Publicação: Eficácia da N-acetilcisteína oral 1200mg no tratamento do melasma facial em mulheres: um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado com placebo
Carregando...
Data
Orientador
Miot, Hélio Amante 

Coorientador
Lemos, Ana Cláudia Cavalcante Espósito
Pós-graduação
Fisiopatologia em Clínica Médica - FMB 33004064020P0
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
INTRODUÇÃO: Melasma é uma discromia crônica e adquirida, prevalente, que acomete principalmente mulheres na menacme. As lesões são manchas acastanhadas a enegrecidas nas áreas fotoexpostas, especialmente na face. Pode ser desencadeado por fotoexposição, gestação e alterações hormonais, porém sua patogênese não é completamente compreendida. Marcadores séricos de estresse oxidativo estão elevados em pacientes com melasma e antioxidantes orais e tópicos vem sendo estudados como opções terapêuticas. A N-acetilcisteína é um composto tiol e atua como doador de L-cisteína, levando à reposição e ao aumento dos níveis da glutationa celular, agindo assim como antioxidante e promovendo efeitos anti-inflamatórios. Entretanto, até o momento, N-acetilcisteína oral não havia sido avaliado para tratamento do melasma facial. OBJETIVO: Avaliar eficácia da N-acetilcisteína oral, 1200mg/dia, no tratamento do melasma facial em mulheres. MÉTODOS: Ensaio clínico duplo-cego, paralelo, randomizado, controlado com placebo, envolvendo 50 mulheres adultas com melasma facial moderado a grave sem tratamento nos últimos 45 dias, exceto pelo uso de filtro solar. As participantes foram randomizadas em dois grupos: um recebeu cápsulas de N-acetilcisteína 600mg (grupo NAC), para uso 2x ao dia, por oito semanas; enquanto o outro grupo (grupo PLAC) recebeu placebo na mesma posologia. Todas as participantes receberam filtro solar de amplo espectro com cor (FPS 60) durante o estudo, sendo orientadas a usar a cada 3 horas. As cápsulas de placebo e N-acetilcisteína eram idênticas quanto ao formato, tamanho e cor. O desfecho principal avaliado foi a redução do mMASI (Modified Melasma Area and Severity Index) após oito semanas. Os desfechos secundários foram a análise da colorimetria, da melhora da qualidade de vida (MELASQoL - Melasma Quality of life Scale), da escala de melhora global (GAIS - Global Aesthetic Improvement Scale), a satisfação dos participantes, a tolerabilidade e efeitos adversos. RESULTADOS: Das 50 mulheres adultas que participaram do estudo, 49 concluíram o tratamento. Houve um drop out no grupo PLAC, sem relação com ocorrência de efeitos adversos. A idade média (DP) das participantes foi de 44,6 (7,4) anos e 42% eram fototipo IV. Após oito semanas, ambos os grupos reduziram o mMASI: houve redução média de 12% (CI 95% 8% a 19%) no grupo NAC e 12% (CI 95% 5% a 21%) no grupo PLAC (p=0.613). A redução de MELASQoL (p=0.941) e da colorimetria (p=0.709) não mostrou diferença entre os grupos. A melhora global do melasma no grupo NAC resultou em 60% (CI 95% 40% a 76%), contra 29% (CI 95% 12% a 44%) do grupo PLAC (p=0.317), também sem diferença significativa entre os grupos. Dos poucos efeitos adversos relatados, como pirose e epigastralgia, não interferiram na intervenção deste estudo. CONCLUSÃO: Apesar da boa tolerabilidade, N-acetilcisteína oral, por oito semanas, não foi superior ao placebo no tratamento do melasma facial.
Resumo (inglês)
INTRODUCTION: Melasma is a prevalent chronic and acquired dyschromia that mainly affects menacme women. The lesions are brownish to blackish spots on photoexposed areas, especially on the face. It can be triggered by photoexposure, pregnancy and hormonal changes, but its pathogenesis is not fully understood. Serum markers of oxidative stress are elevated in patients with melasma and oral and topical antioxidants have been studied as therapeutic options. N-acetylcysteine is a thiol compound and acts as an L-cysteine donor, leading to the replacement and increase of cellular glutathione levels, thus acting as an antioxidant and promoting anti-inflammatory effects. However, to date, oral N-acetylcysteine has not been evaluated for the treatment of facial melasma. OBJECTIVE: To evaluate the efficacy of oral N-acetylcysteine 1200mg/daily in the treatment of facial melasma in women. METHODS: Double-blind, parallel, randomized, placebo-controlled clinical trial involving 50 adult women with moderate to severe facial melasma without treatment in the last 45 days, except for the use of sunscreen. The participants were randomized into two groups: one received N-acetylcysteine 600mg capsules (NAC group), to be used twice a day for eight weeks; while the other group (PLAC group) received placebo at the same dose. All the participants received tinted broad-spectrum sunscreen (SPF 60) during the study, with advice to use it every 3 hours.The placebo and N-acetylcysteine capsules were identical in shape, size and color. The main outcome assessed was the reduction in mMASI (Modified Melasma Area and Severity Index) after eight weeks. The secondary outcomes were the analysis of colorimetry, improvement in quality of life (MELASQoL - Melasma Quality of life Scale), GAIS (Global Aesthetic Improvement Scale), participant satisfaction, tolerability and adverse effects. RESULTS: Of the 50 adult women who took part in the study, 49 completed the treatment. There was one drop-out in the PLAC group, with no relation to the occurrence of adverse effects. The mean age of the participants was 44.6 (7.4) years and 42% were phototype IV. After eight weeks, both groups had reduced mMASI: there was an average reduction of 12% (CI 95% 8% to 19%) in the NAC group and 12% (CI 95% 5% to 21%) in the PLAC group (p=0.613). The reduction in MELASQoL (p=0.941) and colorimetry (p=0.709) showed no difference between the groups. The overall improvement in melasma in the NAC group resulted in 60% (CI 95% 40% to 76%), compared to 29% (CI 95% 12% to 44%) in the PLAC group (p=0.317), also with no significant difference between the groups. The few adverse effects reported, such as heartburn and epigastralgia, did not interfere with the intervention in this trial. CONCLUSION: Despite good tolerability, oral N-acetylcysteine for eight weeks was not superior to placebo in the treatment of facial melasma.
Descrição
Palavras-chave
Melasma, Discromia facial, Antioxidante, N-acetilcisteína, Distúrbios de pigmentação da pele
Idioma
Português