Por uma ecologia afetiva da informação
Carregando...
Data
Autores
Orientador
Sabbag, Deise Maria Antonio 

Coorientador
Pós-graduação
Ciência da Informação - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
A dissertação parte da percepção de que o chamado usuário da informação é, em grande medida, uma projeção abstrata, arquétipos construídos a partir de análises quantitativas e modelagens estatísticas. Essa figura, amplamente utilizada nas políticas e práticas informacionais, representa uma existência hipotética, muitas vezes desprovida de corpo e de afeto. O trabalho nasce, assim, do desejo de ensaiar uma forma alternativa de conceber o usuário da informação não a partir desse modelo reducionista, mas como um ser encarnado, relacional e sensível, cuja experiência com o saber é marcada pelos vínculos cultivados a partir de uma perspectiva em que o ser-informacional faz parte da paisagem, sente antes de saber, ou seja, esse ser existe. Portanto, o problema central reside na hegemonia de um pensamento informacional tecnocrático que transforma a informação em dado e o sujeito em executor funcional, apagando as dimensões afetivas e existenciais do encontro com a informação. Parte-se da hipótese de que, ao deslocar o foco da eficiência para o vínculo, e da racionalidade instrumental para a sensibilidade, é possível construir outra ecologia da informação. Assim, a partir da relação desse ser ontológico com os afetos e seu entorno, a dissertação propõe que o ser-informacional seja compreendido como uma subjetividade viva e situada. Esse ser ontológico não apenas acessa a informação, mas é afetado por ela, e com ela compõe uma narrativa ética e estética do conhecimento sensível. Isto posto; a dissertação tem por objetivo principal: semear a ecologia afetiva da informação como campo vivo de relações; e por objetivo secundário: germinar o biobliotecário enquanto figura ética e estética capaz de manutenir o conhecimento com escuta, presença e cuidado. Também convém ressaltar que as epígrafes do trabalho não funcionam como adorno, mas como forma de partilha do sensível. O manuscrito é estruturado por quatro seções que funcionam como estágios do lançamento desse foguete narrativo, onde cada uma dessas seções é impulsionada por uma linguagem/expressão artística específica: seção 1: a intimidade do romance literário; seção 2: a alegoria da dramaturgia; seção 3: a comunicação de massa do cinema; e seção 4: a fabulação gráfica das histórias em quadrinhos. Ao final, a dissertação (in)conclui que: a) a Ecologia Afetiva da Informação é a uma abordagem que reconhece que os fluxos informacionais estão costurados em vínculos afetivos, e que o acesso, a organização e o uso da informação devem considerar a sensibilidade do ser-informacional e as dimensões conceituais do território que germina o saber.; b) O Biobliotecário é o profissional da informação que atua com base em uma ética do cuidado, da escuta e da estética da presença; esse profissional também cultiva vínculos entre saberes, pessoas e territórios, e reconhece que o conhecimento é vivo, situado e afetivo.
Resumo (inglês)
The manuscript begins with the perception that the so-called information user is, to a large extent, an abstract projection, archetypes constructed through quantitative analyses and statistical modeling. This figure, widely used in informational policies and practices, represents a hypothetical existence, often devoid of body and affect. The work thus arises from the desire to explore an alternative way of conceiving the information user—not through this reductionist model, but as an embodied, relational, and sensitive being whose experience with knowledge is shaped by the ties cultivated from a perspective in which the informational being is part of the landscape, feels before knowing, in other words, this being exists. Therefore, the central problem lies in the hegemony of a technocratic informational thought that transforms information into data and the subject into a functional executor, erasing the affective and existential dimensions of the encounter with knowledge. The hypothesis is that by shifting the focus from efficiency to relationality, and from instrumental rationality to sensitivity, it becomes possible to construct a different ecology of information. Accordingly, from the perspective of this ontological being’s relationship with affect and its surroundings, the manuscript proposes that the informational being be understood as a living and situated subjectivity. This ontological being does not merely access information, but is affected by it and with it composes an ethical and aesthetic narrative of sensitive knowledge. With that in mind, the manuscript’s primary objective is to seed the affective ecology of information as a living field of relationships; and as a secondary objective, to cultivate the figure of the biolibrarian as an ethical and aesthetic presence capable of sustaining knowledge through attentive listening, presence, and care. It is also worth noting that the epigraphs used throughout the manuscript do not serve as decorative elements, but rather as a mode of sharing sensibility. The manuscript is structured in four sections that function as stages in the launch of this narrative rocket, each propelled by a specific artistic language or mode of expression: section 1, the intimacy of literary fiction; section 2, the allegory of theater; section 3, the mass communication of cinema; and section 4, the graphic fabulation of comics. In conclusion the manuscript proposes that: a) the Affective Ecology of Information is an approach that recognizes informational flows as woven through affective bonds, and that access, organization, and use of information must consider the sensibility of the informational being and the conceptual dimensions of the territory from which knowledge grows; and b) the Biolibrarian is the information professional who operates through an ethic of care, deep listening, and the aesthetics of presence. This professional also cultivates connections between knowledges, people, and territories, recognizing that knowledge is alive, situated, and affective.
