Efeitos do consumo de adoçantes e refrigerantes adocicados na permeabilidade intestinal e no prognóstico de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio

Abstract

Doenças cardiovasculares são apontadas como uma das principais causas de mortalidade no mundo. O consumo de refrigerantes configura uma das principais fontes energética e está associado a maior prevalência de complicações. Como estratégia para redução do ganho peso observou-se maior utilização de edulcorantes. Apesar do seu consumo ser considerado seguro, algumas alterações metabólicas permanecem inconclusivas como aumento do desenvolvimento de síndrome metabólica, diabetes mellitus tipo 2 e o infarto agudo do miocárdio (IAM). OBJETIVO: Avaliar se o consumo de bebidas adocicadas e edulcorantes influenciam na permeabilidade intestinal e no desfecho combinado, morte e reinternação por angina ou infarto, 90 dias após o IAM com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCST). MÉTODO: estudo prospectivo, observacional, com indivíduos de ambos os sexos, acima de 18 anos e com IAMCST submetidos a angioplastia primária. Excluídos pacientes em suporte ventilatório mecânico e com alteração do nível de consciência. IAMCST foi estabelecido pela história de dor precordial, presença de supra de ST em pelo menos 2 derivações contíguas ao eletrocardiograma e aumento de troponina. Avaliação morfológica e funcional do ventrículo esquerdo foi realizada por ecocardiograma. Foi considerado o uso de edulcorantes e bebidas adocicadas com edulcorantes a ingestão diária dos mesmos. As variáveis categóricas foram analisadas pelo teste de Qui-quadrado ou Fisher. As variáveis contínuas e com distribuição normal pelo teste “t” de Student, ou Mann-Whitney quando apresentaram distribuição não-normal. RESULTADOS: Foram avaliados 153 indivíduos com idade média de 58,6 ± 11,2 anos, 109 (71%) foram do sexo masculino. 19 apresentaram desfecho combinado (12,2%). Não houve associação entre consumo de edulcorantes e desfecho combinado; não foi observada diferença entre os marcadores de permeabilidade intestinal e o consumo de edulcorantes, e nem entre os marcadores de permeabilidade intestinal e do desfecho combinado em 90 dias. CONCLUSÃO: o consumo de edulcorantes e refrigerantes adocicados, em nossa amostra, não influenciaram a permeabilidade intestinal e o desfecho combinado 90 dias após o IAMCST.

Cardiovascular diseases are identified as one of the main causes of mortality in the world. The consumption of soft drinks is one of the main source of energy in the Western diet and is associated with a higher prevalence of complications. As a strategy to reduce weight gain resulting from de consumption of soft drinks and other sugar-rich beverages, a greater use of non-caloric sweeteners was observed. Although its consumption is considered safe, some metabolic alterations remain inconclusive, such as increased development of metabolic syndrome, type 2 diabetes mellitus and acute myocardial infarction (AMI). OBJECTIVE: To assess whether the consumption of sweetened beverages and sweeteners influence intestinal permeability and the combined outcome, death and rehospitalization for angina or infarction, 90 days after ST-segment elevation AMI (STEMI). METHOD: prospective observational study, with individuals of both sexes, over 18 years old and STEMI submitted to primary angioplasty. Patients on mechanical ventilatory support and with altered level of consciousness were excluded. Diagnosis of STEMI was established by the history of precordial pain, the presence of ST elevation in at least 2 contiguous leads on the electrocardiogram and increased levels of troponin. Morphological and functional evaluation of the left ventricle was performed by echocardiogram. We only considered the daily use of non-caloric sweeteners and beverages sweetened with these products. Categorical variables were analyzed using the Chi-square or Fisher test. Continuous variables with normal distribution by Student’s “t” test, or Mann-Whitney when they present non-normal distribution. RESULTS: A total of 153 individuals with a mean age 58,6 ± 11,2 years were evaluated, 109 (71%) were male. 19 (12,2%) had a combined outcome. There was no difference between neither sweeteners consumption and combined outcome nor intestinal permeability and sweeteners consumption. No difference was observed between intestinal permeability markers and combined outcome in 90 days. CONCLUSION: In our study, no association was found between the consumption of sweeteners and the combined outcome 90 days after STEMI.