Autodomínio da conduta e ciclo de alfabetização: reflexões para a educação escolar

Abstract

A presente dissertação de mestrado vinculada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Presidente Prudente, do programa de pós-graduação em educação na linha de pesquisa “Desenvolvimento humano, diferença e valores” parte de uma pesquisa bibliográfica de cunho teórico e se une a outros trabalhos para contribuição dos fundamentos da psicologia histórico-cultural para educação escolar, especificando aqui o processo de alfabetização. O objetivo desta dissertação é compreender a formação do autodomínio da conduta em relação à aquisição da linguagem escrita, e, portanto, com o processo de alfabetização que também possibilita o acesso a novos conhecimentos. A hipótese deste trabalho é que a forma e o conteúdo no processo de ensino e aprendizagem da linguagem escrita têm um papel interveniente no desenvolvimento do autodomínio da conduta. A metodologia de pesquisa parte do materialismo histórico-dialético em uma pesquisa teórica, com buscas no acervo de universidades sobre a temática aqui adotada. O autodomínio da conduta, ou autocontrole, é a capacidade de domínio do próprio comportamento a partir do signo, e o conteúdo desse signo é de vital importância. A linguagem é o principal signo que possibilita o domínio das próprias reações, e se configura como base para a formação de conceitos, compreendida aqui como sistema de signos que contribuem para a regulação do comportamento do indivíduo. O conceito científico é o reflexo da realidade no pensamento e com a internalização de um sistema conceitual pelo sujeito a partir da educação escolar que se constitui a possibilidade do autodomínio da conduta, como um processo constante resultante do pensamento abstrato em sua interlocução com a linguagem. É o ensino diretivo, com vistas à humanização, baseado na socialização dos conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos em seu maior grau de fidedignidade à realidade que propicia o desenvolvimento humano integral e do comportamento regulado. Escolheu-se associar o autodomínio da conduta com o processo de alfabetização por este ser o principal momento de aquisição da linguagem escrita pelo aluno, a partir disso decorre-se a importância de compreensão desse destinatário, que dentro da periodização do desenvolvimento transita entre jogos simbólicos e a atividade de estudo. Compreender o autodomínio da conduta e sua interlocução com a linguagem escrita contribui para o enfrentamento de um ensino espontâneo e precário e oferece um escopo para o enfrentamento de comportamentos ‘problemáticos’ dentro da escola.

This master's dissertation, linked to the Universidade Estadual Paulista (UNESP), Presidente Prudente campus, in the postgraduate program in education, in the research line "Human development, difference and values", is based on theoretical bibliographical research and joins other works to contribute the foundations of cultural-historical psychology to school education, specifically the literacy process. The aim of this dissertation is to understand the formation of self-mastery of conduct in relation to the acquisition of written language, and therefore with the literacy process, which also enables access to new knowledge. The hypothesis of this work is that form and content in the process of teaching and learning written language play an intervening role in the development of self-mastery of conduct. The research methodology is based on historical-dialectical materialism in theoretical research, with searches in university collections on the theme adopted here. Self-control of conduct, or self-control, is the ability to control one's own behavior based on the sign, and the content of this sign is of vital importance. Language is the main sign that makes it possible to control one's own reactions, and is the basis for the formation of concepts, understood here as a system of signs that contribute to regulating the individual's behavior. The scientific concept is the reflection of reality in thought and it is with the internalization of a conceptual system by the subject through school education that the possibility of self-control of conduct arises, as a constant process resulting from abstract thought in its interlocution with language. It is directive teaching, with a view to humanization, based on the socialization of scientific, artistic and philosophical knowledge in its greatest degree of fidelity to reality, that fosters integral human development and regulated behavior. We chose to associate self-mastery of conduct with the literacy process because this is the main moment when students acquire written language. From this follows the importance of understanding this recipient, who within the periodization of development moves between symbolic games and the activity of study. Understanding the self-control of conduct and its interlocution with written language contributes to confronting spontaneous and precarious teaching and offers a scope for confronting 'problematic' behaviors within the school.