Publicação: O erótico-sublime em Cantares de Hilda Hilst
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Data
Autores
Orientador
Vieira, Brunno Vinicius Gonçalves 
Santos, Fabiano Rodrigo da Silva
Coorientador
Pós-graduação
Estudos Literários - FCLAR
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A presente dissertação tem como objetivo demonstrar como a manifestação do erotismo, do amor e do sublime se dão em Cantares, de Hilda Hilst. A obra toma como referência para seu título o “Cântico dos Cânticos”, atribuído ao Rei Salomão. No entanto, diferente dos cantares bíblicos, os Cantares de Hilda Hilst lamentam a ausência do ser amado e vivem a angústia da impossibilidade de realização amorosa que delineia a atmosfera de sua poética, afastando-se da correspondência que tanto deseja o eu lírico, o que revela, assim, um amor sempre “de partida”. Para o estudo das particularidades que compõem a obra, esta pesquisa considera três principais elementos: os aspectos da lírica moderna que rondam a obra Cantares, a dicção sublime e o erotismo. Inicialmente, considera-se a relação de Cantares com elementos tradicionalmente relacionados à lírica moderna. Para tal, tomam-se como base as ideias traçadas por Hugo Friedrich (1978), que considera a linguagem da lírica moderna relacionada a uma forma negativa de transcendência, entrevista em elementos como o vazio, a dissonância, o silêncio e o encontro com o desconhecido, que são particularidades que se apresentam em Cantares e delineiam a sua linguagem que busca sempre pela expressão máxima da palavra. Num segundo momento, busca-se investigar o desenvolvimento da estética do sublime nos poema de Cantares, sobretudo no que se refere à composição de imagens que expressem a dimensão da grandeza, como a luminescência que ofusca a visão, a experiência do homem com a divindade, a violência do tempo sob a condição efêmera da existência do homem e, principalmente, a transcendência pela experiência do corpo, em que, por meio do êxtase, o eu lírico ultrapassa o limite do corpo, tomando este como um meio para a transcendência. Para isso, tomamos como referências a tradição do pensamento sobre o sublime, atentando-se ao que é postulado por Longino, Victor Hugo, Burke, Kant e Schopenhauer. Por fim, propõe-se a discussão do amor e do erotismo sob a perspectiva de George Bataille (2017) e Octávio Paz (1994), dialogando com os elementos sagrado e profano, e com a busca pela continuidade na experiência com o ser amado. Propõe-se, também, a discussão do mito do Andrógino, apresentado por Platão, sendo o amor e o erotismo a força máxima da expressão poética de Hilda Hilst e o ímpeto para a busca incansável pela parte que falta. Essa é a tônica da poética de Hilda Hilst que alimenta os seus poemas: a ânsia pelo que se ausenta, seja a palavra, o corpo, ou o mistério da face de Deus.
Resumo (inglês)
The present dissertation aims to demonstrate how the manifestation of eroticism, love and the sublime occurs in Cantares, by Hilda Hilst. The work takes as reference for its title the Songs of Songs, attributed to King Solomon. However, unlike biblical Songs, Hilda Hilst's Cantares lament the absence of the loved one and experience the anguish of the impossibility of loving fulfillment that delineates the atmosphere of her poetics, moving away from the correspondence that the lyrical self so desires, which it thus reveals a love that is always "of departure". For the study of the particularities that make up the work, the research considers three main elements: the aspects of the modern lyric that surround the work Cantares, the sublime diction and the eroticism. Initially, the relationship of Cantares with elements traditionally related to modern lyric is considered. To this end, the ideas outlined by Hugo Friedrich (1978) are taken as a basis, which consider the language of modern lyric related to a negative form of transcendence, interviewed in elements such as emptiness, dissonance, silence, the encounter with the unknown that are particularities that present themselves in Cantares and outline its language that always seeks the maximum expression of the word. In a second moment, we seek to investigate the development of the aesthetics of the sublime in the poems of Cantares, especially with regard to the composition of images that express the dimension of greatness, such as the luminescence that overshadows the vision, the experience of man with divinity , the violence of time under the ephemeral condition of man's existence and, above all, transcendence through the experience of the body, in which, through ecstasy, the lyrical self surpasses the limit of the body, taking this as a route for transcendence. For this, we take as references the tradition of thought about the sublime, paying attention to what is postulated by Longino, Victor Hugo, Burke, Kant and Schopenhauer. Finally, it proposes the discussion of love and eroticism from the perspective of George Bataille (2017) and Octávio Paz (1994), dialoguing with the sacred and profane elements and the search for continuity in the experience with the loved one. It is also proposed to discuss the myth of the Andrógino, presented by Plato, with love and eroticism being the maximum force of Hilda Hilst's poetic expression and the impetus for the tireless search for the missing part. This is the accent of Hilda Hilst's poetics and that feeds her poems: the longing for what is absent, be it the word, the body, or the mystery of the face of God.
Descrição
Palavras-chave
Amor, Erotismo, Hilda Hilst, Lírica moderna, Sublime
Idioma
Português