Resumo (espanhol)
El manuscrito parte de la percepción de que el llamado usuario de la información es, en gran medida, una proyección abstracta: arquetipos construidos a partir de análisis cuantitativos y modelos estadísticos. Esta figura, ampliamente utilizada en las políticas y prácticas informacionales, representa una existencia hipotética, muchas veces desprovista de cuerpo y afecto. El trabajo nace, así, del deseo de ensayar una forma alternativa de concebir al usuario de la información, no desde ese modelo reduccionista, sino como un ser encarnado, relacional y sensible, cuya experiencia con el saber está marcada por los vínculos cultivados desde una perspectiva en la que el ser-informacional forma parte del paisaje, siente antes de saber; es decir, ese ser existe. Por lo tanto, el problema central radica en la hegemonía de un pensamiento informacional tecnocrático que convierte la información en dato y al sujeto en ejecutor funcional, borrando las dimensiones afectivas y existenciales del encuentro con el conocimiento. Se parte de la hipótesis de que, al desplazar el foco de la eficiencia hacia el vínculo, y de la racionalidad instrumental hacia la sensibilidad, es posible construir otra ecología de la información. Así, a partir de la relación de este ser ontológico con los afectos y su entorno, el manuscrito propone que el ser-informacional sea comprendido como una subjetividad viva y situada. Este ser ontológico no solo accede a la información, sino que es afectado por ella, y con ella compone una narrativa ética y estética del conocimiento sensible. Dicho esto, el manuscrito tiene como objetivo principal sembrar la ecología afectiva de la información como un campo vivo de relaciones; y como objetivo secundario, hacer germinar al biobibliotecario como figura ética y estética capaz de mantener el conocimiento mediante la escucha, la presencia y el cuidado. Cabe también resaltar que las epígrafes utilizadas en el trabajo no funcionan como adornos, sino como formas de compartir lo sensible. El manuscrito se estructura en cuatro secciones que operan como etapas del lanzamiento de este cohete narrativo, en donde cada una es impulsada por un lenguaje o expresión artística específica: sección 1, la intimidad de la novela literaria; sección 2, la alegoría de la dramaturgia; sección 3, la comunicación masiva del cine; y sección 4, la fabulación gráfica de las historietas. Al final, el manuscrito (in)concluye que: a) la Ecología Afectiva de la Información es un enfoque que reconoce que los flujos informacionales están tejidos por vínculos afectivos, y que el acceso, la organización y el uso de la información deben considerar la sensibilidad del ser-informacional y las dimensiones conceptuales del territorio que fecunda el saber; y b) el Biobibliotecario es el profesional de la información que actúa desde una ética del cuidado, de la escucha y de la estética de la presencia; este profesional también cultiva vínculos entre saberes, personas y territorios, y reconoce que el conocimiento es vivo, situado y afectivo.
Descrição
Palavras-chave
Filosofia da informação, Ciência da informação - Filosofia, Afeto (Psicologia), Infocracia, Ecologia afetiva, Bibliotecários - Ética profissional, Sensibilidade (Traço da personalidade), Information science - Philosophy, Affect (Psychology)
Idioma
Português
Citação
NASCIMENTO NETO, Antonio Carlos. Por uma ecologia afetiva da informação. 2025. 124 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília, 2025.

