Publicação: Avaliação da tiamina plasmática como preditora de complicações no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio
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Data
Autores
Orientador
Zornoff, Leonardo Antonio Mamede 

Coorientador
Pós-graduação
Fisiopatologia em Clínica Médica - FMB 33004064020P0
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Introdução: as doenças isquêmicas do coração estão entre as principais causas de morte no mundo. A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é a modalidade terapêutica que possibilita revascularização completa, mas, por conta das suas características, pode induzir injúria de reperfusão e dano tecidual. A deficiência de tiamina (vitamina B1) vem ganhando destaque em pacientes graves, sendo que pode estar presente em até 20% deles.
Objetivo: avaliar a associação entre as concentrações plasmáticas de tiamina com os desfechos angina, infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), choque cardiogênico, arritmias, injúria renal aguda (IRA) e mortalidade em 30 dias em pacientes submetidos à CRM.
Métodos: foi realizado estudo observacional, prospectivo, que incluiu 131 pacientes consecutivos submetidos à CRM. Foram coletadas amostras de sangue pré-operatórias e no primeiro dia de pós-operatório, que foram utilizadas para a dosagem de tiamina por método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC).
Resultados: a média de idade foi de 61±9,1 anos, o EuroScore II médio foi de 1,78±1,3%, o tempo médio de cirurgia foi de 321±58 minutos e o tempo médio de duração da circulação extracorpórea (CEC) foi de 101±30 minutos. O valor plasmático médio da tiamina no pré-operatório e pós-operatório foi de, respectivamente, 33±15ng/ml e 20±7,8 ng/dl. Foi observada queda dos valores de tiamina em todos os pacientes entre os dois períodos. Deficiência laboratorial de tiamina antes da cirurgia esteve presente em 15,3% (20 pacientes). A mortalidade geral em 30 dias foi de 12,2% (16 pacientes). Em relação aos outros desfechos clínicos, IRA esteve presente em 24% dos pacientes (31 pacientes), IC em 9% (12 pacientes), choque cardiogênico em 7,6% (10 pacientes), IAM em 2,3% (3 pacientes) e acidente vascular cerebral em 1,5% (2 pacientes), sendo que a presença dessas complicações foi maior dentre os pacientes que evoluíram para óbito. Os pacientes que morreram também apresentaram maior idade, IMC e EuroScore II e menor fração de ejeção. A porcentagem de variação da tiamina foi maior dentre os pacientes que apresentaram IRA (39,78±13,50 x 33,71±13,07; p=0,027). Quando avaliamos os desfechos combinados com e sem óbito, a porcentagem de variação de tiamina também foi maior dentre os pacientes que apresentaram os desfechos do que entre os que não os apresentaram. Entretanto, após análise de regressão logística multivariada, a variação da tiamina não se associou a nenhum desfecho após CRM.
Conclusão: a porcentagem de variação de tiamina entre os períodos pré e pós-operatório não se relacionou com a ocorrência de desfechos clínicos combinados em pacientes submetidos à CRM.
Resumo (inglês)
Introduction: ischemic heart diseases are among the main causes of death in the world. Coronary artery bypass graft surgery (CABG) is the therapeutic modality that allows complete revascularization, but, due to its characteristics, it can induce reperfusion injury and tissue damage. Thiamine (vitamin B1) deficiency has been gaining prominence in critically ill patients and may be present in up to 20% of such patients. Objective: to evaluate the association between plasma thiamine concentrations and the outcomes of angina, acute myocardial infarction (AMI), heart failure (HF), cardiogenic shock, arrhythmias, acute kidney injury (AKI), and 30-day mortality in patients undergoing CABG. Methods: An observational, prospective study that included 131 consecutive patients undergoing CABG was carried out. Blood samples were collected preoperatively and on the first postoperative day, which were used to measure thiamine using the high-performance liquid chromatography method (HPLC). Results: the mean age was 61±9.1 years, the average EuroScore II was 1.78±1.3%, the average surgery time was 321±58 minutes and the mean duration of cardiopulmonary bypass (CPB) was 101±30 minutes. The mean plasma thiamine value preoperatively and postoperatively was 33±15ng/ml and 20±7.8 ng/dl, respectively. A drop in thiamine values was observed in all patients between the two periods. Laboratory thiamine deficiency before surgery was present in 15.3% (20 patients). Overall 30-day mortality was 12.2% (16 patients). Regarding other clinical outcomes, AKI was present in 24% of patients (31 patients), HF in 9% (12 patients), cardiogenic shock in 7.6% (10 patients), AMI in 2.3% (3 patients), and brain stroke in 1.5% (2 patients). The presence of these complications was higher among patients who died. Patients who died also had higher age, body mass index, and EuroScore II, and lower ejection fraction. The percentage of thiamine variation was higher among patients who had AKI (39.78 ± 13.50x33.71 ±13.07; p=0.027). When we evaluated the combined outcomes with and without death, the percentage change in thiamine was also greater among patients who had the outcomes than among those who did not. However, after multivariate logistic regression analysis, thiamine variation was not associated with any outcome after CABG. Conclusion: the percentage of thiamine variation between the pre and postoperative periods was not related to the occurrence of combined clinical outcomes in patients undergoing CABG.
Descrição
Palavras-chave
Revascularização do miocárdio, Tiamina, Complicações pós-operatórias, Mortalidade, Injúria renal aguda, Thiamine, Coronary artery bypass graft, Acute kidney injury, Outcomes, Mortality
Idioma
Português
Como citar
Garcia, LR. Avaliação da tiamina plasmática como preditora de complicações no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio.