A compreensão do pensamento científico histórico, subsidiando o entendimento das concepções científicas de professores da educação básica

Abstract

A presente dissertação de mestrado busca investigar as concepções de ciência de professores das disciplinas de Física, Química e Biologia a fim de traçar aproximações entre o que entendem e descrevem enquanto ciência, com algumas noções discutidas pela história do desenvolvimento científico. A hipótese que norteia este estudo surge a partir da leitura de autores que evidenciam o caráter inconcluso desse pensamento e narram a trajetória do mesmo ao longo da história, evidenciando a importância do (re)conhecimento das proposições filosóficas e epistemológicas deste percurso. Surge então, a seguinte problemática: a necessidade de demonstrar que as concepções filosóficas e epistemológicas da ciência não estão alheias ao sujeito, mas dialogam com suas vivências e visões de mundo. Para que se possa discutir essas aproximações, utilizou-se de pesquisa qualitativa e de cunho exploratório. Os dados deste estudo foram coletados através de entrevistas semi-estruturadas e com o auxílio de gravações de áudio. As análises foram feitas a partir de transcrições e anotações em um diário de campo. Partindo das próprias concepções de ciência como métrica de análise, configurou-se compreensões que fluem entres os seguintes valores: valores empírico-indutivistas (1), valores hipotético-dedutivos (2), valores com níveis de ruptura epistemológica (3) e valores positivo-cartesianos (4). Essa noção de valores não representa, no entanto, categorias de análises, são conceitos criados a partir das discussões apresentadas e serão utilizados para buscar no conteúdo das entrevistas, indícios que aproximem os trechos dos relatos com as características apresentadas para cada valor.

This master's thesis aims to investigate the conceptions of science held by teachers of Physics, Chemistry, and Biology, in order to draw connections between what they understand and describe as science and some notions discussed in the history of scientific development. The hypothesis that guides this study arises from reading authors who highlight the unfinished nature of this thinking and narrate its trajectory throughout history, emphasizing the importance of recognizing the philosophical and epistemological propositions within this journey. Thus, the following issue arises: the need to demonstrate that the philosophical and epistemological conceptions of science are not detached from the subject, but engage with their experiences and worldviews. To discuss these connections, qualitative and exploratory research methods were used. The data for this study were collected through semi-structured interviews with the help of audio recordings. The analysis was done from transcriptions and notes in a field diary. Based on the teachers’ own conceptions of science as an analysis metric, understandings were formed that flow between the following values: empirical-inductive values (1), hypothetical-deductive values (2), values with levels of epistemological rupture (3), and positive-Cartesian values (4). However, this notion of values does not represent categories of analysis; they are concepts created from the discussions presented and will be used to find clues in the interview content that link parts of the narratives to the characteristics presented for each value.