Experiência estética em ambiente de partilhas: interações de ouvintes e podcasters do AFETOS e Não Inviabilize

Abstract

A investigação busca compreender a experiência estética de ouvintes dos podcasts AFETOS e Não Inviabilize, produzidos por mulheres negras que compartilham histórias e experiências pessoais e dos e das ouvintes. Para isso, parte do olhar para as interações e relações com as produtoras e entre ouvintes no Telegram desses programas, a fim de mapear motivações e as mediações acionadas quando partilham experiências e sentidos. Dessa forma, tem fundamentação teórico-epistemológica nos autores da Experiência Estética na Comunicação, pelas noções de partilha sensível e emancipação do espectador de Jacques Rancière, sobre a constituição das comunidades de afeto e vínculos, com Muniz Sodré, e reconhecimento e identificação em Paul Ricoeur; apoiada nas bases teórico-metodológicas das mediações culturais e comunicacionais com Jésus Martín-Barbero e Guillermo Orozco Gómez; em diálogo com autoras feministas negras que melhor explicam vivências interseccionadas em espaços seguros e afetivos, especialmente com Carla Akotirene, Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge; frente ao questionamento das mulheres negras como um outro historicamente invisibilizado no olhar de Grada Kilomba e Djamila Ribeiro; e como por meio da oralidade esta realidade se transforma, em comunidade, com Leda Maria Martins. A escuta de podcasts, como vemos nas partilhas no Telegram feitas principalmente por mulheres negras e pessoas LGBTQIA+, é carregada de investimento emocional, constituídas de consensos e dissensos, potencializadora do compartilhamento de histórias para autoidentificação e acolhimento.

and Não Inviabilize, produced by black women who share personal stories and experiences of their listeners. For this purpose, we look at the interactions and relationships with the producers and in between listeners on the groups on Telegram of these programs, in order to map motivations and mediations triggered when sharing experiences and meanings. Thus, it has a theoretical-epistemological foundation in the authors of the Aesthetic Experience in Communication, by the concepts of sensitive sharing and emancipation of the spectator by Jacques Rancière, the constitution of communities of affection and bonds, with Muniz Sodré, and recognition and identification in Paul Ricoeur; supported by the theoreticalmethodological bases of cultural and communicational mediations with Jésus Martín-Barbero and Guillermo Orozco Gómez; in dialogue with black feminist authors who best explain intersectional experiences in safe and affective spaces, especially with Patricia Hill Collins and Sirma Bilge, Carla Akotirene, facing the questioning of black women as a historically invisibilized others in the view of Grada Kilomba and Djamila Ribeiro, and how through orality this reality is transformed, in community, with Leda Maria Martins. Listening to podcasts, as we see in the shares on Telegram made mainly by black and LGBTQIA+ women, is loaded with emotional investment, constituted of consensus and dissent, enhancing the sharing of stories for self-identification and welcoming.