in the center of the postmodern world, with communication completely revolutionized by increasingly agile press due to television transmission. The heady speed of the increasingly present cybernetics and the growing interest in electronics produces a society that consumes virtual universes and is thirsty for more integration with the machine. This work aims to compare the two aesthetics and see the points of dialogue they engage in and whether one can be considered influenced by the other through the analysis of audiovisual works.