Avaliação da aplicação intraovariana de células-tronco mesenquimais e do meio condicionado em bovinos

Abstract

O objetivo desse estudo foi verificar se aplicações intraovarianas de células-tronco mesenquimais (CTMs) e meio condicionado (MC) em bovinos são técnicas seguras, sem ocasionar um processo inflamatório patológico. Foram utilizadas 12 vacas da raça Jersey, com idade média de 5,7 anos, não lactantes, apresentando um escore de condição corporal (ECC) médio de 2,5 pontos, pertencentes à faculdade de ciências sociais e agrárias de Itapeva – FAIT, no município de Itapeva-SP. O experimento foi pareado, em que os mesmos animais foram estudados em três momentos diferentes, de forma que cada etapa constituiu um grupo experimental. Grupo controle: na primeira etapa todos os animais receberam uma aplicação intraovariana em ambos os ovários de 1 mL de meio controle (PBS) por ovário. Grupo CTMs: na segunda etapa os mesmo animais do grupo controle receberam em cada ovários cinco milhões de CTMs diluídas em 1 mL de meio. Grupo MC: posteriormente, na etapa três foi aplicado 1 mL de MC de CTMs em cada ovário dos mesmo 12 animais da primeira e segunda etapa. Análises pré e pós-aplicações intraovarianas foram realizados em diversos momentos, avaliando: valores hematológicos, dosagem de fibrinogênio, temperatura corporal, concentração sérica de hormônio antimulleriano (AMH) e ultrassonografia dos ovários. Os resultados demonstraram que não houve diferença na temperatura corporal entre os grupos (p= 0,4347); não se verificou diferença na concentração de fibrinogênio entre os grupos (p=0.0844); no número total de leucócitos se constatou diferença entre o grupo controle e o CTMs (p=0.0149), sendo o maior valor observado um dia após a aplicação de CTMs (15188,4 ± 1632,5 leucócitos/ mm³); não houveram alterações nas concentrações de AMH entre os grupos (P = 0.3081); a análise do exame ultrassonográfico demostrou que nenhum animal desenvolveu mudanças significativa dos padrões de ecogenicidade dos ovários. Em conclusão, as CTMs e o MC quando aplicados de modo intraovariano não levaram os animais a um quadro inflamatório patológico local ou sistêmico.

The aim of this study was verify whether intraovarian applications of mesenchymal stem cells and conditioned medium in bovines are safe techniques, not causing a pathological inflammatory process. Twelve non-lactating Jersey cows were used with an average age of 5.7 years and average BCS of 2.5 points, belonging to the Faculty of Social and Agricultural Sciences of Itapeva – FAIT in the municipality of Itapeva-SP. The experiment was paired: the same animals were used at three different moments and each stage constituted an experimental group. Control group: in the first stage all animals received an intraovarian application in both ovaries of 1 mL of control medium (PBS) per ovary. MSC group: in the second stage the same animals from the control group received in each ovary five million MSCs diluted in 1 mL of medium. CM group: subsequently in step three 1 mL of CM of MSC was applied to each ovary of the same 12 animals from the first and second stages. Analyzes pre- and post- intraovarian applications were performed at several moments, evaluating: hematological values, fibrinogen dosage, body temperature, serum AMH concentration and ovaries ultrasonography. The results showed there was no difference in body temperature (p= 0.4347) and in fibrinogen concentration between groups(p=0.0844); there was a difference between the control and the MSCs groups in the total number of leukocytes (p=0.0149), with the highest value observed one day after the application of MSCs (15188.4 ± 1632.5 leukocytes/mm³); there were no alteration in AMH concentrations between groups (P = 0.3081); the subjective analysis of the ultrasound examination showed that no animal developed significant changes in the patterns of echogenicity of the ovaries. In conclusion, the MSCs and the CM when intraovarian applied did not lead the animals to a local or systemic pathological inflammatory process.