Otimização da produção de lignina peroxidade por consórcio fúngico através da fermentação semissólida de bagaço de cana-de-açúcar

Abstract

A busca por fontes de energia menos poluentes vem ganhando destaque nos últimos anos, e dentre elas a produção de energia utilizando biomassa vegetal é considerada promissora. Algumas barreiras na utilização da biomassa para produção de energia devem ser superadas para possibilitar uma produção em escala industrial. A lignina presente na parede celular dos vegetais é o principal problema nesse processo, e sua remoção é fundamental para tornar a celulose disponível para fermentação da biomassa e obtenção do etanol. O pré-tratamento da biomassa empregando micro-organismos lignocelulolíticos, tais como os fungos de podridão branca é um método alternativo e economicamente viável à deslignificação da biomassa. Estes, possuem um potencial complexo enzimático que degrada a molécula de lignina, tornando a celulose disponível para o processo de fermentação e produção de combustível. O presente trabalho teve como objetivo a otimização das condições de produção de lignina peroxidase (LiP) por meio da adição de indutores químicos em fermentação semissólida, utilizando bagaço de cana-de-açúcar como substrato do meio de cultivo. Para a deslignificação, foi utilizado um consórcio fúngico constituído de três isolados diferentes: Marasmiellus sp. (155; LAMAI 84; CRM 593) isolado de esponja marinha, Tinctoporellus sp. (154; LAMAI 83; CRM 592), isolado de esponja marinha e Aspergillus sect. Flavi (G25), isolado de solo de canavial. Nesse contexto, no desenho experimental foram utilizados os indutores álcool veratrílico, sulfato de cobre CuSO4, Tween 80 e fosfato de potássio monobásico (KH2PO4), os quais foram adicionados em meio de cultivo sob diferentes concentrações visando uma maior produção de LiP e a deslignificação do bagaço. Após o biotratamento foi feita uma caracterização química no bagaço para avaliar sua constituição, e a atividade enzimática da LiP foi determinada após o...