Efeitos da cafeína como tratamento para apneia da prematuridade na UTI neonatal

Abstract

A apneia da prematuridade é um dos diagnósticos mais comuns em recém nascidos prematuros. Praticamente todos os recém-nascidos com menos de 28 semanas de gestação têm sintomas relacionados com a apneia da prematuridade. O citrato de cafeína é o fármaco de escolha para o tratamento da apneia da prematuridade e também se constitui entre os 10 medicamentos mais prescritos nas UTIs Neonatal. Apesar disso, as evidências ainda são limitadas quanto a segurança e o potencial de efeitos adversos da cafeína no desenvolvimento neurológico e comportamental infantil. Entendendo as dificuldades acerca desse tema, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão narrativa reunindo os resultados do uso da cafeína na UTI neonatal para o tratamento da apneia da prematuridade com foco nos efeitos no desenvolvimento neurológico e comportamental. Para o desenvolvimento deste trabalho foram incluídos estudos como o CAP trial, que foi um grande ensaio clínico randomizado e multicêntrico, com o objetivo de investigar os possíveis riscos e benefícios, de curto e longo prazo, do tratamento com cafeína. Após analisar os aspectos históricos, a farmacodinâmica e farmacocinética da cafeína, seu uso na apneia da prematuridade e os seus efeitos no desenvolvimento neurológico e comportamental, observa-se que a cafeína teve resultados positivos imediatos na grande maioria das vezes, ajudando na estimulação bronco-pulmonar permitindo a liberação mais cedo da ventilação mecânica e da necessidade do oxigênio nos prematuros. Contudo, ainda existem controvérsias acerca da dosagem e do momento certo para introduzir o tratamento com a cafeína.

Apnea of prematurity is one of the most common diagnoses in premature newborns. Virtually all newborns under 28 weeks of gestation have symptoms related to apnea of prematurity. Caffeine citrate is the drug of choice for the treatment of apnea of prematurity and is also among the 10 most prescribed drugs in neonatal ICUs. Despite this, evidence is still limited as to the safety and potential adverse effects of caffeine on infant neurological and behavioral development. Understanding the difficulties surrounding this topic, the aim of this paper is to carry out a narrative review gathering the results of the use of caffeine in the neonatal ICU for the treatment of apnea of prematurity, focusing on the effects on neurological and behavioral development. Studies such as the CAP trial, which was a large randomized, multicenter clinical trial aimed at investigating the possible short and long-term risks and benefits of caffeine treatment, were included in the development of this work. After analyzing the historical aspects, the pharmacodynamics and pharmacokinetics of caffeine, its use in apnea of prematurity and its effects on neurological and behavioral development, it can be seen that caffeine has had immediate positive results in the vast majority of cases, helping with broncho-pulmonary stimulation and allowing earlier release from mechanical ventilation and the need for oxygen in premature infants. However, there are still controversies about the dosage and the right time to introduce caffeine treatment.