György Lukács e a música em sua Estética

Abstract

Este artigo explora o capítulo "A música" de György Lukács, escrito em sua Grande Estética, onde o autor procura focar na relação entre música, forma e história à luz da teoria materialista e dialética. A partir da concepção de Lukács, a música é analisada como uma forma única de mimese, distinta das demais artes por sua capacidade de refletir a interioridade humana em um nível profundo. A música é entendida como um reflexo dialético da realidade social e histórica, que não apenas transcende os eventos concretos do mundo objetivo, mas também constrói um "mundo autônomo" que sintetiza as experiências subjetivas e coletivas. O texto discute o conceito de "mimese da interioridade", que destaca como a música reelabora as emoções humanas. A análise também aborda a noção de "objetividade radicalmente indeterminada", evidenciando como a música comunica sentimentos universais sem recorrer a representações concretas. Além disso, explora-se o papel histórico da música, revelando como suas formas e conteúdos refletem as condições sociais e culturais de sua época. Ao enfatizar a interconexão entre forma, conteúdo e historicidade, o texto demonstra que a abordagem lukacsiana contribui significativamente para uma compreensão crítica e filosófica da arte dos sons como meio de transformação e autoconsciência humana.

This article explores the chapter "Music" from György Lukács' Great Aesthetics, where the author seeks to focus on the relationship between music, form, and history in light of the materialist and dialectical theory. From Lukács' perspective, music is analyzed as a unique form of mimesis, distinct from other arts due to its capacity to reflect human interiority on a profound level. Music is understood as a dialectical reflection of social and historical reality, which not only transcends the concrete events of the objective world but also constructs an "autonomous world" that synthesizes subjective and collective experiences. The text discusses the concept of "mimesis of interiority," which highlights how music reworks human emotions. The analysis also addresses the notion of "radically indeterminate objectivity," emphasizing how music communicates universal feelings without resorting to concrete representations. Furthermore, the historical role of music is explored, revealing how its forms and contents reflect the social and cultural conditions of its time. By emphasizing the interconnection between form, content, and historicity, the text demonstrates that Lukácsian insights significantly contribute to a critical and philosophical understanding of the art of sound as a medium for transformation and human self-awareness.