Publicação: Prevalência de infecção por Trichomonas vaginalis em mulheres atendidas no programa de rastreamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero, nas Unidades Básicas de Saúde do município de Botucatu, São Paulo. : Tricomoníase na citologia cervical.
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Data
Orientador
Silva, Márcia Guimarães da
Oliveira, Maria Luiza Cotrim Sartor de
Coorientador
Pós-graduação
Curso de graduação
Ciências Biomédicas - IBB
Título da Revista
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Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) constituem importante problema de saúde pública e, no Brasil, entre 10 e 12 milhões de novos casos são reportados anualmente. A tricomoníase é a IST não viral mais comum no mundo e tem como agente etiológico o Trichomonas vaginalis, protozoário flagelado, parasita tipicamente piriforme, anaeróbio, extracelular, que infecta os epitélios das vias geniturinárias. A tricomoníase é considerada IST curável, mas o aumento na prevalência entre a população sexualmente ativa e a resistência ao tratamento tem causado preocupação nos profissionais de saúde. Apesar da oferta de muitos testes diagnósticos de Biologia Molecular, muitos serviços de saúde só dispõem da citologia cervical para diagnosticar essa IST. Objetivo: Determinar a prevalência de infecção por T. vaginalis em mulheres atendidas no programa de rastreamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero do Município de Botucatu, São Paulo, por meio da análise da citologia cervical. Pacientes e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo com a inclusão de 23.735 mulheres que atenderam ao programa de rastreio do câncer do colo do útero nas Unidades de Saúde do Município de Botucatu, São Paulo, nos anos de 2019 e 2022. Todas as mulheres atenderam aos seguintes critérios de elegibilidade: não gestante, ausência de tratamento de infecções do trato genital inferior no período de 30 dias e no mínimo 72 horas de abstinência sexual. A pesquisa foi realizada no sistema de informação do câncer (Siscan), com levantamento do total de citologias cervicais realizadas no município nos anos de interesse. Dados sociodemográficos e ginecológicos das pacientes foram tabulados para caracterização da população incluída no estudo por meio de análise descritiva e comparados, entre os anos de 2019 e 2022, por Teste de X2 e Test T de Student. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A prevalência total de infecção por T. vaginalis foi de 0,72%, (170/23.735) sendo 0,84% em 2019 e 0,57% em 2022. A média de idade das pacientes com tricomoníase foi de 42 anos (±11,2), 75% (127/140) autodeclararam-se brancas, 43% (73/170) referiram ser casadas ou viver em união estável, 16% (27/170) usavam anticoncepcional oral, 40% (68/170) possuíam ensino fundamental incompleto e 63% (107/170) exerciam atividade remunerada. Em relação à microbiota vaginal, apenas 15,3% (26/170) das citologias com infecção por T. vaginalis apresentavam predomínio de Lactobacillus spp. e a inflamação esteve presente em 82% (140/170) dos esfregaços. A análise citológica mostrou 0,05% de alterações que podem representar lesões precursoras do câncer do colo uterino, incluindo ASC-US (células escamosas atípicas de significado indeterminado), ASC-H (células escamosas atípicas não podendo excluir lesão intraepitelial de alto grau) e lesão intraepitelial de baixo grau em pacientes com infecção por T. vaginalis. Conclusão: O estudo mostrou baixa prevalência de infecção por T. vaginalis em mulheres de baixo risco, atendidas no programa de rastreamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero do Município de Botucatu, São Paulo. Ainda assim, a busca pela citologia cervical e tratamento desta IST, quando outro método diagnóstico não está disponível, é essencial e oportuna para a quebra da cadeia de transmissão.
Descrição
Palavras-chave
Infecções sexualmente transmissíveis, Trichomonas vaginalis, Tricomoníase
Idioma
Português